Paternidade Surpresa (Severitus) escrita por Srta Snape


Capítulo 23
Capítulo 23 - Doces Surpresas




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Capítulo 23 – Doces surpresas

— O que houve?

— Sente-se.

Snape puxou uma cadeira e se sentou de fronte a Harry que sentara-se novamente na maca. O mestre de poções viu o menino ansioso e não podia negar que ele mesmo sentia uma ansiosidade em seu peito já que não sabia como o menino receberia aquela notícia, apesar de ter uma pequena ideia visto o conhecer desde seus onze anos. Será que ficaria feliz ou o odiaria? A pequena chance dele o odiar e não querer mais olhar para si o deixava em pânico, um pânico que não deixava transparecer enquanto o encarava de forma séria.

— Vai, fala! – Exigiu Harry após alguns segundos em silêncio.

— Harry, você já deve ter ouvido falar sobre o poder da magia antiga.

— Sim.

— Há muito mistério ainda entorno desse poder, de como surge, como se expande e como controlá-la se é que há a possibilidade de controle. Muitos dos melhores historiadores que conhecemos dizem não terem conseguido achar uma explicação sobre certos fenômenos que aconteceram em nosso mundo desde que o homem é homem. – Explicou Snape parando um momento para pensar em como seguir e entrar de fato no assunto que queria. Harry tinha a testa franzida tentando entender o teor daquela conversa e onde ela chegaria. – Uma dessas magias poderosas é o amor.

— Dumbledore já me disse sobre isso, disse que é a magia que me protege devido o sacrifício de amor da mamãe.

— Sim, Lilian se sacrificou por você e isso criou um laço mágico tão forte que quase dizimou o Lord das Trevas e o manteve protegido contra seus ataques até agora que ele está morto. -  O mestre de poções aproximou a cadeira mais um pouco e postou uma mão no joelho do menino dando um leve aperto. – Aconteceu um fenômeno envolvendo esse tipo de poder com você no final do ano letivo.

— Como assim?

— Eu e Dumbledore tentamos entender o que houve, mas até o momento não tem uma explicação melhor do que a magia poderosa do amor, do seu amor Harry.

— Mas do que você está falando, Severus? Eu não estou entendendo.

— Acho melhor eu te mostrar. Você entenderá quando vir.

Snape se levantou e foi até a porta deixando-a aberta para que Harry passasse. O menino caminhou rapidamente para o corredor, estava nervoso, não gostava de rodeios e Severus estava mais do que rodeando aquele assunto ao invés de ir direto ao ponto. A cada passo que dava atrás de Snape enquanto o seguia deixava seu coração mais nervoso, suas mãos começavam a suar e seus olhos buscavam cada canto de sua visão para compreender o que estava acontecendo. Snape falara sobre algo do final de seu ano letivo, era exatamente o final do Torneio Tribruxo. Um evento da qual não queria se lembrar devido a dor que trazia junto com as lembranças.

— É aqui.

Harry olhou para a porta que Snape mostrava e não via nada demais nela, era branca como todas as outras, no entanto havia algo que ele podia sentir que não sentiu em nenhuma outra porta daquele corredor. Era algo que o chamava, parecia leve, mas intenso como um instinto sussurrando em seu ouvido. Devagar deu dois passos a frente e segurou a maçaneta com os dedos agora gelados. A força aumentou quando a girou e abriu a porta.

Nada o preparara para aquele momento.

Por muitos dias e noites sonhara com algo parecido, um momento, um segundo que seus olhos pudessem ver aquela imagem novamente, mas jamais imaginou que isso se tornaria realidade.

Era impossível.

Mas era verdade. Estava ali a sua frente, deitado em uma maca envolto de algo parecido com uma redoma, mas feito completamente de magia cintilante. Estava magro, os cabelos despenteados e maiores do que na última vez que o viu quando segurava firmemente seu corpo em seus braços.

— Cedrico. – Sussurrou ao aproximar-se do lufano.

Harry não podia acreditar no que estava vendo. Ele estava vivo, via seu peito subindo e descendo enquanto respirava. Ele estava vivo. Lágrimas assaltaram seus olhos enquanto se aproximava o máximo que podia sem tocar na magia envolta dele e o observava sentindo uma explosão de emoções dentro de si. Amor, alívio, saudade e raiva. Uma raiva que ergueu-se por seus braços quando ouviu os passos aproximando-se. Harry virou-se com força e bateu os punhos fechados no peito de Snape que deu um passo para trás, mas não impediu o menino de seguir batendo em seu peito enquanto gritava a dor que estava no fundo de seu peito.

— Mentiu para mim! – Disse Harry com os olhos arregalados para Snape. – Ele está vivo e não me disse nada.

— Deixe-me explicar, Harry.

— Não! Você mentiu para mim, Severus. Eu sofri por ele. Eu fiquei de luto por ele, você viu, você estava lá comigo e me deixou sofrer. – Harry tremia e cerrava os dentes enquanto falava.

— Se eu pudesse evitar, teria evitado, não teria deixado sentir o que sentiu.

— MAS DEIXOU! – Gritou jogando as mãos para o alto e afastando-se indo em direção a Cedrico. – Eu merecia saber, Severus. Por que me escondeu a verdade?

— Você realmente merecia saber, mas teve um motivo para não te contar antes.

— É, e que motivo tão bom era esse? Hã? Porque tem que ser o melhor motivo do mundo para ter escondido isso de mim. – Harry tinha os olhos vidrados e suas mãos tremiam. – Eu cai de joelhos perante você, Severus. Eu chorei nos seus braços por ele, você viu o quanto a morte dele me consumiu, você viu e deixou que eu sofresse.

— Sim eu deixei. – Respondeu Snape que se mantivera o tempo inteiro parado permitindo que o menino esbravejasse, batesse, xingasse o quanto ele quisesse. – Eu fiz tudo isso pensando no seu bem.

— Meu bem? Você tem uma ideia muito distorcida sobre o que é fazer o bem ao outro.

— Eu não queria que você vivesse o luto mais uma vez. Eu sei como o luto por alguém que amamos muito nos destrói por dentro, eu já senti o que você sentiu, eu sei como dói, eu sei como é ter pesadelos com isso toda noite e acordar suado e sem vontade de viver, eu sei e não podia permitir que você sentisse isso de novo. – Disse Snape olhando seriamente para Harry que agora o escutava com atenção. – Cedrico Diggory recebeu uma maldição da morte e estava morto quando voltou do cemitério com você. Essa foi a informação que tínhamos logo após os acontecimentos. Acontece que Dumbledore recebeu um comunicado do St’Mungus alguns dias depois e eu o acompanhei. Quando chegamos aqui encontramos o senhor Diggory exatamente assim como está vendo, vivo, porém morto ao mesmo tempo.

— Quê?

— O corpo do senhor Diggory estava vivo, respirando, mas não havia magia nenhuma nele, seu cérebro parara de funcionar, ele era um corpo vazio. Uma casca. Medibruxos de outros países vieram até aqui estudar esse caso, pois nunca houvera algo assim antes. A maldição da morte só falhou uma única vez, com você, e ainda assim só te deixou uma cicatriz. Eu não podia te falar que ele estava aqui sabendo que ele poderia nunca voltar. Te dar esperança sabendo que você sofreria o mesmo luto, se não pior depois? Não, Harry, eu não podia permitir isso.

— A escolha não era sua.

— Era sim, eu escolhi te privar do sofrimento e esconder essa verdade, até agora.

— E por que está me mostrando o Cedrico agora?

— Porque algo mudou. No momento em que você pisou nesse prédio, nesse corredor quando veio me acompanhar, a magia entorno dele se intensificou. Os medibruxos detectaram rastros de magia e atividade cerebral nele que foram evoluindo.

— E o que fez isso?

— Você. Dumbledore provavelmente te explicaria muito melhor, eu não estou acostumado com assuntos de amor, aprendi o que é isso há menos de um ano. – Harry engoliu em seco, pois sabia que Snape estava falando sobre quando descobriu que era seu pai, um assunto que o mestre de poções só falava com Harry em particular, pois reservava essa particularidade de seu ser apenas ao menino. Era um assunto delicado para o homem. – Mas pelo que pude teorizar, assim como a magia do sacrifício de sua mãe protegeu você, o seu sacrifício protegeu o senhor Diggory.

— Eu não me sacrifiquei, não pulei na frente dele. Eu não pude fazer nada.

— Mas quis, desejou protegê-lo com sua vida, foi o suficiente para que essa força mágica conseguisse protegê-lo, ainda que bem menos do que quando você era um bebê. E quando chegou aqui a magia detectou você e de alguma forma trouxe o senhor Diggory de volta.

Harry voltou o olhar para Cedrico que continuava dormindo, mas com um semblante mais tranquilo. Snape se aproximou de Harry e postou a mão em seu ombro.

— Seu amor o salvou, Harry.

E realmente salvou, Harry percebeu isso conforme os dias foram passando e ele, que visitava Cedrico todos os dias, via mais cor na pele do jovem, além da magia ao redor ir diminuindo conforme a magia dentro dele ir aumentando. Os medibruxos lhe davam informações a cada manhã, pois Snape não permitira que dormisse ao lado do lufano o obrigando a voltar para o Largo Grimmauld garantindo que Cedrico estava devidamente monitorado pelos medibruxos de St’Mungus.

Em uma noite ao chegar no largo Grimmauld pela lareira Harry encontrou Snape sentado em uma poltrona lendo como sempre fazia enquanto o esperava.

— Oi. – Disse se sentando na poltrona ao lado de Snape que fechou o livro e olhou atentamente para o menino.

— O que houve?

— Nada, eu estou cansado. – Disse Harry fugindo o olhar. – Onde está Sirius?

— Ajudando o lobo a encaixotar as velharias dele para se mudar para cá de vez.

— Que bom, eles merecem ser feliz juntos. – A cada palavra que dizia o som ia ficando mais baixo como se estivesse dizendo aquilo para si mesmo.

Harry respirou fundo se levantou dizendo que ia para o quarto e saiu da sala sendo seguido pelos olhos negros. Não demorou muito para que Snape batesse três vezes em sua porta e entrasse. Harry sabia que ele reconhecia facilmente quando estava chateado ou com algum problema e sempre procurava ajudá-lo. Gostava disso, mas naquele momento não sabia ao certo o que dizer ou o que queria escutar para se sentir melhor.

— O que houve? – Perguntou novamente parando em frente ao menino que estava sentado na cama com a cabeça baixa olhando para os tênis gastos.

— O medibruxo disse que Cedrico poderá acordar a qualquer momento. – Disse mexendo os dedos um no outro nervosamente.

Snape nada disse, aguardou o tempo de Harry, sabia que o menino seguiria com a linha de raciocínio assim que estivesse pronto. Esse tempo não demorou muito.

— E eu não sei o que fazer quando ele acordar. Quer dizer, e se ele me odiar?

— Acha que Diggory o culpará?

— Você não culparia? Ele foi levado ao cemitério porque eu insisti em pegarmos o troféu do torneio juntos, Rabicho lançou o Avada nele a mando de Voldemort porque ele queria a mim. Como ele pode não me odiar? – Perguntou soltando a respiração que estava segurando. – E se ele me odiar, o que eu farei?

— Harry. – Começou Snape se sentando ao lado do filho na cama e falando baixo e calmo de forma que Harry pudesse compreender e absorver suas palavras. – Eu lecionei para o senhor Diggory durante os sete anos letivos dele e apesar de não me importar com nenhum dos alunos irritantes que entram em minha sala eu sei que Diggory é um jovem muito nobre e justo. Duvido que ele o culpará ou que o odiará como está imaginando. Mas você só tem uma forma de descobrir isso. – Harry virou-se e encarou os olhos negros, estavam intensos, firmes e traziam em sua escuridão a luz que precisava. – Precisa falar com ele, contar a verdade sobre o que sente.

— Antes da terceira prova, quando estávamos na barraca, ele me chamou para conversar quando terminasse. Eu nunca soube o que seria.

— Talvez agora você saiba.

— Sim, talvez. – Balbuciou Harry respirando fundo novamente e ficando um pouco em silêncio. – Posso te perguntar uma coisa?

— Sempre.

— Você já matou pessoas?

— Já. – Respondeu Snape sem rodear, sem nem mesmo pigarrear. Não mentiria para Harry, nem mesmo sobre as piores coisas que já fizera na vida. – Sabe que fui um servo do Lord e tinha que seguir suas ordens.

— Eu sei. – Novamente o menino abaixou a cabeça olhando para seus pés até que sentiu a mão de Snape em seu queixo virando seu rosto para que olhasse em seus olhos.

— Pergunte.

— Como se sentiu depois que matou alguém?

Snape olhou intensamente para Harry, sabia que aquele momento chegaria desde que soube que o menino lançara a maldição da morte em Voldemort. Não desejava que aquilo tivesse acontecido, seu filho não precisava carregar o peso de tirar uma vida, ainda que fosse aquela, em seus ombros. Esse peso deveria ter sido seu.

— Harry, tirar uma vida não é doce, não é fácil e nem reversível, mas pode ser entendido e superado. Você fez o que foi necessário e esse é o ponto chave para que consiga seguir em frente.

— Está bem.

— Eu vou descer, se precisar falar alguma coisa, qualquer coisa sabe que pode falar comigo.

— Eu sei. – Disse Harry dando um sorriso singelo.

Snape apertou o ombro do menino de leve, bagunçou um pouco de seu cabelo e se inclinou dando um beijo suave em sua cabeça antes de sair o deixando sozinho. Harry amava aqueles momentos a sós com Snape, do carinho que o mestre de poções reservava apenas a ele, uma intimidade nascida aos poucos e que venceu a timidez e a vergonha, pelo menos entre eles, pois na frente dos outros não havia abraços, beijos ou conselhos profundos. Era como um segredo entre pai e filho.

Ao se deitar olhando o teto Harry sentiu-se mais leve tanto pela questão da morte de Voldemort, como sobre Cedrico e tudo que tinha em mente agora era que assim que ele acordasse falaria o quanto o amava. Só precisava esperar esse momento chegar.

A espera de Harry se estendeu por mais uma semana até que finalmente ao chegar no quarto encontrou Cedrico sentado. A visão do jovem quase fez Harry correr em sua direção e o abraçar, mas se conteve e apenas fechou a porta se aproximando devagar tentando conter a emoção dentro do peito.

— Harry? – Perguntou Cedrico ao levantar a cabeça e ver o grifinório se aproximando.

— Oi, Cedrico. – Cumprimentou chegando próximo a cama, seu coração podia ser ouvido do lado de fora do corpo de tão forte que pulava. – Como você está?

— Um pouco sonolento, meio fraco, mas bem.  – Respondeu o jovem passando a mão nos cabelos. – Ainda tentando entender o que houve, tudo que me lembro é que estávamos no cemitério e de uma luz verde, então depois eu acordei aqui meio grogue.

— É, aconteceram algumas coisas nesse meio tempo. – Disse o grifinório limpando a garganta e olhando os olhos claros e preocupados do jovem a frente, por um momento pensou em esperar algum adulto chegar e contar a ele toda a verdade do acontecido, mas vendo os olhos intensos o encararem com súplica de uma resposta o fez seguir em frente. – Resumindo, Voldemort mandou Rabicho te matar, ele te atingiu com a maldição da morte, eu levei seu corpo de volta a Hogwarts e você foi dado como morto, mas descobriram que de alguma forma você ainda estava meio vivo.

— Meio vivo?

— É, seu corpo estava vivo, mas não havia magia e seu cérebro estava inerte, mas depois de alguns meses você reagiu e agora está acordado.

Cedrico estava paralisado enquanto digeria todas as informações que Harry despejara em cima de si em apenas dez segundos.

— Com licença. – Harry se assustou ao ouvir o barulho e só então percebeu que ambos estavam em silênio completa havia alguns minutos. Ao olhar para a porta viu uma curandeira entrar com um carrinho ao lado.  -  Se me da licença rapazinho, preciso ajudar o senhor Diggory a fazer sua higiene.

— Ah, tudo bem, eu já vou sair.

Antes que pudesse se afastar a mão de Cedrico se fechou em seu pulso o fazendo se virar e encarar o jovem de perto.

— Não vá longe. – Pediu baixinho.

— Eu vou ficar no corredor. – Respondeu Harry tão baixo quanto.

— Está bem.

Não demorou muito para que a curandeira saísse do quarto e permitisse sua entrada. Harry voltou ao quarto e dessa vez encontrou Cedrico em pé olhando-se em um espelho, sua mão passava por seu peito, indo e voltando sempre no mesmo lugar.

— Tudo bem? – Perguntou ao se aproximar.

— Você também foi atingido pela maldição da morte, não foi?

— Sim, quando eu era um bebê.

— E por isso ficou com essa cicatriz. Eu li em algum livro na infância, você sempre foi muito famoso.

— Eu queria não ser.

— Imagino que não mesmo, assim teria seus pais. – Comentou Cedrico fazendo Harry olhar para ele com admiração. – Eu também fiquei com uma cicatriz. – Harry franziu a testa e então Cedrico pegou sua mão e o trouxe para mais perto. – Aqui, consegue sentir?

Harry sentiu Cedrico pressionar sua mão contra seu peito e quase perdeu o ar com a proximidade. Seus dedos sentiam a cicatriz por baixo do pano do pijama que ele usava, era quase do tamanho da sua, mas não em formato de raio, apenas como um corte fundo na pele.

Alguns segundos se passaram com Harry olhando para sua mão ainda presa na dele tocando o peito do jovem. Então seus olhos subiram pelo pescoço alvo, passaram pelos lábios carnudos e chegaram aos olhos acinzentados que o observavam com muita atenção.

— Me explica de novo como eu não morri. – Pediu Cedrico baixinho. – Algo me diz que você sabe.

— Sei. Eu sei. – Disse Harry sentindo as pernas moles. – Foi por minha culpa.

— Como?

— Foi por eu... eu...

As palavras se perderam em sua garganta, ainda que tentasse falar não conseguia. Palavras e tato não eram muito o seu melhor jeito.

— Prefiro de mostrar. – Sussurrou antes de fechar a mão no colarinho do pijama azul que o jovem usava e puxá-lo para si selando seus lábios em um beijo casto e singelo.

Um leve encostar de lábios que explodiu dentro de sua alma.

Ao se separarem Harry abriu os olhos e se deparou com Cedrico sorrindo para si.

— Eu tinha uma leve impressão de que era isso mesmo que você iria me falar. E eu também tenho uma coisa para falar com você.

Dessa vez fora Cedrico que puxara Harry para si segurando em sua cintura e apertando Harry contra seu peito. Os lábios estavam mais atrevidos e se abriam esperando o doce sabor do grifinório.

Não havia mais angústia no peito do mais jovem, nem dúvidas ou medo. Estava no lugar certo, nos braços de Cedrico beijando seus lábios. Nenhuma lembrança ruim se sobressaia aquele momento, nada mais importava enquanto o lufano acariciava seu rosto ao se separarem encostando as testas uma na outra.

— Harry. – Sussurrou Cedrico dando mais um beijo rápido antes de encarar os olhos esmeraldas. – Eu devia ter te levado no baile. Quem sabe eu possa consertar isso. Aceita sair comigo?

— Até aceito. – Disse Harry sorrindo sem acreditar ainda no que estava acontecendo. – Mas primeiro acho que você precisará falar com meu pai.

— Seu pai? – Intrigou-se Cedrico franzindo a testa. Harry assentiu. – Seu pai não está morto?

— Ah, sim, esse pai está. Estou falando do outro. – Agora Cedrico olhava para ele como se estivesse completamente louco. – Eu vou te contar tudo, mas só para você saber meu pai verdadeiro não era Thiago Potter e sim Severus Snape.

Harry quase foi ao chão quando Cedrico o soltou e se afastou um passo com os olhos arregalados.

— Seu pai é o professor Snape?! – Exclamou surpreso.

— É, sim, ele é.

— O professor Snape? O professor SNAPE? – Questionou vendo Harry rir e confirmar com a cabeça.

O lufano ficou por alguns poucos segundos perplexo apenas encarando Harry, mas então respirou fundo e aproximou-se novamente do menino o segurando pela cintura e passando um dedo pelo seu lábio.

— Pelo que você disse eu enfrentei a morte e estou aqui para contar a história por sua culpa. Acho que posso enfrentar o morcego das masmorras por você então.

Harry sorriu e se aproximou do mais alto juntando os lábios de novo em um beijo mais demorado dessa vez. Tudo que via pela sua frente agora era um futuro claro e tranquilo, exceto pelo momento de apresentar o namorado ao pai.


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