A Família Olimpiano e suas nações - Parte 3 escrita por Anne Claksa


Capítulo 20
Segunda Guerra: A mais terrível descoberta.


Notas iniciais do capítulo

Olá
Pelo título vocês imaginam o que irá acontecer neste capítulo.Este e o próximo capítulo foram os mais difíceis de escrever.
Boa leitura!!!



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Delayoh e Ares estavam em Auschwitz, o campo de concentração e extermínio preferido da deusa alemã. A deusa estava com o ouvido colado na porta de metal de uma câmara de gás em operação, em busca de algum som, de alguma voz. Como só se ouvia silencio, decretou que quem estava dentro da câmara, não estava mais vivo. Quando um guarda abriu a porta, isso foi confirmado e Delayoh sorriu mais uma vez.

— Já sabem o que fazer, liguem os fornos. E se quiserem podem ficar com os pertences. — Disse Delayoh enquanto se alongava.

— Trabalho cansativo hein, irmãzinha. Onde vais agora? — Perguntou Ares, enquanto se encaminhava com a irmã para fora do prédio.

— E como é cansativo, parece que não acaba. Passei em Dachau, onde acabei de fazer o mesmo e em Treblinka, mas lá está um pouco mais tranquilo, só passei para dar um susto nos prisioneiros. — Respondeu Delayoh com uma risadinha. — Agora, irei para casa para ficar com mutter, sinto que ela está ansiosa e triste, precisando de mim, por isso, vou passar um tempo com ela. Eu a amo e quero vê-la bem.

— Olha só, Delayoh Alexandra Venandre tem coração. Nem parece a deusa que acabou de mandar um grupo de judeus para a morte.

Delayoh riu com o comentário do irmão.

— Engraçadinho. Vá para Buchenwald e cuide para que os prisioneiros se comportem. Se bem que, no estado em que estão, não vão causar muitos problemas.

...

Mais tarde naquele dia, um grupo do exército americano fazia uma ronda, algo de rotina, porém, os soldados tinham uma presença especial, Stanley, desde o desastre em Dresden, ele fica de olho na ação de cada um dos seus comandados. No meio do caminho, algo intrigou o deus americano, um homem bem magro usando um tipo de roupa listrada estava caído na estrada, os soldados americanos desceram do veículo e foram socorrer o homem, mas era tarde demais, ele já estava morto, Stanley achou aquela cena bem estranha. Mais adiante, um outro homem e usando a mesma roupa listrada, se aproximou do veículo e implorou por ajuda, disse que os soldados americanos deveriam ir urgentemente para um lugar, um dos soldados perguntou que lugar era esse, o homem apontou a direção e quase sussurrando disse “Buchenwald, Buchenwald”. Stanley sentiu um calafrio e ordenou que os seus soldados seguissem para o tal lugar.

...

Em Buchenwald, acontecia uma pequena rebelião, mesmo fracos e debilitados, os prisioneiros enfrentaram os guardas, os atacavam usando pedaços de madeira e até armas que caíam no chão. Os guardas alemães gritavam e pediam ajuda, mas Ares não escutou, estava ocupado demais cortejando Silvik por uma mensagem austral, mal sabia ele que a situação iria piorar. E os guardas não poderiam pedir ajuda para Delayoh, pois, ela pediu para não ser incomodada.

Stanley chegava perto de Buchenwald e seu coração apertou mais ao ver o lugar, torres altas, arame farpado e pensou: “ Que tipo de lugar é esse? ”. Um dos prisioneiros abriu o portão e os americanos entraram, Stanley não conseguia acreditar no que via, enquanto seus soldados prendiam os guardas alemães, ele andava pelo local, entrou nos alojamentos imundos e minúsculos, uma centena de corpos sem vida pelo campo, os prisioneiros desnutridos, debilitados e quase não se aguentando em pé. Stanley queria chorar, mas segurou e perguntou para um guarda que tinha sido capturado quem tinha feito tudo aquilo, um dos prisioneiros respondeu:

— A peste! A peste!

— Quem é a peste? Ande logo, fale de uma vez. Quem é a peste? — Quis saber Stanley, mas iria preferir continuar não sabendo. O guarda, de forma irônica, falou que peste era um apelido que os judeus, de forma desrespeitosa, tinham dado para sua deusa: Delayoh Alexandra Venandre e que tudo o que acontecia ali, era feito em honra e por ordem dela.

O coração de Stanley ficou dilacerado, ele foi para um canto e chorou, não conseguia acreditar, a deusa que tanto amou e que ainda ama, foi capaz de algo tão terrível, não queria aceitar que aquela linda deusa de cabelos negros e belo sorriso, por quem vivia se declarando e dando beijos apaixonados, foi responsável por fazer aquilo tudo. Lembranças de quando eram namorados vinham em sua mente, se lembrou de uma vez em que nadaram juntos em uma cachoeira nos Estados Unidos. Em um momento, se sentaram nas pedras, abraçados, eles contemplavam a cachoeira e conversavam.

— Stanley, preciso lhe confessar. — Disse Delayoh. — Nunca me imaginei vivendo esse momento. Aliás, nunca passou pela minha cabeça viver um romance, mas você mudou tudo. Me mostrou o amor, isso me faz tão bem. Me sinto tão feliz ao seu lado, não quero me separar de você. Nunca!

Delayoh pegou o braço de Stanley e apertou ainda mais o abraço. Ele sorriu e disse:

— Eu também tenho que lhe confessar algo. Eu sempre procurei por um amor, queria sentir o coração bater mais forte, carinhos, beijos. Ouvir declarações, me encantar com um sorriso, rir de algo bobo, enfim, sentir tudo o que os mortais sentem quando estão apaixonados. Procurei a Oráculo de Delfos e perguntei se algum dia eu iria encontrar um amor. E sabe o que ela me disse? Que eu iria encontrar um amor e viver um lindo romance, mas que iria demorar e que eu precisava ser paciente, poderia demorar, mas iria acontecer. Fiquei curioso e perguntei como eu saberia que encontrei o meu amor. Ela me disse que quando eu colocasse os meus olhos, eu saberia. E foi isso que aconteceu. Quando te vi na coroação, me apaixonei por você, Delayoh e soube naquele momento que seria a minha amada. E cada dia fui entendendo que o que eu sentia não era algo passageiro, era verdadeiro e puro.

Delayoh saiu do abraço e olhou para ele sorrindo e Stanley continuou.

— O meu amor e o meu coração são seus e só seus, minha Alexandra.

— O meu coração e o meu amor também são só seus, Stanley.

Ao som da cachoeira, os dois se beijaram apaixonadamente. Enquanto se lembrava, Stanley desabava em choro.

Um soldado entregou para Stanley duas listas, uma com a quantidade de mortos no campo e sua nacionalidade. E outra revelando que existiam outros campos de concentração e que eram bem piores.

— Há mais campos como esse? — Perguntou-se Stanley, horrorizado. — Mais pessoas estão nessa situação ou pior, Delayoh enlouqueceu, passou de todos os limites.

Os prisioneiros foram levados para outro lugar, para que pudessem ser tratados, cuidados e ter um pouco de paz depois do terror que passaram, muitos agradeceram os soldados americanos e ao deus americano por terem os salvado. Antes de ir embora, Stanley percebeu que alguém o espreitava, ele olhou atentamente e se perguntou:

— Ares?

...

Stanley mandou uma mensagem austral para Elisabeth e Sarah para o encontrarem na casa de Francine, tinha algo de muito grave para revelar. A deusa inglesa estranhou a voz quase embargada de Stanley.

Métis, Zeus, Hebe, Francine, Elisabeth e Sarah esperavam por Stanley, quando ele chegou, respirou fundo e disse:

— Eu descobri o que Delayoh está ou estava fazendo, dessa vez não tem desculpa, ela passou de todos os limites, derrubou qualquer barreira do bom senso, foi longe demais, muito longe. – Stanley respirou fundo outra vez. — Quando não estava no campo de batalha, a Delayoh estava... eliminando os judeus e outras etnias da Europa.

— Espera, Stanley. Eliminando, você quer dizer... — Disse Francine receosa com a resposta.

— Exatamente isso, Fran. A Delayoh abraçou o cargo de deusa da morte e tirou as vidas de vários inocentes. Eu estive em Buchenwald, um campo de concentração e pude ver o que havia lá dentro. Os prisioneiros com magreza extrema, famintos, doentes, machucados, corpos de outros mortos, dormitórios em situação deplorável, dormitórios não, o que eu vi por lá parecia mais um cubículo com tábuas usadas como camas. — Relatou Stanley. — Não sei como Delayoh pôde chegar a esse ponto de crueldade. E está tudo registrado, os meus soldados estão de prova, era horrível ver aquele cenário.

Finalmente, os Aliados tinham uma prova fortíssima contra Delayoh, porém, as expressões de choque e horror de Sarah, Elisabeth e Francine, as faziam se perguntar “O que temos a comemorar? A morte de inocentes? ”.

— E não existe só esse campo que resgatei, há outros pela Europa, eu vi a lista e nesses outros campos também ocorreram milhares de mortes e podem ter várias pessoas ainda por lá. — Continuou Stanley. — Por isso, nós quatro vamos até esses campos e resgatar esses prisioneiros.

Zeus havia ficado quieto, não assimilava as palavras ditas por Stanley, sua Lilica foi capaz de fazer algo tão cruel? Era isso que tinha ouvido? Pela expressão de Stanley e seu relato, era tudo verdade e isso fazia seu coração doer.

— Não vais falar nada, Zeus? — Perguntou Métis. — Ah, esqueci, estamos falando de sua querida Lilica e para você ela nunca faz nada de errado, não é?

— A Delayoh já entrou em inércia uma vez por causa de dois judeus e... — Zeus tentou dizer alguma coisa, mas foi interrompido por Métis.

— Nem termine essa frase Zeus. Deixe eu lhe dizer, Delayoh não é mais aquela menina que andava de cavalo com você, que colocava para dormir com um beijo carinhoso. Ela cresceu e virou uma deusa vingativa, rancorosa, que guarda tudo de ruim. Delayoh se vingou de todos aqueles que a mandaram para prisão depois da primeira guerra, porque ela não esqueceu. Assim como não esqueceu da vez que entrou em inércia e principalmente de quem foi responsável por isso. Só que ela extrapolou ao tirar a vida de inocentes, que não tiveram nada a ver com o que aconteceu com ela.

— Essa Delayoh que está aí, não é a Delayoh por quem me apaixonei, porque para fazer isso, só deve existir ódio no coração. — Lamentou Stanley.

— Lamento pai, mas a Delayoh será condenada e dessa vez por justa causa. — Disse Francine.

...

Em Berlim, mãe e filha riam, conversavam, aproveitavam o tempo uma ao lado da outra, Hera se sentia feliz por ter Delayoh por perto, sua filha tão desejada e tão amada, por isso, teme por viver longe dela. Ares entrou em disparada na casa com face assustada e respiração ofegante.

— O que houve, Ares? — Perguntou Hera.

— O Stanley esteve em Buchenwald e descobriu tudo. E a essa altura já deve ter contado para Sarah, Elisabeth e Francine. Eles agora sabem que você estava exterminando os judeus, Delayoh. — Respondeu Ares.


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