I'm Not Okay escrita por senhoritabombonzinho


Capítulo 3
Capítulo 3




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O público nem ao menos havia se levantado para sair, o último acorde da banda ainda pairava no ar, uma cacofonia de xingamentos e gritos se sobrepôs à melodia estudantil. Peter era escoltado para fora do vestiário, seus punhos ainda cerrados, enquanto o treinador e outros jogadores lutavam para contê-lo. Patrick vinha logo atrás, apoiado pelo restante do time, seu rosto ensanguentado, uma dolorosa evidência do tumulto que havia ocorrido dentro do vestiário.

Aquela cena não fazia parte dos planos de Íris, e ela sentiu um aperto no peito ao testemunhar a agressividade e a violência que haviam se desencadeado. O caos não era o que ela esperava, mas naquele momento, a loira viu-o como um efeito colateral inevitável.

Quando os olhos de Peter se encontraram com os de Maddison, que assistia àquela cena em choque, a garota foi alvo de uma enxurrada de insultos que enfatizavam o quão promíscua ela era. Peter estava completamente descontrolado, e o treinador teve que fazer um esforço colossal para retirá-lo daquele tumulto. Um burburinho começou a se espalhar pelas arquibancadas, com alguns alunos se divertindo à custa da desgraça alheia e os adultos indignados com a cena que presenciaram.

O diretor precisou correr até o microfone para acalmar a situação, assegurando que estava tudo sob controle e que as medidas cabíveis seriam tomadas. No entanto, todos sabiam que essas eram promessas vazias, já que raramente algo significativo era feito diante da violência à qual alguns estudantes eram submetidos. Maddison correu em direção a Peter, com lágrimas nos olhos, perguntando o que havia acontecido. Não demorou muito para que ela visse o enorme cartaz com sua foto beijando Patrick estendido no pátio. Peter lançou a Maddison um olhar carregado de raiva, pronto para continuar com os insultos, mas o treinador interferiu e o empurrou para dentro da escola. 

A morena, tomada pelo ódio, gritava enquanto tentava desesperadamente rasgar o cartaz era uma cena tocante, até, um tanto quanto desmedida, mas no fundo tocante. Logo, outros estudantes se aglomeraram ao redor, e a garota perdeu completamente a cabeça, exigindo que a deixassem em paz e adentrou a escola aos tropeços.

Patrick foi levado às pressas para a enfermaria, e aos olhos de Íris, aquela situação deixaria uma cicatriz no rosto do garoto. O mundo dos opressores estava começando a ruir. 

“Isso saiu melhor do que o encomendado.” Frank se aproximou. 

“Eu ainda não acredito que deu certo.” Íris sussurrou. “Onde estão Gerard e Mikey?” A garota olhou ao redor. 

“Biblioteca. Seguros e longe de qualquer suspeita.” Frank fitava o chão. “E a propósito, você estava ótima, tem um talento incrível.” Frank sorriu. 

“Obrigada, eu achei que meu coração fosse saltar pela boca, até o último momento eu pensei em desistir, mas vocês tinham razão, eu danço melhor.” A garota sorriu, parecendo aliviada. “Maddison tem mais com o que se preocupar agora, mas com certeza em algum momento o assunto sobre essa apresentação virá à tona novamente.”

"Teremos tempo para nos preparar para isso" Frank tinha um sorriso tÍmido nos labíos. “E o que faremos agora?”

"Agora, esperamos e comemoramos." Íris fez uma pausa. "Na sua casa?" 

"Me parece boa ideia." Frank sorriu. "Te espero às oito." O garoto se afastou com um uma expressão que beirava ao êxtase.

Pela primeira vez em muito tempo, aqueles que costumavam ser excluídos foram para casa com uma sensação de triunfo. Nada de ruim havia acontecido com eles; passaram despercebidos pelo colégio, como se estivessem em um sonho. A volta para casa foi tranquila, sem passos apressados, sem Gerard e Mikey correndo pela rua. Tudo transpirava paz.

E assim, os jovens se reuniram na casa de Frank, ansiosos por um momento de descontração. Gerard havia conseguido algumas cervejas na despensa de sua casa, e os pais de Frank, em uma rara noite fora, deixaram a garagem à disposição deles. Lá, encontraram um refúgio perfeito, com petiscos saborosos, cervejas geladas e uma playlist repleta de suas músicas favoritas, pronta para embalar a noite.

"Por que vocês dois não voltam?" Mikey perguntou antes de enfiar um pretzel inteiro na boca.

"Não é tão simples," começou Frank.

"Como não? Vocês são um casal incrível, se conhecem desde sempre, e seus pais são a favor." Gerard rebateu.

"Bom caso não voltem mais, Íris saiba que eu estou solteiro." Mikey passou a mão por seu cabelo e piscou para loira que gargalhou e Frank jogou uma almofada no amigo.

"Por que mesmo estamos falando sobre isso?" Íris desconversou. "Estamos diante de um acontecimento histórico."

"O Peter acabou com o Patrick, cara o quanto eu queria ter visto essa briga." Frank tomou um gole de cerveja.

"Somos pessoas ruins?" Íris questionou, os garotos se entreolharam e gargalharam sonoramente.

"Não passamos nem perto de sermos ruins, só revidamos." Gerard pareceu feliz. "E ainda foi muito pouco perto de tudo o que já fizeram, o que é separar um casal?"

"Temos que ser cautelosos, e guardar o lance do laboratório de química caso aconteça algo" Frank estava serio. "Mikey apague aquela foto, sem vestígios." 

"Já cuidei de tudo." Mikey parecia triunfante. "Todos os rastros foram apagados."

"Quando Peter voltar, teremos que ter cuidado, ele vai voltar em uma versão pior, e para tentar se reestabelecer, ele vai perseguir a gente"  Gerard pareceu preocupado.

"Essa é uma visão bem pessimista, Gee." Íris acrescentou.

"Nós o conhecemos, então devemos aproveitar o quanto podemos e revidar ocasionalmente." Frank deu um longo gole em sua cerveja.

No dia seguinte na escola em todos os corredores, não  havia outro assunto senão o término de Maddison e Peter. A fofoca se espalhou como fogo em palha seca, algumas fotos ainda circulavam pela escola. Durante todo o primeiro horário houve palestras sobre bullying e agressões, era impossível levar aquilo a sério depois do que muitos estudantes viviam naquela escola. 

Peter havia sido suspenso, ficaria ao menos uma semana fora, Patrick precisou de repouso após levar pontos no nariz e boca e Maddison não havia aparecido naquela manhã. As aulas pareceram mais interessantes, na hora do intervalo não havia olhares perversos. Pela primeira vez a escola pareceu um bom lugar para se estar, e os excluídos souberam aproveitar bem a calmaria.

Na manhã seguinte, a escola parecia estar de volta à sua rotina habitual. As aulas transcorreram com relativa normalidade, e os corredores não mais ressoavam com os cochichos e risinhos maliciosos que tinham se tornado tão comuns nas últimas semanas. No entanto, Íris percebeu que a sensação de tranquilidade era frágil, como se estivesse à espera de algo sinistro no horizonte.

Maddison, para surpresa de muitos, apareceu na escola com um sorriso triunfante no rosto, como se nada houvesse acontecido. Ela desfilava pelos corredores com confiança, exalando uma aura de inabalabilidade. Íris, no entanto, estava determinada a evitar qualquer confronto com a garota e fez o possível para se manter longe de seu caminho durante o treino das cheerleaders.

O treino ocorreu com Maddison liderando com autoridade. Ela dava instruções precisas, demonstrando movimentos e posições com uma confiança que não demonstrava abalar-se com os recentes acontecimentos. Íris, ainda que ansiosa e cautelosa, seguiu as orientações, retomando os saltos e os movimentos com o grupo. A tensão no ar era palpável, e Íris não podia deixar de sentir que algo estava prestes a acontecer. Maddison, ao passar por ela com seu grupo de seguidoras, exibiu um sorriso malicioso que deixou claro que as hostilidades estavam longe de terminar.

Após a aula, Íris tomou o caminho de casa, como sempre com seus fones de ouvido. Naquele dia, estava sozinha, pois Frank havia se dirigido em outra direção para buscar algumas toalhas de mesa na lavanderia de sua mãe. Antes que ela pudesse sequer chegar ao quarteirão seguinte, foi surpreendida por uma emboscada de Maddison, que estava acompanhada por suas fiéis líderes de torcida e alguns jogadores do time.

"Olá, Íris," Maddison cumprimentou com um sorriso presunçoso, seus olhos brilhando de malícia.

"Maddison," Íris parou em frente à garota, cautelosa, enquanto a morena a observava com um sorriso perverso.

"Eu gostei muito da nossa última apresentação, seus passos foram incríveis," Maddison zombou, mantendo um tom de deboche. "Não tivemos tempo de conversar sobre isso."

"Eu preciso ir para casa," Íris deu um passo hesitante para trás. "Podemos falar amanhã no treino."

As líderes de torcida e os jogadores riram, aproveitando o medo evidente na voz de Íris. Foi então que ela notou algo estranho com aquele grupo: latas de tinta e sacos de conteúdo desconhecido. Um arrepio percorreu sua espinha, sinalizando que algo estava prestes a dar muito errado.

"Vamos falar sobre isso agora," Maddison deu um passo à frente, sua expressão séria e seu olhar ameaçador. "Você quer atenção, eu vou te dar toda a atenção que você merece."

Antes que Íris pudesse reagir ou fugir, os jogadores a seguraram com firmeza. As garotas que acompanhavam Maddison entregaram-lhe latas de tinta, e a morena parecia se deleitar com a visão de Íris chorando e lutando enquanto ela lançava tinta sobre ela. Enquanto isso, as líderes de torcida cobriam Íris com penas, vinda dos sacos misteriosos. Era uma humilhação cruel que a morena estava infligindo, e parecia se regozijar ao notar a expressão de desespero da loira, que se via impotente sob o ataque, com as lágrimas e a tinta misturando-se em seu rosto.

"Agora com certeza você está pronta para dar um show," Maddison gargalhava, seguida por seus amigos, que abandonaram Íris no estado lamentável em que a deixaram e saíram triunfantes.

Íris recolheu seus livros do chão, passou a mão pelo rosto na tentativa de remover o excesso de tinta e penas da área dos olhos, e começou a caminhar em direção à sua casa. As pessoas na rua lançavam olhares zombeteiros para ela, e a garota apressou o passo, sem ter ideia de como inventar uma história para seus pais que explicasse o motivo de estar coberta de tinta e penas. Ela considerou a ideia de entrar pela porta dos fundos e se esgueirar até o banheiro para evitar explicações, mas, para o seu azar, seu pai estava em frente à casa, regando as plantas.

"Filha, o que aconteceu?" O homem largou o regador e se aproximou da loira com uma expressão de preocupação.

"Nada demais, pai," respondeu Íris, embora sua voz não transmitisse confiança. "Foi apenas um trote por causa da nossa última apresentação," acrescentou, enquanto passava a mão pela testa na tentativa de remover o excesso de tinta do cabelo.

"Isso me parece tinta industrial, meu bem," observou o pai, visivelmente preocupado. "Precisamos tirar isso de você." Com um tom paternal, ele conduziu a filha até os fundos da casa. "Helena!" O homem chamou por sua esposa enquanto ajudava a filha a tirar o tênis encharcado de tinta.

"O que está acontecendo aqui?" A mulher arregalou os olhos ao ver o estado da filha. "O que aconteceu, Íris?"

"Amor, parece ser tinta industrial," explicou o pai com preocupação. "Vamos precisar de removedor, e talvez seja melhor levá-la ao médico, pois isso pode causar intoxicação."

"Eu estou bem, pai," Íris tentou tranquilizá-los, embora estivesse visivelmente abalada pelo ocorrido.

"Vem Íris, eu te ajudo a se limpar, enquanto seu pai vai comprar um removedor. 

A garota foi esfregada com cuidado, sentindo sua pele arder devido à química da tinta e do removedor. Seu cabelo parecia mais um ninho de passarinhos, e somente os melhores shampoos poderiam trazê-lo de volta ao normal. Íris tentou contornar a situação da melhor forma possível, sendo evasiva quando necessário, mas no fundo, ela sabia que seus pais já desconfiavam que algo estava errado.

A campainha tocou, e a mãe de Íris tentava pentear o cabelo da garota enquanto aplicava alguns óleos e verificava a pele pálida da filha em busca de irritações ou alergias. O pai foi atender a porta, e Íris ficou surpresa ao ouvir a voz de Frank e sua mãe do lado de fora.

"O que aconteceu com você?" Frank parecia genuinamente preocupado.

"Foi apenas uma brincadeira das líderes de torcida." Íris riu sem qualquer humor, lançando um olhar de piedade a Frank, que balançou a cabeça, demonstrando que entendia que a responsável era Maddison.

"Você está bem agora?" Frank perguntou, sentando-se ao lado da garota.

"Sinto-me limpa pelo menos", Íris sorriu, mas sua expressão trazia um traço de tristeza.

"Deram um banho de tinta industrial nela", explicou o pai de Íris, encarando os convidados com seriedade.

"Isso é terrível", expressou a mãe de Frank, visivelmente consternada. "Algo muito errado está acontecendo nessa escola. Ouvi falar de uma briga no último jogo que precisou ser suspenso, e os filhos dos Ways parecem sempre estar machucados."

"São só brincadeiras", afirmou Frank, olhando para Íris.

"Está ficando perigoso, precisamos falar com o diretor", insistiu o pai de Íris, indicando para que a mão de Frank se sentassem. "Essas brincadeiras de péssimo gosto precisam ser contidas."

Os jovens trocaram olhares, cientes de que a intervenção dos pais só complicaria ainda mais o drama do ensino médio e o bullying.

"Ah, qual é?! Não viemos falar da escola", Frank desconversou. "Viemos falar de coisas boas, não é, mãe?"

"Claro, viemos convidar a Íris para passar o fim de semana conosco na casa de praia, claro, se ela estiver se sentindo bem e vocês consentirem", disse a mãe de Frank com um olhar gentil.

"Bom, se a Íris quiser e não tiver nenhuma reação à tinta, por mim tudo bem", concordou o pai de Íris, encerrando o assunto.

"Vai ter que caprichar no filtro solar, mocinha", brincou Helena, observando as bochechas avermelhadas da filha.

"E aí, o que você diz?", perguntou Frank, com um sorriso convidativo nos lábios.

"Vai ser legal, faz muito tempo que não vamos à praia."

"Saímos no sábado de manhã", anunciou a mãe de Frank, animada.

Os adultos se dirigiram à cozinha para tomar café e conversar um pouco, como sempre faziam, deixando os jovens sozinhos na sala.

"O que aconteceu?", Frank sussurrou, certificando-se de que os adultos estavam fora de alcance.

"Maddison revidou", respondeu Íris, quase inaudível. "Ela não esqueceu da apresentação."

"Você está realmente bem?"

"Eu fui quase esfolada para conseguir me livrar da tinta, mas vou ficar bem."

"Ainda temos a cartada do laboratório", Frank tentou consolá-la.

"Depois pensamos sobre isso, agora quero falar sobre a praia", Íris se recostou no sofá. "Foi ideia sua me convidar?"

"Sim, pensei que pudesse ser legal e sei que você adora a praia", Frank riu timidamente.

"Vai ser ótimo nos afastarmos de tudo, ao menos por um fim de semana", a garota pareceu desanimada.

Frank a abraçou, era um abraço apertado que transmitia, acima de tudo, cuidado. Íris não foi à aula no dia seguinte; seus pais acharam melhor que ela ficasse em casa, passasse as pomadas sugeridas pelo médico da família e descansasse. Íris não reclamou; pelo contrário, aproveitou o dia do modo que mais gostava, ouvindo música e perdida em seus profundos pensamentos. Ela teve bastante tempo para arrumar sua mala para a viagem com a família de Frank. Graças às pomadas, sua pele já havia praticamente voltado ao normal.

Depois de alguns cremes, seu cabelo estava macio e sedoso novamente. Ela se sentiu aliviada; o laço de líder de torcida estava manchado de tinta, e num impulso, a garota o jogou no cesto de lixo. Não via mais motivo para fazer parte daquilo. Maddison sempre venceria, independentemente de ser confrontada ou não. Íris não via razão para continuar em algo que só lhe causava dor.

Enquanto arrumava sua mala, Íris sentia-se extremamente empolgada com a ideia de passar um tempo com Frank, como nos velhos tempos. Tinha certeza de que o garoto a faria sentir-se melhor, e estar perto do mar faria com que todas as aflições desaparecessem.

À noite, depois de uma longa inspeção dos pais, Íris foi liberada para viajar. Sua pele estava bem, a crise da tinta industrial havia ficado para trás. Era por volta das oito quando, sem aviso prévio, Frank bateu à sua porta com um sorriso radiante nos lábios.

"Então, tudo certo para amanhã?" Frank a observava com ansiedade, os olhos brilhando de empolgação.

"Malas prontas e nenhuma alergia." A garota respondeu prontamente, exibindo um sorriso.

"Passaremos aqui às sete e meia." Frank parecia animado, ansioso pelo dia seguinte.

"Estarei pronta." Íris retrucou, o rosto iluminado por um sorriso divertido.

Os jovens conversaram mais um pouco, compartilhando histórias sobre o dia na escola. Parecia um dia comum, com os excluídos se esgueirando pelos corredores e Maddison agindo como uma verdadeira tirana. No entanto, felizmente, pelo menos durante aquele fim de semana, Frank e Íris não precisariam se preocupar com aquele cenário.

A loira acordou cedo no dia seguinte, pronta para a viagem, uma hora antes do horário combinado com Frank. Seus pais até cogitaram a ideia de que os jovens haviam reatado o namoro, dada a empolgação de Íris e o modo como ela falava de Frank. No entanto, eles continuavam apenas com uma amizade que, talvez, merecesse ser mais.

A garota conferiu mais uma vez se tinha tudo o que precisava e depois se juntou aos seus pais para tomar o café da manhã. Às sete e meia em ponto, a campainha tocou, e Íris correu para atender. Frank estava lá, com um sorriso radiante no rosto e um brilho travesso nos olhos. O carro de sua mãe estava estacionado na rua, e a mulher acenou para Íris de dentro do veículo.

"Pronta para a aventura?" Frank perguntou, com entusiasmo palpável.

"Com certeza!" Íris respondeu, contagiada pelo entusiasmo do amigo. Ela se despediu dos pais, assegurando-os de que tomaria cuidado e que eles não precisavam se preocupar.

A viagem até a casa de praia da família de Frank foi uma experiência agradável. Os pais de Frank eram simpáticos e acolhedores, proporcionando música dos anos 80 no rádio do carro, compartilhando doces e conversando de maneira leve durante as duas horas de percurso até o litoral. Quando finalmente chegaram, Íris se sentiu envolvida por uma sensação de nostalgia e bem-estar. A casa, com sua atmosfera arejada e a vista para o mar, trouxe à tona ótimas lembranças para Íris, que já havia estado ali antes.

Depois de se acomodarem na casa, Frank convidou Íris para dar uma volta na praia. O céu estava límpido, pintado de azul intenso, e o cheiro revigorante da maresia enchia o ar. Gaivotas planavam graciosamente no céu, e ao longe, vislumbravam-se algumas embarcações navegando nas águas cintilantes.

"Eu senti falta disso," Íris comentou, olhando em volta com um sorriso nos lábios. Era como se todos os problemas da escola e as dificuldades recentes tivessem se dissipado na brisa do mar. “Isso aqui parece uma obra de arte.” 

Frank observou a garota e concordou.. “É uma visão linda mesmo.” 

Os jovens aproveitaram aquela manhã ao máximo. Começaram com sorvetes que degustaram enquanto caminhavam pela praia, deixando o frescor das ondas molhar levemente seus pés. Mergulharam no mar, desafiando as ondas e rindo de cada vez que uma delas os derrubava. As conversas fluíam de forma leve e despreocupada, abordando tópicos aleatórios e desprovidos de sentido, mas isso só aumentava a diversão.

Após um mergulho revigorante, os pais de Frank decidiram levar os jovens para almoçar em um dos restaurantes favoritos do garoto. Lá, desfrutaram de uma refeição deliciosa e, como se não bastasse, decidiram visitar amigos na região, deixando a casa inteira à disposição dos jovens. Era como se o tempo tivesse congelado naquele momento, permitindo-lhes desfrutar da companhia um do outro sem preocupações ou responsabilidades.

"Certo, o que você quer fazer agora?" Frank pegou dois refrigerantes na cozinha e ofereceu um a Íris, que aceitou com um sorriso.

"Podemos simplesmente relaxar, ou você tem algum plano em mente?" A expressão da garota era serena e despreocupada.

"Que tal assistirmos a um filme? Está muito quente para pensar em fazer qualquer coisa muito movimentada." Frank riu e pegou o notebook dos pais, retornando ao quarto onde estavam hospedados.

Os jovens se acomodaram no quarto, que tinha enormes janelas que deixavam a luz do sol entrar e uma cortina esvoaçante que criava uma atmosfera leve e relaxante. A brisa fresca tornava o ambiente ainda mais agradável. Deitados lado a lado, Íris acariciava o cabelo de Frank com ternura enquanto o filme começava a rolar na tela do notebook. No entanto, o filme logo se tornou secundário, logo os jovens estavam entretidos um com o outro.

Os lábios de Frank roçavam pelo pescoço de Íris deixando os pelos da garota eriçados, a garota gargalhou com a situação e Frank pôde sentir as suas cordas vocais vibrarem. As mãos passeavam pelo corpo um do outro, expondo algo novo que até aquele momento não havia sido vivenciado por nenhum dos dois, não demorou até que os jovens se entregaram um ao outro com delicadeza, cuidado, explorando aquela intensa experiência.

Se o dia já estava quente, com certeza os jovens sentiram a temperatura se elevar um pouco mais, entre leves sussurros e gemidos abafados, descobriram uma nova forma de amar. Eles permaneceram abraçados, enquanto recuperavam o fôlego. 

“Está tudo bem?” O garoto retornou ao quarto com uma garrafinha d’água nas mãos. “Eu queria que tivesse sido mais romântico, eu planejava rosas e chocolates, talvez.”

“Você me trouxe até o paraíso de formas diferentes.” Íris sorriu da expressão desconcertada de Frank.

A tarde transcorreu de maneira serena, e Frank estava excepcionalmente atencioso. No final da tarde, após desfrutarem de um lanche maravilhoso à beira-mar, os jovens ainda se encontravam sozinhos, caminhando pela praia de mãos dadas e trocando beijos furtivos. O sol começava a se pôr no horizonte, e Íris resolveu se sentar na areia para admirar a vista. Frank a acompanhou, e o único som que preenchia o ambiente era o suave murmúrio das ondas que quebravam na costa.

Eles permaneceram ali, perdidos em seus pensamentos e na tranquilidade do momento. Íris inclinou a cabeça para trás, sentindo a brisa suave acariciar seu rosto enquanto observava as cores quentes do pôr do sol pintando o céu. O laranja e o rosa se mesclavam de maneira espetacular, criando uma paisagem deslumbrante.

Frank observava Íris com carinho, fascinado pela serenidade e beleza da garota. Ele passou o braço ao redor dos ombros dela, puxando-a suavemente para perto, e os dois ficaram ali, lado a lado, compartilhando o silêncio e a paz do momento.

À medida que o sol se aproximava do horizonte, o céu ganhava contornos escuros e algumas estrelas tímidas começavam a aparecer, pontilhando o firmamento noturno.

Frank olhou fixamente para o mar, perdido em seus pensamentos, antes de finalmente romper o silêncio. "Eu preciso de você de volta na minha vida, totalmente e completamente", disse com sinceridade.

Íris sorriu docemente e se aproximou dele. Ela depositou um beijo suave na bochecha do garoto. "Eu aceito", respondeu com ternura. "Eu também preciso de você." 


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Notas finais do capítulo

XoXo



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