SEITA DA SOMBRA

Algumas horas antes

— Lorde Zao-Kung, conseguimos falar com o batedor.

Um dos conselheiros do império, trazendo um pergaminho em suas mãos, se aproximou de Zao-Kung com suor em sua testa.

— E?

Zao-Kung estava sentado em sua poltrona olhando o treinamento do seu exército principal na parte de baixo do salão instruídos pelo primeiro comandante da sombra.

— A seita do Rio... Parece que eles morderam a isca.

A expressão de Zao-Kung pareceu ter ficado animada, ele de alguma forma não esperava uma resposta positiva do seu conselheiro.

— Hm, assim do nada? Aquele jovem Mugong, ele é bem ganancioso, diferente do seu pai hahaha.

— S-sim lorde, ele foi no mesmo dia até a seita das presas afiadas e parece que conseguiram forçar uma ‘negociação’, em contra partida disso, temendo uma ruptura, a seita da terra rumou até a jade depois que informamos que eles estavam com Huo-Lei e Jia-Li, na verdade Mugong nos informou, ele viu que eles estavam indo em direção ao litoral e atacou um informante batedor da jade esperando que Huo-Lei o ajudasse, com isso ele pôde ficar de olho neles, ele pagou muito bem esse informante pra trair a jade, ele até conseguiu de alguma forma persuadir a imperatriz a abriga-los em seu palácio, não poderia ter sido mais útil, acho que devemos trazê-lo pra cá se sobreviver, um homem desses pode ter muita utilidade.

Zao-Kung concordou elogiando a atitude do rapaz balançando sua cabeça.

— E qual a situação da terra?

— Depois de perderem seus homens mais fortes pelos 8 que Zing-On enviou, eles ficaram desesperados e resolveram ir com tudo e capturarem os prisioneiros, eles acham que o senhor irá abriga-los e fazê-los parte da principal força, eu sinto um pouco de pena por aqueles caipiras.

O conselheiro começou a rir fazendo uma expressão diabólica, o que até mesmo Zao-Kung achou bizarro.

— Eles não tem culpa por serem ignorantes, não zombe deles. Nesse momento eles já devem ter matado os lutadores da jade, isso economizou muito tempo, vou eu mesmo até lá pra garantir que aquele rato não fuja de novo.

— Q-quanto a isso...

O homem na frente de Zao-Kung caguejou.

— O que foi?

— Kuoran não nos informou nada ainda, significa que a luta não acabou.

— Hahaha, quer dizer então que a seita da terra se tornou tão inútil ao ponto de não conseguir bater de frente com a porra da jade?  Tsc. Mas isso não importa, conseguimos colocar os peões em suas posições. O Rio Infinito tomou controle das presas, a terra perdeu parte de suas forças e tirou parte da jade, que por sua vez acha que o Rio é seu inimigo, e ainda por cima conseguiram ‘capturar’ aqueles dois, esse eixo central do murim... sempre foi PATÉTICO.

Zao-Kung se levantou e deu ordem para seu exército para se agruparem e se reunirem.

Na seita da jade, Jin Manchu desferiu oito chutes seguidos contra Fuu-Lan que desviou de todos usando sua bengala e se movendo para trás.

— Você... É aquele moleque do templo? Não achei que tinha sobrevivido, ouvi falar que Thaozan-Feng acabou morrendo e levando vários dos seus discípulos idiotas, achei que você estivesse no meio, e pensar que o garoto bastardo recolhido seria um dos sobreviventes.

As palavras do velho deixaram Jin furioso, o monge deu um mortal para trás e tirou um selo do seu bolso jogando-o contra o chão.

— Ruptura!

O monge fez quatro estacas de pedra voarem ao seu redor girando em torno do seu eixo de uma forma rápida, ele se aproximou de Fuu-Lan que deu um pulo para cima.

— Você aprendeu bem, mas ainda assim não pode ser considerado um usuário da terra.

Fuu-Lan fez com que as pedras que o monge controlava irem contra ele, antes que elas se chocassem, ele deu um pulo para cima e segurou os pés de Fuu-Lan o jogando contra o chão, o velho usou as palmas de suas mãos para dar cambalhotas para trás enquanto Jin tentava golpeá-lo com seu cajado enquanto, atrás do velho, setas de terra eram erguidas mas quebradas pelas palmas de Fuu.

— Vocês da terra não tem moral pra ensinar ninguém!

Jin Manchu parecia ter ressentimento quanto aos membros da seita da terra, eles que se negaram a ajudar seus pais, segundo Thaozan-Feng, eles eram uma seita retrógrada que sustentavam tradições e expulsavam todos que não se encaixavam em seus padrões, se prendiam a costumes antigos, nem mesmo aceitando mulheres como guerreiras, aquilo fez com que a seita fosse odiada por muitos.

Jin Manchu pediu para Huo-Lei para ele lidar sozinho com Fuu-Lan quando o viu no campo de batalhas, mesmo sabendo que ele estava em níveis acima do seu.

— Discos de Freto!

Jin Manchu bateu seu pé contra o chão, um bolo de terra surgiu pra cima e ele fez dela um disco afiado e o jogou na direção de Fuu-Lan que havia aberto seus olhos de maneira mais séria.

— Um aluno daquele lixo, hein.

Fuu-Lan pegou o disco com a palma de sua mão esquerda e o jogou contra Jin pegando de raspão em sua coxa fazendo um feio de sangue voar pela grama do local manchando-a de vermelho.

O monge correu até o velho e começou a trocar golpes usando seu cajado reforçando-o com uma camada de terra, a cada golpe, pedregulhos voavam na direção de Fuu-Lan fazendo pequenos cortes, o velho usou seu cajado para revidar os golpes, mas apenas usando uma mão, com a outra ele conjurou um feitiço, atrás de Jin uma estaca de pedra veio voando, o monge saltou para trás em um mortal e chutou-o contra o chão, o estrondo fez um buraco, Jin aproveitou a fresta de pedra e a chutou contra Fuu que com um soco a espedaçou, ele saltou no ar e usando sua bengala começou a atirar as fagulhas na direção de Jin Manchu que rolava e contorcia seu corpo para desviar, quando desviou do último pedregulho, Fuu-Lan parou atrás de seu corpo e bateu com sua bengala cinco vezes contra suas pernas, o monge se ajoelhou e Fuu fez uma estaca de terra se erguer perfurando o ombro de Jin que se jogou para trás, mas com um chute do velho foi arremessado rolando no chão, aproveitando a imobilidade do seu adversário, Fuu-Lan ergueu um feixe de terra fazendo Jin ser levantado com ele, ele começou a controlar a terra fazendo-a subir e descer batendo contra as costas de Jin Manchu violentamente enquanto seu corpo pairava no ar, o velho podia controlar como se fosse o ar, Jin Manchu havia cuspido muito sangue e vários dos seus ossos estavam quebrados, mas ele usou seu cajado para fincar no tolete de terra e impulsionando seus braços, se arremessou na direção do velho, ele tirou um pergaminho do bolso e jogou no ar, seus braços ficaram revestidos por uma camada espessa de terra negra, ele desferiu vários socos contra Fuu que desviava xingando seu corpo para o lado direito e esquerdo, ele sorriu e fez uma estaca de terra sair do chão e bater contra o queixo do monge o jogando para trás, ele caiu de costas no chão e no exato momento um martelo de terra foi batido contra seu corpo duas vezes o afundando em uma cratera.

— Mais resistente do que imaginei.

O velho limpou a sujeira de terra do seu robe, mas quando fez isso uma estaca de terra atravessou sua mão fincando-a em seu ombro.

— Tá na hora de usar isso.

Jin Manchu, mal conseguindo ficar em pé, tirou do seu robe um pergaminho dourado. Aquele era o pergaminho que ele havia pego do demônio do riso.