Stella escrita por Vic


Capítulo 34
Complexo de Atlas


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Sim, eu sei que demorei para postar... na verdade tirei umas mini férias estava merecendo. Sem mais delongas, espero que gostem do capítulo... esse é o início do arco do Danny, da Lindsay e da filha deles.
OBS: Fiz umas pequenas mudanças na história, acrescentei/estendi uma cena do capítulo 2 e juntei o antigo capítulo 7 com o 6.
Boa leitura!



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Existe um antigo mito grego que conta a história de Atlas e de como ele foi castigado e condenado a carregar o peso do mundo em suas costas por toda a eternidade. Como sabemos, o titã passou o resto de seus dias desempenhando este papel, mas isso é apenas um mito, pois não importa o quão forte seja o ser, ninguém consegue carregar o peso do mundo nas costas.

Apesar de ser um homem grande e forte, Will não era um titã e carregar o peso do mundo em suas costas era uma tarefa muito difícil para ele. Durante toda a sua vida teve que desempenhar este papel, primeiro com a ausência emocional do pai e depois com a depressão da esposa. Agora seu fardo era outro, mas ainda assim ele continuava destinado a carregar “o peso do mundo em suas costas”.

— E então? – O olhar ansioso da esposa o fez sentir uma leve pontada no estômago. Era sempre assim, todos estavam sempre esperando que ele respondesse alguma coisa.

— Dê uma olhada. – Entregou a pasta nas mãos dela e seguiu em frente, sendo seguido por ela. Estava visivelmente incomodado e perturbado, Stella não queria piorar mais ainda as coisas, mas precisava de respostas ou teria um colapso.

Stella tentou disfarçar sua ansiedade, coçou a cabeça, comprimiu os lábios e até respirou fundo, observando-o ligar o computador e começar a digitar algo em completo silêncio. Sem se aguentar, abriu a pasta e passou os olhos sobre os papéis. As informações obtidas ali não eram muito precisas e quase não respondiam as muitas perguntas de Stella. A mulher então respirou fundo para reunir toda a coragem que possuía e decidiu falar.

— Descobriram alguma coisa? – Indagou com um pouco de medo, seu marido não estava com uma cara muito boa e podia ter sido um erro fazer uma pergunta daquela natureza.

— É o que diz aí. – Respondeu tentando não ser rude, estava sem paciência mas não queria descontar sua frustração na mulher. – As lesões não batem com aquela historinha que o prefeito nos contou. – Parou o que estava fazendo e olhou para a esposa. – É óbvio que ele está mentindo... só não sei ainda o porquê. – Sua expressão ficou sombria por um instante e aquela pontada no estômago voltou a incomodar. – Acho que o ajudamos a encobrir alguma coisa.

Stella não sabia exatamente o que dizer, mas sabia que nada daquilo tinha sido culpa deles. Não podia fazer muito para confortá-lo, então apenas levou sua destra ao rosto dele e o acariciou com o polegar. Odiava vê-lo tentando carregar o peso do mundo em suas costas.

— Ei... – Sussurrou bem baixinho. – Nós não o ajudamos a encobrir nada. – Sorriu de um jeito muito doce, sabia que ele estava precisando daquele tipo de carinho. – Só respondemos um chamado, não tínhamos como saber o que havia acontecido naquele quarto. – Abriu um sorriso sapeca, como uma criança que estava prestes a dividir um segredo com alguém. – E para ser bem sincera... também achei essa história muito mal contada.

Will arqueou as sobrancelhas com a revelação e um sorriso começou a se formar no canto de sua boca quando ele a segurou pela cintura, puxando-a para mais perto de seu corpo.

— Parece que você não é muito fã dele. – Disse com um certo orgulho, amava o fato dos dois estarem sempre em sintonia sobre tudo.

— Bom... – Stella riu e fingiu pensar por um tempo. – Aquele cara mente tanto que eu acho que ele nem sabe qual é a diferença da verdade para a mentira. Não é impossível ele estar mentindo sobre isso também. – Concluiu com um semblante de satisfação, parecia até estar feliz por tê-lo pego naquela situação. – Ele não é digno de muita confiança e além do mais, ele não é nada bobo. – Sua expressão se suavizou por um segundo, mas como em um passe de mágica, uma careta de nojo tomou conta de seu semblante. – Isso sem falar que é muito nojento ele ter um caso e ainda ter a coragem de levar a amante em um dos hotéis mais famosos da cidade... – Resmungou para si mesma. Will quis rir mas manteve a seriedade, sabia que a mulher estava falando sério. – Então aposto que não sou a única pessoa nesta cidade que não é muito fã dele.

— O que nos leva de volta a Hannah Knox. – Tirou uma das mãos da cintura dela e a levou até o queixo, assumindo uma expressão pensativa. – O que acha?

— Concordo com você. – Sorriu. – Aquelas contusões não pareciam mesmo terem sido causadas por uma simples queda no chuveiro.

Estavam tão imersos em suas próprias teorias que nem mesmo as passadas firmes de Michelle tiraram-nos de seu torpor. A mulher ficou a uma distância segura do casal e pigarreou em alto e bom som, anunciando sua presença. Os dois arregalaram os olhos e se separaram imediatamente, não tiveram nem coragem de encará-la, apenas abaixaram as cabeças e a esperaram falar.

— Will... – Tentou disfarçar seu próprio constrangimento. – Com licença... será que posso dar uma palavrinha com você?

Ambos a encararam surpresos, era um pedido inusitado, considerando que Michelle era responsável apenas pelo arquivamento e desarquivamento dos casos.

— Claro. – Assentiu colocando as mãos nos bolsos do jaleco. – Mas posso saber por quê?

Michelle coçou a nuca e o encarou com firmeza.

— Porque temos uma camareira que diz ter ouvido parte do acidente no Hotel Even. – Foi clara e direta, mantendo uma postura impecável.

Como se sentisse a tensão crescer ao seu redor, Stella passou a alternar seu olhar de um para o outro.

— Certo. – Franziu as sobrancelhas, estranhando mais ainda aquela história. – Mas acho melhor ela vir até aqui para conversarmos melhor. – Explicou com uma certa desconfiança. – A Stella e eu estávamos só discutindo algumas teorias, ainda faltam alguns testes.

Michelle olhou de um jeito muito desconfiado para a detetive, de algum jeito ela sentia que aquela não era toda a verdade.

— Tem alguma coisa preocupando vocês? – Questionou com um sorriso delicado desenhado em seus lábios.

— As lesões são muito graves... – Will nem conseguiu terminar sua frase.

Michelle abriu a mão, pedindo uma pausa.

— Com licença. – Resmungou, deixando-os para trás e indo em direção a entrada. Will e Stella se viraram na mesma direção e perceberam que o motivo de toda a pressa era a chegada repentina do prefeito ao laboratório. Hubbard estava sério e carregava uma expressão enigmática em seu rosto enquanto abotoava os dois botões do meio de seu paletó.

Os dois ficaram muito próximos e começaram a cochichar, a atitude era muito suspeita aos olhos bem treinados dos dois detetives. Algo não cheirava bem e eles estavam loucos para descobrir o que eles escondiam atrás de tanta discrição.

— Concordei em manter tudo isso em segredo, mas não vou acobertar agressão nenhuma. – Seu tom era incisivo e duro, mas ela manteve a calma para não despertar a desconfiança dos detetives que mantinham os olhos grudados nos dois.

AJ franziu a testa, fazendo uma careta, não estava entendendo do que ela estava falando.

— Agressão? – Tentou não alterar seu tom de voz, mas seu semblante deixava claro que ele estava muito ofendido com as palavras da mulher. – Do que está falando? – Afrouxou um pouco sua gravata e respirou fundo. – A Hannah não foi agredida.

— Bom... – Umedeceu os lábios. – De acordo com os detetives, o machucado na cabeça dela conta outra história. – Sussurrou em um tom mais baixo ainda. – Então por que não recapitula essa sua historinha? Mas dessa vez tente não deixar nenhum detalhe escapar. – Alertou em um tom ameaçador.

— Nossa... – Stella comentou, ficando de frente para Will. – Parece que ele acabou de levar um soco no estômago.

— Bom... – Will cruzou os braços. – Se eu estivesse no lugar dele... também estaria preocupado. Além de ter sido pego traindo a mulher, a amante ainda está morta. – Stella arqueou as sobrancelhas e comprimiu os lábios.

— Admito que tive um encontro com a Hannah e garanto que foi consensual. – Fez questão de frisar essa parte. – Hannah e eu estávamos apaixonados.

Michelle deu uma risada irônica.

— Que amor... e o que a sua esposa acha disso? – Arqueou a sobrancelha, deixando claro que não compactuava com aquilo.

AJ passou as mãos no rosto.

— Você sabe que tive muitos problemas com a minha esposa... isso não mudou. – Riu com um ar melancólico. – Hannah e eu estávamos abraçados no chuveiro e de repente as coisas... esquentaram. – Michelle revirou os olhos. – Aí ela acabou caindo e batendo a cabeça. Ela me disse que estava com muita dor e me pediu para ir comprar um paracetamol para ela, eu fui e quando voltei ela estava inconsciente.

Michelle fez uma careta e negou com a cabeça.

— Essa historinha não vai colar, AJ. As lesões dela são muito graves. – Ambos respiraram fundo. – Olha... você precisa me contar exatamente o que aconteceu e também precisa saber que não vou acobertar agressão nenhuma.

Stella continuou prestando atenção nos dois enquanto Will saiu para verificar se algum teste estava pronto. A mulher não desgrudou os olhos deles durante todo o tempo em que Will se ausentou.

— Acabei de pegar os resultados de alguns testes. – Will chegou pelas costas, assustando Stella que deu um pulinho e se virou para ele.

— Nossa... – Levou a mão ao peito arfante. – Se eu fosse cardíaca teria morrido agora. – Ambos riram.

— Pedi mais alguns testes, mas vão demorar um pouquinho. – Sorriu segurando a mão direita dela.

— Ótimo. – Abriu um sorriso radiante. – É bom que você vai poder ir com a gente ao parque.

Will riu e soltou a mão dela.

— Mas só depois que eu falar com o prefeito. – Piscou, fazendo-a rir.

— Posso assistir? – Perguntou transbordando animação.

— E eu tenho outra escolha? – Tocou o nariz dela com o indicador e os dois foram na direção de Michelle e AJ, que ainda conversavam aos sussurros.

— Juro que não machuquei a Hannah. – O prefeito dizia quase em desespero. – Jamais faria isso. – Se recompôs rapidamente, assumindo a mesma postura autoritária de sempre. – Te aconselho a acreditar no que estou dizendo e deixar esse assunto de lado... ou... – Inclinou a cabeça em um gesto ameaçador, olhando para Will que estava vindo na direção deles. – Isso pode acabar sendo tão ruim para você quanto está sendo para mim. – Michelle coçou o queixo e se manteve em silêncio.

— Prefeito... – Umedeceu os lábios antes de continuar. – Preciso fazer algumas perguntas sobre Hannah Knox, sei que...

O prefeito abriu a mão, interrompendo-o da forma mais rude possível.

— Não irei mais responder nenhuma pergunta, senhor Taylor. Já contei tudo o que sei. E se houver algo errado com o corpo da Hannah é porque você fez um trabalho mal feito... e se esse for o caso, você irá se entender com o meu advogado. – Ele simplesmente se virou e foi embora, deixando os três com as testas franzidas de surpresa.

— Adorável. – Michelle resmungou virando-se para eles. – Espero que dê tudo certo com a investigação. – Sorriu para os dois e saiu.

— Obrigado. – Agradeceu com um sussurro. – Bom... – Virou-se para Stella e sorriu. – Acho que sou todo seu.

Stella deu pulinhos de alegria e segurou a mão dele, levando-o em direção a saída.

— Will! – Danny gritou, vindo ao encontro deles.

— Sim? – Virou-se para olhá-lo.

— Preciso de você... tem uma coisa que eu preciso que você veja. – Danny mal fechou a boca e os dois correram para o elevador.

Stella permaneceu parada no meio do corredor com uma expressão de frustração desenhada no rosto, por fim, suspirou e cruzou os braços. Quando Will voltou, ela estava sentada em um dos bancos que ficavam no corredor, assim que o viu se levantou e foi ao seu encontro.

— É urgente, vou ter que ficar aqui e ajudar com o restante do material. – Ele colocou as duas mãos nos ombros dela, na tentativa de confortá-la um pouco.

Stella fez uma cara triste e respirou fundo.

— Tudo bem, nós vamos sem você. – Respondeu em um tom melancólico, mas tentou disfarçar para que seu marido não se sentisse mal. – O Danny vai te ajudar? – Ela fez uma careta ao vê-lo dar ordens para Lindsay e Jas.

— É, ele vai me dar uma mãozinha. – Sorriu. – Por quê?

— É porque ele está dando ordens. – A testa dela se franziu e ela apontou para eles, tentando não rir.

— Lindsay, você pode me avisar quando os outros testes estiverem prontos? – Perguntou com uma certa insegurança.

— Claro...

— Mas quem é que vai ajudar o Will? – Jas interrompeu, cortando totalmente o assunto.

— Eu vou. – Danny e Lindsay disseram ao mesmo tempo.

Will foi ao encontro deles.

— Com licença. – Chamou a atenção deles para si. – Posso conversar com você um pouquinho?

Danny assentiu.

— Com licença. – Disse antes de se afastar das duas.

— Vamos deixar as coisas bem claras. – Will começou em um tom pacífico. – Sou o mais experiente com essas coisas, então sou eu quem vai dar as ordens por aqui.

— Eu sei, eu sei. – Danny sacudiu os braços para se livrar da tensão que estava sentindo. – Eu sei disso... mas uma hora eu vou ter que aprender, e por que não agora? – Arqueou a sobrancelha em um ar desafiador. – Você não precisa ficar me lembrando disso o tempo todo. – Foi a vez de Will arquear a sobrancelha. – Todo mundo aqui sabe que você é o melhor, cara.

— Não é disso que se trata. – Disse entre dentes. – Só estou preocupado com o caso... e além do mais... isso não é muito fácil. – Coçou a nuca. – Eu já fiz, mas você não.

— Claro que já fiz. – Afirmou com orgulho.

— Ah, é? – Arqueou as sobrancelhas com um brilho duvidoso no olhar.

— Não sou um amador. – Danny deu um longo suspiro, odiava quando duvidavam de sua capacidade. – Isso nem é tão difícil assim... – Will franziu os lábios e o censurou com um olhar. – Tudo bem... certo. – Tentou se retratar ao perceber que havia falado a coisa errada para a pessoa errada. – Só uma vez... uma vezinha só... – Levantou um dedo. – Confie em mim. – Suplicou em um tom lamurioso.

Stella aproveitou que seu marido estava distraído com Danny e foi ao encontro de suas amigas. Estava com saudades, não do trabalho em si, mas do que ele lhe proporcionava. A melhor parte de trabalhar ali era poder estar sempre ao lado de suas amigas, sentia falta de poder jogar conversa fora, de almoçar qualquer coisa e da correria de sempre.

— Algum parente apareceu? – Indagou, tamborilando os dedos sobre a mesa onde Jas estava sentada.

— Nada. – Lindsay negou com a cabeça. – Só a secretária do prefeito. – Suspirou, se sentia um pouco frustrada com a falta de informações sobre a vítima. – E você? – Sorriu. – Já está trabalhando?

— Oh... não. – Deu um sorriso de canto assim que percebeu que estava agindo como uma detetive, parecia até que havia voltado à ativa. – Vocês não precisam de mim aqui... – Piscou para elas. – Mas a minha filha precisa de mim no parque. – As três riram.

— O detetive Messer vai ficar responsável pelo caso. – Will anunciou em alto e bom som, chamando a atenção das três detetives para eles.

Jas fez uma careta e tentou não rir.

— E você vai ajudar, não vai?

— Não. – Danny disse cheio de si.

— Vou. – Will disse por cima.

— Não precisa não. – Fez uma careta e se virou para encará-lo.

— Olha... – Will tentou manter o tom de voz calmo. – Com todo o respeito, sou o único que já fez isso, você ainda não fez. – Stella franziu as sobrancelhas ao perceber que os dois estavam mesmo discutindo. – Não deixe o seu ego te atrapalhar, me deixe pelo menos ficar e te observar.

— Não. – Negou. – Não precisa. – Murmurou, tentando conter sua raiva. – Só preciso de uma coisa, uma coisinha só e nem isso você é capaz de me dar. – Will coçou a nuca. – Um pouquinho da sua confiança.

Will respirou fundo e cedeu.

— Certo, vou te deixar fazer isso sozinho. – Colocou as duas mãos nos ombros dele e olhou no fundo de seus olhos. – Vai dar tudo certo. Não pira, se precisar de ajuda é só me ligar. – Olhou diretamente para a esposa, fazendo-a sorrir. – Vou ao parque com a minha esposa. – Sorriu ao concluir a frase e tirou o jaleco que ainda estava vestindo.

Ele fez um gesto, chamando a mulher com a mão. Stella se despediu das amigas com um breve tchau e seguiu de mãos dadas com o marido até a saída.

— Não é um dia lindo? – Stella tinha um sorriso no rosto quando se virou para Will que estava deitado ao lado da cesta de piquenique.

— É perfeito. – Passou as mãos uma na outra e também sorriu. Lily olhou para o pai e voltou a colocar os dedos na boca, estava gostando tanto do aconchego do colo da mãe que vez ou outra fechava os olhinhos.

— Ainda está preocupado com o caso? – Indagou ao notar que ele estava um pouco distante.

— Não, de jeito nenhum. – Negou com a cabeça e tentou sorrir. – Temos um detetive competente no caso. – Ambos sorriram. – Não teria o deixado sozinho se não o achasse capaz.

— Ainda bem que ele conseguiu te convencer. – Riu de um jeito brincalhão. – Porque você pôde vir ao parque com a gente. Não é, princesinha? – Deu uma sequência de beijinhos no rosto de Lily, que ria sem parar. – É bom passar um tempinho em família. – Seu tom ficou mais sério, mas havia humor em sua voz. Will aproveitou a distração da mulher e fez cócegas na barriga da filha. – Vai ajudar a nos conectarmos um com o outro. – Sorriu para ele, que imitou o gesto.

— Com certeza. – Voltaram suas atenções para a filha. – Ei, e você? – Stella deu um beijo no topo da cabeça da menina. – Também quer se conectar com a gente? – A menina riu mesmo sem entender do que o pai estava falando. – Quer se conectar com o papai e com a mamãe? – Foi a vez de Stella rir. Lily balbuciou alguma coisa que eles não conseguiram entender e esticou a mãozinha esquerda para o pai, que a segurou e deu um beijinho.

— Já liguei para o contato de emergência dela. – Lindsay explicou ao colocar o telefone de volta no gancho. – Mas caiu em um número do gabinete do prefeito. – Suspirou, não conseguia se conformar com toda aquela dificuldade. – Parece que ela e o prefeito tinham um relacionamento muito especial.

Jas tentou segurar o riso e sacudiu a cabeça, adorava a habilidade que a amiga tinha de fazer piada nos piores momentos possíveis.

— Não é qualquer uma que consegue dormir com um cara daqueles. – Comentou com um risinho contido.

— Parece que não era tão ruim assim. – Danny entrou na sala bem nessa hora.

— Ou ele tinha alguma qualidade escondida. – Riu, mordendo delicadamente o lábio inferior.

— Lindsay! – Jas fez uma careta e deu um tapinha no braço da amiga.

— Você me interpretou mal, Jasmin. – Riu. – O que eu quis dizer foi que todo mundo tem suas qualidades.

— Claro, foi isso mesmo que eu entendi. – Riu, levando a mão até a boca.

Danny sacudiu a cabeça em uma risada silenciosa e Lindsay gargalhou alto.

— Como estão indo as buscas? – Indagou assim que conseguiu parar de rir.

— Bem, ainda não encontramos nada, mas essas coisas demoram mesmo. – Lindsay exibiu um sorriso largo. Estava tão orgulhosa em ver que seu marido estava indo tão bem no comando do caso.

— Danny, acho que o Will vai ficar muito orgulhoso de você. – O orgulho em seu tom de voz não passou despercebido.

— Espero que sim... mas isso é um trabalho em equipe. Estamos juntos nessa. – Deu um tapinha nas costas da amiga e sorriu.

— Danny... – O sorriso que Lindsay tinha no rosto foi sumindo aos poucos. – Temos um problemão aqui. – Prendeu a respiração em completo pânico e terminou de ler o que estava escrito na tela de seu celular, tapando a boca com a mão em uma expressão de completo choque.

Danny se aproximou de sua esposa e deu uma boa olhada no que estava escrito na tela. Ao terminar de ler se sentiu derrotado, era como se o peso de todo um mundo estivesse sobre suas costas, e nem se ele fosse um titã seria capaz de carregá-lo.


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Notas finais do capítulo

As coisas vão melhorar para os Taylor e piorar para os Messer...
Até o próximo!



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