— Então... Vocês apenas vieram aqui por coincidência? Eu posso ser um monge mas ainda sei quando alguém para em um local perto de um desfiladeiro e no geral, não é por coincidência.

Jin, quando pensou que poderia finalmente relaxar e comer, se deparou com 4 visitantes que não pareciam ser daquela região.

— Bom, realmente estávamos de passagem mas essa demônio aí sentiu que tinha uma aura bem forte aqui por perto, poderia ser o irmão?

Yuan-Shui tomou a frente antes que Yi-Fang falasse, já que ela provavelmente iria ofender ou falar alguma besteira para o monge.

— Hm, eu não acredito muito em pessoas que andam com um demônio. Aliás, se eu relatar pra alguma seita vocês estariam com problemas sabe?

— Eu disse pra matar logo esse careca desprezível, viemos até aqui antes que você sentisse minha presença, mas já que é assim não precisamos mais perder tempo.

Yi-Fang disse enquanto ia tirando sua espada curta da cintura.

— Ei ei ei, calma, eu posso ser um monge mas no momento meio que... estou afastado (?)

Jin coçou sua careca.

— Você virou um eremita?

Jia-Li perguntou vendo a cesta de trapos que o monge carregada.

— Digamos que estou em um tipo de missão...

Jin ficou relutante por um momento.

— Senhor monge, desculpe incomodar sua refeição, ouvimos uma luta aqui e viemos verificar, o senhor é bem forte pelo visto.

Huo-Lei dizia isso enquanto apontava para os corpos dos bandidos espalhados.

— Nem tanto, apenas sei o básico pra me defender.

— E quem eram esses?

— Isso eu me pergunto também.

Jin respondeu mas já tinha uma vaga ideia de quem eram aqueles homens. Ele percebeu que Huo-Lei não estava ali apenas para conversar.

— E o senhor está indo pra algum lugar?

Huo-Lei perguntou novamente enquanto Yi-Fang pegava uma tangerina do monge para comer.

— EI! Não pegue minha comida demônio maligno.

— Você é um monge e nem quer dividir suas coisas? Isso tá meio errado.

— Irmão, posso mata-la agora?

Jia-Li apontou sua adaga para o pescoço de Yi-Fang.

— Sério? Vai ser toda viagem isso agora? Essa menina tem algum problema na cabeça.

— Hahaha vocês são um grupo bem esquisito!

O monge se levantou e começou a pegar suas coisas.

— De toda forma, eu estou indo para o norte.

— Ora, sério!? Vamos também!

Yuan-Shui havia inventado aquilo na hora mesmo que eles estivessem indo na direção sul.

— Na verdade senhor, queremos te chamar pro nosso grupo. Se o senhor for mesmo um eremita, pode viajar conosco e iremos lhe retribuir.

O monge franziu a testa com a afirmação de Huo-Lei.

— Calma, primeiro, eu tenho uns 5 anos a mais que você, não precisa me chamar de senhor. Além do mais, o que é isso do nada? Acho que um monge seria a última opção pra se recrutar.

— Exceto se soubéssemos que tipo de monge você é, velhote. Não tenta enganar não, você parece jovem apenas pelo seu cultivo e meditação, mas eu moro por aqui há um booom tempo e sei quem você é; O velho monge solitário de Yan-Rong! Você foi banido do seu templo por ter se vingado de um grupo de bandidos, desde então virou um mercenário que paga de santinho andando por aí tentando comer de graça das vilas e das pessoas mais idiotas, haaa, achou que podia mesmo enganar um demônio?

Yi-Fang falou orgulhosamente revelando o que eles pretendiam manter em segredo até então.

— Irmã, acho que não era pra ter revelado isso...

Yuan-Shui sussurrou para o demônio do gelo que lhe deu um chute.

— Ninguém manda em mim não.

— Vocês também tem um forte cheiro de sangue, acho que não estão em posição de me julgarem haha. Mas, de toda forma, que tipo de compensação em poderia ter em viajar com vocês?

— O monge pegou suas coisas como se estivesse se retirando.

— Podemos lhe pagar o que você ganha em um mês em uma semana.

— Irmão, obviamente não podemos.

Jia-Li interrompeu Huo-Lei que já ia negociando.

— Não diga isso, o Yuan-Shui é filho de uma família bem rica, tenho certeza que dinheiro é o que não falta.

— Por que diabos está me usando agora!?

Yuan-Shui quase socou Huo-Lei.

— He, mas se estão desesperados pra terem alguém, significa que não é uma viagem fácil né? Afinal, pra onde estão indo?

O monge parou de se mover e esperou.

— Vamos para a montanha do último céu.

— ...

O monge olhou para trás com uma expressão de incredulidade em seu rosto.

— Vocês sabem que isso é apenas uma lenda, né?

— Não, não sabíamos disso até alguns dias.

Disse Jia-Li sinceramente.

— Francamente...

O monge balançou a cabeça mas viu o robe que Huo-Lei usava com mais atenção.

— Espera, vocês são do céu prateado?

— Isso mesmo.

Respondeu Huo-Lei sem hesitar.

— Hm...

O monge ficou pensativo por algum instante até decidir falar.

— Posso até aceitar a proposta, mas preciso pedir um favor antes.

— Claro.

Respondeu Huo-Lei como se fosse o líder do grupo.

— Eu estou indo pegar um pergaminho, na verdade, eu acho que iria precisar de ajuda mesmo, vocês apareceram em uma boa hora.

— Poderia ser que você tá indo até a caverna do demônio do riso!? Hahahaha

Yi-Fang começou a rir encarando o monge.

— Sim, se você já sabe, acho que não preciso explicar muito.

— Ela pode saber de coisas de demônio mas a gente não, que pergaminho é esse e quem caralhos é o demônio que ri?

Yuan-Shui perguntou já achando o pedido estranho.

— Ele é apenas um demônio fracote que se isolou em uma caverna há alguns anos, era um velho alquimista que perdeu sua família e pirou da cabeça, começou a aprender artes demoníacas e aí acabou se fundindo com um ser demoníaco que invocou, mas ele não pode ver a luz do sol.

Yi-Fang disse com um ar intelectual.

— Sim, mas não diria que ele é fracote... Além do mais, há uma condição pra entrar na tumba; É preciso que 4 pessoas entrem juntas.

— Hm? Disso eu não tinha ouvido falar.

— Ele selou a caverna, na verdade, acho que foi outra pessoa pra esconder o pergaminho, apenas quando quatro pessoas com fluxo de QI acima do básico entram lá elas podem avançar.

O monge contou enquanto parecia muito sério.

— Tá mas, que pergaminho é esse!?

Perguntou Yuan-Shui com impaciência.

— Aquele pergaminho... Possui as técnicas do meu dojo, cujas quais foram herdadas do Wei-Qi

— Jia-Li, Huo-Lei e Yuan-Shui ficaram sem entender quando Yi-Fang ficou espantada ao ouvir esse nome.

— E quem  é esse Wei-Qi?

Huo-Lei perguntou enquanto Yi-Fang ficou mais surpresa por eles nunca terem ouvido falar desse nome.

— Nunca ouviu falar do monge imortal? Ele foi a pessoa que criou o selo do som, uma das únicas pessoas ao chegaram no fluxo de QI ancestral.