Stella escrita por Vic


Capítulo 16
Um fardo pesado demais


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Estive doente esses últimos dias... então tô tentando retomar as rédeas da história.
Boa leitura!

CAPÍTULO REVISADO



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O homem estava muito ansioso para partir rumo a Redfield, mas tinha dois problemas, ele ainda não sabia o que dizer para a mulher e o seu corpo estava sofrendo de uma intensa crise de ansiedade, sua barriga estava doendo tanto que parecia que ele estava prestes a entrar num tribunal para prestar depoimento.

— Oi. – Os dois disseram ao mesmo tempo assim que ele abriu a porta, e pela expressão em seu rosto, estava claro que todo aquele nervosismo era por conta da mãe de sua filha.

— Obrigado por ter voltado. – Murmurou muito mais baixo que o normal e deixou a amiga entrar na casa.

— Sem problemas, não tinha nada para fazer em casa essa noite mesmo. – Começou a desabotoar o sobretudo que estava vestindo. – E eu amo esmagar aquela coisinha.

— Você está me fazendo um favor enorme... – Sorriu para tentar esconder o nervosismo que ainda estava sentindo. – E mesmo assim ainda faz parecer que sou eu que estou te fazendo um.

— Eu não disse que faria qualquer coisa para ajudar? – Sorriu. – Vai me contar o que foi que aconteceu?

— É a Stella... – Umedeceu os lábios. – Ela está em Redfield.

— Você conseguiu falar com ela? – Indagou com a voz repleta de urgência.

— Não, foi o seu marido que descobriu onde ela está...

— E você vai até lá buscá-la, não vai?

— É claro que vou... – Coçou a nuca. – O Danny queria ir até lá sozinho, mas o convenci de que temos que resolver isso sozinhos... somos casados e somos os pais da Lily.

— Você tem toda a razão... – Assentiu. – E o que é que ainda está fazendo aqui?

— Ainda não sei o que eu vou dizer... – Foi até a lareira e pegou a babá eletrônica. – Estou furioso e muito frustrado, não quero descontar isso nela... só quero que tudo isso acabe logo.

— Eu tenho certeza de que ela também...

— Já repassei o que vou dizer na minha cabeça um milhão de vezes... fico tentando pensar em como vou falar com e ela e ainda nem sei o que é que ela vai me dizer, mas não importa o que digamos um ao outro... não há nenhuma garantia de que ela vai querer voltar para casa comigo.

Ela tinha vivido uma situação muito parecida com aquela, mas mesmo assim ainda não sabia o que dizer a ele.

— Sinto muito pelas taças, mas não tinha nenhuma de vidro. – Stella se justificou enquanto terminava de encher as duas taças.

— Não precisa se desculpar. – Scott respondeu, não estava nem ligando para o material com que as taças eram feitas. – Já estou feliz só por estar aqui com você.

— E então... – Olhou rapidamente para ele. – Como vai o dedo?

Ele recebeu a taça que ela lhe entregou.

— Já tinha até me esquecido desse pequeno detalhe. – Olhou para o dedo machucado. – Esse é o preço que se paga por inventar de ser carpinteiro, você se machuca tanto que acaba se esquecendo da dor.

Stella pegou a outra taça para ela e os dois se sentaram na cama.

— Isso é trágico e nobre ao mesmo tempo. – Tomou um gole do vinho, fazendo questão de manter o contato visual enquanto fazia isso.

— Valeu muito a pena me machucar para te conhecer, Georgie.

Ela abaixou a cabeça, ser chamada por aquele nome causava um incômodo na boca de seu estômago.

— Eu não sabia que essa viagem me traria surpresas tão boas...

— A melhor surpresa de todas foi ter te conhecido.

— Também gostei muito de te conhecer. – Ergueu a taça e bebeu mais um gole.

— Ei, por que ainda não está em Redfield? – Lindsay indagou ao encontrar o homem ainda em casa mexendo no notebook.

— Oi. – Virou para ela. – Como a Lily está?

Ela sentou ao lado dele no sofá.

— Ela mamou, trocou de roupa e agora está dormindo como o anjinho que ela é.

— Acho que nunca vou conseguir te agradecer por tudo que está fazendo por mim.

— Tenho uma ideia. – Riu. – Você podia começar indo buscar a minha amiga.

— E eu vou. – Garantiu. – Só estou dando uma última pesquisada para conseguir mais informações antes de ir atrás da minha mulher... e mesmo depois de olhar todos esses sites e panfletos... ainda não sei como devo falar com ela.

— Sentado é que não é. – Comprimiu os lábios. – Você sabe que lá no fundo, ela ainda é a mesma mulher por quem você se apaixonou. – Ele assentiu. – E se... e se essa fosse uma briguinha qualquer, como você resolveria?

Ele respirou fundo.

— Mas essa não é uma briguinha qualquer, Lindsay. – Umedeceu os lábios. – Ela entrou naquele carro, ela decidiu nos abandonar, abandonou a casa dela, o trabalho... tudo.

— Eu sei que você tem uma lista cheinha de reclamação e também sei que quer que ela saiba toda a dor que ela te causou... – Coçou a testa. – Mas não se esqueça de que ela também está sofrendo com tudo isso.

— Certo... – Sentiu um gosto amargo na boca. – Talvez eu deva simplesmente ignorar o fato de que ela virou o meu mundo de cabeça para baixo, ou o fato de que ela virou o mundo da nossa filha de cabeça para baixo. – Ela estava com pena dele, mas não podia ignorar tudo o que a amiga devia estar sentindo no momento. – Vou só deixá-la me convencer de que não foi nada de mais... como sempre.

— Mas antes de tudo isso... você ainda precisa sair daqui e ir até ela. – Murmurou. – Ou as coisas entre vocês nunca irão melhorar.

— Foi o meu avô que me ensinou tudo o que eu sei. – Scott se levantou e foi até ela. – Mas acho que não aprendi muita coisa.

— Então se eu fosse você não me gabaria tanto disso. – Acabou o último gole de vinho que tinha na taça, a deixou em cima da cômoda e voltou a se sentar ao lado dele.

— Suas mãos são tão macias. – Comentou quando ela segurou sua mão.

— E as suas são fortes. – Alisou a mão dele. – Adoro homens que sabem trabalhar com as mãos. – Mordiscou o lábio ao pensar no duplo sentido que aquela frase tinha. – Quando eu era mais nova o meu pai construiu uma casinha na árvore para mim e para o meu irmão, e lá era o meu esconderijo secreto. – Abriu um sorriso, nem parecia que aquilo tudo era uma mentira. – Era maravilhoso ficar lá e fingir ser qualquer coisa que eu quisesse.

— E quem é que você quer ser agora?

— A Georgie Samms da Grécia.

— Perfeito. – Sorriu. – E essa sua casa da árvore era exclusiva para meninas ou os meninos também podiam entrar?

— Dependia muito de quem era o menino. – Mordeu o lábio inferior. – Eu era a chefe, então era eu que decidia quem podia entrar.

Ele diminuiu ainda mais a distância entre eles.

— Uau! – Murmurou. – Uma maníaca por controle.

— Isso deu muito certo para mim, até que... – Riu. – Eu acho que sempre gostei de colocar ordem nas coisas, porque é assim que você sabe exatamente o que esperar. – Era disso que ela mais gostava naquela nova vida. – Acho que isso veio de uma infância muito imprevisível.

— Adoro mulheres que não têm medo de se questionar. – Um sorriso se formou no canto de seus lábios.

— Acho que tenho muitas perguntas e poucas respostas. – Umedeceu os lábios enquanto o homem diminuía ainda mais a distância entre eles. – Mas estou tentando me soltar mais.

— Acho que posso te ajudar com isso. – Sussurrou enquanto aproximava seu rosto do dela.

— Eu acho que você pode. – Sussurrou em resposta, unindo seus lábios aos dele.

Stella conseguia até sentir o peso do corpo dele em cima do seu enquanto os dois aprofundavam ainda mais o beijo, se deitando na cama, mas foi quando ele colocou a mão embaixo de sua blusa que ela abriu os olhos e o empurrou.

— Espera, espera, espera. – Colocou a mão sobre a boca e ficou parada entre a cômoda e a cama. – Me perdoa, mas eu não posso fazer isso.

— Eu entendo, tudo bem. – Sorriu. – Acho que a sua casa na árvore era só para meninas.

— Não tenho sido justa com ninguém... e isso inclui você.

— Tudo bem, Georgie. – Abriu um sorriso compreensivo. – Eu gosto de você.

— Você nem me conhece direito. – Negou com a cabeça. – Mas nada disso é culpa sua.

— Escuta... eu... eu... eu não queria te deixar chateada. – Tentou se desculpar. – Tudo bem se esse encontro acabar agora. – Sorriu. – Talvez eu fique um pouco confuso com tudo que aconteceu, mas talvez eu nem deva estar confuso com nada...

— Não, isso não é justo. – Negou com a cabeça. – Você não é obrigado a lidar com as minhas crises. – Respirou fundo. – Você merece muito mais do que isso.

Eles deram as mãos quando ela se sentou ao lado dele.

— Escuta... – Umedeceu os lábios. – Acho que essa separação que você está enfrentando é muito mais delicada do que você acha.

Ela suspirou e fechou os olhos.

— Eu pensei que tinha achado o cara certo... e até acho que realmente encontrei. – Respirou fundo. – O fato é que eu tenho a carreira dos meus sonhos, uma família que me ama... até decorei a minha casa do jeitinho que eu queria. – Sorriu ao se lembrar da casa. – E um dia eu me acordei e pensei... então essa é a minha vida. – Encarou o homem. – E parecia que todas as escolhas que eu fiz acabaram sendo erradas... e o pior é que eu não consigo fazer nada, porque sinto como se tivesse me afogando.

— Will, eu entendo o que você está passando... – Lindsay ainda tentava consolar o amigo. – Assistir alguém que você ama lidando com algo que você simplesmente não entende... é desesperador. Sei como é isso, já passei por isso.

— Você acha que é igual ao que você passou com o Danny?

— É óbvio que não é a mesma coisa... – Colocou as mãos nos bolsos. – Mas é parecido... porque eu me convenci que eu estava ajudando o Danny, que estava fazendo a coisa certa.

Ele comprimiu os lábios.

— É um fardo pesado demais, não é?

— É sim, mas eu sabia que ele estava confuso, que estava mentindo e me traindo... e quanto mais irritada eu ficava com isso, mais machucada eu ficava e quanto mais ressentida eu ficava, mais difícil era para superar. – Gesticulava enquanto explicava. – Odeio ver isso acontecendo com vocês.

— É isso, eu não quero culpá-la por uma coisa que ela nem consegue ver.

— Então não faça isso. – Aconselhou. – Só seja honesta com ela, não vai adiantar nada ficar brigando. – Colocou a mão no peito dele. – Tente se lembrar do que você realmente quer.

— Eu só quero que a Stella volte, para que eu possa ajudá-la a passar por isso. – Lindsay sorriu. – Eu quero a minha família de volta.

— Então vá até lá buscar a sua mulher. – Apontou para a porta. Will deu um beijo na bochecha da amiga, entregou a babá eletrônica para ela, pegou o sobretudo em cima do sofá e saiu.

— Eu sei que te dei um monte de sinais. – Os dois conversavam na porta do quarto. – E quero que saiba que me sinto muito mal por isso.

— Eu acho que você não precisa de mais um problema na sua vida. – Disse em um tom manso. – Mas eu sempre quis ser um problema na vida de alguém. – Os dois riram. – Você tem sido um sonho na minha vida. – Diminuiu a distância entre eles com um beijo.

O marido dela tinha acabado de chegar ao hotel para buscá-la, mas assim que virou o corredor e viu sua mulher beijando outro homem, a dor em sua barriga aumentou e ele deixou seu corpo se encostar na parede.


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Notas finais do capítulo

É... complicado.
Até o próximo!



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