Caminho das Centelhas escrita por Sir Rail Zeppelin


Capítulo 29
O Crocitar De Mil Corvos




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—Não tenta desviar do assunto Shielda – Diz Sword rangendo dentes de ódio 
—Tudo bem, eu vou explicar.  

   Sword baixa a guarda por um tempo. Shielda solta um suspiro aliviada e então começa a contar o que havia dito que contaria. 

—Todas as histórias que te contaram ou ouviu sobre a queda do Grão-Ducado de Orchid, bom, todas são falsas. O que realmente aconteceu, foi a arrogância do nosso próprio clã. O Clã Knight já não era o mesmo a muito tempo, estávamos mais fracos, já não produzíamos cavaleiros de elite como nos bons tempos! Mas o líder do clã se negou a ver isso, então quando o Pavão chegou, nós não conseguimos lutar contra. 

—Espera um pouco, o Pavão? Eles vieram pra cá? 
—Sim, dois membros de 16 penas. Os dois tocaram o terror em todo canto. E no fim, na cidade de Androshia, eles deixaram algo... algo que mais tarde viria a se tornar um ventre amaldiçoado. Uma enorme planta se ergueu. Enquanto os moradores admiravam a beleza daquela planta, os aventureiros e cavaleiros sentiram a energia ruim e logo foram tentar destruir aquilo. Mas era muito tarde. O Ventre se abriu e uma criatura horrível saiu daquilo. O Setimus que aquela coisa gerou, era horrível, repugnante e acima de tudo, poderoso demais para qualquer força que tínhamos naquela época. Foi então que nosso pai gastou reservas de dinheiro do Grão-Ducado para contratar mercenários ao invés de aventureiros. A ideia não deu muito certo, até que o Fortus foi contratado, ele conseguiu sozinho subjugar um Setimus. Só que a essa altura, já era muito tarde, o Setimus já havia degradado todas as terras férteis do nosso reino, destruição em massa ficou para trás, pessoas estavam se mudando do reino e os que ficaram para trás eram apenas aqueles que não conseguiram ir para outro reino porque já haviam perdido tudo. Orchid já não era mais às terras prosperas que um dia fora, e ninguém se arriscaria a voltar para uma terra desprotegida. Essas terras só não foram tomadas por outras nações porque eles não iriam aproveitar nada daqui, não temos terras férteis, não temos dinheiro, não temos mão escrava para servir a eles após a conquista... não temos nada – Shielda termina de falar entre lágrimas. 

—Eu compreendi a história do reino e de como ele veio parar aqui, mas ainda não entendo o porquê ele ainda está aqui – diz Sword erguendo Bradamante uma vez mais 
—Ele jurou no leito de morte de Alabarda Le Knight que protegeria o que sobrou de seu clã! Ele ainda continua sendo um mercenário, e a pouco eu descobri que ele esteve no arquipélago Zetsuen. 
—Alabarda? A filha do Rei Axes Knight com a Rainha Marcélia Le Knight? 
—Sim. Fortus e ela tinham um caso, bom, parecia ser mais que um caso, já que ele prometeu algo tão sério a ela 

—Era mais que isso – diz Fortus se ajeitando – Eu realmente amava aquela mulher, e se proteger o que sobrou do clã dela a faria feliz, é exatamente o que eu vou fazer então. 
—Acho que não pensou muito nisso enquanto tentava me matar no arquipélago Zetsuen – diz Sword embainhando a espada. 
—Eu não sabia que você era um Knight, só vim a descobrir depois que o abismo foi convocado lá. Aquele elfo negro, ele usou o abismo, mas não era dele a habilidade, é como se alguém tivesse concedido permissão para ele usar. Eu tive certeza quando vi você usando aquele monte de escuridão e luz juntos. 

—Espera, você consegue acessar o Abismo agora Sword? – pergunta Shielda curiosa 
—Um pouco 
—Um pouco nada – Fortus diz cortando o papo – Você venceu aquele Setimus garoto 
—Uau, venceu um Setimus sozinho? 
—Não, eu tive ajuda, inclusive de amigos que perdi naquele dia! 
—Chorar depois do ocorrido, não adianta. Se realmente quer que as mortes deles não sejam em vão, fique mais forte e certifique de não se arrepender de novo. 

—Eu realmente não estou no clima cara – Sword diz saindo do local – Eu só vim aqui por um motivo, mas aparentemente, é um motivo inútil 
—O que era – indaga Shielda 
—Se o clã Knight realmente tivesse sido extinto, eu iria tomar o trono e reerguer o Grão-Ducado de Orchid. Mas Spear está aqui e vivo, vocês têm chances aqui. 
—E o que isso tem a ver? 
—Spear é da vertente principal, filho de Alabarda e neto do rei. Ele é o herdeiro por direito, e tem Fortus como protetor, é só questão de tempo até ele crescer forte. 

—Não vai funcionar Sword – começa Shielda – Estamos apenas prorrogando o inevitável, Spear nunca vai subir ao trono, pois não tem um Knight experiente para treinar ele para ser um rei forte. Eu e os outros concordamos que se um Knight mais experiente aparecesse, ele teria que se tornar nosso líder. 
—Outros? 
—Sim, o conselho do Grão-Ducado nunca abandonou o reino. E tem outros dois membros do clã Knight que sobreviveram. Sword, pelo que o Fortus disse, você é a pessoa ideal a assumir a linhagem do trono. Você tem experiencia de combate que nenhum de nós tem, e é o último Knight vivo que consegue acessar o abismo. 
—Se qualquer um de vocês treinarem a esgrima ou outra coisa, estarão prontos. 

—Talvez sim garoto – diz Fortus – Mas a grande verdade, é que nenhum deles, mesmo aprendendo agora, vai ter a experiencia em combate que você já tem. Fora que você é de uma academia renomada, se formar naquele lugar garantiria o respeito que um aventureiro ou cavaleiro deve ter. Você é o melhor candidato a rei, fora o fato que sua irmã acabou de citar, você é o último vivo que pode acessar o abismo. 

—Você estava naquele lugar. Você viu, eu não sou tão bom com a espada, e sem ela, eu sou pior ainda. 
—Nunca disse que eu não iria ajudar você. Eu estou ensinando a sua irmã e os outros a lutarem, posso te ensinar também... e talvez ela queira treinar você. 
—Ela? 
—Sim, ela – Shielda diz empolgada – A melhor espadachim que nosso pai viu lutar. Ele dizia que não havia ninguém que manejava uma espada como ela. Fortus tentou convencer ela a treinar a gente, mas ela olhou cada um de nós e não viu um porquê de nos treinar. Talvez ela treine você Sword. 
—Quem é ela? 
—Joana D’arc. 
—Ela com certeza vai te treinar garoto. Se eu te ensinar a lutar se a espada e ela te ensinar a lutar com a espada. Você vai ser com certeza o rei Knight mais forte da história. Acho que em 5 anos podemos te moldar bem. 
—Eu não tenho 5 anos. Em alguns meses tenho que voltar para Thunderbird, e não sei como vou poder treinar de lá com vocês. 
—A gente dá um jeito de lá, agora vamos nos preocupar em convencer a Joana – Fortus diz empolgado 

   Como um raio, o punho de Sword alcança o rosto de Fortus o arremessando ao chão de imediato 

—Cacete, que merda foi essa, garoto – diz Fortus tentando ajeitar o maxilar no lugar e com um corte no nariz 
—Isso foi o máximo que eu consigo agora. Quando eu ficar mais forte, eu com toda certeza vou vingar o Dante! 
—Hahahaha, eu gostei de você garoto! 

   Shielda voltou para o local onde estavam ficando junto do pequeno Spear. Fortus e Sword saíram em direção a uma pequena taverna que sabe se lá como, ainda estava de pé. A Taverna do Gato Confortável era o nome do estabelecimento.  

 

   "A Taverna do Gato Confortável" emergia como um oásis de nostalgia e calor no coração de uma cidade envelhecida pelo tempo. As tábuas do assoalho rangiam suavemente sob os passos dos clientes, e as vigas de madeira acima deles carregavam a história gravada por inúmeras noites de risos e conversas. Embora o local estivesse repleto de frequentadores, a sensação geral era de aconchego e intimidade. O nome peculiar da taverna não poderia ser mais adequado. Pendurados nas paredes estavam quadros e tapeçarias representando gatos de todos os tipos, cada um deles demonstrando um grau de conforto notável. De gatos dormindo em mantas macias a gatos espreguiçando-se preguiçosamente sob o sol, eles personificavam o sentimento de relaxamento e bem-estar que a taverna buscava proporcionar a seus clientes. 

—Não me parece um lugar ruim, olhando de dentro – diz Sword repousando sua mão sob o cabo da espada embainhada na cintura 
—Você tem que ver quando servem porco, é um verdadeiro estado de guerra. Enfim, a pessoa que estamos procurando está bem ali 

   Fortus aponta para uma mulher sentada numa mesa ao fundo, várias garrafas vazias ao seu redor, ela estava disputando uma queda de braço com o que parecia ser um aventureiro. Os murmúrios diziam que quem perdesse pagaria o que o outro bebeu. 
   Joana era uma mulher de estatura média, mas sua força era notável. Seus cabelos caíam em cascata sobre os ombros, uma contraposição à armadura de couro resistente que vestia. Do outro lado da mesa, seu adversário era um bárbaro colossal, com braços musculosos e uma barba densa que quase ocultava seu rosto. Ele era uma montanha de homem, com uma camisa de malha de aço que mal conseguia conter seus músculos protuberantes. Seu olhar era endurecido pela experiência em batalhas e suas mãos, enormes e calejadas, se preparavam para o desafio de queda de braço. 

   Alguns clientes se aglomeraram ao redor da mesa, formando um círculo improvisado para testemunhar a disputa. Todos sabiam que o perdedor teria que pagar pela bebida do vencedor, e Joana, que já havia bebido mais do que sua cota justa, estava determinada a sair vitoriosa. A mesa rangia sob a pressão de suas mãos, e o suor começava a brotar em suas testas. Com uma explosão Joana empurrou o braço do bárbaro para baixo, vencendo a queda de braço. 

—Ah, melhor de 3 – diz o aventureiro desesperado 
—Nada disso garanhão, você perdeu! Paga a conta – ela diz se reclinando na cadeira e acendendo um cigarro 

   O Homem pouco grande que já, fica maior ainda quando se põe de pé. Vai até o balcão para pagar a conta. A mesa de Joana se esvazia aos poucos no fim, sobrando apenas ela. Fortus e Sword então se aproximam. 

—Joana 
—Fortus, qual a da vez – ela diz tragando o cigarro 
—Trouxe o que pediu. Acho que esse garoto é digno – Fortus aponta para Sword 

   Joana olha Sword de cima a baixo, pensa um pouco. Apaga o cigarro e então se põe de pé. 

—Muito bem, vamos lá – ela diz a Sword 
—Sério, só olhando já sabe – indaga Sword 
—Bom, olhar já me dá uma expectativa, vamos testar em prática lá em cima, tem um quarto que a Taverna aluga 
—Entendi – continua Sword – Vamos lá... espera, quarto?  
—Sim ué, quer fazer onde? Aqui mesmo? 
—Acho que você está entendo errado moça 
—Acho que não. Eu lembro de ter comentado com o Fortus que já vazia tempo que não achava um homem que me aguentasse. Apesar de você ser jovem, deve aguentar pelo menos uns 15 minutos na cama comigo. 
—Aguento o que? Fortus, que papo é essa dessa velha? 
—Velha é a sua mãe garoto 
—Joana. Não é isso. Eu trouxe o garoto para você treinar 
—Ah tá, aquela porcaria de treinamento novamente? Por que quer tanto que eu treine alguém? Antes tava insistindo para treinar aqueles inúteis do clã Knight. Agora quer que eu treine um garoto aleatório? 
—Ele também é do clã Knight. Sword Knight. Acha que pode pelo menos testar ele? 
—Sword Knight... Seu nome não apareceu nas notícias sobre o ocorrido na ilha Zetsuen garoto? 
—Sim, eu estava lá. 
—Certo, então já é um aventureiro? 
—Não, ainda sou um estudante. Estudo na Academia Thunderbird 
—É uma boa academia, por que quer ser treinado por mim? Eles vão ensinar o que precisa fazer e vão te dar o futuro. 
—Porque eu quero aprender com a melhor e porque eu quero me tornar o próximo Grão-Duque de Orchid. 
—Eu não sou a melhor espadachim garoto. Se quer aprender com o melhor, deveria procurar Sir Percival no Reino de Ashes. 
—Já entendi. Tá com medo de que eu possa vir a me tornar melhor que você. É compreensível. Vamos Fortus, você disse que iria me apresentar a uma mestra espadachim, aqui só estou vendo uma mulher bêbada e insatisfeita sexualmente. 
—Acha que vai me persuadir com psicologia reversa garoto? Quantos anos acha que tenho pra cair numa coisa dessas 
—Na verdade, acho sim – Sword diz sorrindo – E bom, sua idade... acho que uns 50 né? 

   Joana vira a última garrafa em sua mesa. E vai até a porta da Taverna 

—Você não vem moleque irritante? 

   Joana, Fortus e Sword vão a uma area um pouco mais isolada, o que não é tão difícil, já que a cidade está quase deserta. 

—Vamos ver o que o Knight sumido pode fazer. 
—O que eu tenho que fazer? 
—Apenas ataque, quero ver do que você é capaz 

   A brisa suave soprava, criando um cenário perfeito para o que estava prestes a acontecer. Os dois se encararam por um momento, trocando olhares sérios antes de Sword dar o primeiro passo. Joana, com uma agilidade impressionante, ela desembainhou sua espada, uma lâmina reluzente que parecia cortar o ar antes mesmo de atingir seu alvo. Sua postura era impecável, os movimentos fluidos e precisos, tudo indicando sua maestria na arte da espada. Sword, por sua vez, observou atentamente cada movimento de Joana, com a espada Bradamante em punho. Ele estava determinado a provar seu valor como aprendiz e estava preparado para enfrentar o desafio que Joana lhe apresentara. O combate começou com um choque de lâminas, o som metálico ecoando pelo local isolado. Joana atacava com uma série de golpes rápidos e calculados, testando a defesa de Sword. Seus movimentos eram graciosos e eficazes, uma demonstração de sua habilidade superior. Sword mostrou resiliência, bloqueando os ataques com precisão e respondendo com movimentos defensivos habilidosos. Ele demonstrou uma capacidade de aprendizado notável, adaptando-se rapidamente ao estilo de luta de Joana e defendendo-se com maestria. 

—Olha só, parece que o Knight sumido é bom. Vamos apertar o passo então! 

   Atacando impiedosamente com uma série de golpes rápidos e precisos. Sua lâmina era uma visão embaçada de movimentos rápidos, quase impossíveis de seguir com os olhos. Sword se encontrou em uma situação cada vez mais difícil. Os ataques de Joana eram tão rápidos e precisos que mal dava tempo para ele reagir. Sua defesa estava sendo testada ao máximo! A respiração de Sword começou a ficar mais pesada à medida que ele lutava para acompanhar o ritmo implacável de Joana. Ele estava em desvantagem, sua inexperiência ficando evidente à medida que os golpes de Joana se aproximavam cada vez mais de seu corpo. Bradamante, vibrava em suas mãos sob o impacto dos ataques poderosos de Joana. As defesas de Sword começaram a enfraquecer, e ele foi forçado a recuar sob a pressão constante. Eventualmente, a defesa de Sword cedeu. Joana desferiu um golpe poderoso que atravessou sua guarda e acertou seu ombro, fazendo-o recuar com uma expressão de dor. A lâmina de Joana parou a centímetros de seu rosto, deixando claro que ela poderia ter acertado um golpe fatal se quisesse. 

—Mas que droga foi essa? 
—O que foi pequeno Knight? Tá confuso? Saiba que eu não usei nem 1% do que realmente posso fazer. Mas, ninguém sobreviveria a 1% da minha capacidade, sua defesa é boa e consistente, eu gostei. Agora, vamos testar seu ataque 

   Ele empunhou sua espada, Bradamante, e avançou em direção a Joana. No entanto, assim como acontecera com sua defesa, seus ataques não foram bem-sucedidos. Joana era rápida e habilidosa, desviando facilmente de seus golpes e encontrando brechas em sua técnica. Seus ataques não chegaram perto de tocar Joana, que parecia estar em controle completo do combate. 

—Realmente, atacar não é seu forte. Bom, ataque e defesa testados. Vamos para um combate completo agora 

   Na primeira rodada, Joana facilmente evitou os ataques de Sword e o desarmou com um movimento rápido. Ela o deixou no chão, praticamente indefeso, antes de oferecer uma mão para ajudá-lo a se levantar. 

   Na segunda rodada, Joana foi ainda mais implacável. Ela continuou a dominar o combate, desviando dos ataques de Sword com graça e retaliando com golpes precisos que o forçaram a recuar constantemente. Eventualmente, Sword estava no chão novamente, olhando para o céu com frustração. 

   Na terceira rodada, Joana decidiu aumentar o desafio. Ela retirou uma adaga de seu cinto e a apoiou entre os dentes, mantendo as mãos atrás das costas. Agora, ela estava praticamente lutando sem às mãos e uma adaga na boca. Mesmo com essa desvantagem aparente, Joana continuou a dominar Sword. Seus movimentos eram ágeis e letais, e ela parecia capaz de prever os ataques de Sword antes mesmo que ele os executasse. A adaga em sua boca tornava seus golpes ainda mais imprevisíveis. Finalmente, após uma série de movimentos habilidosos, Joana deixou Sword sem opções. Ela o desarmou mais uma vez e o derrotou no chão. Desta vez, ela não ofereceu a mão para ajudá-lo a se levantar imediatamente, mas permaneceu de pé, observando-o. 

—MAIS QUE DROGA! 
—Não fica assim pequeno Knight. O resultado era inevitável, eu nunca perco um duelo justo 
—Mais uma vez. 
—Quer ser humilhado novamente? Agora vou lutar se espada, que tal? 
—Quero que lute a sério. Não menospreze minha espada 
—Entendi. Vamos lá, uma última vez 

  Sword ativa seu elemento relâmpago, imbuindo seu corpo e espada com raios 

—Um mago? 
—Não, sou um Causador de Dano assim como você, mas tenho vertente elemental 
—Isso vai ser interessante. 

   Sword avança, arremessando sua espada, Joana fica confusa quando rebate a espada, mas o punho se Sword a acerta em cheio! Ele pega a espada no ar e desfere um corte horizontal, Joana consegue aparar o corte, mas a fricção elétrica causa uma pequena explosão que a empurra pra longe. 

—Que porra é essa garoto? 
—Calma Joana, ele é um lutador corpo a corpo também 
—Que porra isso me interessa Fortus? 
—Bom, você vai treinar a esgrima dele e eu vou treinar o estilo de luta dele. Assim ele vai se tornar o governante mais forte que esse lugar já teve. O que acha? 
—Acho que eu tô irritada. 

   Joana avança estocando vários golpes rápidos, mas dessa vez, graça a aura de relâmpago, Sword conseguia ver melhor os ataques, sua reação ainda estava lenta, mas já era um começo pra quem não podia nem defender esses ataques “invisíveis”. 
   Sword havia incorporado com sucesso a mescla de técnicas de esgrima e golpes de luta, além de ativar sua aura de relâmpago, tornando-se um oponente formidável. 
   No entanto, Joana era uma mestra experiente da espada, e sua habilidade não podia ser subestimada. Com um movimento ágil, ela conseguiu desarmar Sword mais uma vez, lançando sua espada Bradamante a uma distância segura. O combate estava encerrado. 

   Enquanto recuperava o fôlego, Sword olhou para Joana, notando uma pequena gota de suor escorrendo pelo seu rosto. Era um sinal sutil de que a batalha tinha sido intensa, e Joana reconheceu o esforço impressionante de Sword. 

—Já faz tempo que ninguém me faz suar garoto. 

   Joana vira as costas e sai andando, antes de virar a esquina. Ela para e diz 

—Começamos amanhã, eu sei onde te encontrar... meu pupilo. 

   Sword esboça um sorriso, e logo depois desaba de cansaço, permanecendo deitado no chão. 

—Cara, ela é boa. 
—Eu te disse – complementa Fortus – Joana é a melhor espadachim que conheço, ela vai ser muito boa para seu treinamento. Bom, já que ela vai começar a te treinar amanhã, eu começo a te treinar depois de amanhã, assim não coincidimos no mesmo dia. Aliás, eu senti algo diferente nessa parte final da luta de vocês 
—Eu também. 
—Sabe dizer o que era? 
—Eu ouvi alguns sons estranhos, e senti o bater de asas de mil pássaro. 
—Acha que foi o abismo? 
—Com toda certeza foi o abismo... o crocitar de mil corvos, foi isso que ouvi e senti! Alguma coisa em mim tá mudando, não sei o que é 
—Não se preocupa, se o gatilho foi a Joana D’arc, vocês irão se reencontrar. 

 

 

3 meses depois 
Academia Real Equinócio 
Area dos Dormitórios Reservados - Dormitórios Reservados a Thunderbird 

 

—O que será que o Sword fez nesses 3 meses longe – indaga Garrias 
—Com toda certeza, vez algo para ficar mais forte – Responde Danny 


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