A Jornada Para o Último Céu escrita por Kamihate


Capítulo 24
Capítulo 23 - O Monge Solitário




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Enquanto esquentava um bule com água em uma fogueira às margens de um penhasco próximo a cidade de Yan-Rong, o monge, descascando uma tangerina, percebeu alguns pássaros voando nas proximidades.

— Talvez uma tempestade esteja se aproximando?

O homem careca e de estatura robusta olhou para o céu claro e limpo e franziu as sobrancelhas.

— Realmente, parece uma grande tempestade.

Ele jogou as cascas da tangeria no canto e se levantou pegando o seu cajado e se virando para bloquear duas adagas pequenas que vieram em sua direção.

— Os ventos sopram do leste para oeste, mas as coisas nunca mudam.

Um dos malfeitores surgiu escalando o penhasco por trás do monge, ele usou uma clava em suas mãos e desferiu um golpe contra a cabeça do monge que bloqueou movendo seu cajado sem se virar.

— Um monge não pode apenas comer tranquilamente?

O monge soltou o seu cajado no ar e se virou em uma fração de milésimos, segurou novamente seu cajado e com sua palma bateu no mesmo fazendo-o a parte de baixo se alavancar até o queixo do homem que estava com a clava, ele cambaleou para trás mas outro apareceu por cima do monge com uma espada fina, este, por sua vez, segurou com a mão que havia impulsionado seu cajado e bateu contra o peito do homem calvo fazendo-o ficar pendurado no ar enquanto soltava sua espada, antes que pudesse fazer qualquer movimento, o monge se viu surpreendido por duas kunais que voaram na direção dos seus joelhos, ele deu um leve salto com o homem ainda pendurado em seu cajado, ele então, ainda no ar, moveu seu cajado com o homem jogando-o na direção de onde vieram as kunais, havia um homem baixo atrás de um arbusto que foi atingido pelo corpo do seu companheiro.

Antes que pudesse suspirar, uma lança afiada surgiu por trás do monge que inclinou suas costas fazendo seu peito ir para frente, ele havia evitado o golpe em um contorcionismo que fez suas pernas se dobrarem, ele rapidamente jogou seu corpo para frente jogando o cajado no chão, apoiou os dois braços na terra, virou uma estrela enquanto rodava no ar caindo com seu corpo voltado para o homem que havia lhe golpeado, ele pegou seu cajado com uma só mão e avançou para junto da lança que vinha com uma segunda rajada.

— Vocês não são apenas ladrões, são?

O monge fez com que a lança ficasse presa no círculo da ponta do seu cajado, ele virou o cajado com as duas mãos fazendo com que o homem que segurasse a lança fosse jogado para o lado.

O homem com a clava havia se levantado e desferiu cinco golpes na direção do monge que, ele pulou de um mas o outro atingiu seu ombro o fazendo recuar, ele começou a dar vários passos iguais para o lado como se estivesse dançando.

— Esse palhaço...

O homem que foi arremessado anteriormente pegou sua espada e avançou contra o monge que ainda continuava rodopiando como um peão, o monge desviou de todos os golpes e com um chute fez a espada do ladrão ser jogada para cima, ele segurou em um dos braços do homem e o puxou para junto de si lhe dando uma rasteira, o homem caiu de costas no chão e a espada que havia sido arremessada caiu cravada em seu peito, o homem cuspiu sangue e com um grito padeceu.

— Bastardo!

O baixinho havia se levantado e jogou várias kunais na direção do monge que deu alguns saltos, usando uma perna de cada vez em movimentos laterais se esquivando das lâminas.

O homem com a clava a arremessou na direção do monge que pegou seu cajado batendo contra o seu pé no chão fazendo-o se erguer em sua direção, com o cajado em mãos ele rebateu a clava para cima e em seguida, com um corte, a fez voltar para o homem atingindo-o na cabeça fazendo-o desmaiar.

— Q-quem é você realmente?

Trêmulo, o homem baixo segurava sua última kunai enquanto o monge pegava outra tangerina do bolso do seu manto.

— Sou um monge que quer comer, não vê?

Com um rápido movimento, ele jogou a laranja que foi cravada no peito do homem baixo fazendo-o morrer instantaneamente.

— Desperdicei comida, me perdoe grande buda.

O monge foi na direção do único homem que ainda estava vivo, o pegou pela perna e o levou para o lado da fogueira onde a água que colocara no bule já estava fervida.

— Ao menos ainda tenho meu chá.

O monge pegou o bule e derramou água quente contra o rosto do homem desmaiado o fazendo acordar na hora.

— AHHH! Monstro!

— Não! Acho que você teve um pesadelo.

O monge riu enquanto colocava água quente em uma cuia com ervas.

— V-v-você...

O monge olhou rapidamente para o robe do rapaz, havia o símbolo de uma seita com cores carmesim e cinza que ele nunca havia visto.

— Hm, uma seita?

Percebendo que o monge olhava pro seu uniforme, o homem, com medo se ajoelhou.

— Por favor, se me deixar viver, eu te levo até meu chefe!

— Oi? Vai trair seu chefe assim? Isso é pior do que apenas entregar sua vida!

— E-eu apenas fui pago, eu não sei quem está por trás disso e-eu juro.

— Um mercenário de uma seita? Isso é raro. Quanto te pagaram?

— Cinco moedas...

— Pra matar um monge!? Eles acham que sou algum dragão celestial? Ei, não diga mentiras ladrão.

O monge sorriu balançando a cabeça enquanto se servia do chá.

— É a verdade! Dizem que você está indo pra montanha do covil do demônio do riso...Você não pode!

— Alguém pagou pra você me matar pra me proteger? Eu não entendo! Hahahah

O monge ria sozinho e serviu um pouco de chã pro homem em sua frente.

— Vai me deixar viver...?

— Oras, você não está mais tentando me matar, está?

— Quem é você?

— Eu já não disse? Um monge que queria comer, mas vocês me atrapalharam e estragaram minhas tangerinas, como vai me compensar?

— E-eu sinto muito! Tome as moedas e por favor me deixe ir!

— Claro, não preciso do dinheiro, apenas me diga quem te enviou.

— O nome da pessoa foi...

Antes de dizer o nome, o homem começou a ter um colapso e salivar um líquido roxo de sua boca junto com sangue, seu corpo tremia e ele começou a se debater no chão até seu corpo ficar rígido e ele morrer.

— Hm, uma técnica amaldiçoada, eles estavam enfeitiçados pra morrerem se tentarem falar o nome do mandante, algum feiticeiro talvez? Não...

Antes de tomar mais um gole do chá, Jin Manchu se deparou com outros visitantes vindo da parte baixa do penhasco, ele olhou rapidamente e viu dois homens e duas mulheres, uma delas emanando uma aura terrível e sanguinária.

— Até mesmo um demônio? Hoje realmente eu não vou conseguir comer.

 


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