Stella escrita por Vic


Capítulo 31
Maternidade


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Esse capítulo também está muito fofinho e espero que gostem dele assim como eu gostei.
Boa leitura!


CAPÍTULO REVISADO



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Stella estava particularmente muito nervosa e ela não podia e nem conseguia negar isso enquanto segurava aquele celular entre suas mãos suadas. O nervosismo era enorme, mas nada era maior do que a felicidade que estava sentindo em compartilhar aquela notícia maravilhosa com o homem que amava.

— Eu estarei bem aqui quando você conseguir encontrar mais alguma coisa. – O homem disse para a moça e voltou a guardar a caneta no bolso do seu jaleco.

— Entendido.

Um dos telefones tocou e uma das jovens técnicas de laboratório correu para atender, colocando um sorriso nos seus lábios ao ouvir a voz da outra mulher do outro lado da linha.

— Ele está bem aqui. – A ligação foi imediatamente transferida para outra linha. – Will, linha dois.

O homem apertou o passo, indo em direção a sua sala, fechou a porta e correu para atender o telefone.

— Taylor.

— Oi, meu bem. – Stella disse em voz baixa. – Te peguei numa hora muito ruim?

— Nunca. – Um sorriso surgiu em seus lábios quando ele reconheceu a voz da amada. – Como vai?

— Muito melhor... – O restante da frase morreu em seus lábios. – Eu... eu... eu terminei o meu tratamento.

— É mesmo? – Segurou o telefone com um pouco mais de força. – Eu pensei que isso demorasse um pouco mais.

— Eu sou dura na queda, você me conhece. – Riu. – Eu só queria te dizer que os meus médicos me deram permissão para voltar para casa, mas... eu acho que primeiro temos que conversar pessoalmente. – Mordeu o lábio inferior, tentando conter todo aquele nervosismo que estava começando a crescer novamente. – Será que existe alguma chance desse seu plantão acabar nos próximos minutos?

A sensação era muito parecida com a que havia sentido no seu primeiro encontro, mas aquilo era muito diferente e aquele era o seu marido. Ela respirou fundo e então soltou o ar lentamente, dando algum tempo para que o seu nervosismo passasse mais, mas mesmo assim ainda era muito difícil não ficar nervosa. Aquela conversa seria a conversa que definiria os rumos da sua vida e o futuro da relação que ela tanto almejava ter com a filha.

Os seus olhos permaneciam vidrados no anel em seu dedo, ela o observava com o mesmo sentimento que havia sentido no dia do seu casamento. Um sorriso iluminou o seu rosto quando ela percebeu que não precisava mais se esconder atrás de todos aqueles mecanismos de defesa. Ela ficou tão perdida em seus próprios pensamentos que nem notou a chegada do homem ao restaurante. Aproveitando a distração da esposa, ele pegou um garfo e bateu na taça à sua frente, dando um susto na mulher, que abriu um sorriso ao vê-lo sorrindo.

— Uau! – Apontou para o terno cinza-escuro que o marido usava. Aquele sofisticado terno contrastava perfeitamente com o pálido azul dos seus olhos, e os dois botões muito bem abotoados ajudavam a destacar ainda mais a habitual gravata vermelha com bolinhas brancas que era a sua favorita. – Muito bonito.

O sorriso dele se abriu ainda mais.

— Muito obrigado. – Usou o indicador para apontar para a roupa dela, um lindo vestido cigano de renda branca, que deixava os ombros à mostra, embora apresentasse uma camada extra de tecido que caía sobre o busto e se estendia até a altura do seu antebraço. Na parte inferior apresentava uma transparência muito discreta e era quase inteiramente forrado por um tecido da mesma cor, que ajudava a dar um toque sensual ao modelo. – Mas é você quem está linda.

O homem simplesmente inclinou o corpo para frente e deu um beijo nela antes de se sentar na cadeira. Ela gostou muito da sensação dos lábios dele contra os seus, estava com saudades de toda aquela intimidade entre eles.

— E então... como a Lily está?

— Ela está ótima. – Umedeceu os lábios enquanto ainda olhava para os dela. – Ótima... e ela estava muito cansada quando falamos com você ontem, então quando desligamos, ela foi direto para a cama. – Ela assentiu enquanto ele tentava esconder o próprio nervosismo procurando um lugar para colocar as mãos. – Mas você... não me disse... que o seu tratamento tinha terminado.

A mulher pigarreou, desviando o olhar para o prato vazio.

— Eu entendo a sua desconfiança... – Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Mas se não acredita em mim... pode falar com o meu psiquiatra...

— Não precisa. – Respondeu usando um tom mais suave. – É muito bom te ver, mas ainda não entendi porque escolheu esse restaurante.

Ela umedeceu os lábios, sorrindo com os olhos.

— É o nosso restaurante favorito, não é? – Os dois riram. – E também é um território neutro... e... – Mordeu o lábio inferior. – Eu acho que estava mesmo te devendo um jantar...

O nervosismo deles foi diminuindo conforme conversavam, e quando o garçom finalmente chegou para servir o vinho, eles estavam muito mais à vontade.

— Obrigado.

— Eu não queria ter interrompido...

— Não, tudo bem. – Abriu um sorriso para ele, bebendo um pouco do vinho. – Já está mesmo quase na hora de irmos embora.

O homem saiu e ela respirou fundo enquanto pensava em outro assunto para puxar com o marido.

— E como vai o trabalho?

— Muito bem. – Sorriu. – É meio complicado, mas estamos dando o nosso melhor. – O silêncio tomou conta da mesa, tudo o que escutavam eram os sons ambiente do local. – Eu acho que estou tentando compensar todo o resto trabalhando demais...

Ela riu.

— Isso é bem a sua cara.

— É mesmo... inclusive acho que tenho sido muito chato ultimamente... – Ela arqueou a sobrancelha. – Eu meio que ando tentando elevar o meu ego enquanto tento alcançar a glória como detetive. Eu acho que só estou tentando compensar alguma coisa... o meu ego levou uma porrada de golpes nesses últimos nove meses. – Olhou para o rosto triste da mulher. – Eu sinto muito...

— Não. – Negou com a cabeça. – Eu sei que... isso... que isso foi culpa minha e... – Umedeceu os lábios. – Eu sei que transformei a sua vida num inferno e... eu sinto muito.

— Mas eu não estava falando de você. – Colocou um sorriso divertido no rosto e ela também sorriu. – Só que... tem sido meio humilhante perceber que não sou tão brilhante assim. – Abaixou a cabeça. – Não tinha nem oito horas que você tinha saído, mas já percebi o quanto você fazia falta. Mesmo doente, você ainda era o centro das nossas vidas, e sem você... a nossa filha e eu ficamos perdidos.

A mulher desfez a expressão séria que tinha no rosto e abriu um sorriso meigo para ele.

— Mas nem foi tão ruim quanto eu pensei que seria. – Confessou enquanto pegava sua taça e bebia um pouco do vinho. – Me sinto até mais jovem. – A taça dele parou a alguns centímetros de seus lábios. – Eu aposto que foi por causa de todas aquelas aulas de ioga e daquelas caminhadas.

Ele também bebeu um pouco do vinho.

— E como foi com a terapia?

Ela comprimiu os lábios.

— Complicado.

— Mas o que foi mais difícil? A terapia em grupo ou a individual?

— As duas. – Um sorrisinho maroto enfeitou seus lábios. – Mas acho que aprendi muito mais com a terapia em grupo... porque eu tinha que ouvir as experiências das outras mães e... eu acho que foi exatamente isso que me ajudou a perceber que eu não sou louca.

— Eu espero que eu não tenha nada a ver com o fato de você ter se sentido assim...

Ela negou com a cabeça.

— Não.

— Eu sinto muito mesmo...

— Não. – Murmurou. – Você não tem nada a ver com isso. – Encarou o homem. – É a doença... a depressão pós-parto. – Engoliu em seco, levando a mão à testa. – Ela afeta muito a forma como você vê o mundo e também afeta muito a forma como você se encaixa no mundo. E você sabe que passei por muita coisa nessa vida, e também sabe que eu sou muito forte e independente, mas parece que isso tudo acabou se virando contra mim... porque mesmo sabendo que estava doente, eu ainda queria resolver tudo sozinha... e acabei negligenciando a minha filha e te afastando de mim. – Eles se encararam. – Eu acho que se tivesse um sorteio para descobrirmos quem é o maior culpado por tudo isso... eu seria a grande campeã. – Apertou os lábios num sorriso sem graça. – Eu só espero que... que ainda tenha algum jeito de consertar todo esse estrago. – Eles ficaram em silêncio. – Então... eu acho que agora é a sua vez de falar. Existe algum jeito de consertar o que eu arruinei?

O homem manteve o silêncio e a expressão indecifrável em seu rosto, até que abriu a boca, deixando escapar um longo suspiro.

— Esse definitivamente não é o meu capítulo favorito da nossa história, mas eu sei que você teve que lidar com coisas que estavam muito além do seu controle. – Arrumou a postura na cadeira. – Então eu acho que dá para consertar sim.

Stella também arrumou a sua postura.

— Mas você também não tem que me perdoar assim tão rápido. – Coçou a ponta do nariz. – Só tem uma coisa que eu queria te pedir.

— Diga.

— Eu sei que isso pode soar meio hipócrita da minha parte... principalmente depois de todas as mentiras que eu te contei... mas eu queria que você fosse honesto comigo. Então se estiver com raiva, quero que me conte, e se quiser gritar... então grite. A coisa que eu mais amo no nosso relacionamento é essa nossa capacidade de contar tudo um para o outro... e eu não quero perder isso.

Ele assentiu.

— Eu concordo e... acho que consigo fazer isso. – A expressão de tristeza no rosto da mulher quase partiu o coração dele. – Eu não quis dizer... pensei muito sobre um monte de coisas e... acho que coloquei muitas expectativas no nosso casamento. – Ela assentiu, colocando um sorrisinho no rosto. – Eu acho que lidei com isso do jeito errado. Primeiro neguei e depois comecei a te intimidar para que aceitasse o tratamento... eu sinto muito por isso. Eu queria ter sido um marido melhor, queria ter sido mais consciente e mais paciente.

— Mas você só estava tentando me amar. – Sorriu. – Então como posso te culpar por isso?

— E isso não mudou. – Finalmente colocou a mão sobre a mesa e ela aproveitou a oportunidade para segurá-la. – Estar sentado aqui olhando para você só me ajudou a perceber que estou muito ansioso para construir uma vida com você. – Sorriu. – Eu te amo.

— Eu também te amo. – Sorriu. – Muito. – Acrescentou. – Eu acho que estou pronta para ir para casa.

Ele chamou o garçom, fez os pedidos e os dois jantaram em completo silêncio enquanto trocavam alguns olhares entre uma garfada e outra.

— Uau! – Exclamou ao ver o quanto a casa estava limpa e organizada. – Estou realmente muito impressionada. – Colocou a bolsa no sofá e deu uma voltinha pela sala. – Eu não sabia que você era tão bom com limpeza.

— Mas não me dê os créditos por isso. – Abriu um sorriso maroto. – Eu só contratei uma pessoa para limpá-la umas duas ou três vezes por semana. A Judy e a Kate também me ajudaram a manter tudo limpo. – Olhou para a esposa, que encarava a babá eletrônica. – E agora que o Sage foi embora... as coisas ficam limpas por muito mais tempo. – Esfregou as mãos uma na outra enquanto se aproximava mais dela.

Ela ensaiou um sorriso ao virar para ele.

— Está nervoso?

— Um pouquinho. – Ensaiou um sorriso. – E você?

Ela encarou a babá eletrônica em suas mãos.

— Muito.

Ele passou as mãos nas costas dela.

— Tudo bem.

Era a hora do reencontro entre mãe e filha, e ela estava muito ansiosa, mas tentou acalmar seus nervos enquanto o seu marido abria a porta do quarto da filha deles.

— Oi. – Stella cumprimentou Kate com um sorriso, mas não conseguia tirar os olhos daquele berço.

— Stella? – Kate a encarou. – Eu pensei que só voltaria amanhã.

— Eu sei. – Correu, indo até o berço, colocou as mãos na beirada dele e abriu um sorriso meigo para a criança que a encarava com um olhar confuso. – Mas eu não conseguia mais passar nem um segundo longe da minha garotinha.

Kate mostrou a mamadeira para eles.

— Estávamos quase indo para a última mamadeira do dia.

— Muito obrigado, Kate, mas agora pode deixar com a gente. – Will sorriu e pegou a mamadeira das mãos dela, chegando mais perto da mulher e da filha. – Já pode ir para casa.

— Isso não foi nada. – Stella virou a cabeça e agradeceu com um simples sorriso. – Bem-vinda de volta. – Concluiu, indo embora.

Ela olhou novamente para a menina e colocou um sorriso no rosto.

— Oi, Lily. – Segurou a mãozinha esquerda do bebê. – É a mamãe, senti muita saudade.

Houve um momento de tensão enquanto as duas se encaravam.

— Um passo de cada vez. – Lembrou. – É muito bom te ter em casa, então relaxa.

— Não, eu... – Negou com a cabeça enquanto inclinava o corpo sobre o berço, vendo a filha esticar os bracinhos na sua direção como se a reconhecesse. – Vem aqui, meu bebê. – Colocou as mãos embaixo dos seus bracinhos, erguendo-a no ar. – Oh! Oi. – Aconchegou a menina em seus braços e deu as costas para o marido. – Como vai, querida? – Segurou a mãozinha esquerda dela e começou a dar uma sequência de beijinhos no seu rosto. – A mamãe sentiu muito a sua falta. – Sorriu e ele também sorriu ao vê-la tão feliz na presença da filha. – Você é tão lindinha. – Sussurrou enquanto deitava o bebê em seus braços e embalava carinhosamente. Inesperadamente, ela começou a puxar uma parte do vestido da mãe para baixo, estava com muita fome, e de algum jeito sabia que sua mãe ainda produzia um pouco de leite. – Não, meu amor, você não pode mamar na mamãe.

Will entendeu o recado e estendeu a mamadeira para ela.

— Aqui.

Ela colocou o bico na boca da menina e ficou observando-a sugar.

— É isso mesmo, meu amor.

Ele foi até a estante onde os bichinhos de pelúcia estavam, tirou um cachorrinho marrom que possuía uma pelagem incrivelmente emaranhada do meio deles e mostrou para ela.

— O titio comprou um ursinho novo para ela.

Stella riu enquanto ele brincava com o ursinho.

— Oh! Mas nem é tão ruim assim.

O homem deu alguns passos, sentando ao lado dela e mostrou o ursinho para a filha, que parou o que estava fazendo para prestar atenção no pai.

— É brincadeira, não é?

— Eu acho que nem precisa se preocupar...

— Ela adorou! – Colocou o bichinho na barriga da menina e imitou um latido enquanto segurava uma das mãozinhas dela e a beijava.

A mulher riu da brincadeira que ele estava fazendo com ela.

— Você é um ótimo pai.

Ele também sorriu.

— E você é uma ótima mãe.

Ela abaixou a cabeça e suspirou, não concordava.

— Eu vou tentar ser... uma. – Abriu um sorriso, passando as mãos nas costas da filha, que ainda estava tentando arrancar o cachorrinho de pelúcia das mãos do pai. – Eu me mantive muito focada nessa coisinha linda durante o meu tratamento. – Acariciou os cabelos da filha, que estavam maiores e muito mais claros. – E percebi que sei muita coisa sobre ela.

— É mesmo?

— É. – Abriu um sorriso radiante. – Ela sempre segura a mamadeira com a mão esquerda, eu acho que ela é canhota. – O pai também sorriu. – Ela sempre ri quando vê um passarinho, e ela come se sujando toda... igual a Lindsay.

— Elas são muito parecidas.

— Sim. – Colocou a menina de pé em suas pernas e ela reclamou, fazendo cara de choro. – Eu nem consigo acreditar que eu não queria segurar a minha própria filha. – Sentou ela em suas pernas antes que ela realmente começasse a chorar. – Mas agora isso é passado, não é? – Beijou o topo da cabeça dela.

O homem sorriu e a menina também, como se soubesse que era ela o assunto. Ele estava sozinho no quarto com a criança, então decidiu trocar a sua fralda, que estava cheia.

— Só mais um pouquinho e estaremos prontos. – Ele conversava com a filha enquanto terminava de trocar a sua fralda. A mãe dela tinha ido até o andar de baixo deixar a mamadeira na cozinha. – Eu sei que não é muito divertido fazer isso, mas... – Sussurrou, ouvindo uma risada nas suas costas.

Ela diminuiu a distância entre eles.

— Mas pelo menos eu estou me divertindo.

— Pois é. – Sorriu enquanto tentava terminar de arrumar o bebê. – Que bom.

— Eu achei que você tinha aprendido a fazer isso sem precisar de ajuda. – Brincou, vendo a confusão que ele estava fazendo. – Mas pensando bem, acho que vai precisar da minha ajuda.

— Eu treinei algumas semanas atrás, mas ela sempre começa a rolar de um lado para o outro. – A menina gritou, começando a chorar. – É uma bagunça... xixi para todos os lados, molhou a minha camisa inteira e eu tinha acabado de vestir. – Virou o bebê, tentando mantê-la quieta, mas estava sendo muito difícil. – Mas vamos conseguir...

— Eu acho que era você quem devia ter ido deixar a mamadeira na cozinha enquanto eu ficava aqui trocando ela.

— Não, eu estava mais perto e não é nada de mais. – Abotoou o body, segurando a perninha esquerda da filha para vestir sua calça. – Estamos quase lá.

— Então por que não desce para escovar os dentes? Eu assumo daqui.

— Tem certeza?

— Absoluta.

Ele chegou para o lado, deixando a mulher segurar a perninha do bebê e terminar de vestir sua calça.

— Ok. – Sorriu, indo em direção à porta, mas não saiu de imediato, aproveitando a oportunidade para observar mãe e filha.

— Você está dando muito trabalho para o papai. – Murmurou carinhosamente para ela. – Eu acho que você devia ser uma boa menina com ele. – Lily riu. – Ele é o melhor pai do mundo e não são todos os pais que amam suas filhinhas como ele te ama.

— Papa!

— É, meu amorzinho. – Sorriu, terminando de arrumar a calça dela. – Papai.

— Papa!

O homem sorriu e então foi ao primeiro andar para escovar os dentes, quando voltou ao quarto, encontrou a mulher embalando a filha na cadeira de balanço.

— Eu lembro que a minha mãe me embalava exatamente assim quando eu era pequena. – Stella contou quando ele se agachou na sua frente e colocou as mãos nas suas pernas. – Eu não me lembro de muita coisa, mas lembro que me sentia segura e amada. – Passou as mãos nas costas dela em movimentos circulares. – É exatamente assim que eu quero que ela se sinta, segura e amada... para sempre.

— É muito bom ser uma família novamente.

Ela apertou a menina contra o seu peito e abriu um sorriso.

— É sim.

Ele também colocou um sorriso no rosto.

— Ela não é a coisinha mais linda?

A mulher distribuiu uma dúzia de beijos no rosto do bebê.

— Ela é o bebê mais lindo do mundo!

— Eu acho melhor colocarmos ela no berço e irmos para a cama. – Olhou no fundo dos olhos dela. – Está ficando tarde.

— Eu queria ficar aqui mais um pouquinho.

— É mesmo? Eu queria me deitar e conversar um pouquinho antes de dormir...

Lily levantou a cabeça e olhou para a mãe, que deu um beijinho no seu ombro.

— Eu vou daqui a pouco. – Usou a mão livre para acariciar o rosto dele. – Estou gostando tanto de ficar aqui.

— Então tá bom. – Levantou e saiu do quarto.

A menina sentou nas pernas da mãe e olhou para os lados, procurando o pai.

— Está procurando o papai? – A mulher riu, olhando na mesma direção que ela. – Cadê o papai?

Stella contemplou os olhos pálidos que a menina herdou do pai e se sentiu muito grata por ter uma segunda chance como mãe. Então entendeu que existia um motivo para tudo na vida. Agora ela sabia que o HIV não veio para destruir sua vida, nem para castigá-la ou a impedir de viver. E agora estava muito mais preocupada em desempenhar uma ótima performance na parte mais importante da sua vida, a maternidade.


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Notas finais do capítulo

Momentos em família *-*.
Até o próximo!



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