Minha história de amor brega escrita por Kuchiki001


Capítulo 3
Tarde de calafrios


Notas iniciais do capítulo

espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/808952/chapter/3

Karakura City

Em uma escola aleatória com um garoto problema...

As aulas já haviam se iniciado há algum tempo, mas Rukia não conseguia prestar atenção nas palavras do professor, sentia-se muito cansada e tonta e para piorar ainda mais a sua situação o professor resolveu que daria uma prova surpresa por estar de muito mau humor.

Era definitivo, ela odiava matemática com todas as suas forças.

A sala em conjunto protestou. Uma série de lamentações e reclamações sobre injustiça e tirania foi ouvida pelo professor, com semblante sério e irritado.

— Mas professor Aizen, uma prova assim do nada é um pouco... Como posso dizer... Ineficiente. Isso, ineficiente. —Inoue se pronunciou depois de muito pensar.

Aizen que estava fazendo um esforço para se manter calmo com a turma escutou as palavras de sua aluna preferida.

 — Ineficiente? —repetiu o professor surpreso. — Senhorita Inoue, por que acha isso? —perguntou sem entender.

— Sabe ‘né’, teacher? Seria melhor se juntarmos tudo que estudamos e formarmos equipes ou duplas... Podemos dessa forma, aproveitar muito mais nosso conhecimento e aprendermos uns com os outros. —sorriu enormemente enquanto dobrava a barra da saia nervosa.

Todos concordaram e aplaudiram as palavras da ruiva que sorria com o apoio dos colegas de classe. Rukia fez um joinha para a amiga e concluiu que uma prova em dupla seria muito melhor do que encarar a dura realidade de que ela era uma negação em matemática.

 Sem ver alternativas e não querendo desapontar sua aluna predileta o professor Aizen concordou. Logo se via os alunos eufóricos pedindo para fazer dupla com os nerds da sala.

Tudo foi tão rápido que Rukia nem conseguiu pensar direito já se via as duplas formadas e ela apenas teve tempo de se levantar da cadeira e olhar para a sala sem ter com quem contar.

— Vejo que ficou sem dupla Srta. Matsuda. —o professor apontou o óbvio e olhou para a sala pensativo.

— Eu também estou sozinho.

Ela olhou para o ruivo que se levantou e ergueu a mão, o professor disse às palavras que Rukia não queria ouvir.

—Faça dupla com o Kurosaki.

Respirando profundamente e a muito contragosto a morena pegou a mochila e sentou-se na cadeira ao lado do ruivo. O professor distribuiu as provas e naquele momento desejou ficar sozinha.

— Eu respondo as que eu sei resolver e você fica com as...

— Faça como quiser! —o cortou secamente.

Depois de alguns minutos ele deslizou a folha sobre a mesa e franzindo o cenho Rukia leu as questões sentindo um nó se formar na cabeça, procurou seu lápis preferido do Chappy e com muito esforço começou a raciocinar para resolver a prova de trigonometria.

— Desisto! —murmurou baixinho amaldiçoando o cara que inventou a Teoria Euclidiana.

— Você e a matemática não se dão bem pelo visto. —Ichigo comentou.

Rukia o encarou e assentiu.

— Eu não entendo essas fórmulas estranhas, parece que foram criadas para complicar a vida da gente... Eu realmente não sei quando vou precisar calcular a tangente do ângulo de um triângulo. —bufou.

Ichigo riu com o bico que ela fez e se aproximando mais da morena resolveu explicar o Teorema de Pitágoras.

— O triângulo retângulo é composto por um ângulo reto de 90 graus, basicamente é a soma dos quadrados de seus catetos e os quadrados da hipotenusa que são iguais.

— Valeu agora você falou grego. —Rukia o encarou com o semblante de quem não estava entendendo nada.

— Aqui veja! —pegou o lápis da mão da morena e antes de rabiscar a folha analisou o coelho horrendo que o enfeitava. —Essa é a formula a2 = c2 b2 sendo que a é a hipotenusa, que é esse lado maior oposto a linha reta e c e b são os catetos que são esses dois menores. —mostrou.

— Desenhando desse jeito até que não é tão difícil de entender.

 Ambos sorriram e Ichigo continuou a explicar e mesmo não querendo admitir Rukia agradeceu mentalmente por fazer dupla com ele.

***

Depois de algumas horas o professor passou recolhendo a prova e alguns alunos murmuravam em desgosto.

O sinal do intervalo tocou e juntando as suas coisas na bolsa, Rukia se levantou depressa, sentia a cabeça doer e apertou o uniforme para se aquecer do frio repentino.

— Kurosaki! Podemos... Hum... Meio que... Conversar no terraço? —Inoue pediu de forma envergonhada.

Se Rukia não soubesse das intenções da amiga, nunca que ninguém desconfiaria daquele rostinho de anjo.

Inoue sorriu vitoriosa por ter sido rápida e interceptado o Kurosaki antes que ele fugisse dela.

— Desculpa Inoue, mas... — ele procurou a morena que tinha saído de fininho e Rukia já estava para atravessar a porta quando ele gritou. — Espera Rukia preciso repassar algumas questões da prova com você!

Fingindo não ter ouvido, ela acelerou os passos em direção ao refeitório tudo que menos queria era ter que se meter nos planos da amiga que estava decidida a dar uns pegas no ruivo.

Sentiu quando seu braço foi agarrado e foi praticamente arrastada pelo corredor, passaram pela cantina as pressas e Rukia sentiu o corpo estremecer com o ar frio quando saíram do prédio.

— Nem pense em fugir! —Ichigo avisou quando pararam próximo ao pátio.

Várias cabeças viravam para olhá-los com curiosidade.

— Você podia fazer a gentileza de me soltar? —ela pediu rangendo os dentes.

Ichigo soltou o braço da morena e a encarou com raiva.

— Por que me ignorou? Eu te disse que você ia me ajudar.

— Eu não tenho obrigação nenhuma de me meter nas suas merdas, se não quer ficar com a Hime basta dá o fora nela e pronto! Não me coloque no meio. —Rukia cruzou os braços irritada.

— Eu já dei o fora diversas vezes, mas ela não entende... Sua amiga é uma maluca!

Rukia não se aguentou e começou a rir.

— Nisso você tem toda razão, mas como quer que eu te ajude? Você sabe que eu te odeio e não te suporto.

— Eu digo o mesmo de você... De todas as garotas você é a mais irritante.

Rukia fechou a cara e se virou para ir embora antes que pudesse cometer um assassinato quadruplamente qualificado.

Ichigo se colocou na frente dela.

— Vamos dar uma trégua. Prometo que te ajudo com a matemática se você me ajudar a manter sua amiga longe de mim.

— E como você quer que eu faça isso? —Rukia perguntou um pouco mais interessada na proposta.

— Simples, diga que gosta de mim e peça para ela desistir!

— ‘Tá’ maluco? Eu não vou nem um pouco com a sua cara feia. —estremeceu com a ideia e com o frio.

Ichigo bufou e colocando as mãos nos bolsos falou:

— Me escuta nanica!

— Se você me chamar mais uma vez desse nome eu juro que corto suas pernas e te faço de banquinho. —ela ameaçou enquanto apertava os braços no corpo numa tentativa de se aquecer.

— Você é uma ogra, por isso não tem namorado.

Rukia o encarou e revirou os olhos.

— E daí? Eu não vou sair namorando idiotas como você, eu, pelo menos tenho algum juízo.

— Eu que nunca namoraria uma garota com seu temperamento ou aparência... Na verdade eu nunca te namoraria. —Ichigo concluiu com raiva.

— Nossa você não sabe como me deixou aliviada com essa declaração! —Rukia exclamou sentindo o queixo tremer.

Ichigo a olhou com mais atenção e franziu a testa.

— O que você tem que está estranha? —perguntou. —Não, que você já não seja estranha...

— Não tenho nada! Se já terminou com suas sandices eu vou entrar porque estou morrendo de frio.

— Espera! —Ichigo segurou o braço da baixinha antes que ela sequer pudesse se afastar.

— O que foi dessa vez? —Rukia perguntou sem paciência.

Sem pedir permissão o Kurosaki colocou a mão na testa da morena a assustando.

— O que você está fazendo imbecil? —Rukia perguntou ao se desvencilhar da mão dele.

Ichigo não se importou e a puxou para si colando a testa na dela.

— Você quer morrer idiota? —ela tentou se soltar dele sem sucesso.

De olhos fechados o Kurosaki permaneceu alguns segundos daquela forma, a segurando firme até murmurar baixinho.

— Você está queimando... Acho que está com febre. —concluiu.

Rukia parou de se debater e o encarou sentindo o rosto em chamas assim que ele a olhou.

— Você está com o rosto cada vez mais vermelho e está tremendo. Precisa ir à enfermaria.

 — Eu-eu estou bem. —Rukia disse e desviou os olhos dos castanhos que estavam fixos nela.

Ichigo pegou no queixo da morena e o segurou para mantê-la olhando para ele.

— Não importa o que diga, se você não for comigo até a enfermaria vou espalhar pela escola que você implorou para ficar comigo e me agarrou.

Os olhos violáceos da morena se arregalaram em indignação.

— Você não faria isso!

— Melhor você não arriscar. —avisou.

— Você é um canalha!

Sem dizer mais nada Ichigo a libertou do agarro e suspirando cansado deu de ombro.

— Quer saber, eu estou pouco me lixando pra você... Não é como se eu estivesse preocupado... Só se mantenham longe de mim.

Rukia já ia gritar e xingar quando ele a deixou com as palavras entaladas na garganta que agora estava doendo.

Se acalmando resolveu voltar para a sala e tentar salvar seu trabalho de química.

Suspirando e sentindo cada vez mais calafrios, Rukia tentou se concentrar nas palavras que escrevia, sua visão estava cada vez mais desfocada e sentia que a qualquer momento podia desmaiar. Bateu no rosto para se concentrar e conseguir finalizar uma das trocentas folhas que se destruíram no temporal. Ignorou completamente quando o ruivo idiota entrou na sala com a cara, se possível, ainda mais emburrada, as mãos enfiadas nos bolsos de seu moletom e uma sacola pendurada no braço. Fingiu que ele não existia e secou o suor frio da testa.

— Desculpa pelo que falei lá fora... —Ichigo começou. — Te trouxe esses bolinhos já que por minha causa você não se alimentou e... Passei na enfermaria e trouxe alguns antitérmicos.

Esperou impaciente Rukia o olhar e se cansando do desprezo que ela lhe direcionava, largou a sacola sobre a mesa dela e foi para a sua sentando-se de qualquer jeito na cadeira. Observou a paisagem pela janela e viu ao longe seus colegas embaixo de uma árvore e sorriu ao ver Keigo correr desesperado dos golpes mortais de Tatsuki. “Ele deve ter feito alguma coisa estúpida” —pensou e se lembrou de que ele próprio também não fizera diferente e como sempre acabava estragando as coisas com a baixinha.

— Não espere que eu vá te perdoar só porque me deu bolinhos... Mas obrigada. —Rukia agradeceu com as bochechas vermelhas.

Ichigo deu de ombros e não se incomodou em olhá-la, talvez se tivesse a olhado teria percebido que tinha ganhado alguns pontos com a morena.

Provando o bolinho de morango Rukia abriu um enorme sorriso, fechou os olhos se permitindo sentir o sabor delicioso daquele doce que para ela foi à coisa mais gostosa que experimentou em toda a sua vida, não que o pão que devia estar duro na sua mochila fosse ruim, mas porque aquele bolinho de alguma forma era especial. Destampou o suco de laranja e tomou a aspirina. Odiava ter que concordar com o Kurosaki... Ela não estava bem.

O sinal de término do intervalo soou e Rukia se apressou a organizar as folhas do seu dever de casa que teria que entregar ao seu professor sinistro de química. Seus colegas adentraram a sala e já podia ver a animação do intervalo se extinguir quando o professor Kurotsuchi passou pela porta.

— Façam uma fila e deixem o relatório em cima da mesa. Não vou aceitar nada menos do que trinta folhas e os pirralhos que não fizeram vão lamentar amargamente. —sorriu diabolicamente, a sala toda se encolheu de medo.

Suspirando pesadamente e sentindo-se de uma forma estranhamente sufocada Rukia se levantou, tomou ar e estranhou a coceira insuportável na garganta.

Definitivamente ela não estava bem.

Deixou o trabalho sobre a mesa do professor e se apressou a voltar para seu lugar, mas antes que pudesse alcançá-la teve seu braço agarrado.

— Ei, Rukia o que houve? Não me parece que você esteja bem. —Ichigo perguntou preocupado.

— Estou... —Rukia falou num fiapo de voz e limpando a garganta completou. — Bem... Obrigada.

Soltou-se do ruivo e ajeitou-se em sua cadeira coçando o pescoço, estava sentindo a ausência de ar em seus pulmões e a pele do pescoço arder com os arranhões de suas unhas.

— Kia depois da escola vamos ao shopping? —Inoue perguntou alegre ao passar por ela.

Rukia balançou a cabeça confirmando e procurou sua garrafinha de água do Chappy na bolsa.

 Inoue parou para dar uma piscadela para o moreno de olhos verdes que corou genuinamente e disfarçadamente sorriu para o moreno de olhos azuis. Alisando a saia sentou na cadeira sentindo-se espetacular. Havia decidido que valia mais dois pássaros na mão do que um voando e que aparentemente sua amiga estava pegando.

Ansiosa era pouco para que Rukia contasse tudo que acontecera no pátio, tinha visto os dois agarradinhos e não entendia o porquê que sua amiga escondia que estava ficando com o Kurosaki se estava obvio que ele gostava dela. Entortou a boca e olhou para o ruivo que não desgrudava os olhos da morena, por um momento desejou ter conseguido levá-lo para o terraço e desfrutado do sabor dos lábios dele. Bateu nas bochechas vermelhas e olhando para os dois morenos suspirou, adorava aquele poliamor.

Rukia não conseguia prestar atenção em mais nada, sua garganta coçava e estava começando a ofegar e pra piorar sua situação os calafrios faziam seu corpo tremer e suas roupas estavam grudando na pele devido ao suor.

 Não entendia o que estava se passando com ela, tudo a sua volta começava a distorcer e já não conseguia respirar. Ouviu ao longe pessoas falando com ela e seu corpo ser suspendido no ar, sua visão capturou flashes de um pescoço e observou o pomo de adão se contrair para cima e depois para baixo, um queixo masculino perfeito, uma orelha bem desenhada e cabelos em um tom exótico de laranja.

Balbuciou baixinho palavras desconexas e tudo que ouviu antes de apagar foi:

— Kia você vai ficar bem... Eu prometo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha história de amor brega" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.