Saint Moon Tube escrita por OrochiYashiro


Capítulo 49
O cogumelo anabolizante




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Dias depois, algumas coisas se passavam durante um jogo de beisebol de um grupo de crianças.  Tudo parecia correr bem, exceto pelo fato de um bando de valentões querendo perturbar um outro garoto que não é dado a brigas, nem é muito bom em esportes.  Mas, mesmo assim, insistiam em provoca-lo, instigar a discórdia. 

 

MENINO 1:  Vai, seu covarde, quero ver você bater essa...  o que eu duvido muito! – provocava. 

 

Mesmo assim, o garoto retraído, ainda que com um certo receio, empunha o bastão, disposto a topar o desafio de rebater uma bola.  No entanto, quem não tem confiança em si mesmo fracassa sempre, e isso é um fato mais que comprovado.   

 

MENINA:  Vai Ichiru...  você consegue! – tentando dar uma moral ao menino fraco. 

 

Ichiru, como ele se chama, tenta dar o melhor de si, apesar de não ser nada confiante nele mesmo.  Suas mãos tremiam enquanto segurava o bastão, e os demais nada ajudavam, só botavam mais lenha na fogueira.  Se soubessem que botar mais lenha na fogueira pode gerar, a qualquer momento, um barril de pólvora prestes a explodir...  Eis que a bola é arremessada, mas Ichiru, com receio de levar uma bolada na cara, acaba caindo para trás, e a bola é pega por outro menino, que estava atrás dele, de agarrador.  Por causa desse vacilo, o time adversário acabou ganhando a partida.  Todos ali culpam Ichiru pelo fracasso do time. 

 

MENINO 1:  Seu fracassado!  Realmente é um covarde, um bunda mole – provocava. 

MENINO 2:  Nem pra gandula serve, é inútil! – provocava ainda mais. 

 

E o levantam e o empurram contra a cerca de arame, rindo de Ichiru o tempo todo, por seu fracasso.  Ichiru, por sua vez, chora, sentindo-se culpado.  Nisso, os moleques, cada vez mais insolentes e atrevidos, resolvem assusta-lo mostrando a Ichiru uma rã viva. 

 

MENINO 1:  Sabe o que meu pai falou?  Que quem come rã cresce mais forte – zombava. 

MENINO 2:  É isso aí, nunca ouviu falar, fracote? – ajudava a botar mais lenha na fogueira. 

MENINA:  Parem com isso!  Vocês zombam dele porque Ichiru não é desordeiro como vocês – diz, empurrando o mais forte dos moleques para trás, que cai. 

MENINO 1:  Por que você vem nos encher o saco, sua intrometida? – grita. 

MENINO 2:  Estão namorando, é? – zomba, cada vez mais atrevido. 

 

Nisso, tentam esfregar a rã no rosto da menina, por ela tê-los atrapalhado.  A menina e Ichiru tentam sair correndo, mas os moleques vão atrás deles, dispostos a inferniza-los ainda mais.  Nisso, eis que Ryuho, que estava acompanhado de sua guarda-costas, Paradox, chegam no pedaço e veem a maldade dos moleques estúpidos. 

 

RYUHO:  Ei, que diabos é isso?  O que estão fazendo? – indaga. 

PARADOX:  Seus moleques atrevidos!  Como ousam fazer tamanha maldade? – grita. 

MENINO 1:  Rápido, vamos fugir! 

 

Os valentões, acovardados, fogem, pois sabem que não podem com alguém maior que eles.   

 

RYUHO:  Que moleques malcriados – e ajuda a menina a se levantar – você está bem? 

MENINA:  Sim, moço, comigo, tudo bem – e pega sua pasta escolar, e a de Ichiru – Vem, Ichiru, vamos embora... 

 

Nisso, Ichiru sai correndo em disparada, sabe-se lá pra onde. 

 

MENINA:  Ichiru! – grita. 

 

Ryuho e Paradox observam Ichiru fugir.  Sentem que ele é um menino muito bom, mas, se ficar baixando a cabeça para todo mundo, jamais será um homem de verdade, no futuro.  Instantes depois, Ichiru estava a atravessar uma ponte sobre um riacho.  Completamente indignado com tudo e todos, eis que retira do bolso um papel.  Era uma prova escolar.  E a nota era a mais baixa possível.  Quem não estuda é reprovado! 

 

ICHIRU (pensando):  Na escola só me aborrecem...  quando volto pra casa, é outra chateação...  só ouço dizer “estude meu filho”... – e olha a prova, nota 1,5 – não posso mostrar essa nota pra mamãe... 

 

Eis que começa a chover.  Ichiru corre em busca de um abrigo, até a tormenta passar.  Encontra uma caverna e decide entrar.  Será que essa é uma boa ideia?  Cavernas geralmente abrigam enormes perigos, como animais predadores famintos, além de servir de esconderijo para toda uma sorte de criminosos da pior estirpe.  Ou pode ser também uma das muitas bases de operação do Império Subterrâneo Tube.  Mesmo assim, ele entra, disposto a se abrigar da chuva.  Se soubesse Ichiru que ele ia se deparar, a qualquer momento, com um grande perigo...  retira os sapatos, totalmente encharcados, para escoar a água da chuva.  Seria bom ele ter ido direto pra casa, onde poderia tomar um banho, trocar de roupa e tomar um chá quente, para evitar uma gripe.   

 

ICHIRU:  Nossa...  estou começando a sentir frio...  e que medo... – normal da parte dele, um medroso nato.   

 

Nisso, eis que uma luz misteriosa o atrai, e ele a segue.  Mais adiante, se depara com uns cogumelos.  

 

ICHIRU:  Nossa...  cogumelos!  E vieram bem a calhar, pois estou com uma fome... – pega um e cheira – que aroma... 

 

Eis que o come.  Será uma boa?  Afinal, alguns cogumelos são venenosos.  Em seguida, recolhe todos os demais cogumelos e os guarda em sua pasta escolar, para levar pra casa.  Porém, alguém vem vindo.  Oh, não!  Era Barrabás! 

 

BARRABÁS:  Moleque...  o que está fazendo? – pergunta, com raiva. 

 

Assustado, Ichiru se põe a correr.  Ao ver que o garoto pegou os cogumelos, Barrabás se irrita. 

 

BARRABÁS:  Moleque...  você pegou os poderosos cogumelos! – e corre atrás dele. 

 

Agora Ichiru estava numa senhora roubada, pois roubou os cogumelos que Barrabás estava a cultivar.  Mas com que finalidade ele os cultivava?  Seja lá o que for, coisa boa não é.  Ichiru continuava a correr, mas ninguém foge do Tube e fica sem castigo, pelas leis de Zeba.  Eis que ele tropeça na raiz exposta de uma árvore e cai, sendo cercado, então, pelos Soldados Angla.  O garoto se assusta com a aparência bizarra e horripilante dos guerreiros da linha de frente de Tube, sendo agarrado por eles. 

 

 

ICHIRU:  AAAAAAAAAAA  me soltem! – gritava. 

 

No entanto, eis que Ichiru, do nada, dá um solavanco, que joga um dos patrulheiros de Tube no chão, e um outro, em forma de giro, que os arremessa para os lados, fazendo-os cair tontos.  Como será que ele ficou tão forte assim, do nada?  Será que...?  Ao ver o que fez, Ichiru se surpreende quando vê que adquiriu uma poderosa força.  Tão poderosa quanto a força dos heróis da Irmandade.   

 

ICHIRU:  Eu...  estou forte...  não acredito! – se surpreende. 

BARRABÁS:  Moleque... – diz, chegando com Oyubu – você comeu os poderosos cogumelos.   

 

No entanto, ao ver que Barrabás e Oyubu são diferentes dos Soldados Angla, decide fugir.  Mas, logo adiante, dá de cara com outro monstro subterrâneo.  Resolve correr para se salvar, mas o monstro saca um tentáculo, que serve de laço, e o agarra por trás, para tentar arrancar de Ichiru os demais cogumelos de super força que ele roubou.  Quando o monstro puxa Ichiru para ele, eis que Ryuho surge, e com seu punho afiado, rompe o tentáculo, libertando o garoto.  Em seguida, surge sua guarda-costas, Paradox, seu Mestre e pai, Shiryu, e também Seiya, Serena, Shun, Mina, Hyoga, Ami, Koga e Rini, prontos para mais um combate contra Tube.  Enfurecido, o monstro saca outro tentáculo, desta vez, a laser, e golpeia os heróis, como se fosse um chicote, jogando-os para trás.   

 

RYUHO:  Agora você nos irritou, Barrabás...  PELO PODER DO DRAGÃO!! 

SERENA:  PELO PODER DO PRISMA LUNAR!!! 

 

Ao ver quem eles realmente são, Ichiru se surpreende.

 

ICHIRU:  Eles são a Irmandade...  incrível! – se fascina. 

 

Os heróis, já transformados, partem com tudo contra os inimigos, enquanto Ichiru observa tudo atrás da árvore.  

 

SHIRYU:  Você aí, fuja depressa!  Salve sua vida! – ordena. 

 

Ichiru obedece e corre.  Enquanto isso, a batalha continuava.  Ainda correndo, Ichiru tropeça e cai, derrubando os cogumelos da pasta.  Ao vê-los, se lembra do momento que ele golpeou os Soldados Angla.  Estava nos arredores de um teatro ao ar livre.  Resolve testar sua nova força, golpeando um dos bancos de madeira, e consegue quebra-lo.   

 

ICHIRU:  Então foi esse cogumelo...  muito bem! 

 

Nisso, eis que os heróis, já sem transformação, vinham correndo, após Barrabás se retirar. 

 

RYUHO:  Lá está ele! – aponta – tudo bem com você?  Não se machucou? 

ICHIRU:  Não...  graças a Deus. 

MINA:  Me diga, o que aconteceu? – indaga. 

AMI:  Por que os bandidos do Tube o perseguiam? 

 

No entanto, sente que não deve falar a verdade.  Não ainda. 

 

ICHIRU:  Não sei...  não imagino por que me perseguiam... 

 

Mas aquilo não convencia os heróis.  Sabiam que nesse mato tinha coelho.  Mais tarde, no esconderijo, falavam do ocorrido com Lua, Artemis e Diana. 

 

ARTEMIS:  Há coisa muito estranha nisso tudo.  O Tube não ia perseguir alguém que nada tem a ver com a história. 

LUA:  Serena, Seiya...  você e os demais precisam ficar de olho nesse garoto.  Ele está escondendo a verdade de nós. 

DOHKO:  Concordo plenamente.  Esse menino está escondendo algo perigoso de nós. 

SHIRYU:  Sim, Mestre, nós o vigiaremos – diz. 

 

No dia seguinte, a amiga de Ichiru o procura na saída da escola. 

 

MENINA:  Ichiru...  onde você esteve?  Fiquei preocupada... 

ICHIRU:  Midori...  eu estou bem – diz, com um semblante bem sério. 

 

Eis que os moleques que tanto infernizam a vida de Ichiru aparecem, dispostos a atormenta-lo novamente. 

 

MENINO 1:  Dia quente, vocês não acham? – provoca. 

MENINO 2:  E aí, covarde? – instiga ainda mais. 

MIDORI:  Ichiru...  vamos embora daqui – diz. 

 

Mas Ichiru estava disposto a enfrentar aqueles que o maltratavam. 

 

MENINO 1:  O que é?  Agora você virou machão, é? – zombava. 

ICHIRU:  Agora vamos resolver isso... 

 

E pega os dois moleques baderneiros pela gola das camisas, os suspendendo no ar.   

 

MENINO 2:  AAAAAAAAA  SOCORRO!!! 

 

Parece que agora os valentões não estão mais tão valentes assim. 

 

MIDORI:  Ichiru!!! 

 

E Ichiru os joga pra trás.  A própria Midori, ao ver a forma como Ichiru havia mudado, se assusta.  Shiryu e seu grupo chegam no pedaço e veem tudo. 

 

AMI:  Escutem...  Ichiru não é aquele menino covarde que é zombado por todos os colegas? – indaga. 

 

Os heróis ficam surpresos com a mudança de comportamento de Ichiru, e o fato dele estar mais forte que antes.  Decidem segui-lo de longe.  Enquanto isso, ele caminhava ao lado de sua amiga, que ainda estranhava sua mudança de comportamento, mais o fato de ter ficado forte.  

 

MIDORI:  É você mesmo, Ichiru?  Está tão diferente... 

ICHIRU:  Claro que sou eu mesmo, Midori!   

MIDORI:  Confesso que não estou te reconhecendo – diz. 

ICHIRU:  Como assim? – indaga, surpreso. 

 

Nisso, eis que vem um dos meninos que perturbam Ichiru, acompanhado de outro ainda maior.  Deve ser o irmão mais velho.   

 

MENINO MAIOR:  Você aí...  foi você que bateu no meu irmão? – indaga. 

MENINO 1:  Foi ele...  acaba com ele, mano! 

ICHIRU:  Melhor você ir embora, se não quiser se machucar – ameaça. 

MENINO MAIOR:  Como? – toma aquilo como uma afronta – Ora, seu... 

 

E o tenta socar, mas Ichiru agarra-lhe o braço, aplicando um soco que o faz ser arremessado longe.  Midori fica espantada em ver como Ichiru mudou de repente.  Antes, quando era covarde, era mais amigável com ela.  E agora, parece ter deixado toda aquela força, adquirida de forma nada honesta, subir à cabeça.  Do outro lado, os heróis ficam abismados com a força de Ichiru. 

 

SHUN:  Por Atena...  ele é forte mesmo! – diz. 

 

Nisso, ouvem-se tiros.  Era um assalto!  Um bandido acabara de roubar um banco, e estava em fuga.  O ladrão entra correndo no carro, pronto para fugir.  Ao ver aquilo, Ichiru decide deter o ladrão.  Com um salto, entra na frente do carro, e com a força adquirida com os cogumelos de Barrabás, consegue frear o carro, deixando o ladrão abismado.  Nisso, arranca a porta do lado do chofer. 

 

LADRÃO:  Vaza logo daqui! – e atira. 

 

Ichiru, graças à força dos cogumelos subterrâneos, agarra as balas do revólver, deixando o ladrão ainda mais assustado. 

 

LADRÃO:  OOOOOOOO  quem é você, afinal? – indaga, aflito. 

 

Ichiru vira o carro para o lado, prensando o ladrão dentro dele.  Shiryu e os demais ficam impressionados com aquilo. 

 

RINI:  Isso não é coisa de ser humano!  Que força é essa? – indaga. 

SHIRYU:  Tem coisa muito errada nessa história... 

ICHIRU:  Bem feito pra ele... – ajeita o casaco. 

 

Enquanto isso, outras coisas se passavam no Mundo Subterrâneo. 

 

IGAN:  Aquele que comer o poderoso cogumelo terá sua força elevada dez mil vezes ou mais – diz. 

BARRABÁS:  Levei dez anos para conseguir esse cogumelo...  agora esse moleque sem-vergonha o rouba de mim! – diz, furioso. 

ZEBA:  Faça com que ele devolva os cogumelos!  

 

Enquanto isso, Ichiru segue Midori, que estava assustada com o fato dele ter virado um valentão, igual os moleques que antes dele zombavam.   

 

ICHIRU:  Midori...  o que houve com você? – indaga. 

MIDORI:  Porque você não é mais o mesmo...  não é mais aquele menino bom de outrora – e corre. 

ICHIRU:  Midori...  não diga bobagens!  Eu sou eu mesmo, sempre fui. 

 

Mas a menina vira as costas para Ichiru e sai correndo.  Ichiru sente a dor do desprezo, afinal, ninguém quer valentões por perto.  Nisso, eis que o monstro de Tube volta a aparecer, ameaçando Midori. 

 

MIDORI:  AAAAAAAAAAAAAAAAAA 

ICHIRU:  Midori...  cuidado! – diz, chegando. 

 

Determinado a enfrentar o monstro, Ichiru corre com tudo e o golpeia na barriga, mas acaba arremessado para trás, tamanha a resistência física da criatura de Tube.  Será que o efeito do cogumelo subterrâneo cessou?  Eis que chegam Barrabás, Oyubu e os Soldados Angla. 

 

ICHIRU:  Essa não...  são os bandidos de ontem – diz. 

BARRABÁS:  Você não vai escapar de nós.  Diga-nos; onde estão os cogumelos poderosos? – indaga, num tom ameaçador. 

ICHIRU:  Eu não sei...  não faço ideia do que está dizendo, seu feioso! 

BARRABÁS:  O quê? – se irrita com a ofensa – Soldados Angla... 


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Notas finais do capítulo

Os nomes originais das crianças, em Maskman, são Yoichi, o menino que era maltratado pelos colegas de escola, e Kaori, a menina que o defendia. Nessa versão, fiz uma pequena alteração dos nomes; Yoichi para Ichiru, e Kaori para Midori.



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