Minha história de amor brega escrita por Kuchiki001


Capítulo 2
Dia chuvoso


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!



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Karakura City

 Em alguma casa não tão aleatória de uma garota não aleatória...

Podia dizer que o dia estava lindo, o sol brilhava e seus raios entravam pela janela aberta do quarto da pequena morena de cabelos curtos. Bom eu estaria mentindo.

Rukia acordou num pulo ao escutar a janela bater com a ventania, correu e a fechou sentindo o coração a mil e a cabeça girar pela forma como levantou.

Sentou-se na beirada da cama e esfregou os olhos, sentindo que deveria dormir por mais umas cinco horas. Ela tinha a ligeira impressão que tinha dormido por segundos, mas antes que pudesse se jogar nos cobertores arregalou os olhos para o cenário a sua frente e quase teve um infarto fulminante.

Estava um caos aquilo que se podia chamar de quarto, parecia que um tornado havia lhe feito uma visita surpresa durante a madrugada. Provavelmente em algum momento da noite o tempo mudou e por ter deixado a janela aberta o banco que ficava embaixo dela com o futon e suas almofadas preferidas do Star Wars encharcaram com a chuva, podia ver a trilha de água formada pelas gotas indo de encontro ao seu guarda-roupa, mas isso não se comparava com as folhas de papel almaço espalhadas pelo quarto. Rukia não daria importância se fossem alguns míseros papéis (mas estamos contando a história da nossa protagonista e se tratando de um clichê daqueles bem clichês e brega por sinal) aquelas folhas, não eram nada mais nada menos que, o dever de casa que teria que entregar naquele mesmo dia e justo do professor que não ia com a cara dela. Ok! Vamos ser sinceros, ela que não ia com a cara do professor e química era a matéria que mais odiava, assim como física e não podemos nos esquecer da matemática, maldita matemática que no ano passado quase a tinha feito reprovar.  

Com um lamento ela tirou as folhas que estavam nadando nas poças de água e tratou de dar um jeito de secá-las com o secador. Por sorte metade do trabalho ainda estava em cima da escrivaninha. Olhou para as folhas borradas e entortou a boca, tinha perdido um bom tempo pesquisando aquelas fórmulas inúteis no Google, tinha absoluta certeza que não as usaria para mais nada na sua vida.

Observou que justo nas partes principais era que estava borrado. Apertou mentalmente o botão do fod*-se e juntando tudo enfiou em sua mochila. O professor que lutasse pra entender aqueles ideogramas alienígenas, ela fizera o trabalho não tinha culpa que seu dever de casa decidiu se aventurar e dar um mergulho por aí.

Preguiçosamente, Rukia se dirigiu ao banheiro, que ficava entre seu quarto e de sua irmã, ansiosa por um banho quentinho. Escovou os dentes e observou que seu nariz estava ficando vermelho assim como suas bochechas, deu de ombro e se despiu se arrepiando instantaneamente com a brisa gélida.

Correu para o chuveiro e quase caiu dura ao sentir a água bater feito uma chibata em suas costas.

— MAS QUE PORR*! —gritou enquanto se sacudia, pulava e puxava a toalha.

Hoje não seria o dia de tomar banho.

Tratou de vestir o uniforme e colocou um casaco, não estava atrasada constatou ao olhar à hora no seu celular, aproveitou para tuitar sobre aquele acontecimento que para ela era como se fosse um desastre natural.

Kia Matsu —@adoravel_luz

Tornado? Furacão? Só sei que meu quarto está à maior confusão! Dia horroroso de chuva!

Desceu as escadas. A casa como sempre naquele horário estava silenciosa, sua irmã Hisana já deveria estar no trabalho, encontrou em cima da mesa uma bandeja com café preparado e alguns pães e um bilhete.

Tem suco na geladeira.

Não esqueça que hoje é o seu dia de tirar o lixo.

Não arrume confusão na escola

não poderei livrar sua pele novamente e estamos sem gás... Esqueci de pagar a conta.

Com muito amor e beijinhos de bom dia, Hisa!

— Agora que ela me avisa depois de eu quase morrer congelada! —disse para o nada enquanto largava o papel já amassado na lixeira.

Rukia bufou em desgosto e encheu uma xícara de café que pelo gosto só poderia ter sido requentado no microondas.

Só podia agradecer pelo pouco que tinha, mas estava decidida. Seria hoje que arrumaria um emprego e daria fim a banhos frios, pagaria a conta de gás e aliviaria a barra da irmã.

— Só espero que ela não me mate. —resmungou enquanto embrulhava alguns pães para comer mais tarde.

Depois de colocar o lixo no seu devido lugar, Rukia observou o céu cinzento e nublado, suspirou resolvendo que não se arriscaria e colocou sua capa de chuva. A escola não era muito longe e ela tinha a Chappy sua leal bicicleta que a acompanhava e a levava todos os dias para o colégio.

Sentiu o bolso do casaco vibrar e sorriu ao ver que seu twitter estava bombando de respostas.

vidashit_eq_fala — @Grimm Potter— replying @adoravel_luz 9s

Ta tudo uma droga. #rain #bad #diasnegros #solitude

Sanduba_depresunto — @Kai Moreno — replying @adoravel_luz 10s

Dia de chuva. Trânsito horrível... te entendo em odiar dia chuvosos Ruki.

hime.sou.princesa —@Inoue Hime— replying @adoravel_luz 12s

Amiga o que aconteceu? Espero você no portão da escola!!!

Kia Matsu —@ adoravel_luz — replying @hime.sou.princesa

Conto tudo e tenho a leve impressão de que estou ferrada.

#praummundosemdeverdecsaeuvotoSIM!

hime.sou.princesa — @Inoue Hime — replying @adoravel_luz 1s

Quero o babado na minha mesa pra ontem!!

Rukia guardou seu celular no bolso sorrindo com a empolgação de sua amiga, só esperava que ela esquecesse a ideia ridícula de ficar com o maldito morango estragado, só em pensar na sua melhor amiga junto com a laranja ambulante azeda embrulhava seu estômago. Aproveitou que estava com o celular em mãos e apagou a foto que denunciava que ela tinha se esgueirado e tirado aquela foto dele.  

Pedalou o máximo que suas pernas permitiam e quando finalmente avistou o portão da escola teve o deslumbre de uma cabeleira laranja berrante passar por ele. Deixou Chappy segura no estacionamento e guardou sua capa de chuva e antes que pudesse pensar em localizar a amiga doida que tinha sentiu seu braço ser agarrado e alguém a puxar e a pressionar contra a parede.

— O que está fazendo idi... —teve sua boca tampada por uma mão grande.

Abismada encarou o ruivo que odiava pedi-la para calar a boca e foi só então que entendeu o que estava acontecendo ao ouvir a voz da amiga.

— Tats, eu tenho certeza de que ele veio por aqui... Onde será que o Kurosaki se meteu?

— Esquece ele Hime! Vamos para a aula, você sabe que o professor Aizen não tolera atrasos. —a voz forte da Arizawa tentava trazer alguma lucidez a amiga.

— Ahh!! Mais ele ainda não respondeu a minha mensagem!  Tenho certeza que deve ter acontecido alguma coisa!

Rukia não podia vê-las, mas tinha certeza que a amiga estava fazendo bico enquanto batia os pés.

— Aconteceu nada... Vamos! Depois eu mesma me certifico de que o idiota não escape na próxima vez. —Tatsuki deu fim à teimosia da ruiva e a arrastou pelo braço.

 Rukia aguardou silenciosamente as amigas se distanciarem para pisar no pé do Kurosaki.

— Anã desgraçada! Ficou louca?! —berrou o ruivo enquanto se distanciava da pequena sentindo seu pé palpitar de dor.

— Que eu saiba você que me agarrou feito um tarado, acha que eu sou o quê? Suas putas que você fica se agarrando por aí? —Rukia perguntou sentindo o corpo tremer, só não sabia se era de raiva, nervosismo ou ódio mesmo.

— Quem em sua sã consciência iria querer pegar uma sapinha como você... Ai! Além de anã é uma bruta! —Ichigo agarrou nos ombros de Rukia impedindo que ela lhe desse outro soco. — Escuta aqui baixinha, sua amiga estranha veio com uns papos sinistros ontem à noite... Eu não sei o que vocês estão aprontando, mas me deixa de fora não quero encrenca para o meu lado.

Incrédula e totalmente estupefata a morena encarou o maior e cruzando os braços, sorriu em escárnio.

 — E por que você acha que logo EU perderia meu tempo com um imbecil que não suporto? Valeu! Mas eu não tenho nada a ver com o que quer que a Inoue queira com você... Sinceramente não tenho o mínimo interesse no que diz respeito a você.

Ichigo arqueou uma sobrancelha e sorriu maldosamente para a pequena.

— É mesmo? Então quer dizer que o que eu fizer você não se importa? —perguntou dando alguns passos em direção a morena.

Rukia não se deixou abater enquanto dava alguns passos para trás.

— Nenhum pouco, você e nada são a mesma coisa. —assegurou enquanto tentava se manter firme com a aproximação do ruivo.

Ichigo sorriu enormemente e se inclinando apoiou a mão na parede e enfiou a outra no bolso da calça do seu uniforme enquanto manteve seu rosto a centímetros do da morena.

— Tem certeza Rukia? —sua boca roçou sobre a dela e sorriu em satisfação ao sentir a respiração da morena descompassada.

Rukia estava muito surpresa para sequer pensar em respirar, seu cérebro estava soltando os parafusos e consequentemente às engrenagens não estavam trabalhando.

Sem esperar a resposta da morena, Ichigo se afastou. Mais um pouco ele cederia à própria provocação e beijaria a pequena irritante que o tirava do sério.

Deu as costas para ela, numa tentativa de acalmar seu corpo que estava sofrendo os efeitos de estar tão próximo do da garota e dos próprios pensamentos que o excitava. — O que diabos ele tinha pensado em fazer com a anã de jardim? —se amaldiçoou.  

— Não sei como a ruiva conseguiu meu whats, a questão é que preciso que me ajude. Não quero me envolver em mais fofocas. —suspirou cansado só queria passar pelo ensino médio sem mais problemas.

Rukia estava absorta pelo o que havia acontecido. Tinha sido pega de surpresa pela atitude inusitada do Kurosaki e ainda sentia o coração acelerado no peito.

— O que me diz baixinha vai me ajudar? —Ichigo olhou por sobre o ombro e notando que a face da morena estava ficando cada vez mais vermelha se preocupou.

— O que você quer dizer quando falou que precisa da minha ajuda? Eu não me alio ao inimigo! —Rukia disse por fim e a passos firmes deixou o Kurosaki para trás.

Caminhou rapidamente para a sala de aula sentindo o corpo pesado, ignorou a presença do ruivo idiota atrás de si e xingou sua amiga em pensamentos.

Entraram na sala e cada um foi para suas respectivas cadeiras.

— Kia eu vi seu twitter e fiquei preocupada o que aconteceu? Como assim um tornado no seu quarto? Você se feriu?

Inoue praticamente pulou em cima da amiga a sufocando com seus seios mais que fartos.

— H...me...cê..a...me...su..o..ando. —Rukia mal conseguia falar enquanto buscava ar para os pulmões.

— Ai amiga! Não me mata de preocupação! —a ruiva brigou enquanto continha a vontade de chorar.

— O que houve Rukia? —dessa vez foi seu colega Abarai Renji que perguntou ao se virar para olhá-la.

— Nada não gente, o que aconteceu foi que entrou chuva pela janela e alagou meu quarto e isso é o de menos.

— Quer dizer que tem mais? —Inoue perguntou franzindo o cenho.

— Pior que sim... O trabalho que o professor Kurotsuchi pediu para entregar hoje está arruinado, tenho certeza que vou tirar uma nota vermelha. —Rukia suspirou derrotada.

— Fala pra ele o que houve ué e pede pra entregar depois! —o colega da mesa a frente falou como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

— Como se fosse fácil Renji esse professor me odeia. Ele me olha como se eu fosse uma cobaia pronta para ser dissecada.

 — Não exagera Kia, ele olha para todo mundo como se fossemos ratinho de laboratório então não é nada pessoal relaxa! —Tatsuki falou enquanto puxava Orihime para sentar em sua mesa ao lado da dela.

— Só sei que ‘tô’ ferrada, já não basta ter tirado um três na prova. Ainda tem mais essa... Eu queria estar morta! —falou desanimada e deitou a cabeça na mesa, uma nuvem negra a cobriu instantaneamente.

Ichigo observava tudo calado, não queria que sua presença fosse notada pela ruiva peituda. Ainda estava pensando como iria fazer para a baixinha o ajudar a manter a garota longe dele.

Escreveu algumas palavras no papel o amassou e jogou na cabeça da morena.

Rukia o olhou irritada e a contragosto desamassou o bilhete e torceu a boca ao ler o que a letra já conhecida dizia.

Te espero atrás da quadra no horário do almoço. Não me deixe esperando para o seu bem!  K.I

— Só era o que me faltava! —a morena resmungou baixinho para ninguém.

— Algum problema, Rukia? —Renji perguntou preocupado com a amiga.

— Nada, não se preocupe. —sorriu e foi retribuída com um sorriso lindo do amigo e colega de classe.

Ela olhou para o Ruivo alaranjado e o encontrou de cara amarrada.

Suspirou pesadamente aquele dia estava mais do que horroroso... Estava tenebroso e a culpa não era da chuva. 


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