Chegando em Portland, Zelena passou a localização do hospital para a loira. Emma estava tensa e cansada. Estacionou o carro, desceu rápido e viu a cunhada na entrada esperando por ela.

Z: Swan, que bom que você chegou – abriu os braços, abraçando a loira.

E: Como isso aconteceu?

Z: Totalmente fora do controle, ela não percebeu que o banheiro estava molhado... Eu sei lá, foi uma dessas coisas que não tem explicação. Mas tivemos sorte, foi só a trombada por ter se segurado a tempo. Está tudo bem com os dois. Só os nervos que fizeram a pressão dela subir, tiveram que dar a ela um calmante e monitorar.

E: Então ela está dormindo agora?

Z: Sim. Kath conseguiu que deixassem ela essa noite aqui, por precaução mesmo, amanhã cedinho já podemos ir. Você não quer ir para o hotel descansar?

E: Não... você pode ir. Eu vou pegar um café e vou ficar aqui com ela.

Z: Agora que você chegou eu vou, Belle vai comigo, mas Kat está por aí, prestando auxílio – sorriu fraco – Qualquer coisa me manda mensagem.

E: Pode deixar. Obrigado Zel.

Z: Obrigada você por vir.

A ruiva se despediu da cunhada. Emma pegou o seu café, viu o numero do quarto que Zelena tinha enviado a ela por mensagem.

O hospital estava em movimento, mas silencioso, nada de emergências médicas.

Colocou a mão na maçaneta e abriu a porta devagar, viu Regina dormindo tranquilamente, chegou perto, pegando a mão da morena, depositando um beijo leve nela. Seus olhos ficaram marejados.

Os olhos da morena abriram devagar, ela piscou várias vezes para clarear a visão, não acreditando no que estava vendo na sua frente, seus olhos se encheram de lágrimas também.

R: Emm... – levantou um pouco o seu torso, se jogando nos braços da loira – Desculpa – falou entre as lágrimas.

E: Shhh, está tudo bem. Vocês estão bem. Você não tem que pedir desculpa por nada! Não faça isso!

R: Juro que não vi, juro que não percebi!

E: Eu sei meu amor, eu sei. Está tudo bem agora, sei que foi um susto muito grande, no qual não quero nem pensar, só estou feliz de poder abraçar vocês neste momento.

R: Eu não percebi... - continuava repetindo, Emma sentou na cama abraçando a morena firme, Regina não conseguia conter as lágrimas, Emma deixou escapar algumas pelo sentimento todo que estava a flor de pele, mas estava realmente feliz de que sua família estava bem.

Depois de tantas lágrimas, Emma conseguiu tranquilizar a morena e ela acabou pegando no sono, Swan, ajeitou as cobertas, e sentou na poltrona que estava do lado.

Entrou em contato com Graham para ver como estavam as coisas no distrito. O Detetive passou a ela as informações, Milah estava em uma missão, Swan não tinha certeza quando a sua chefe retornaria, o Detetive Chefe que estava em seu lugar tinha demonstrado diversas vezes que não ia com a cara da loira, qualquer queixa que pudesse fazer contra ela, estava segura que faria. Swan nunca tinha abandonado um caso antes, mesmo sabendo que nada de grave tinha acontecido com Regina, ela sentiu que não podia simplesmente ficar em Boston e esperar que a sua mulher voltasse. Estava disposta as consequências que viriam. Dessa vez seria diferente, ela estava consciente disso.

Teve leves cochilos no que restou da noite, toda vez que Regina mexia e deixava escapar um gemido, ela acordava para se certificar de que estava tudo bem.

O dia clareou e a médica que tinha atendido Regina entrou no quarto.

— Bom dia – se aproximou para verificar como estava a sua paciente.

E: Bom dia – Emma levantou da poltrona ajeitando os cabelos.

— Como foi a noite? – olhou de Regina para Emma.

E: Ela dormiu pouco, acho que estava sentindo alguma dor...

— Deve ser pelo mal jeito que ela caiu. Mas está tudo bem com a mamãe e com o bebê.

E: Tem certeza?

R: Emma! – repreendeu por questionar a atenção da médica.

E: Desculpe.

— Não tem problema. Tenho certeza sim. Vou assinar a alta e pode ir pra casa descansar. Nada de muita movimentação hoje ok? Em casa, na cama. Sua gravidez está bem avançada, tem que se cuidar mais. Qualquer coisa que ela sentir, você volta a trazer ela – entregou a Emma o papel da alta.

E: Obrigada.

— Se cuide! – olhou para Regina – Tenham um bom dia.

R: Obrigada Doutora.

Regina sentou de leve na cama, Emma foi até ela ajudando a ela se arrumar.

R: Você vai voltar hoje?

E: Pra onde?

R: Pra Boston.

E: Não, só volto com você.

R: E o seu trabalho? Você não estava trabalhando em um novo caso?

E: Não se preocupe com isso. Essas coisas eu resolvo depois, agora vocês são a minha prioridade.

R: Swan – encarou os olhos verdes da esposa.

E: Estou em problemas amor, mas não importa ok? Depois eu vou pagar as consequências.

R: O que você fez?

E: Além de abandonar o caso, fui grosseira com o chefe que está substituindo a minha chefe.

R: Ele vai prestar queixa?

E: Ele já fez isso... Mas como eu disse, depois eu resolvo isso ok?

R: Ok... Você pode ligar para Zelena? – Emma assentiu pegando o aparelho – Eu não trouxe o meu celular. Pede pra ela te passar a localização do Hotel.

E: Oi Zel...

...

As horas passaram, Regina estava deitada na cama, com Emma sentada do seu lado e Belle na outra cama conversando com elas.

B: ... Quando eu a vi no chão, meu coração parou.

E: Imagino mesmo – olhou de Belle para Regina – O meu também parou quando Zelena ligou pra mim.

R: Sinto muito por assustar vocês. Amanhã já podemos voltar pra casa?

E: Acho que sim. Zelena está apenas esperando para voltar com vocês. Vou ir ao banheiro e já volto – levantou dando um selinho nos lábios da morena.

Regina sorriu e ficou conversando com Belle. A Detetive deixou o seu celular do lado da morena, ele vibrou e apareceu a nova mensagem, primeiro de um número desconhecido e logo de Ruby. Regina deslizou o dedo para que a aba descesse e não reconheceu a fotinho de quem se tratava, Belle que estava conversando animada, percebeu que a amiga tinha ficado parada no tempo.

B: ... O que aconteceu?

R: Nada não...

B: O que você viu? – Regina pegou o celular mostrando com a tela ligada – Quem é? – sussurrou.

R: Não sei... – jogou o celular de lado.

A loira voltou a entrar no quarto.

E: Vou pegar alguma coisa pra comer, vocês querem algo?

B: Não, obrigada.

R: Estou sem fome.

E: Ok, eu já volto – sorriu.

R: Emma! – chamou , a Detetive olhou para ela – Seu celular. Por se eu mudar de ideia.

E: Ah sim – sorriu pegando o aparelho.

A loira guardou o celular no bolso da calça e saiu do quarto.

B: Não! – a pequena apontou para ela.

R: Eu sei. Estou me controlando! – respirou fundo.

... A noite caiu rapidamente, elas passaram o dia todo no Hotel. Emma tomou um banho e caiu na cama, estava exausta, Regina continuava de repouso obrigado pelas amigas e irmã.

Elas tinham comprado algumas besteiras e estavam assistindo uma série na TV.

R: Gostaria que tivesse sido mais divertida a nossa viagem.

Z: Não diga isso!

B: Eu adorei!

K: Eu também adorei.

R: Prometo que quando voltar a ser eu, teremos um lindo encontro!

Z: Promessa é divida!

R: Podem cobrar! – sorriu.

Conversa vai e conversa vem Zelena falou do seu relacionamento com August em que nível estavam, todas opinaram um pouco, mas Zelena estava tranquila em questão a isso, adorava o homem, achava ele muito bonito, mas não tinham compatibilidade na cama, e isso deixava a ruiva frustrada, depois de expor os seus sentimentos ela foi se deitar. Kath levantou para também ir, mas Regina chamou a sua atenção.

R: Agora que estamos a sós – olhou para a cama e viu que Emma continuava dormindo – Acho que vocês precisam me contar alguma coisa, não é? – as mulheres se olharam, mas nenhuma delas disse uma palavra sequer – Sério? – voltou a olhar para elas – Nada? Nenhuma das duas?

Belle levantou nervosa, andando de um lado para o outro. Kath percebeu o desconforto da pequena e se pronunciou.

K: Não aconteceu nada de mais Regina. A gente teve uma discussão boba, mas já estamos bem.

R: Porque você está mentindo pra mim? – os olhos castanhos intensos encararam a médica. Kath procurou o olhar cúmplice de Regina, mostrando o quanto isso deixava Belle desconfortável – Belle! Eu acabo de te mostrar uma mensagem que uma desconhecida mandou para minha esposa, e você não quer me contar o que está acontecendo com vocês!

K: Quem mandou mensagem a Emma?

B: Kathryn me beijou... – abriu os braços jogando a verdade – Pronto! É isso!

R: Você o que? – olhou para a loira sentada a sua frente.

K: Estamos bem Regina.

R: Você está bem, ela está desorientada!

B: Obrigada. – sorriu sem jeito.

K: Eu já pedi desculpas. Mesmo não querendo, pois não me arrependo e ela correspondeu – apontou para a mulher.

R: Kathryn! Você não pode fazer isso.

K: O que eu não posso fazer? Me apaixonar pela minha amiga? Não posso? – Belle olhou para ela – Sim Belle! Eu estou apaixonada por você, e isso não está sendo fácil para mim. Porque eu sei que você nunca esteve com uma mulher, que você não sente atração por uma, que o problema é todo meu! – sem dizer mais nada nem ouvir, ela se retirou para o seu quarto onde dividia com Zelena.

Regina perplexa olhou para Belle, que estava atônita.

R: Você sabia disso?

B: Suspeitava. Mas não podia alimentar os sentimentos dela por mim, não desse jeito, quando eu percebi que passava da amizade, eu tentei colocar tudo em outro eixo, mas eu sinto falta da minha amiga – sentou do lado de Regina, que passou seu braço pelas suas costas e a abraçou – E talvez por sentir falta dela, tenha cometido o erro de ceder.

R: Você não precisa se sentir mal por não querer ela desse jeito.

B: Eu sei. Mas não quero perder ela.

R: Ela não vai ir embora. Ela vai superar, pode demorar um pouco, mas ela vai entender, talvez ela se apaixone por outro alguém – o corpo de Belle ficou rígido com o comentário – Mas ela vai priorizar você também, ela definitivamente não quer te perder.

Regina ficou consolando conversando com Belle por mais um bom tempo. A morena conseguia entender Belle, a pressão do momento, o medo de não querer perder, ela já tinha estado em um lugar parecido, só que ela também tinha se apaixonado pela mulher que se apaixonou por ela.