Stella escrita por Vic


Capítulo 5
Aos olhos da sua filha


Notas iniciais do capítulo

Olá, bom dia! (ou não). Aqui está mais um capítulo fresquinho para vocês, espero que gostem!
OBSERVAÇÃO: Escrevi esse capítulo ouvindo In My Daughter's Eyes, então recomendo que ouçam enquanto lêem.
Boa leitura!

CAPÍTULO REVISADO



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— Parada cardíaca. – Os aparelhos conectados à Stella emitiam um sinal sonoro contínuo, que indicava que o seu coração tinha parado de bater há pelo menos dois minutos. – Vocês precisam sair e levar o bebê para fora do quarto. – Um dos internos pediu para todos. Com olhares assustados e corações palpitantes, todos saíram, incluindo Will e a pequena filha deles.

O interno se esforçava para tentar reanimá-la apenas com as massagens cardíacas, mas a técnica de primeiros socorros não surtia nenhum efeito. Will apertava a criança em seus braços como se o que estava acontecendo com a mãe pudesse atingir a filha, a sensação de impotência que sentia por vê-la naquela situação e não poder ajudá-la tomava conta de seu peito, causando uma dor estranha em seu interior.

— Estamos aqui. – Outro médico avisou, empurrando o carrinho de parada com o desfibrilador em cima. – Um, dois, três. Afasta! – Aquela era a primeira tentativa com o desfibrilador. – Alguém fecha essa porta! – Pediu a um dos internos.

Os amigos de Stella estavam assustados com o desmaio repentino dela, rezavam e faziam pedidos baixinhos para qualquer entidade divina que pudesse os escutar.

— Sua esposa teve um sangramento, vai precisar ficar em observação. Mas está bem, por enquanto. – O médico saiu deixando a porta aberta e esboçando um sorriso fraco para o homem com o bebê.

— Obrigado. – Will não fez muita questão de explicar que eles não eram casados, nem sequer eram um casal. – Acha que ela demora para acordar? – Olhou para o rosto sereno de Stella.

— Provavelmente, mas acho melhor o senhor sair daqui... não é bom ficar aqui o tempo todo. – Aconselhou com a melhor das intenções.

— Eu não vou a lugar nenhum. – Disse seco e decidido.

— Vai lá, fala com ele. – Jas cutucou o marido.

— Will, você sabe que está tudo sob controle por aqui. Os médicos vão cuidar bem dela. – Dante deu um tapinha no ombro do amigo.

Ele olhou para o rosto sereno da mulher uma última vez, e pensou que ela não gostaria que ele ficasse plantado ao seu lado.

— Tudo bem. – Suspirou. – Cuidem bem delas. – Disse ao entregar a filha para uma das enfermeiras.

— Como ela está? – Lindsay perguntou.

— Ela vai ficar bem? – Dante perguntou.

— Ela teve um sangramento, por isso vai ficar em observação.

Os olhares assustados dos amigos o angustiavam ainda mais.

— É grave? – Sussurrou. — Will! – Chamou o amigo, que saiu sem responder à pergunta.

— A amiga de vocês está com um quadro de CIVD. Formaram-se pequenos coágulos na corrente sanguínea dela, isso fez com que alguns pequenos vasos fossem obstruídos, o que causou o sangramento. Já estamos fazendo algumas transfusões. Vamos fazer alguns exames de sangue para determinar a quantidade de plaquetas, só para confirmação do quadro. – O médico começou a explicar o que Will não era capaz de explicar no momento. – É uma complicação relacionada ao parto, o que explica porque ela sentia tanto sono, provavelmente começou assim que a bolsa se rompeu.

— Não entendo muito sobre isso, mas vocês podem livrá-la disso? – Lindsay perguntou em um tom de voz mais alto, os comentários dos amigos mal permitiam que ela fosse ouvida.

— Estamos tentando... – Estava tentando prepará-los para o pior. — No pior dos cenários, ela irá sangrar até...

—  Não... – A loira se virou para Dante, dando-lhe um forte abraço, os seus olhos estavam marejados.

Se a noite tinha sido difícil, a manhã seguinte ia ser ainda mais, o hospital estava calmo, ao contrário dos corações dos amigos de Stella. Will não tinha trabalhado direito, não tinha dormido direito e poucas coisas que tinha feito no dia anterior saíram da maneira que ele gostaria, seus pensamentos estavam com as duas. As visitas para Stella começaram a chegar assim que o quadro de visitação foi aberto.

— Lembra de quando a gente resolvia todos aqueles casos e você sempre tinha uma solução brilhante para tudo? – Ela ainda dormia tranquilamente. – Agora você está neste hospital... doente, com toda a sua família te esperando lá fora. Somos sua família, Stella. – Jas estendeu a mão para segurar a mão direita da amiga. – Estamos torcendo para você melhorar... você vai vencer isso, você não pode nos deixar agora. Não é só por mim... é por todos nós... o Will acha que vai te perder, ele te ama. E a Lily não pode ser a única coisa que restou de você, isso não é justo. – Disse com a voz embargada. – E você é a única que me dá um pouco de diversão por aqui. – Sorriu.

Stella continuava imóvel, os médicos diziam que ela não podia ouvi-los no momento, mas todos possuíam algo em seus corações para dizer a ela.

— Quando eu tinha medo, você me deixava segurar a sua mão... estou retribuindo o favor, porque sei que tem medo. – Olhou para as mãos entrelaçadas das duas, queria sentir o mesmo forte aperto de mão de quando se conheceram. – A Lily está ótima... ela é HIV-, mas você já sabe disso. – Ensaiou um sorriso. – Sei que gosta de dizer que não é uma heroína... – Soltou sua mão, passando-a em seu braço, em uma carícia. – Mas aos olhos da sua filha você é... tem que ficar aqui para vê-la crescer. – A possibilidade de a menina conhecer a mãe apenas por fotos, enchia Jas de tristeza. – Ela precisa saber quem você é... não apenas por fotos... ela precisa que esteja com ela. Nós duas sabemos como é crescer sem uma mãe, sem tê-la na mesa de jantar todas as noites, é um sentimento de vazio tão grande. – Sorriu com seus olhos marejados. – E não importa o quanto você espere por ela, uma hora você percebe que ela simplesmente não virá. Me desculpe... por não poder te ajudar. – Stella parecia estar mais pálida do que no início daquela conversa. – A Lily ainda é tão pequena, ela não entende o que está acontecendo com você, mas ela sabe o quanto você a ama e eu quero que mostre todo esse amor a ela. Se você morrer... ela só saberá que você se foi. – Sacudiu a cabeça, tentando espantar esse pensamento. – Se você se for... ela nunca vai te ver com vida. Você não vai deixá-la com esse buraco... você vai melhorar. – Era como se estivesse dando uma ordem para ela. – Não por mim, nem pela Lindsay, ou pelo Will... você vai fazer isso pela sua garotinha. – Engoliu o choro.

Lily podia ser apenas um bebê, podia até não entender o que sua mãe estava passando, mas estava sofrendo tanto quanto qualquer adulto, foi pensando nisso que seu pai decidiu visitá-la no berçário enquanto Jas visitava Stella.

— Sabia que o seu nome foi ideia da sua mãe? Ela acha que ele combina com você. – Lily bocejou. – Lily Katsaros-Taylor... é um nome bonito, achei que sofreria bullying por causa do seu primeiro sobrenome, mas é o sobrenome da sua mãe e ela se orgulha muito dele. – Colocou o dedo indicador no nariz da filha, que fez barulhos como se reclamasse do incômodo. – Demorei para saber sobre você, mas te criar vai ser um privilégio. – A menina abriu lentamente os olhos para observar o pai pela primeira vez. – Eu te amo. – Segurou a mãozinha da filha e a beijou. – Você sempre vai ser a coisa mais importante do mundo para nós, Lily. – A menina fechou e abriu os olhos rapidamente. – E-eu não sei o que vai acontecer agora, mas espero que você possa... eu posso ler livros, mas espero que você possa me ajudar, estou falando sério... ser pai é te amar e fazer você se sentir segura e protegida... me certificando de que cada decisão que eu tomar vai ser boa para você. Mas eu preciso da sua mãe... preciso muito dela. Acho que consigo fazer isso, mas você precisa me ajudar. – Deu um beijo na testa da menina, que começava a fechar os olhos para dormir novamente.

As horas passavam sem sinais de que Stella acordaria, as visitas continuavam a todo vapor, todos queriam passar algum tempo ao lado dela, ela faria o mesmo se estivessem em seu lugar.

— Você não parece nada bem... quer dizer... parece com uma mãe que acabou de ter um bebê. – Lindsay deu um beijo na testa da amiga. – Lembro daquelas nossas “missões” malucas... você era a melhor parte daquilo tudo... nós te amamos. – Disse, limpando as lágrimas que escorriam por seu rosto. – Você vai ter a experiência de cuidar de um filho... você merece isso. – Engasgou com seu próprio choro. – Você vai ficar conosco e com a sua menininha. – Continuou a limpar as lágrimas de seu rosto.

O nervosismo de todos era notável, Dante se levantava da cadeira há cada cinco segundos, somente para ficar andando de um lado para o outro, como se isso fosse resolver todos os seus problemas. Se levantando mais uma vez, bagunçou o cabelo com uma expressão de desespero em seu rosto, e voltou a se sentar.

— Quer ir beber alguma coisa? – Axton perguntou quase em um sussurro, notando o nervosismo de seu amigo.

— Não, obrigado... só preciso do básico para continuar respirando. Nunca estive tão feliz quanto ontem e agora estou aqui sentado cercado por gente me dizendo para relaxar... ela não vai morrer. Tudo o que podemos fazer por ela é amá-la... porque estamos vivos agora, mas a qualquer momento podemos não estar... a Stella pode estar morrendo, ela perdeu tanto sangue que podemos estar perdendo-a. – Dante fixou seu olhar no vazio.

— Nunca pensei que tivesse que dizer isso... – Se sentou ao lado dele. – A Stella é a pessoa mais cheia de força de vontade que eu conheço... e eu acredito que ela vai usar essa força de vontade para conseguir criar a filha dela.

Dante o olhou surpreso.

— Obrigado por isso, você tem um bom coração. – Deu um tapinha nas costas do rapaz.

Will ainda estava no berçário, gostava de vigiar o sono de sua pequena.

— Will? – Danny o chamou da porta do berçário. – Ela parece ótima... – Sorriu orgulhoso.

Ambos observavam Lily.

—  Novidades? – O tirou de seu transe.

— Ah... você sabe que estão apenas começando, mas vim te chamar para vê-la. – Olhou para ele. – Não sabia que você estava aqui. – Deu um tapinha nas costas do amigo e saiu caminhando em direção à porta.

— Danny...

Ele virou para olhar para o amigo.

— Sim. – Sussurrou.

— Não sei como fazer isso. Há alguns meses tudo estava perfeitamente bem... nossa bebê era perfeitamente saudável... a Stella fez tudo certo... até que o médico entregou um exame dizendo que poderiam haver algumas complicações durante o parto. Ela precisa viver... é um direito dela... sei que ela consegue. – Voltou a prestar atenção na filha, que ainda dormia tranquilamente.

— O médico disse que com a quantidade de doações de sangue que eles estão recebendo, é possível que ela melhore logo... é a chance dela.

Ele torceu para que Danny estivesse certo.

— Acho que não consigo cuidar dela sozinho. – Lily começou a chorar. Em poucos minutos a menina adormeceu novamente, o seu padrinho não estava mais por perto, mas seu pai ainda continuava conversando com ela. – Sua mãe queria adotar uma garotinha, ela não conseguiu, mas ela percebeu que queria muito ter um filho. Você não estava nos meus planos para agora, mas aconteceu e eu percebi o quanto te amava. Mas preciso da sua mãe, porque sem ela... vou ser um fracasso. Não quero trabalhar todos os dias... e pagar alguém para ficar com a minha princesinha. – Suspirou, passando as mãos nos cabelos. – Sempre irei olhar para você e me lembrar da sua mãe, e ela não estará mais lá.

— A Stella ainda está aqui, você tem que fazer o melhor que puder. – Era a voz de Sage, ele voltou de viagem assim que soube dos acontecimentos que estavam movimentando o laboratório.  – Você só não sabe ainda como fazer o melhor pela sua filha.

— Só quero ser o melhor exemplo para ela.

— Só precisa colocá-la em primeiro lugar.

— Tenho medo de cometer erros...

— Sua garotinha não quer que seja perfeito... – Ele sorriu para a menina. – Ela só quer que você a ame.

Will sabia que Lily não esperava que ele fosse o pai perfeito, mas ele queria ser. Pensava em como seria se tivesse que criá-la sozinho, teria que ser o mais perfeito possível, para suprir a falta que Stella faria na vida dela. A cidade que nunca dorme estava escurecendo, mas Will não sentia a menor vontade de voltar para casa, queria ficar ali com elas. O rosto de Stella ainda estava tão calmo, que às vezes ele chegava a pensar que ela não estava doente.

— Acho que te devo um obrigado... por me dar a Lily. – Apesar do esforço para se manter acordado, as horas mal dormidas e os plantões no trabalho e no hospital estavam cobrando o seu preço. Will lutava para continuar com os olhos abertos. – Ela é linda, perfeita... estou com muito medo. – Antes de conhecê-la, ele tinha objetivos de vida tão diferentes... e agora era pai de uma menininha. – Antes de te conhecer, a coisa mais importante para mim era ser o melhor detetive... eu tinha muitas perguntas e você tinha todas as respostas... sempre foi o meu braço direito. – Acariciou seu rosto com o polegar, esperando que ela reagisse ao carinho. – E agora me pergunto, o que aconteceu com a resposta das minhas perguntas? – Esperou que ela abrisse seus olhos e o respondesse, mas nada aconteceu. – Eu te amo... preciso de você. – Stella provavelmente não gostaria de ouvir aquilo. – Preciso de você nessa jornada... porque você é tudo para mim.

Era quase noite, estava frio e os assentos eram muito desconfortáveis, mas os últimos visitantes ainda esperavam para vê-la. Dante e Jas se revezavam em turnos na delegacia de homicídios, Danny e Lindsay faziam o mesmo no laboratório, assim Will poderia ficar mais tempo com Stella e Lily.

— O prazer é meu. – Axton sorriu e sentou-se ao lado da amiga enquanto ela lia o livro que ele trouxe de casa.

— Este é o presente mais intelectual que já recebi. — Ela virou o livro para olhar o título.  – Mal posso esperar para mostrar para a Stella, ela vai adorar. – Jas sorriu ao pensar em como a amiga adorava livros. – Mesmo que ela provavelmente já tenha lido, esse livro é a cara dela... ela é a pessoa mais inteligente que eu conheço, nossos amigos podem confirmar.

Axton a observava como um adolescente que observa alguém mais velho falar.

— Jas, todos somos inteligentes, o nosso cérebro é um órgão maravilhoso... cheio de conhecimento. – Sorriu.

Ela fechou o livro e tentou se acomodar mais na cadeira.

— Cansei de ficar sentada aqui esperando... não quero te incomodar, mas também não sei se devo ficar aqui. – Respirou fundo.

— Não devia se culpar tanto, sei que é inevitável pensar que podíamos ter feito algo, mas não podemos estar sempre nos culpando por tudo. O que aconteceu com a Stella é muito triste, mas temos que ter esperanças... lembre-se que para Deus tudo é possível, então vamos confiar nele e torcer para a Stella melhorar.

— Não sei o que eu faria sem você. – Abraçou o amigo.

— Estou aqui. — Ofereceu o ombro para que ela deitasse a cabeça, o dia de trabalho tinha sido muito cansativo para ela, precisava fechar os olhos pelo menos por alguns minutos.

— Ei, onde está a bebê? – Chad perguntou, sentando-se ao lado dos amigos.

— No berçário. Ela se chama Lily Taylor, é perfeita e é HIV-. – Todos ficavam muito felizes em dizer aquilo.

— Isso é ótimo. – Chad sorriu. – A Stella deve estar aliviada. – Disse em um tom mais sério.

— A Stella teve algumas complicações e agora ela tem alguns coágulos...

O semblante de Chad mudou.

— Não é nada fácil...

O tempo que passou com Stella tinha feito muito bem para Will, já não sentia mais tanto medo.

— Quando você acordar, vamos ter uma conversa séria sobre nós... não podemos continuar assim, não pode continuar morando naquele apartamento, ele é muito pequeno para a Lily, precisamos de um lugar maior para a nossa princesinha. – Segurou sua mão esquerda. – Você é boa em encontrar soluções para as coisas... nunca tive problemas com você por perto, sei que vai me tirar desse também. – Sorriu, entrelaçando seus dedos com os dela. – Sei que não posso te pressionar muito, mas acho que devia se apressar pela Lily, acho que ela sente sua falta... ela se parece tanto com você... ela tem os meus olhos, mas o resto é seu. – Achou que tivesse visto Stella sorrir para ele, devia ser apenas impressão sua. – É difícil ser bom para ela. Não sou tão bom quanto você, Stella... você precisa acordar, precisamos de você. – Sua voz estava começando a ficar embargada.

Ficou em silêncio, apenas a observando, ela era tão bonita... mesmo desacordada, sua beleza ainda era esplêndida. Batidas na porta o tiraram de seus pensamentos.

— Não quero atrapalhar, o Axton e a Jas me disseram que ela teve algumas complicações. – Chad entrou no quarto e fechou a porta.

— Sim, os médicos chamam de coagulação intravascular disseminada... só podemos continuar com as transfusões e rezar para dar tudo certo.

— Uma amiga minha passou por isso... a Stella também vai conseguir.

— Sim, tenho que ir... fica com ela. – Soltou a mão dela e deu espaço para que o amigo se sentasse na cadeira. Um novo chamado tinha chegado para ele há meia hora, algo sobre um duplo homicídio no Morris Park.

— Tudo bem, eu fico.

— Obrigado. – Sorriu, antes de sair do quarto.

— Quero que saiba que pensei em você o tempo todo. Desde que descobrimos que era HIV+... penso em como você sempre esteve tão perto de conseguir tudo o que sempre quis, tudo o que você merece. – Era difícil acreditar que Stella estava mesmo naquela situação, ela sempre foi tão forte, tão durona e agora estava tão tranquila e indefesa naquela cama de hospital. – Você não pode nos deixar. – Segurou o choro. – Lembra de quando cheguei no laboratório? Da primeira vez que nos encontramos? – Segurou sua mão, achando seu pulso um pouco mais forte. – Achei que não ia conseguir, mas você me disse para ter fé. Não entendi o que estava tentando me dizer e você me explicou... me disse que a fé é um tipo de confiança de que irá alcançar seus objetivos... e eu tenho fé em você... tem uma vida incrível pela frente. – Batidas na porta o interromperam.

— Desculpa. – Lindsay disse. – Não queria atrapalhar.

— Não atrapalhou, tudo bem. – Disse, arrumando o cobertor que cobria Stella.

— Ok, me desculpa mais uma vez por ter atrapalhado.

Chad andou até a porta.

— Já disse que não atrapalhou. Tudo bem, Lindsay.

— Espero que ela saia logo daqui. – Sorriu.

— Tenha fé.

— Obrigada. – Deu um sorriso animado.

O horário de visita estava quase acabando, mas Lindsay resolveu conversar com Stella mais um pouco.

— Sabe de uma coisa... acho que você devia ficar com o Will. – Terminou de arrumar o cobertor em cima dela, deixando-a mais confortável. – Ele ficou assustado no início, mas está cuidando muito bem de você, e nós vamos ficar ao seu lado até a sua última noite aqui. Você tem tanta coisa para viver, Stella. – Fez carinho nos cabelos dela. – A ciência precisa tanto de você. – Deu uma risadinha ao pensar que a amiga também riria se a ouvisse dizendo aquilo.

— Olha quem os enfermeiros deixaram vir ver a mamãe. – A mulher ficou surpresa ao ver que o amigo estava de volta. – Troquei de turno com o Danny. – Will sorriu e voltou a olhar para a menina em seus braços. – Os enfermeiros a deixaram vir dar boa noite para a mamãe. – Sorriu.

— Vou deixar vocês a sós. – Sorriu, indo em direção à porta.

— Lindsay... – A loira olhou para trás. – Você é uma ótima madrinha. – Aconchegou a menina em seus braços.

— Você vai descobrir o que fazer. Vai ser um ótimo pai... só não se cobre tanto. – Ele lhe deu um sorriso cansado.

— Tudo bem.

Ela saiu do quarto, os deixando a sós. Will se sentou na cama, próximo aos pés de Stella e arrumou novamente a criança em seus braços.

— Está com fome? – Perguntou, a criança resmungou nos seus braços. – Olha o que eu tenho aqui. – Mostrou a mamadeira para a menina, colocando-a em sua boquinha. – Isso mesmo, isso vai te fazer muito bem. – A observou sugar o leite da mamadeira. – Muito bem. – Quando tirou os olhos da filha para olhar novamente para Stella, se surpreendeu ao constatar que a mulher o olhava de volta. – Ei. – Sussurrou, fazendo-a sorrir para ele. – Como está? – Ela não respondeu. – Sentimos sua falta. – Stella sorriu novamente, também sentiu falta deles. Will respirou aliviado, era tão bom vê-la acordada.


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Notas finais do capítulo

Ela acordou!
Até o próximo!



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