Dekais escrita por Marlon C Souza


Capítulo 3
O segredo de Hayan




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Franco chegava em sua casa, percebendo que Nathan não estava lá, desceu até o porão. Acendeu a luz e lá se encontrava um minilaboratório. Era um lugar da casa que ninguém sabia o que existia ali dentro, nem mesmo Nathan. Havia muitos pôsteres pendurados na parede, alguns chamavam atenção por serem escritos em outra língua desconhecida para os humanos, eram tabelas periódicas e outras informações sobre Biologia molecular sobre vários tipos de DNA. Em um mural viu a foto de Ellie grávida seguida por uma sequência de fotos do crescimento de Emily junto à Ellie.

— Denovian se acha muito esperto. — Disse Franco para ninguém. Levantou a manga de sua camisa e lá estava o símbolo que viu pela primeira vez quando ainda era uma criança. Lembrou-se de Mary, a única mulher que ele realmente amou. As lágrimas desciam desesperadamente, apesar dos anos Franco ainda não conseguia suportar perdê-la, primeiro para Roger e depois para Max, e agora ela não estava mais ali, havia sido assassinada brutalmente.

— Mary, eu queria tanto te proteger naquela época, mas eu não fui capaz. — Dizia Franco, com lágrimas nos olhos. — Me perdoe, por favor, me perdoe — disse ele com a cabeça entre suas mãos.

Suspirou e caminhou até as fotos do crescimento de Emily. Pegou a primeira foto e comentou com um sorriso: — A ligação dos dois pode ser algo realmente promissor no futuro.

Neste instante, Johnny materializou-se na sala de Denovian, assustando-o.

— O senhor não vai para casa? Vai ficar aqui? — Disse Johnny à Denovian.

— Johnny, você quer parar de aparecer assim desse jeito? Qualquer dia eu posso te machucar pensando que é um inimigo.

— Me desculpe. Eu não pude me conter. Saber que tenho poderes especiais e sou diferente desses seres inferiores. Isso realmente é algo fantástico. Por isso não podemos mais continuar protegendo esses idiotas. Temos que estar no poder. Eles merecem estar ajoelhados diante de nós!

— Não venha com esse papo de poder novamente, Johnny.

— Eu não sei porque o senhor não escuta. Nós, a Havin, temos poderes para dominar sobre os seres humanos, porque não fazemos isso? Somos superiores a eles...

— Porque não deu certo no passado. Os dekais apesar de se parecer com humanos, somos mais egoístas. Quem tiver mais poder dominará sobre os outros e esse ciclo sempre vai gerar tempos de extermínio.

— Ah por favor. Não compare aquele lerdo do Chain conosco. Somos muito mais evoluídos. E falando dos humanos, eles entram em guerra entre eles mesmo. Os humanos não são tão diferentes de nós. Mas nós, não somos como Chain ou Hitler, Stallin e outros. Somos melhores. Podemos dominar sobre os humanos e os dekais inferiores facilmente.

— Já chega desse papo estúpido. Você não fala diferente de Chain ou até mesmo de Hitler. — Disse Denovian. — Aliás, onde esteve a tarde toda? — Questionou.

— O poder de Marcos me intriga. Quem era os pais dele? — Perguntou Johnny.

— Isso não é da sua conta. — Disse Denovian, arrancando um sorriso do rosto de Johnny. — Preciso ir. Tenho problemas maiores para resolver. — Disse Denovian, se retirando. Percebendo que Denovian havia deixado a escola, Johnny, olhando da janela comentou: — Estou cansado de obedecer às regras dessa múmia. — Disse Johnny, com um sorriso maldoso no rosto.

Aquele dia chegou ao fim. Dia seguinte, era sábado de manhã e Nathan acordou com o sol forte batendo em seu rosto, pensou em ir à casa de Emily ver se ela queria sair para algum lugar, já que era dia de folga e o clima favorável. Chegou à cozinha e encontrou seu pai sentado à mesa tomando seu café da manhã.

— Nathan? Que bom que já está acordado. — Disse Franco com um sorriso no rosto. — Venha tomar café. Hoje à tarde, vamos ao cinema ver um filme. Já reservei nossas entradas pela internet e já imprimi os bilhetes. — Completou Franco. Nathan ficou sem entender a atitude de seu pai. Ele nem sempre foi assim tão comunicativo.

— Pai, onde esteve ontem o dia todo? E pior, onde o senhor se meteu essa noite?

— Tive que resolver uns problemas, Nathan.

— Claro, tudo é mais importante que eu. Aliás, nem notou que estou machucado.

— Nada é mais importante que você, meu filho. O que aconteceu ontem? E essas feridas? Já estão melhores?

— Sim, já estão. Emily ajudou a tratar delas lá na casa dela ontem à noite.

— Que bom que você tem Emily como uma amiga.

— Engraçado. Eu tenho um pai, mas ele parece não dar a mínima para mim.

— Nathan, por favor. Não vamos discutir. Hoje à tarde já está tudo programado.

— Tudo programado? Eu não vou. Não tem trabalhos para corrigir não? Você não vai me ganhar desse jeito.

— Nathan, eu estou tentando ser o pai que você gostaria de ter.

—Você está tentando? Precisa se esforçar mais.

Nathan voltou para seu quarto. Franco subiu atrás deles gritando por seu nome e se surpreendeu ao ver que seu filho havia pulado a janela. Nathan andava depressa em direção à casa de sua amiga. Já estava virando rotina, sempre que estava tenso ele fugir para casa dela, a garota era sua melhor amiga.

Longe dali, Nathan corria em direção à casa de Emily. Bateu na porta da garota e ela atendeu.

— Nathan? O que aconteceu? — Perguntou Emily.

— Nada de mais, só quero ficar aqui com você um pouco.

— Sério? — Questionou a garota. — Tudo bem, entre.

Paralelamente a isto, Franco segurava os ingressos do cinema nas mãos, e com ódio os amassou e jogou num canto no chão.

— O que fiz de errado? — Questionou-se Franco, com a mão no rosto, tentando conter o ódio. Enquanto isso, Denovian e Samuel, juntamente com Johnny, conversavam sobre Franco na casa de Denovian. A casa era enorme e sala era bem aconchegante.

— Já tentamos de tudo, Denovian. Não existem mais registros algum de que Franco seja mesmo quem pensamos que ele seja. — Disse Samuel.

— Não, ainda não chegamos lá. Está faltando alguma coisa. — Disse Denovian. — Como ele sabe sobre a Havin e os dekais?

— Ele sabe sobre nós? Mas o que muda? Quem acreditaria nele? Não há como provar nada. — Disse Samuel.

— Concordo, mas ele sabe muito sobre nós. Penso que cada vez mais minha teoria está se tornando real. — Disse Denovian.

— Esse período que fui um advogado busquei o bastante, porém, não consegui descobrir quem Franco realmente é. Talvez ele não seja quem pensamos que ele seja, Denovian. — Disse Johnny. — É perda de tempo. Sabe que a única forma de descobrir é matando ele. — Completou.

— Já chega Johnny. Sabe que não podemos matar ele. Se ele realmente for quem pensamos que é, isso seria um grande problema. Só temos que mantê-lo sob custódia em uma cadeia humana comum. Lembrando que os humanos devem continuarem a acreditar que não existimos, por isso, vamos agir com a justiça humana. — Disse Denovian.

— É estupidez continuarmos buscando respostas na justiça dos humanos. Eles são fracos, seus esforços não o manterão preso por muito tempo. — Disse Johnny.

— Eu concordo com o Johnny, Denovian. — Disse Samuel.

— Mas se ele for preso, e durante esse período nada acontecer, teremos nossas certezas. — Disse Denovian, Samuel suspirou. — Onde está Marcos? — Perguntou Denovian.

— Não o vejo desde ontem. — Disse Samuel. — Será que aconteceu algo?

— Não faço ideia. Também não o vejo desde ontem. Desde a briga dele com Nathan. — Disse Johnny, omitindo que havia perseguido Marcos na noite passada.

Enquanto isso, no meio daquela densa floresta, Marcos encontrava-se jogado no chão, acordado e no chão havia penas negras misturadas a sangue. Estava sem camisa, porque ela estranhamente rasgou-se, causando dois buracos em suas costas. — Não sei mais por quanto tempo eu irei me manter são. — Disse ele, olhando para suas mãos.

Naquele mesmo instante, Nathan e Emily conversavam no chão da sala da casa dela.

— Ele te convidou para ir ao cinema? — Perguntou a garota, meio assustada. Sabia que Franco não era esse tipo de pai.

— Sim. Eu não estou entendendo a atitude dele, Emily.

— Talvez ele queira apenas se reconciliar. Nathan, o péssimo pai que ele foi, talvez, ele queira apenas ser um bom pai para você.

— Eu não odeio meu pai, pelo contrário. Porém, isso não muda o fato dele ser um péssimo pai.

— Vamos fazer o seguinte: vamos sair eu e você?

— Agora? Eu não trouxe roupa nem nada.

— Não precisa. Vamos ao cinema eu e você.

Enquanto isso, Marcos, ainda na floresta, colocava sua camisa nas costas para partir. O céu estava ficando nublado, parecia que iria chover.

— Tenho que ir. — Disse Marcos. De longe, alguém o observava entre os arbustos. Não parecia ser alguém com grande espessura ou nem mesmo humano. Apenas um rabo laranja, peludo com duas listras brancas apareceu após esse alguém virar-se para partir, aparentemente era uma raposa. Mas tinha mãos parecidas com mãos humanas, apesar de peludas. Rapidamente sumiu. Marcos, mesmo de longe deu um sorriso, já sabendo de quem se tratava.

No caminho, o rapaz percebeu que Daniel estava à frente de cabeça baixa, que sem rumo, caminhava. Parou sua moto e falou para ele subir: — Suba.

— O que você quer? — Perguntou Daniel.

— Apenas suba.

Daniel não hesitou e subiu. Observou a camisa rasgada no ombro de Marcos e cheia de sangue, mas decidiu não comentar.

Longe dali, Nathan e Emily partiam para o shopping mais próximo para ir até o cinema. Aquela pequena cidade de interior era bem frequentada. Suas belezas naturais atraiam turistas de todos os cantos do mundo. E no centro da cidade havia o shopping center, onde Nathan e Emily se encontravam.

— Quanto tempo não venho aqui. — Disse Nathan. — A última vez, eu vim sozinho. — Completou.

— Agora você tem a oportunidade de vir comigo. — Disse Emily, sorrindo.

— Sim. Vamos logo ver o filme, estou empolgado.

— Que bom te ver assim.

Os dois se divertiram o dia todo. Na hora da saída do shopping, logo na saída, Franco encontrava-se de braço cruzados, aparentemente, estava irritado com Nathan.

— Então é aqui que você estava o dia todo? — Perguntou Franco.

— Pai? O que faz aqui? — Perguntou Nathan.

— Estava te procurando. Eu quero apenas curtir o dia com meu filho. Hoje é sábado, e são poucos os dias em que podemos nos divertir. — Respondeu Franco.

— Você está estranho. Você não é assim. Pare de tentar ser legal. — Disse Nathan.

— Nathan, não seja rude. — Disse Emily.

— Eu não estou tentando ser legal. Nathan, pare de se fazer de vítima. Você sabe que eu não tenho tempo para esses tipos de coisas. — Disse Franco.

— Vira a fita. Você teve férias meses atrás, e tudo que você fez foi estudar, estudar e estudar. Isso quando não desaparece dentro da nossa própria casa. Incrível. — Disse Nathan.

— Nathan, só quero que me perdoe. Eu quero ser um pai para você. — Disse Franco.

— Já é tarde. Você sempre hesita em dizer quem foi minha mãe. Já cansei de tudo isso. Me poupe de todas essas suas mentiras. — Disse Nathan retirando-se, deixando Emily e Franco para trás. Franco sacou em suas mãos as duas entradas do cinema amassadas, abaixou sua cabeça e em lágrimas disse: — Eu só queria que meu filho me perdoasse.

Emily comoveu-se. — Acalme-se, senhor Franco. Eu vou atrás de Nathan. — Disse Emily virando-se para ir atrás de Nathan.

Foram horas agitadas e finalmente anoiteceu e todos foram dormir, inclusive Emily que procurou dia e noite pelo amigo, mas não o encontrou.

Dia seguinte, era domingo e o dia estava meio nublado. Não apenas o céu estava escuro, mas também o humor de Emily que se sentia muito mal pelo fato de Nathan não aceitar os esforços de seu pai em se aproximar dele. O garoto dormira na rua aquela noite. Parecia um sem-teto. Pegou sua mochila que servira de travesseiro e colocou-a nas costas, caminhando em direção à sua casa. Estava decido a pegar suas coisas e sumir. Suas feridas doíam bastante, mas não doíam mais que a decepção que sentia com relação a seu pai. Ele não era mais criança. Já era crescido o bastante para saber que dificilmente um homem inocente seria o principal e único suspeito de um crime tão horrendo como aquele.

Próximo dali, Marcos, juntamente com Cristofer e Daniel conversavam em frente à academia que os três frequentavam. Nathan passou por eles, todos o olharam, e apenas Daniel se compadeceu de sua situação. Marcos e Cristofer aproveitaram a deixa para atormentar ainda mais o garoto.

— Não é o Nathan? Olha para ele. Está um lixo. — Comentou Cristofer.

— Que estado miserável que você se encontra, hein Nathan? Conseguiu se superar lerdão.— Disse Marcos, rindo. Nathan decidiu ignorar. Daniel o olhava, mas não dizia nada. Na verdade, ele não sabia o que dizer. A única coisa que causava raiva em Nathan era Daniel, que é seu amigo, estar no meio deles. Marcos ainda exercia um tipo de autoridade estranha sobre ele. De cima de um prédio, Johnny observava tudo. Seus olhos já estavam transformados. Johnny sorria ao ver Nathan naquele estado logo abaixo, segurando o choro. Sabia de alguma forma, o que estava acontecendo. Exclamou: — Realmente Nathan, você é lamentável.

Logo após, desapareceu. Nathan apenas limitou-se a seguir seu caminho sem dizer nada a Marcos e aos outros.

Enquanto isso, Denovian descia uma certa escadaria nos fundos da escola de Hayan. Não havia ninguém na escola, a não ser ele. Acendeu a luz e olhou para aquele porão, canto a canto. Apagou-a e subiu novamente. Quando chegou do lado de fora, trancou a porta com um grande cadeado e colocou a placa “Acesso Proibido”. Virou-se para sair, quando Johnny apareceu do nada em sua frente.

— Tenho curiosidade em saber o que há atrás desta porta. — Disse Johnny.

— Johnny? — Indagou ele, surpreso ao ver Johnny ali. — Não pense que sou estúpido, você já foi lá várias vezes. Você tem esse dom de aparecer e desaparecer o tempo todo. Chega a ser irritante – completou Denovian.

Johnny riu. — Realmente já fui lá sim. Quem imaginaria que essa escola fosse construída em cima de tudo aquilo, achei que o antigo prédio havia sido totalmente demolido.

— Na verdade, ela foi construída em cima de tudo isso exatamente para não levantar suspeitas sobre esse lugar.

— Entendo. Eu achei meio estúpido ser uma instituição de ensino a guardar essas relíquias. Colocar em um lugar cheio de jovens? Mas se essas coisas são tão importantes para você porque não nos conta sobre elas e o que representa? Enfim, a Havin tem muitos segredos que nem mesmo membros como eu sabem.

— Você é esperto Johnny e é de confiança. Mas acredite, há coisas que você não precisa saber, assim como os outros. Eu estou protegendo vocês — Disse Denovian, retirando-se, deixando Johnny para trás.

— Acredite, eu sei bem mais do que você imagina. — Resmungou Johnny, sorrindo, para Denovian não ouvir.

Naquela mesma hora, Nathan chegou a sua casa, abriu a porta e caminhou em direção a seu quarto. No meio do caminho encontrou seu pai tomando café.

— Nathan? — Indagou Franco, que parecia despreocupado. — Eu tive te procurando a noite toda.

— Estou vendo. — Disse Nathan, percebendo que seu pai não aparentava nenhum nível de preocupação. Pelo contrário parecia bem descansado. Apressou-se para chegar a seu quarto e Franco o acompanhou.

— O que vai fazer?

— Eu vou embora, pai. Não faz nenhuma diferença para o senhor eu estar ou não aqui.

— Você não vai a lugar algum. Eu ainda sou o dono aqui.

— O quê? — Indagou Nathan, percebendo o tom agressivo que Franco usara para falar com ele. — O que está tentando fazer? Você nem me trata como filho, então não venha bancar meu pai.

— Nathan, você não irá sair daqui. E você está de castigo.

Ao ouvir isso, Nathan riu, sarcasticamente. — Está brincando comigo, não é? Saia da minha frente.

— Então é assim? – Indagou Franco parecendo magoado — Vá embora, se realmente quer isto.

— Eu sei que você sabe para onde vou, mas não adianta ir lá, eu não irei voltar.

Franco não falou mais nada. Deixou-o terminar de arrumar suas malas e sair. Após seu filho passar pela porta, Franco deu um soco na parede. Totalmente revoltado, exclamou para si mesmo: — Não perdi. Em breve ele irá retornar.

Nathan caminhou até a casa de Emily. Chegou lá e foi atendido por Ellie.

— Nathan, Emily não está. — Disse Ellie.

— Senhora, eu gostaria de saber se posso ficar em sua casa por algum tempo. — Disse o garoto.

— O que? O que houve para você chegar esse ponto, Nathan?

— Meu pai. Eu não quero mais voltar para casa.

— Por mim, você fica o tempo que precisar, mas seu pai tem que ficar de acordo, além do meu marido.

— Meu pai não está se importando, acredite, dona Ellie, eu o conheço bem. E o senhor Dean, deixa que eu converso com ele.

— Eu não sei se é o certo a fazer.

— Não precisa ser o certo, apenas me ajude, por favor.

Ellie percebeu que Nathan estava totalmente desorientado e meio com vergonha de se expressar e os olhos do rapaz estavam lacrimejando. Deixou-o entrar, meio hesitante, mas seu coração estava pequeno ao ver a situação do amigo de sua filha. Enquanto isso, Daniel e Marcos conversavam na moto em direção à escola de Hayan.

— Eu não consigo entender porque você age assim com Nathan. — Disse Daniel.

— Ele é filho de um assassino. Sem falar que eu não vou com a cara dele.

— Isso não justifica. E ele ser filho de um assassino não o torna um assassino.

— Eu não convivi com meus pais. Aqueles idiotas me abandonaram em um orfanato. Mas meu pai era motoqueiro e eu tenho essa paixão por motos no sangue. Querendo ou não sempre puxamos nossos pais em alguma coisa.

— Eu não consigo compreender isto, Marcos. O que meu pai fez para manter o sigilo da Havin, tudo que ele ainda faz é muito extremo para mim. Ele sim está mais perto de ser um assassino.

— Não culpo seu pai, Daniel. Ele fez por mim o que os meus não fizeram. Ele é como um pai para mim e você é como um irmão. E temos poderes, o que ele faz é para nos proteger.

— Eu acho que você tem razão. Mas, o senhor Denovian não consegue me considerar como um filho. Talvez ele tenha mais afeição por você do que por mim que sou sangue.

— Você é parecido com ele.

— Com ele quem? Meu pai?

— Com o lerdão, Nathan.

— Sou? Por quê?

— Fala muito e às vezes merece apanhar. No fundo vocês sentem que seus pais são uns cretinos, mas não conseguem deixar de amá-los.

— Você sabe que temos que proteger o Nathan.

— Eu não faço parte desta missão. E eu não gosto dele. Simples assim.

— Isso tem a ver com a May?

— Não sei. Vamos parar o papinho? — Disse Marcos parando a moto em frente à escola para Daniel descer.

— Marcos, mude. Você tem um bom coração, use-o.

Marcos balançou a cabeça e disse — pare de ser idiota. Sai daqui antes que eu te bata. — Logo após, acelerou sua moto e partiu. Daniel sorriu, e permaneceu em direção à escola. No caminho, encontrou-se com Johnny.

— Veio aqui visitar o papai, vira lata? — Questionou Johnny, sorrindo.

— Cala a boca Johnny, não me tire do sério.

— Jamais faria isto. Não quero ver você se transformando em algum animal aqui.

— Então me deixe em paz, posso acabar com o sigilo da Havin facilmente, mesmo sem querer, você sabe.

— Seu pai não gostaria que isso acontecesse, não é mesmo, cachorrinho? – Disse Johnny, provocando.

Daniel se calou, apressou-se e entrou na escola antes que algo ruim pudesse acontecer. Johnny ficou para trás.

— Muito em breve a Havin deixará de existir mesmo. E esse mundo, controlado pelos humanos estúpidos será nosso, dos dekais. — Disse Johnny, parado, olhando para a escola de Hayan.


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