A Jornada Para o Último Céu escrita por Kamihate


Capítulo 13
Capítulo 12 - Ilusão




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 - Irmão, irmão!

Yuan-Shui balançava violentamente o corpo de Huo-Lei em sua cama enquanto gritava.

— Ei, pode parar de gritar? Vai acordar todos os hóspedes! O que foi?

Huo-Lei ainda meio sonso se levantou enquanto acendendo a lamparina ao seu lado.

— Irmão, não é possível que eu acorde alguém.

— Hã? Por quê?

— Não tem mais ninguém na pensão!

Huo-Lei achou que Yuan-Shui estava ficando louco e quase voltou a se deitar, isso se não fosse por ele não ter percebido nenhum barulho do lado de fora nem da pensão.

— De fato está silencioso, mas não quer dizer que todos estão dormindo?

— N-não, eu verifiquei, eu fui até o quarto da irmã Jia e não tem ninguém! Nem na recepção nem nada, eu até gritei no corredor mas ninguém saiu.

Huo-Lei não podia acreditar na história de Yuan, mas decidiu verificar por si mesmo.

Os dois saíram do quarto e carregando a lamparina iam em direção aos corredores da pensão fracamente iluminados.

— Aliás, por que diabos foi ao quarto da irmã Jia?

Huo-Lei olhou torto para Yuan-Shui enquanto franzia os olhos de maneira ameaçadora.

— Não é o que pensa! Eu apenas fiquei preocupado e...

Huo-Lei deixou isso de lado por enquanto e se focou em procurar a gerente.

— Oii? Gerente Gao?

Huo-Lei gritou algumas vezes mas realmente ninguém respondia ou dava sinal de vida.

— Será que é uma armadilha?

Huo-Lei desceu para a recepção junto de Yuan-Shui, o silêncio tomava conta do ambiente forrado em madeira fosca.

— Tem algo errado mesmo.

Os instintos de Huo-Lei o fizeram pegar em sua espada, Yuan-Shuin também ficou atento.

— Pra onde acha que foram, irmão?

— Se isso foi uma armadilha deviam ter nos pegado já, se o objetivo era nos entregar para a ordem... Ou então eles apenas queriam a Jia-Li?

Huo-Lei começou a se sentir culpado por não ter deixado sua irmã dormir em seu quarto.

— Isso é culpa minha, eu não devia ter nos separado, confiei demais naquela garota e na velha, no final, estão todos contra nós mesmo!

Huo-Lei segurou sua espada com raiva querendo se apunhalar de frustração.

— Calma irmão, nem sabemos o que tá havendo...

Enquanto falava, Yuan-Shui viu algo lá fora e saiu para olhar, Huo-Lei o acompanhou, mas quando chegaram nas ruas da cidade, era apenas um gato preto.

— Sei que não tinha muitas pessoas quando chegamos mas isso parece mais vazio do que o comum.

— Eiiii! Alguém?

Huo-Lei começou a andar pelas ruas e a gritar, Yuan-Shui seguiu por outro caminho na busca de sinal de alguma pessoa, mas todas as casas e comércio ao redor pareciam abandonados.

— Irmão-Huo, isso é estranho demais, as casas...Elas parecem abandonadas há anos!

— É, eu percebi.

Huo-Lei começou a olhar por todos os cantos rapidamente.

— Se isso é uma armadilha, o que eles pretendiam? Será que essa cidade estava abandonada desde o começo e apenas juntaram um pouco de gente pra nos fazer dormir e pagarem a Jia-Li!?

Huo-Lei se sentou em cima de um barril velho e começou a pensar levanto sua mão a testa.

— Não acho que seja o caso, eles não nos deixariam vivos, ao menos que não sejam pessoas da ordem mas...

Yuan-Shui foi interrompido quando notou algo mais peculiar.

— Irmão!

— O que foi? Está atrapalhando minha concentração, estou tentando pensar.

— Veja, olhe naquela direção.

Yuan-Shui apontou para o sul, mas Huo-Lei não via nada a não ser escuridão, a lua também não era visível àquela noite, parecia que tudo e todos haviam os abandonado.

— Não vejo nada.

— Pois é, mas aquela direção é a cidade de Tiang-Su! Quando chegamos aqui conseguíamos ver algumas luzes nitidamente.

— Falando nisso... Não era lua minguante também? Ela devia ainda estar no sul.

Huo-Lei e Yuan-Shui se entreolharam e decidiram ir até a entrada da cidade.

Quando passaram pelo portão principal, após uma rocha, eles viram uma pequena barraca estendida e ao redor dela algumas casas.

— O quê? Essas casas existiam aqui antes?

Yuan-Shui perguntou coçando a cabeça.

— Não existiam...

Huo-Lei continuou a andar ainda mais rapidamente, até que ele viu algo que o espantou.

— Na verdade, existiam sim.

Ele parou Yuan-Shui que se chocou contra seu corpo.

— Existiam? Eu não me lembro!

— Veja bem irmão Shui..

Huo-Lei apontou para as ruas.

— Olhe aquela casa, aquele local de venda de poções, e olhe mais à frente.

Yuan-Shui viu a alguns metros a pensão onde estavam antes.

— A pensão!? Voltamos pra cá? Essa cidade tinha essas ruas labirintos?

— Yuan-Shuin, se prepare e não baixe sua guarda.

Huo-Lei entrou em posição de combate e começou a focar seus olhos em todas as direções.

— Porque acho que acabamos de cair em uma ilusão.

 


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