Dias depois, mais algumas coisas se passavam.  Shiryu, embora ainda esteja triste e arrasado por não ter sua amada em seus braços, procurava levar a vida, mas estava difícil.  Seu coração implorava por sua amada, e volte e meia era pego tendo uma profunda crise de choro.  Seus amigos começavam a se preocupar seriamente com ele, dado seu estado depressivo.

SEIYA:  Pobre Shiryu...  arrebataram dele seu grande amor.  Maldito Tube – cerrava os punhos, cheio de ódio.

SERENA:  É verdade, meu lindo Pegasus.  Mas não podemos deixa-lo assim, precisamos dele para lutar, pois é o líder do grupo.  Se pudéssemos fazer algo por ele...

SEIYA:  Fazer algo por ele...  acho que já sei como – diz.

Minutos depois, estava a conversar com o amigo de longa data.

SHIRYU:  O que...  me chamando para almoçar...  com você e a Serena? – indaga.

SEIYA:  Sim, Shiryu.  Você precisa da companhia dos amigos, para ajuda-lo a se manter em pé.  Sabemos o quão preocupado está com Lita, mas você não está sozinho.  Por que não vem comigo e com a Serena?

Apesar de gostar da companhia de ambos, Shiryu sente que será um fardo.

SHIRYU:  Bem...  eu gosto de estar com você e a Serena, são meus grandes amigos.  Mas...  sem a Lita...  eu só estaria sendo mais um na multidão.

SEIYA:  Que bobagem!  Estamos querendo ajudar-te, homem de Deus. 

Vendo que Seiya é sincero, Shiryu se decide.

SHIRYU:  Bem, já que faz questão...  eu vou! – coloca a mão no ombro do amigo.

Uma hora depois, Shiryu, junto com Seiya e Serena, estavam a se dirigir a um refeitório.  Mas qual será?  Lua, a tutora de Serena, estava com ambos.

SHIRYU:  Bem, Seiya, onde é que nós vamos comer? – indaga.

SEIYA:  No meu lugar preferido, até a Serena já foi comigo uma outra vez, e também a Seika e o Sammy...

Lua, por sua vez, falava baixo com Serena.

LUA:  Serena...  não me diga que ele vai levar o Shiryu pra comer naquele podrão sujo e horrível que vocês foram daquela vez? – indaga.

SERENA:  Pela direção que estamos tomando, pode crer que sim – diz, com uma voz meio sem graça.

Eis que, enfim, chegam ao local indicado por Pegasus; Bola Sete Refeições Caseiras.

SHIRYU:  Bola Sete...??  É esse o lugar que você me falou? – indaga, surpreso.

SEIYA:  Sim!  Aí tem a melhor comida caseira de Juuban.  Vamos entrar?

E os heróis entram no podrão.   No entanto, o que não sabiam é que Oyubu, servo de Barrabás, os espiava à distância, pronto para mais uma tramoia.

OYUBU:  Então eles foram comer num reles podrão...  isso me deu uma ideia!

Qual será a próxima trama de Tube?  O que eles pretendem fazer no podrão do Bola Sete?

Nisso, eis que o velocista e cuspidor de chamas do Império Tube entra em contato com seus superiores.

BARRABÁS:  Como?!  O Príncipe Dragão...  ele está com seus amigos...  comendo num reles podrão?  E o que tem a ver isso com nosso plano de conquista da Terra?

OYUBU:  Podemos realizar uma operação de combate dentro do próprio local onde ele e seus amigos estão a comer.  Podemos botar um poderoso veneno na comida deles, e aí, será o fim deles.

Apesar da ideia soar meio que ridícula, de início, Zeba acaba por gostar da sugestão de Oyubu. 

ZEBA:  Hum...  envenenar a comida dos heróis para nos livrarmos deles...  muito bem, Oyubu – e convoca mais um monstro subterrâneo para aquela operação de ataque – Monstro Subterrâneo Goumezdogla...

E mais um monstro horrendo e nojento é retirado de sua hibernação na câmara refrigerada.  O que será que aguarda nossos heróis?

Enquanto isso, algumas coisas se passavam no podrão do Bola Sete, lugar onde Seiya gosta de “encher a pança”.  Pegasus, junto com sua amada Sailor Moon, e mais o Dragão, que com eles estava, como forma de poder aliviar um pouco seu coração das preocupações com o bem-estar de Sailor Júpiter, estavam à espera da refeição de Bola Sete, que estava a terminar de preparar o rango do dia.  E por sinal, uma gororoba pra lá de indigesta, pois todos os amigos de Seiya que ali comiam – com exceção do próprio – saíam literalmente passando mal, prestes a “chamar o Raul”.  No entanto, mal sabiam nossos amigos que eles estavam prestes a cair numa arapuca de Tube. 

SHIRYU:  Seiya...  tem certeza que a comida daqui é boa?  Já ouvi outros amigos nossos falarem que aqui é um ambiente podre, que eles chegaram até a vomitar o que aqui comeram...

SEIYA:  Bobagem, Shiryu!  O rango do Bola Sete é só para quem tem estômago de ferro, igual o meu.  Até o meu amor já veio comigo aqui outras vezes, e saiu numa boa – ri.

SERENA:  Verdade, no começo, eu estranhava, mas depois me acostumei com as gororobas daqui...

BOLA SETE:  Olá, meus amigos, prontos para provar mais um prato supimpa do Bola? – indaga o proprietário do estabelecimento, um homem alegre, gordo, cheio de tatuagens nos braços, barba mal feita e com palito no canto da boca.

SEIYA:  Olá, meu caro Bola.  Claro, e hoje trouxemos um cliente novo; Shiryu!

BOLA SETE:  Shiryu, o grande...  o Seiya já me falou de você uma outra vez, e pelo que eu vejo, é uma excelente pessoa.

SHIRYU:  Olá, Bola, muito obrigado – diz, meio sem jeito.

BOLA SETE:  Esperem um pouco, que já volto com o seu pedido.

E vai até a cozinha.  No entanto, o que o alegre cozinheiro não sabia é que uma armadilha de Tube estava preparada contra ele.  Eis que o monstro Goumezdogla, enviado por Zeba, estava ali escondido, e sorrateiramente, surpreende o pobre cozinheiro, agarrando-o por trás.  Mesmo lutando para se libertar, é dominado pelo enviado de Tube, que o aprisiona numa espécie de casulo de pedra, e em seguida, assume a forma do mesmo.  Logo depois, despeja um pó transparente nas refeições de Seiya, Shiryu e Serena, que deve ser veneno!  Oh, não!  Nossos heróis correm sério perigo, e ainda não se deram por conta disso.  Será que eles irão comer essa gororoba envenenada? 

Minutos depois, eis que Bola Sete – o falso, que era o monstro de Tube disfarçado – chega trazendo os pratos pedidos pelos heróis. 

BOLA SETE (falso):  Olá, desculpem a demora, eu estava no banheiro – embromando.

SEIYA:  Tudo bem, Bola, sem problemas – sorri.

BOLA SETE (falso):  Espero que esteja gostoso, amigos – e diz de forma malvada, em pensamento – Tomara que tenham uma morte imediata, sem sofrimento.

No entanto, Lua, que estava ao lado de Serena, sente algo estranho no ar, uma energia maléfica.  E a sentia emanar do próprio cozinheiro.

LUA (pensando):  Estou sentindo uma energia maligna no ar...  e vem desse cozinheiro!  Temo que não seja humano.

E de fato, não é.  Eis que Shiryu e Seiya, sem saber se tratar de uma cilada, saboreiam a gororoba do Bola Sete, que estava envenenada.  Serena, por seu turno, fica meio relutante.

SERENA (pensando):  Por que tenho a impressão que tem algo estranho no ar?

LUA:  Oh, não, Serena... – e a agarra na perna.

SERENA:  Lua?!  O que está havendo? – se assusta.

LUA:  Serena, não coma essa comida!  Tem algo errado no ar.

SERENA:  Algo errado...  como assim?

Nisso, eis que Shiryu e Seiya começavam a passar mal.

SHIRYU:  AAAAAAAAAAA  eu...  me sinto...  mal...

SEIYA:  UUFFFFFFF  eu...  também...

Até que acabam desmaiando.

SERENA:  NÃO!!!!  Amor...  Shiryu... – e olha para o cozinheiro – O que você fez com o meu amor e com o meu amigo? – chorando de raiva.

BOLA SETE (falso):  Que pena que você não comeu minha comida envenenada, sua guria intrometida.  Mas não importa, o Senhor Zeba ficará feliz em saber que eliminei seus amigos.

SERENA:  O que...  Zeba?  Então você é...

E eis que o monstro Goumezdogla remove seu disfarce, uma vez que fora desmascarado por Sailor Moon.  Era um monstro bizarro, com gorro de chef, uma enorme faca na mão direita, como se fosse uma espada, e a mão esquerda em forma de garfo, como sendo uma garra.

SERENA:  Como eu devia imaginar...  você é um monstro a serviço do Tube.  Cadê o verdadeiro Bola Sete?  E o que você botou na comida do meu namorado e do meu amigo?

O monstro nada dizia, já que removera seu disfarce.  Parte com tudo pra cima de Serena, determinado a mata-la. 

LUA:  Cuidado Serena!  Esse monstro é muito forte – diz.

SERENA:  Sim, e já sei o que fazer – pega o broche de transformação – PELO PODER DO PRISMA LUNAR!!!!!

Como não havia mais civis ali perto, para vê-la se transformar, acaba invocando seu alter-ego de guerreira diante do monstro.  Sailor Moon ação!

No esconderijo de Tube, os bandidos observavam a tudo, atentos.  No entanto, Igan tinha a certeza que o plano fora por água abaixo.

IGAN:  Pegasus e Dragão comeram a gororoba envenenada, mas Sailor Moon se salvou.  Como ela descobriu nosso plano? – indaga.

ZEBA:  Ao menos, os dois mais poderosos guerreiros da Irmandade foram envenenados pelo poderoso veneno de Goumezdogla.  E até que morram pra valer, é questão de pouco tempo.  HEHEHEHEHEHEHEHEHEHE

Goumezdogla ataca com tudo, obrigando Sailor Moon a recuar por um tempo.  Com um clarão, ofusca a visão do monstro, até conseguir fazer contato com os demais.

SERENA:  Pessoal, perigo!  Seiya e Shiryu foram envenenados.  Preciso de ajuda, rápido!  Estamos no podrão do Bola Sete...

REI:  O quê?? – diz, no comunicador – já estamos a caminho!

Todos os demais heróis dirigem-se ao local onde Serena estava a enfrentar o monstro Goumezdogla.  No entanto, não tinha como lutar com força total, pois precisava proteger Seiya e Shiryu, que se encontravam envenenados.  O monstro aponta o braço direito para a frente, arremessando sua própria mão de espada, como se fosse um míssil.  Serena consegue desviar, mas, vendo que era hora de jogar sério, recorre a uma de suas transformações extras.

SERENA:  Isso pede medidas drásticas – e recorre ao poder Super – PODEROSA SUPER SAILOR MOON!!!!

Em seguida, saca seu cetro mágico, que lembra uma espada.  Goumezdogla volta a atacar, mas Sailor Moon, agora, consegue lutar de forma equilibrada.  Nisso, para piorar ainda mais a situação, chega Barrabás, um dos comandantes de campo de Tube, acompanhado dos Soldados Angla.

BARRABÁS:  Alto lá Sailor Moon!  Não tente nenhuma gracinha, ou eles já eram – aponta sua espada para Shiryu e Seiya, ainda moribundos.

SERENA:  Barrabás...  como pode ser tão covarde? – protesta.

BARRABÁS:  Já disse para não tentar nenhuma gracinha, ou seu namorado e seu amigo estão perdidos, e estou falando sério! – ameaça.

Como não pode jogar com as vidas de Seiya e Shiryu, Serena se vê obrigada a se render. 

BARRABÁS:  HAHAHAHAHAHAHAHA  Finalmente eu tenho em meu poder os guerreiros mais poderosos da Irmandade – se vangloria.

No entanto, para surpresa de Barrabás, os Soldados Angla são atacados por duas correntes, sendo uma feita de energia, e com elos em forma de coração.  Eram Shun, vestindo o traje de Andrômeda, e Mina, já como Sailor Vênus. 

SHUN:  Melhor você recuar e voltar para o lugar de onde veio, Barrabás.  Não queremos brigar com você – diz.

BARRABÁS:  O quê?  Por acaso está gozando de mim, moleque?  Só por essa afronta vai morrer!

Energizando sua espada, dispara violentas rajadas, mas Shun e Mina conseguem pular a tempo.  Nisso, chegam Rini, como Neo Sailor Moon, e Koga vestindo a armadura de Pegasus, para ajudar.  Do outro lado, Saga e Kanon ficam horrorizados, ao ver o estado de Seiya e Shiryu.

SAGA:  Essa não...  eles estão envenenados! – diz.

KANON:  Precisamos salva-los o quanto antes, e não há tempo a perder.

Os gêmeos pegam Dragão e Pegasus nos braços para salva-los.  Do outro lado, Barrabás os vê tentando levar embora os cavaleiros moribundos.

BARRABÁS:  Onde pensam que vão?  Daqui ninguém sai! – ameaça.

MINA:  CASCATA DE VÊNUS!!! – dispara seu ataque.

Barrabás consegue bloquear o ataque de Vênus com sua espada, no entanto, isso dá aos heróis tempo de retirar-se dali, levando Seiya e Shiryu a um lugar onde possam deles cuidar.

No Templo Hikawa, Seiya e Shiryu são deitados em colchões.  Seus amigos verificam seus batimentos, e notam que tanto as pulsações como a respiração estavam a ficar mais fracas, em função do veneno de Goumezdogla.

IKKI:  Como eles foram ficar assim? – indaga.

SERENA:  O Seiya convidou a mim e ao Shiryu para comer lá no Bola Sete...

REI:  Bola Sete? – interrompe – Credo, aquele lugar é horrível!  Fui lá uma vez, e saí passando mal a beça...

SERENA:  Pois é, já fui lá uma vez com o Seiya, e mais a Seika e o Sammy, mas tudo correu bem.  Só que agora foi pior; um monstro de Tube tomou o lugar do verdadeiro Bola Sete, e nos deu comida envenenada.  Tive sorte de ter sentido um desconforto, antes mesmo de me servir, e a Lua me avisou a tempo, mas não deu tempo de avisá-los.  E agora?  Como vamos salvar o meu amor, e o nosso amigo? – chorava sem parar.

MINA:  Serena... -  a abraça, também em meio às lágrimas.

Nisso, eis que Dohko se lembra de algo.

DOHKO:  Esperem!  Acho que sei de uma forma para salvarmos Shiryu e Seiya.

SHURA:  Você sabe, Dohko?  E qual é? – indaga.

DOHKO:  Lá em Rozan, nos cinco picos sagrados, há uma erva medicinal, capaz de neutralizar todo e qualquer veneno.  Se formos até lá, e trouxermos um pouco desta erva, podemos salvar Dragão e Pegasus.

CAMUS:  Mas os picos de Rozan estão distantes daqui, como vamos salva-los a tempo?

SETSUNA:  Esqueceu que eu sou a guardiã do portal dimensional, Camus? 

MICHIRU:  É mesmo!  Graças aos seus poderes especiais, Setsuna pode nos levar até lá.

SETSUNA:  Eu irei com Dohko até Rozan.  Vocês precisam ficar, para o caso de um novo ataque de Tube.

HARUKA:  É verdade...  enquanto aqueles que são considerados os mais fortes da nossa Irmandade estão moribundos, cabe a nós aqui lutar para impedir o avanço da corja do Zeba.

E assim estava decidido!  Dohko e sua amada Setsuna iriam juntos a Rozan, onde ambos viviam até um tempo atrás, buscar a erva medicinal que só cresce nos arredores dos cinco picos sagrados, como forma de salvar as vidas de Seiya e Shiryu.  No entanto, Oyubu estava a escutar tudo escondido, e comunica Zeba e Barrabás.

BARRABÁS:  O quê?  Existe uma chance de salvar as vidas de Dragão e Pegasus? – indaga, indignado.

OYUBU:  Sim, Senhor Barrabás.  Nesse momento, o Cavaleiro de Libra e sua noiva, a Sailor Plutão, vão se dirigir para Rozan, através de um portal que a guardiã temporal pretende abrir.

ZEBA:  Impeça-os de fazer isso, imediatamente! – ordena.

OYUBU:  Sim, senhor.

Nisso, eis que Setsuna, usando uma das chaves que carrega penduradas em sua cintura, faz abrir uma porta temporal, que leva diretamente a Rozan.

SETSUNA:  Bem, amigos, meu amor e eu vamos buscar em Rozan a salvação para Shiryu e Seiya – diz.

DOHKO:  Boa sorte a todos vocês na luta contra Barrabás e sua malta.

Ambos entram no portal temporal, mas antes que o mesmo se feche, um raio de luz super veloz surge, surpreendendo a todos ali.

HYOGA:  Que raio de luz é esse? – indaga.

E entra no portal, antes que o mesmo se feche por completo.

AMI:  Um raio de luz entrou no mesmo portal por onde eles passaram!  Será que pode...?

IKKI:  A essa velocidade toda, só pode ser...  OYUBU!!!

Ikki estava certo!  Oyubu, o velocista de Tube, acabara de passar pela porta temporal, por onde Dohko e Setsuna passaram, e estava a segui-los.