A Jornada Para o Último Céu escrita por Kamihate


Capítulo 50
Capítulo 47 - Integração




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— Você é idiota?

Yuan-Shui olhou com desprezo para Huo-Lei depois do que havia ouvido.

— Então você quer que a gente minta pra irmã Jia quando ela acordar dizendo que...a irmã Hiang-Lin é na verdade a verdadeira Hiang-Lin (?) Vamos inventar que aquela moça de antes era um demônio que tomou o lugar da Hiang-Lin pra te matar, você e a Yi-Fang descobriram, mataram ela e recuperaram a verdadeira Hiang-Lin? Mas na verdade a Hiang-Lin mesmo foi morta por essa daí que agora quer se passar por ela mas com sua aparência original...

Yuan-Shui arregalou os olhos quando percebeu onde estava se metendo.

— Você tem ciência que seremos mortos quando ela descobrir?

— Ela não vai descobrir.

Huo-Lei disse isso mas sua testa estava claramente escorrendo suor frio.

— Ei, relaxa aí, se ninguém aqui falar, ela nunca vai descobrir, e o Huo-Huo me deu autorização pra matar quem revelar esse segredo, não é Huo-Huo!?

Yi-Fang abraçou Huo-Lei que a empurrou para o lado.

— Primeiro, você pode parar com isso de Huo-Huo!??? E sim, quem revelar isso, vai morrer de uma forma ou de outra, vocês entendem agora, certo?

No quarto da pousada de Yi-Fang, Huo-Lei havia chamado todos os outros para contar o que havia acontecido, claro, omitindo o fato dele ter dormido com Hiang-Lin que estava se passando por Jia-Li.

— ‘Huo-Huo, acha que eles vão querer te matar se souberem que você comeu a Hiang-Lin?’

Yi-Fang cochichou no ouvido de Huo-Lei que se envergonhou e deu um beliscão nela.

— Isso também é algo que jamais pode ser revelado!

Todos estavam olhando pra Hiang-Lin com estranheza, a garota se sentia acuada e ainda abalada por ter sido ‘pega’ e torturada anteriormente.

— Podemos mesmo confiar nessa? Digo, ela tentou te matar e sabe-se lá se ela não nos mataria também.

O monge a fitava com desconfiança.

— Eu prometi ajudar vocês a encontrarem Zhao-Kung em troca de ajudarem a pegar o meu pai! É uma troca justa e não tem porque eu traírem vocês, meu objetivo desde sempre foi recuperar o meu pai.

— Ela parece estar dizendo a verdade Jin, de toda forma, nesse estado dela, não iria conseguir nos matar mesmo.

— Diz isso o rapaz que quase foi morto por ela, cofcof.

Yi-Fang estava prestes a tomar outro beliscão de Huo-Lei mas eles haviam ouvido um barulho vindo do quarto ao lado, onde Jia-Li estava dormindo.

— Ela deve ter acordado.

Yuan-Shui ficou gelado e começou a tremer.

— Eu estou indo dar uma volta, preciso comprar umas coisas.

Jin Manchu ia se retirando do quarto quando Huo-Lei o segurou pelo robe.

— Se formos morrer vamos todos juntos.

— SEU PORRA, VOCÊ QUE FOI ENGANADO!

Huo-Lei foi até o quarto de Jia-Li e explicou toda situação, ele contou a versão inventada e apesar de Jia-Li ficar um pouco desconfiada, ela acreditou em seu irmão, que raramente mentia pra ela.

— Então... Essa daí é a verdadeira? Ela é mesmo confiável? Pode ser outro demônio.

Jia-Li a encarou com sede de sangue.

— Ela é fraca, não tem problema, e eu meio que acredito nela, é nossa única chance.

— Poderia por favor parar de dizer que sou fraca?

Hiang-Lin estava se sentindo triste e lágrimas escorreram dos seus olhos.

— Irmão Huo, problemas!

Yuan-Shui chegou correndo no quarto ofegante.

— Tem soldados lá embaixo, estão procurando por você!

Huo-Lei se levantou e seu olhar ficou sério.

— Como assim por mim? Por que eles saberiam que estou aqui?

— Não foi essa daí não!?

Jia-Li olhou para Hiang-Lin que balançou a cabeça negando com veemência.

— Ela estava com a gente o tempo todo, não creio nisso, talvez já soubesse desde que chegamos aqui, isso conclui a teoria de que estamos mesmo sendo caçados.

— Na verdade, eu sinto que foi aquele velho desgraçado que visitamos ontem.

Jin Manchu apareceu já segurando seu cajado pronto para um eminente conflito.

— Então a culpa é sua por ter recomendado aquele local, vai lá e acabe com eles.

— Mas quem estão procurando é você!

Naquele momento, um funcionário da pousada subiu no corredor e deu uma olhada um tanto afobado, logo em seguida voltou correndo.

— Quer que eu mate todos Huo-Huo!?

Yi-Fang sorriu lambendo suas unhas afiadas.

— Não, pode ter muitos civis por aqui, e não sabemos se há algum mestre junto, precisamos fugir.

— Mas estão nos cercando! Eu já verifiquei.

Yuan-Shui havia vido em todos os cantos da pousada e visto todos os guardas esperando em todas as ruas.

— Yi-Fang, não consegue usar sua ilusão ainda?

— Não, devido ao último uso recente, não tem como. Então, posso matar?

A garota já estava se preparando pra descer quando Huo-Lei a segurou.

— Não acho que nos resta muita alternativa...

Huo-Lei havia pensado em algo, mas era algo arriscado, ele chamou Jin para um canto e começou a contar para ele.

— Eu...pensei em fazer a Hiang-Lin pegar aquele funcionário e se passar por ele, descer e dizer que saímos pela janela dos fundos, mas se isso acontecer Jia-Li vai acabar descobrindo...

De fato, a mentira que Huo-Lei havia contado impossibilitou Hiang-Lin de usar seus poderes na frente de Jia-Li, mas quando percebeu as intenções de Huo-Lei, Hiang se colocou a falar.

— E-eu... não disse ainda, mas aquele demônio lá havia roubado meu poder, ele foi atrás de mim justamente porque sabia disso, eu...consigo me transformar também na pessoa que eu beber o sangue.

Hiang-Lin disse de maneira espontânea com uma bela atuação, Jia-Li olhou com muita desconfiança mas não disse nada.

“MUITO BEM HIANG!!!”

Huo-Lei queria abençoar a garota, mesmo que aquela ideia parecia muito forçada, mas parece ter colado.

— Então eu posso matar o funcionário pra você pegar o sangue dele?

Yi-Fang disse enquanto Huo-Lei a beliscou de novo.

— Eu acho que não PRECISA matar uma pessoa pra pegar seu sangue sabe.

— E-eu só preciso de um pouco, então basta um arranhão...

A garota estava se fingindo de sonsa, o que deixava Huo-Lei impressionado e ao mesmo tempo com medo dela.

“Ela é mais perigosa do que imagino”

— Sendo assim eu pego o sangue.

Sem que Huo-Lei pudesse fazer mais nada, Yi-Fang foi até a parte de baixo e trouxe o funcionário magricelo desmaiado arrastando-o pelo corredor.

— Sério mesmo?

Yuan-Shui não conseguia acreditar na existência daquele demônio do gelo.

Quando Hiang-Lin pegou um pouco do sangue do funcionário que foi trancado em um quarto enquanto era jogado por Yi-Fang, a garota se transformou no homem baixo e magrelo que a deixou um pouco enojada.

— Ai...eu nunca tinha feito isso.

— Não se preocupe, você está ótima

Jin Manchu disse obviamente zombando.

Hiang-Lin parecia nervosa mas ela na verdade sabia muito bem o que fazer.

— Eu vou descer então e avisar que vocês saíram por trás. Fiquem no quarto da irmã Jia, eu logo subo e digo que direção eles foram.

Hiang fez como planejado e todos ficaram esperando no quarto de Jia-Li.

— Ela é mesmo alguém que dá pra levar conosco?

Jia-Li perguntou mais uma vez se lembrando daquele ‘demônio’ que a derrotou.

— Eu não queria, mas não temos escolha. Achar Zhao-Kung agora é nossa prioridade, além de ir atrás da cidade portuária.

Hiang-Lin havia voltado com o rosto deprimido e no mesmo instante ela se transformou de volta sentindo um enorme alívio.

— Os guardas foram pro norte mas ainda tem dois lá embaixo, confirmei também que na saída leste não tem ninguém, podemos sair pela janela no fundo do corredor e nos misturarmos com a multidão, felizmente tá tendo um festival lá fora, é uma oportunidade.

Hiang-Lin havia sido mais útil do que Huo-Lei imaginou, Jia-Li não a olhou mais com desprezo e passou a dar um pequeno voto de confiança.

Todos se prepararam e saíram sorrateiramente pela janela indo até o leste, eles passaram por um dos guardas que nem os notou.

— Devem ter se mandado, é nossa chance.

Jin Manchu disse enquanto seguia um caminho que ele conhecia, mas ao saírem da cidade, uma presença os chamou atenção.

Parado ao lado de uma ameixeira, estava um ancião com cabelos longos acinzentados comendo uma espiga de milho, apesar de sua aparência descuidada, suas roupas pareciam finas, eram de seda nas cores vermelha e prateada.

— Vocês querem comprar milho?

O velho estava assando alguns milhos em uma fogueira enquanto sorria cantarolando.

— Huo-Huo, estou com fome.

Yi-Fang foi ignorada por Huo-Lei.

— Estamos com pressa.

Huo-Lei disse dando as costas para o senhor, até ouvir algo que o assombrou.

— Se vocês comprarem um milho, quem sabe eu posso dizer a vocês a localização do último céu.


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