[FLASHBACK ON]

Emma acordou na grande e confortável cama de Regina. A suíte tinha um tamanho excepcional, Emma não conseguia entender como uma mulher sozinha conseguia morar em uma casa tão grande. Elas estavam saindo a quase um ano, Emma passava os dias no distrito trabalhando e a maioria das noites ela passava na mansão Mills quando não tinha plantão.  

Regina estava tentando com todas as suas armas fazer com que a Detetive fosse morar com ela, não querendo parecer tão insistente no caso, mas fazendo boas jogadas toda vez que tinha oportunidade, ela sabia que Emma não era uma mulher de compromisso, ao menos o historial da loira tinha mostrado isso, os relacionamentos dela não duravam mais de um ano,  Regina entendia que chegar a esse ponto era um passo muito importante, para ela também, que estava só fazia algum tempo.

Em uma de tantas manhãs o sono da Detetive foi interrompido por um barulho insistente, o barulho de uma maquina cortadora de grama, a loira abriu os olhos devagar, pois a luz que entrava pela janela maltratava a sua visão, a máquina continuava fazendo o seu trabalho no jardim, ela levantou, vestiu a sua calça jeans, colocou a sua regata e foi ate a janela, lá embaixo pôde ver um homem com trajes de jardineiro, o homem parou de cortar a grama por uns minutos, com a maquina ligada ficou encarando a janela do quarto principal, seus olhos encontraram os da loira, ele desligou a maquina e a deixou de lado, sem deixar de encarar a mulher, o corpo da loira se estremeceu todo, ela fechou a cortina com violência, colocou rapidamente as botas, saiu do quarto correndo, descendo as escadas.

E: Gina! – chamava enquanto descia as escadas – Regina!

R: Aqui no escritório meu bem. – Ouviu a voz vindo da sala do lado.

E: Quem é o homem que está lá fora?

R: Oi? – levantou da cadeira indo ao encontro da loira – Que homem?

E: O homem que está no jardim, aparando a grama!

R: Não tem nenhum homem no jardim meu bem!

E: Eu vi – foi ate a janela do escritório da morena que dava direto para o jardim – O homem estava com a máquina na mão.

R: Emma – foi até onde estava a namorada, ficando parada atrás dela – Eu não chamei ninguém para cuidar do jardim! – girou o corpo da loira para que elas ficassem cara a cara – Você está bem? Conseguiu descansar?

E: Sim... Eu estou um pouco sobrecarregada de trabalho – passou a mão pelos cabelos – Deve ser isso. Mas eu estou bem...

R: Você precisa se cuidar e descansar, sei o quanto esses trabalhos podem render.

E: Não se preocupe meu amor, eu já estou acostumada.

R: Pois não deveria. – nesse instante a campainha da porta chamou, o corpo da loira se sobressaltou  – Calma! É só um entregador.

E: Tem certeza?

R: Tenho... Pois estou esperando por ele. Fique aqui, eu já volto e a gente prepara um bom café pra você.

E: Deixa que eu vou conferir – sem que a morena pudesse dizer nada, a Detetive já estava abrindo a porta da entrada.

[FLASHBACK OFF]

Emma e Regina acabavam de colocar os pés em sua casa, a viagem de volta tinha sido tranquila, eram as 10:23 da manhã. As outras mulheres tinham ido para os seus respectivos afazeres, assim que chegaram, a loira levou os malas da esposa para o quarto, preparando a cama a seguir.

R: O quê você está fazendo? – perguntou a morena quando entrou no quarto e viu a loira arrumando a cama.

E: Arrumando a cama para que você possa descansar...

R: Eu não vou me deitar agora Emm, são as dez da manhã!

E: Já falamos sobre isso! Combinamos que você ia descansar assim que chegássemos em casa.

R: Sim, eu vou descansar, mas não vou me deitar!

E: Regina!

R: Não se preocupe! Eu escorreguei, graças a deus não foi nada de mais, o bebê está bem, eu estou bem!

E: Você está com quase 30 semanas, sabe o quanto o cuidado deve ser maior.

R: Eu sei – chegou mais perto tocando o rosto da loira – Não se preocupe.

A loira abaixou o olhar sentindo o toque carinhoso da sua amada, nesse momento o celular da loira chamou, ela retirou do bolso, era Graham.

E: Preciso atender – a morena assentiu, Emma deslizou o dedo na tela recebendo a ligação – Olá Graham.

G: Swan! Já está de volta na cidade?

E: Sim, acabamos de chegar, alguma boa notícia para mim?

G: Ahm ... – respirou fundo – Na verdade não.

E: O que aconteceu?

G: Patrick Strada fugiu hoje...  

O corpo da loira gelou, ela saiu do quarto nervosa, Regina percebendo o estado repentino da mulher, foi atras.

E: Como??

G: Um plano de fuga aparentemente perfeito, com ajuda, obviamente de muitos.

E: Isso é um absurdo! Como esse cara vai andar solto! – sentou-se no sofá, passando a mão nos cabelos – Esse cara matou oito crianças como... Meu deus isso é um absurdo!

Patrick Strada era um maníaco, tinha sido o maior caso que Swan tinha trabalhado ate hoje, era um caso que começou e durou vários anos, era quase impossível pegar o autor de tamanha atrocidade, foram anos e anos, na procura dele, depois que Lucy morreu, a loira tinha se enfurnado no distrito para honrar a vida de todas as crianças que esse maníaco tinha tirado, seu próprio sentimento de perda, sua dor, a tinha feito mover céus e montanhas, para colocar esse psicopata na cadeia, e ela conseguiu, agora quase seis anos  depois, ela descobria que ele estava solto, na rua.

Sua perseguição tinha sido tamanha, no começo do seu relacionamento com Regina, ela tinha entrado no primer crime, e assim continuou.

G: Pois é Swan, queria te contar antes que você visse na tv ou em qualquer notícia barata. Milah esta de volta, sei que você vai passar pelo distrito, mas as matérias com a liberação de Strada já estão em todos os meios.

E: Que merda! – pegou uma garrafa decorativa que tinha na mesinha de centro e jogou na parede com toda a sua raiva, Regina que estava discretamente atras dela, fechou os olhos – Vou passar logo no distrito.

G: Por favor, toma cuidado, a final de contas, foi você que o colocou na cadeia, e sabe que eles nunca esquecem, você me liga se precisar de carona, que eu passo pra te pegar.

E: Não preciso de segurança Graham.

G: Não foi isso que eu disse... – desligou a ligação.

Emma deixou o celular do lado, colocou as mãos no rosto, e respirou fundo, Regina se aproximou sentando do lado dela, passando uma mão pelas suas costas, Emma apenas olhou para ela, Regina pôde entender a dor no seu olhar e a impotência, a puxou para mais perto, abraçando o corpo da esposa, a detetive se deixou abraçar e depositou uma das suas mãos na barriga da morena, Henry se mexeu de leve, a loira deixou escapar uma lagrima. Sabia que logo chegaria ligações e mensagens dos pais das crianças que tinham sido assassinadas por Patrick Strada, a vida não era justa e a justiça muito menos.

[...]

A Detetive Swan entrou no distrito, tinha deixado Regina com suas amigas na casa de Kathryn, mesmo a  morena relutando, nesse momento não era seguro que ela ficasse sozinha em casa, a loira tinha que resolver a sua situação e ate lá era melhor ser precavida.

Depois de uma ligação a Detetive tinha marcado com a Chefa Jones, para ver como estava o seu estado do Distrito.

MJ: Pode entrar Swan – Milah a viu pela janela de vidro que dividia a sua sala do resto do distrito.

E: Com licença – Swan entrou

MJ: Sente por favor – fez um gesto para cadeira que estava a sua frente.

 A Detetive se sentou, em silêncio, esperou que a outra mulher começasse a falar, mas a mais velha não fez isso, apenas encarou os olhos esmeralda da Detetive.

E: Chefa... Eu...

MJ: Você faltou com respeito a um superior.

E: Eu sei... Estou disposta a me desculpar por isso com ele, mas você tem que entender, minha esposa está gravida e ela teve um acidente!

MJ: Quem disse a você que eu não entendo isso? – os olhos cinzas da chefa ficaram mais intensos – Você é uma das minhas melhores Detetives, eu estou do seu lado, mas você tem que entender que eu não posso passar por cima dos protocolos, eu posso tentar te safar de várias coisas, mas tem outras que não dependem somente de mim.

E: Eu sei, e te agradeço pela compreensão.

MJ: E com o que acaba de acontecer hoje, você vai ficar apenas no trabalho de oficina.

E: O quê?

MJ: Patrick Strada, está solto, e não sabemos o que ele irá fazer, se irá fazer alguma coisa, por tanto, por enquanto, além do seu castigo, ocorrido com o seu superior, você vai ficar trabalhando na papelada.

E: Milah!

MJ: Se não quiser uma suspensão...

E: Está bem! Eu aceito a condição!

MJ: Fique o maior tempo em casa, fazendo o seu trabalho, se cuide e cuide da sua família, por aqui trabalharemos arduamente para seguir os passos de Strada, qualquer movimento suspeito você liga imediatamente! Se precisarmos de você aqui, pedirei para um dos nossos Detetives passar pra te pegar, lembre Swan, todo cuidado é pouco, até sabermos o que irá a acontecer.

E: Milah! – levantou desconforme, a mulher arqueou uma sobrancelha para ela – Jones... – se corrigiu – Isso é um absurdo! Eu posso ajudar a pegar esse cara novamente, você não pode me ter aparte desse caso.

MJ: Temos um caso aberto, temos muitos que investigar e fazer com que cada um deles caía com Strada, isso é um perigo para todos nós, estamos trabalhando duro, coisas assim não podem acontecer mais. Preciso que você se cuide, e fique com a sua família. Va para um lugar seguro, de preferência escolha um lugar que não seja a sua casa.

E: Do que você está falando? Como eu vou falar para a Regina que...

MJ: Cuide da sua mulher Swan, fique com ela, qualquer coisa é só nos ligar, vamos estar atentos a cada passo que você der, e qualquer contato que ele possa fazer!

Swan sem mais nada que dizer, saiu da sala da Chefa, decidia e com medo ao mesmo tempo, precisava ficar perto da sua família, ter Regina e sua mãe em um lugar seguro. Ao longo do corredor, viu Graham e Ruby estudando as pistas no quadro.

E: Oi – chegou perto chamando a atenção dos amigos.

G: Swan! – foi até ela com Ruby para cumprimentar.

RL: Como você está? Como foi as coisas com Milah?

E: O que vocês sabem do Strada? – respondeu com outra pergunta olhando de um para o outro.

G: Emma...

RL: Não podemos passar informação. Estamos trabalhando com o apoio de inteligências, estamos bem apoiados.

E: Ruby, eu sei. Mas eu preciso saber! Eu não posso focar em casa fazendo papelada, com minha mulher grávida, esperando que vocês capturem ele!

G: Emma, por favor! Não se preocupe, estamos fazendo o nosso trabalho melhor do que podemos. Milah está ajudando, e investigando muita gente que ajudou esse monstro sair.

E: Que merda Graham! – saiu da sala rápido deixando os amigos para trás.

O casal se olhou preocupado. Sabiam o quanto tinha sido difícil para Emma, e o quanto afetava o perigo que Regina poderia correr.

Era assim, Detetives não temem por perder a suas vidas, eles temem pela vida dos seus seres amados. Porque tudo vale, onde doer mais, é aí que tem que pegar.