Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 30
A Dança do Dragão e as Formas do Cão




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Academia Real Equinócio 
Area dos Dormitórios Reservados - Dormitórios Reservados a Thunderbird 

 

—O dia finalmente chegou, estou um pouco nervoso – diz Dofi 
—Vai dar tudo certo..., mas afinal de contas, onde é que tá o Sword? – Indaga Danny 
—Ouvi que ele chegou ontem à noite com uma mulher, se reuniu com a diretora Irons – responde Tin 
—Chegou com uma mulher – indaga quase em tom de ciúmes, Garrias 
—Bem mais velha que ele Garrias – responde Ania rindo – Vamos indo, temos que nos apresentar  

   Os 12 alunos da Academia Thunderbird se apresentam ao dito “Coliseu”, uma arena enorme, olhando para a plateia, a quantidade de pessoas que se estende parecia infinita. Às outras escolas também já estavam ali, no topo da arena, sobrepondo toda a arquibancada, estava o rei de Aúdases, Aioya Crowngold, sua esposa a rainha Therena Crowngold. Também estava ali o irmão de Garrias que não foi selecionado para participar do torneio, Asas Crowngold, ao lado de Asas estava o bruxo e também responsável pela defesa real Empirius Black, ao lado de Empirius sua filha que recém retornou de uma missão Erina Black. 

   Diante de uma imponente multidão reunida no coliseu de Vinceres, o Rei Aioya Crowngold se ergue no pódio. Seu semblante é sério, porém cheio de determinação, enquanto ele olha para o mar de rostos ansiosos. 

—Cidadãos de Aúdases e ilustres visitantes das nações vizinhas, hoje nos reunimos aqui em Vinceres para celebrar a grandiosidade do Torneio Fronteira, um evento que transcende fronteiras e culturas, unindo-nos em busca da excelência, conhecimento e unidade. Há tempos, nossos antepassados vislumbraram um futuro em que o talento e a determinação dos jovens de nossas nações poderiam ser celebrados de forma magnífica. Hoje, nesse palco de sonhos e desafios, vemos esse sonho realizado. 

   Ele pausa por um instante e observa o brilho nos olhos daqueles presentes 

— Este torneio não é apenas uma competição, é um testemunho da força de nossos povos, da riqueza de nossas culturas e do potencial humano. Nele, encontramos não apenas os campeões da força física, mas também os mestres da mente e do espírito, aqueles cujas habilidades vão além dos limites do que já conhecemos. Nossos competidores são jovens excepcionais, que representam o melhor de cada uma de nossas nações. Eles são os herdeiros de nossas tradições e os arquitetos de nosso futuro. O Torneio Fronteira é um teste, mas é também um fórum para o aprendizado e a compreensão mútua, onde as fronteiras são traçadas não apenas em mapas, mas nas almas daqueles que se unem em busca da grandeza. Hoje, ao se enfrentarem em provas de habilidade, conhecimento e espiritualidade, nossos competidores se desafiarão a alcançar novos patamares de excelência. Cada vitória será uma celebração de suas nações e uma inspiração para todos nós.  

E, por fim, o vencedor terá o privilégio de se aproximar da misteriosa Caixa do Milênio, um artefato que guarda o poder de realizar um desejo. Mas lembrem-se, esse desejo é uma responsabilidade e uma oportunidade de moldar o futuro. Agora, deixo a palavra com o responsável por esta edição, o diretor da Academia Real Equinócio, o diretor Lampardy Zaxios Anorita. 

   Lampardy aparece num camarote mais abaixo, para anunciar não só às regras, como também às academias e a primeira prova. 

—Obrigado meu rei, é uma honra poder ser o “diretor” desta edição. Agora, vamos às regras. Não existem muitas regras ao Torneio Fronteira, e depois de longas horas em reunião com os diretores chegamos ao consenso de que está edição terá apenas uma regra. Diferente das edições anteriores, essa edição será totalmente proibida a interferência externa após o início da segunda prova e isso se manterá até o fim do torneio! 

   Todos se chocam. Não pelo fato da não interferência, mas sim porque ela é a única regra, isso significa que a regra de “atendado a vida” havia sido retirada! 

—Eu sei, todos devem estar se perguntando sobre a regra de atendado a vida. Ela foi retirada, pois limitava muito o potencial dos jovens. Mas, mesmo com essa regra retirada, se o estudante desistir durante o combate, ele terá direito a tratamento imediato! Então não se preocupem, Aúdases tem os melhores aventureiros médicos dos 7 grandes reinos! Dito isso, vamos a primeira tarefa. O Desafio do Brasão! É uma tarefa simples: 

Nome da Tarefa: Desafio do Brasão 

Objetivo: Destruir o brasão da academia adversária do qual as escolas entraram na cerimonia de abertura e manter sua própria bandeira com brasão intacta. 

Regra Principal: Se o brasão da academia de um competidor for destruído, a academia à qual pertence será automaticamente desclassificada do torneio.  

Descrição da Tarefa: 

A Localização Inicial: Todas as academias estão no coliseu, no momento que iniciar a tarefa, eles já terão permissão para destruir brasões inimigos. 

Equipamento: Os equipamentos básicos estão espalhados pelo coliseu, incluindo ferramentas de destruição controlada, como explosivos de baixa potência, dispositivos de corte e material de disfarce. Equipamentos externos são permitidos, mas devem ser pegos antes do fim da primeira prova, após isso contará como desclassificação imediata 

Tempo Limite: Os competidores têm um tempo ilimitado para realizar a tarefa! 

Ouroboros: A única pista fornecida sobre a segunda prova, que é mantida em segredo absoluto até que o Desafio do Brasão seja concluído, é a palavra "Ouroboros". Os competidores devem decifrar o significado dessa palavra e usá-la para encontrar a localização da segunda prova. 

—Dito isso, boa sorte a todos... QUE COMECE O TORNEIO FRONTEIRA! 

   Ao lado da Academia Thunderbird, a outra academia que entrou, foi a Academia Nox do reino Ixpratila, no momento que foi anunciado o início da prova, uma serpe de fogo destrói por completo a bandeira da academia e atinge até mesmo a porta-bandeiras a queimando gravemente. Com um sorriso estampado no rosto, está Guivra Roardisson. Guivra ainda não é aventureira, mas já possui nível de uma, dizem que ela está no nível 3. Ela é a melhor maga de fogo da academia Pyr. 

—É melhor começar a se mexerem, não vamos te ajudar sempre. Nosso trato não inclui sermos babás – diz Guivra saindo do coliseu junto dos selecionados da academia Pyr 

Todos da Thunderbird olham confusos uns para os outros. Até que Ania diz ter sentido a preparção de uma magia vinda da academia ao lado. Eles seriam alvejados sem nem ter tempo, e seria a primeira vez que Thunderbird perde logo no início. A academia Pyr salvou eles, mas não estão entendendo o porquê disso 

—O que foi que acabou de acontecer – indaga Garrias 
—Jogue a sorte ao acaso, enfim, temos que ir 

Todos olham um para o outro e então se viram e veem que acabou de dizer isso, foi Sword. Que acabará de chegar. 

—Você finalmente chegou – diz Garrias 
—É, foi mal o atraso, eu tinha que ter certeza de algumas coisas antes. Enfim, como eu já disse, temos que ir! 

Apesar de confusos, todos seguem Sword para fora do coliseu, eles retiram a bandeira do mastro porta-bandeiras e a guardam consigo, especificamente, está com Dofi. 

—Ok, mas qual é o plano, se apareceu assim, imagino que tenha algo em mente né Sword – diz Enkiu 
—Sim, vamos primeiro ir até o centro, lá tem um local onde estão guardadas algumas armas melhores do que as que estão no coliseu. Estar no coliseu apenas para pegar armas é muito arriscado.  
—E depois? 
—Nesse mesmo lugar está a diretora Irons e a professora Galliardos. Vamos encontrar com elas para discutirmos algumas coisas. 
—Ué, achei que era proibido ajuda externa – diz Koa 
—Não ouviu direito? É proibido ajuda somente após o início da segunda prova, não fala nada sobre ter ajuda antes disso – responde Sword ainda correndo – Não fica tão longe daqui, vamos. 

Todos acompanham Sword até um beco no centro de Vinceres. Lá eles encontram os equipamentos e armas, além da diretora Irons e Galliardos os aguardando, ao fundo uma mulher, desconhecida para a maioria, mas conhecida de Irons e Sword. Joana Darc era a mulher. 

—Vejo que Sword chegou a tempo de avisá-los. Na próxima, quem sabe se ele não se atrasar, chegue mais cedo ainda –diz Galliardos 
—Da um desconto professora, você sabe que eu tinha algo importante para fazer. 
—Agora quero saber, porque o Sword sabia disso e nós não? Poderia me responder diretora – indaga quase que furiosa Ania 

Irons estava sentada, com às pernas devidamente cruzadas e usando o seu terno que quase sempre usa. Ela tira do bolso um alcaçuz e fica ali o mastigando olhando despretensiosa para o teto do cômodo. Depois de alguns segundos, ela então responde 

—Não é que eu não queria contar para vocês. É só que o Sword descobriu antes sobre o que seria a primeira e segunda prova, então veio a mim ontem à noite. Não sei o motivo disso, mas conhecendo o senhor Knight, ele deve ter seus motivos não é mesmo? – ela indaga Sword 

Sword já estava com sua armadura parcial equipada, não era uma armadura pesada pois limitaria seus movimentos e muito menos uma armadura completa, apenas algumas partes importantes, se via mais colete e cota de malha doque realmente uma armadura de metal. Era um metal negro, utilizado bastante para se defender de magia. Ele descansa sua espada um pouco a retirando com bainha e tudo da cintura. Algo que notaram, foi que Sword estava com os dois braços, ele retornou sem o braço direito da missão em Zetsuen. Mas agora esse braço estava lá. Vê-se também Joana indo até ele, ela retira a cota e proteção no braço de Sword, um braço todo enfaixado se revela, a medida que as faixas são retiradas, dá pra se ver um braço feito de metal cinza fosco, aquele metal era Anoritanium. Joana observa o local onde o braço de metal se encontra com o corpo organico de Sword. 

—Aparentemente não tem rejeição, seu corpo tá aceitando bem o Anoritanium. 
— Anoritanium? Simplesmente o metal mais forte existente? Como conseguiu isso, melhor, como conseguiu tanto disso? É quase impossível achar isso aí – Diz Danny 
—Longa história, ele te conta uma hora – diz Joana voltando a colocar às proteções no braço de Sword. 

Sword dá um longo suspiro então fala 

—Como a diretora Irons bem disse, eu tenho meus motivos pra pedir que ela escondesse isso de vocês. Mas não posso revelar isso agora. 
—Tá bom, então revela quem é essa Joana aí – Diz Ania  
—Bom, ela é minha mestra – responde Sword 
—Mestra de que? Você é estudante de Thunderbird, não precisa de mestres do lado de fora 
—Ela é uma ex-aluna de Thunderbird Ania – diz Garrias – Fora que é muito conhecida como “A Cavaleira Branca”, “Espada Véu de Noiva” ou mesmo “Lâmina do Rei”. 
—Esse último eu perdi a muito tempo – Joana diz se colocando ao lado de Sword 
—Então é uma cavaleira 
—Não só isso, uma das melhores. Faz sentido ela ser mestra do Sword, tem coisas que nem, Thunderbird consegue ensinar – Diz Irons se pondo de pé – Bom, vamos ao que importa. A segunda prova. O que você descobriu Sword? 

Sword se põe de pé mais uma vez, um movimento simples dele já fazia as partes de armadura em seu corpo emitir sons, ele estiva e alonga o braço de ferro que agora tem e então começa a explicar. 

—Basicamente. A cidade de Vinceres é uma ótima fortaleza por causa da floresta que a envolve, são poucas rotas de saída e de entrada, então a guarda da cidade consegue fazer um trabalho razoavelmente fácil. Foi aí que eu comecei, a cidade apesar de grande, não conseguiria sediar todos os eventos dentro dela, digo, seria possível, mas teria que ser uma organização muito minuciosa. E eles só avisam do acontecimento do evento alguns meses antes de acontecer, não daria tempo. Então a floresta mágica de Vinceres é o local perfeito! A única coisa que temos como pista é a palavra Ouroboros. Eu fiquei pensando sobre o que a floresta e essse tal Ouroboros tinham em comum. 

Sword pega então Bradamante e coloca novamente em sua cintura, como se estivesse se preparando para partir. 

—Eu perguntei para Lisandre se ela sabia algo sobre a floresta. E bom, ela não é uma das melhores professoras de Thunderbird atoa. Antes de se chamar Floresta de Vinceres, ela era chamada de "Floresta do Ouroboros". Não só isso, havia algo que alguns jovens de Vinceres faziam, uma espécie de ritual, do qual eles tinham que passar pelo "Caminho do Ouroboros". É tudo que eu descobri, mas creio que lá é onde começa a segunda prova! 

—Bom, já é um ponto de partida – Continua Kurosaki Tin – Não tínhamos nada antes, agora temos. Mas, temos que ter em mente, que algumas equipes ou todas, ainda se quer tem uma pista sobre isso, aí entra a parte em que entraremos em conflito com elas. Vamos deixar a bandeira com o Dofi mesmo? Ele não me parece muito confiável. 

Dofi é um jovem de estatura média, com uma figura rechonchuda que transmite uma sensação de conforto e calor. Ele possui uma aparência acolhedora, com bochechas rosadas e uma expressão gentil que faz as pessoas se sentirem à vontade ao seu redor. Seu rosto é arredondado e suave, com olhos castanhos brilhantes que expressam curiosidade e empatia. Seu cabelo é espesso e castanho-escuro, geralmente penteado de forma simples, com alguns fios caindo desordenadamente sobre a testa. Dofi é conhecido por seu estilo de vestir confortável e casual. Ele usa frequentemente camisetas largas e coloridas, muitas vezes com estampas de personagens de histórias que ele lê. Dofi possui uma postura descontraída, mas sua linguagem corporal é amigável e receptiva. Ele é visto frequentemente sorrindo e rindo com os amigos, e sua voz é suave e reconfortante, transmitindo confiança e tranquilidade. Em resumo, Dofi é um cara amigável, mas não transmite nem um pouco de confiança de alguém que saiba lutar bem, Kurosaki tinha motivos para desconfiar dele. 

—Nessa parte, o menino trovoada pensou em algo também não é Sword – diz Galliardos sorrindo de ladio 
—Diferente do que pensa, eu não sei usar meu elemento tão bem ainda. Custa muita aura usar aquilo. 
—Mas ele tem sim algo na manga – Joana diz de braços cruzados 
—E o que seria – indaga Danny a Joana 
—Bom, eu tenho uma série de técnicas que criei ao longo da carreira, uma delas é a Dança do Dragão, que consiste em diversos atacas separados sendo executados, podendo ser até com intervalos de tempo longos, mas que no fim forma uma técnica só! Eu ensinei isso para o Sword. 

Galliardos dá de ombros. Ela como prodígio que é, já ouviu falar da “Dança do Dragão”, a técnica mais promissora que uma cavaleira de aúdases criou, e ela ensinou isso para uma adolescente de 15 anos. 

—Espera, então o Sword agora sabe utilizar a Dança do Dragão, como pode isso? – pergunta Galliardos espantada 
—Não exatamente a Dança do Dragão. Eu tentei e tentei ensinar isso pro Sword, mas ele de alguma forma executava tudo perfeitamente, mas não alcançava o potencial da técnica, então dei permissão para ele modificar essa técnica. O resultado foi que a aura dele estava o impedindo, ele treinou tanto tempo pra ser um aventureiro que seus instintos de cavaleiros estavam adormecidos.  

—Ei, espera aí que essa parte pra mim é nova – diz Ania – O Sword é um cavaleiro e não um aventureiro? 
—Na verdade os dois – diz Sword coçando a cabeça 
—Ele é o que vocês chamam de Espadachim-Aurico. Apesar de Aurico vir de Aura, não quer dizer que ele tenha algo diferente da maioria dos cavaleiros que utilizam aura, só que as limitações que todos os cavaleiros têm para aprender técnicas de aventureiros não existem pra ele. Então ele é os dois, um aventureiro e um cavaleiro! E o problema de ele aprender a Dança do Dragão vinha daí e de outro instinto que ele estava tentando suprimir. 

—Qual instinto seria? – pergunta Galliardos já sabendo da resposta 
—O Cão, este instinto suprimido estava segurando o Sword – continua Joana – Quando ele libertou parte desse poder, ele conseguiu executar algo parecido a Dança do Dragão. Algo que ele chamou de... qual era o nome tosco que você deu mesmo Sword? 

Com certa empolgação, Sword então responde 

—Formas do Cão! 


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