Assassina de aluguel: O início de uma vingança. escrita por Garota Neutra


Capítulo 4
Capítulo 4 - O início de tudo


Notas iniciais do capítulo

Olá! Este na capa é o chefe dos AA (assassinos de alugueis) de Ohio.
Peço desculpa pelos erros ortográficos, trabalho com eles sempre que os noto, mas as vezes, passam despercebidos.
Os erros do capítulo anterior foram corrigidos.



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Jantamos e enquanto isto meu tio falava do cardápio, eu disse para ele que nada do bolo de chocolate porque era doce demais e não éramos formigas, e nada de amendoins, detesto amendoins. Ele achava engraçado cada advertência minha sobre o cardápio. Depois que lavei os pratos e ele guardou, fui para o meu quarto e meu tio para o escritório. Uma última vez olhei as estrelas que brilhavam no céu pela janela do meu quarto e fui dormir pensando na localização escrita naquele papel.

~~~

— Ket! – Uma voz me chamava e o único reflexo que tive foi de tossir toda a água que havia engolido. – Ket! – Forcei os meus olhos a focarem naquele que me chamava, e era meu pai ensopado e me olhando entre desespero e decepção.

— Achei...achei que iria me tornar um anjo. E...finalmente andar sob o tapete de estrelas.

Meu pai gargalhou sentando ao meu lado que estava deitada, e respirou fundo.

— Queria entrar em sua cabeça e descobrir o porquê que você não quer nadar.

— Talvez o fato de me jogar ou das instruções ruins?

— Talvez seja porque você acha inútil. – Disse me olhando. – Filha, não pode ter aberturas, não pode ter fraquezas, não pode haver falhas.

— Pai, errar é humano...Somos falhos por natureza. Se Adão e Eva, os pais da humanidade erraram diretamente com o criador. Quem somos nós para não errar?

Ele respirou fundo e me olhou no fundo dos meus olhos.

— Hum. Citação de bíblia? - Perguntou rindo. 

— Sim. Citação de bíblia. 

— Você sabe que nossa profissão não permite erros. Então porque...

— Nossa? - Eu o interrompi. - Pai, eu só tenho 14 anos e não trabalho. – Falei rindo. 

— Só falta saber nadar e conseguir o diploma, porque o resto você já tem.

— Não sei se é essa profissão que eu quero.

Ele me olhou por um instante e sua boca abriu para dizer algo, mas ele não disse nada e levou a sua mão aos cabelos.

— Vamos voltar aos ensinamentos de natação, não podemos ser falhos. E mesmo que você me diga que só tem 14 anos, que não tem trabalho, você treina desde de criança, quando a hora chegar, você estará pronta para qualquer coisa.

— Eu hein, pai, o clima foi de quase minha morte para um assunto sombrio.

E depois dessas palavras, começamos o treinamento mais uma vez e por semanas, porém, aquele maldito dia veio e o treinamento ficou pela metade.

~~~

Dia ou noite, meu cérebro me levava ao passado, seja através do sono ou porque meu cérebro parava no tempo.

As semanas haviam passado voando e eu estava cada vez mais ansiosa e nervosa, até sonhando com prédios, casas e pessoas eu estava.

Eu ainda estava meio em choque por saber que havia uma espécie de máfia ou gangue ou sei lá como eles se denominavam, mas eles estavam bem embaixo do nariz da polícia. Se Cleber era, será que poderia ter a possibilidade de mais alguém ser? Eu terei que investigar mais, se a polícia estava envolvida com esses assassinos e o porquê? E eu teria que interrogar o Cleber depois, aquilo de nunca mais sair era muito suspeito. Eu não queria me tornar uma assassina, eu só queria minha vingança.

Porra!

Odeio 3 coisas nesse mundo. Pessoas autoritárias, quem matou meus pais e está fissurada em algo.

Durante essas semanas, eu cheguei bem perto da localização, mas não a vi, nem de longe. Se era prédio, galpão, casa, não faço a mínima ideia. Mas se estava bem debaixo da do nariz da polícia, tinha que ser algo normal a vista da sociedade.

Meu tio só falava nas preparações do jantar.

— Ket, você prefere aqui em casa ou em um restaurante? - Perguntava meu tio todo esperançoso e feliz.

— Onde você quiser, tio.

— Mas você que é a aniversariante, querida, fale onde quer que seja?

Eu abracei meu tio e repetir.

— Onde você quiser, tio, já falei.

No dia anterior, meu tio tinha me dito que tinha reservado um restaurante e me passou a lista de quem tinha convidado. Era...mais pessoas do que eu havia pensado, mas ignorei. Eu tinha coisas mais importante para pensar do que pessoas me olhando no centro da mesa.

~~~

O dia havia chegado, era meu aniversário e meu tio me acordou com um pequeno bolo, frutas e suco, era meu primeiro aniversário passando sem ser com meus pais, era meu primeiro aniversário passando com meu tio.

Meu último estaria marcado em minha vida para sempre. Éramos só eu, meu pai e minha mãe em um local reservado só para nós. Devia ter custado ouro, pois o lugar era lindo, vip, era um paraíso. Seguranças por todo o lado, meus pais justificaram que era porque alguém poderia ter descoberto que um casal alugou tudo aquilo. Tinha empregados só para a gente. Muita comida, o dia todo, massagistas, fotógrafos, infelizmente a piscina que só fiz ficar com os pés na água, karaokê, jogos, músicas e não podia faltar os desafios do treinamento.

— Se conseguir acertar aquele alvo com essa faca, não irei jogar você na piscina! – Gritava minha mãe gargalhando e bebendo. Sim, ela bebia, bebia qualquer coisa, mas era controlada.

— Mãe! A senhora não pode fazer isso com sua própria filha. – Falei batendo o pé no chão, atirando e acertando o alvo.

— Talvez, se colocar a 20 metros, você consiga isso, amor. – Dizia meu pai rindo.

E não, eu não fui jogada na piscina.

Foi maravilhoso. Eles me acordaram com um bolo de aniversário simples e me deram enigmas de encontrar os meus presentes em alguns lugares. De início, eu achei chato, parecia algo de crianças, mas o que mudou o meu argumento eram as armadilhas, há, não era algo para crianças. E assim que conseguir encontrar e pegar meus presentes, fomos nos divertir, só nos três.

~~~

Me esforcei ao máximo para aparentar está feliz para meu tio, pois estava se esforçando em cuidar de mim, então eu deveria mostrar que estava grata por isso.

— Feliz aniversário, Ket. - Disse meu tio me abraçando e beijando meu rosto.

Ele estava todo bobinho.

— Te considero como uma filha para mim e onde os seus pais estiverem, eles estão felizes da garota que está se tornando. - Eu não sabia se eles estavam felizes por quem eu estava me tornando, mas fiquei calada na minha.

Meu tio pegou a minha mão e colocou um dos seus cartões de créditos na palma da minha mão.

— Este é meu presente de aniversário, não se preocupe com os gastos e limites.

Eu abrir a boca para protestar, mas ele negou com a cabeça e sorriu.

— Se divirta hoje no shopping, querida.

E beijou minha cabeça saindo do meu quarto. Olhei para o cartão e tive vontade de não colocar na minha bolsa, mas eu sei que ele ficaria triste.

Vesti uma calça e uma camiseta, tênis, fiz um rabo de cavalo para que aparentasse que eu era mais velha e coloquei a pulseira que meus pais me deram quando eu tinha 10 anos. Não era uma pulseira normal, era uma de localização, de pedir ajuda a delegacia mais próxima.  Era coisa do exército, pois eu nunca tinha ouvido falar naquilo. Eles me explicaram que assim que eu acionasse o botão, uma chamada seria feita para a delegacia e que eu não precisava dizer nada, falar. Eu estava ansiosa por testar aquela tecnologia, mas eu esperava lá no fundo que esse dia nunca chegasse.

Em seguida, coloquei um spray de pimenta dentro da minha mochila e uma máquina de dar choque que peguei escondida do meu tio. Eu sabia usar ela, meus pais haviam me treinado com ela, na pior das verdades, haviam usado em mim. Uma longa história para outro dia. Coloquei o meu cartão, o cartão do meu tio e dinheiro em espesse em um bolso. Antes de sair, me olhei no espelho e eu estava bonita, poderia estar mais linda, um macacão ou vestido me deixaria maravilhosa. Sim, sou vaidosa, amo roupas, amo me vestir. Mas a ocasião não exigia isso, e por último peguei o moletom. Estava frio nesta manhã, estava nublado e se caso chovesse, não me molharia tanto.

Meu tio já tinha ido trabalhar e comi um pedaço de bolo e suco.

Fechei a porta e entrei no taxi que chamei quando eu estava comendo, falei a localização e ele não mostrou nenhuma expressão se não a de que ganharia muito dinheiro nessa corrida, mas antes que fossemos na localização que Cleber me passou, avisei ao taxi que ele iria trabalhar o dia todo comigo. Era impressionante o que o dinheiro poderia fazer, porque ele estava sempre sorrindo. Primeiro fomos ao shopping, não demorei muito se não uma 1h usando o cartão do meu tio com roupas, sapatos, bolsas, bijuterias e maquiagem.

— Agora vamos em uma localização específica, minhas compras ficaram no carro e você ficará me esperando. Não sei quantas horas vai durar, então comprei uns lanches para o senhor.

Ele me olhou e sorriu, um sorriso gentil e bondoso. Ele era grisalho, mais velho que meu tio.

— É estranho alguém andar sozinha. Você não é muito nova?

Olhei para fora da janela do taxi tentando lembrar em qual mês que parei de agir como uma adolescente em minha idade.

— Talvez sim, talvez não. - Falei sem me importar se ele entenderia ou não.

Ele começou a dirigir e não falou mais nada.

— Eu quero que primeiro passamos na frente sem parar e que só pare quando eu disser, ok?

Ele me olhou pelo espelho sem entender.

— É que nunca fui lá e não gostaria que soubessem em que transporte eu cheguei.

Ele apenas acenou com a cabeça.

Ok, provavelmente falei merda, mas depois eu lidaria com isso.

Levou 1 hora para chegarmos na rua e por sorte, o taxista sabia qual era a rua, mas não lembrava da casa. Passávamos devagar na rua, ele olhando para o lado esquerdo e eu para o lado direito, até que avistei o número que estava no papel em uma casa. Era grande e velha. Será que os assassinos não sabiam gastar o dinheiro em uma casa melhor?

O taxi passou direito e avistei um beco com saída, pedi para o taxista parasse lá e me aguardar preparado. Eu amei o jeito como ele não fazia perguntas, o que será que ele acharia de mim se soubesse que eu estava indo me encontrar com assassinos de alugueis ?

Desci do carro e comecei a andar em direção a casa. Parei em frente a porta e não ouviu nada. Será que estava trancando? Será que tinha alguém? Bati na porta e ninguém respondeu. Esperei alguns segundos, bati de novo e nada. Olhei mais uma vez para o papel e não tinha nenhuma instrução. Resolvi abrir a porta girando a maçaneta e estava aberta. Não sei se isso significava algo, mas entrei.

Estava tudo escuro e resolvi dar um passo. Meu coração estava acelerado, minha respiração ofegante. Meus pais com certeza me matariam por eu estar fazendo essa burrada, se eles estivessem vivos. E esse pensamento fez com que eu me lembrasse do porque eu estava aqui.

Olhei em volta tentando avistar alguma armadilha, dei mais um passo e uma luz se acendeu em uma sala no lado esquerdo. Parei de andar e fiquei esperando com uma mão dentro da minha mochila com a máquina de dar choque quando vi alguém vindo até mim.

— O que busca? – Perguntou um senhorzinho alto, magro, cabelos branco e de terno. Acho que era o mordomo daquela espelunca. Não tinha nada naquela casa, nada. E porque a porta estava aberta? Espere aí. Estava muito suspeito.

Primeiro, aquilo nem de longe de mostrava ameaçador, não havia seguranças, câmeras, armadilhas. A casa era velha e aparentemente abandonada. Aquilo tudo era uma fachada e eles sabiam que eu viria. Como? Cleber ou eles tinham alguém da tecnologia?

— Tem muita coragem de vim até aqui sozinha. - Disse o mordomo naquela casa com pouca luminosidade que não me ajudava a ver o rosto. - Me siga, iremos para um local mais iluminado.

Ainda não tirei a mão da minha bolsa. Fui treinada para suspeitar do vento, e eu tinha certeza que aquele velho sabia que eu viria.

O local era tão silencioso que eu tinha certeza que ele podia ouvir meus batimentos cardíacos e minha respiração ofegante enquanto andávamos por uns cômodos e indo em direção ao tal local iluminado.

Havia uma biblioteca, uma mesa e cadeiras. O local era normal, nada que indicasse quem eles eram, mas de uma coisa eu sabia, eu estava no local certo, pois a primeira fala dele indicou que era um local perigoso.

— Sente-se e iremos tratar o que deseja.

Ele me olhava sem piscar, pena que eu também o olhava sem piscar. Se me julgou ou não por esta em umas roupas simples e a única bijuteria que eu tinha era uma pulseira, eu não me importava.

— Eu quero obter algumas informações sobre um assassinato que ocorreu a 9 meses e 2 semanas atrás de um casal de policiais. - Falei o que eu havia planejado falar a 2 semanas atrás.

Ele me olhou nos olhos com mais intensidade.

— Para tudo se tem um preço. - Ele falou sorrindo.

— E uma ou várias consequências.

Ele ergueu uma das sobrancelhas e cerrou os olhos em minha direção. Olhou o relógio.

— Você poderia esperar 40 minutos para se encontrar com o chefe e ele possa ouvir sua explicação?

Eu sabia. Ele não era o chefe. Mas, uau, eu já ia me encontrar com o chefe. Será que era normal? Claro que deveria. A porcaria da minha mente acelerada.

— Posso esperar aqui?

Perguntei, pois eu não queria voltar para o taxi.

— Claro, irei trazer um chá para a jovem senhorita.

Ele saiu por uma das portas ali presente e eu soltei um ar de alívio pela minha boca. Até agora estava tudo tranquilo e nem sonhando que eu iria beber o chá, um dos mandamentos de sobrevivência era: não beber nada de estranhos.

Olhei em volta e avistei 3 portas, fora pela a que passei. Uma o mordomo entrou e saiu me entregando o chá, deveria ser a cozinha ou algo do tipo, já as outras, eu não sabia. Me levantei e dei uma olhada em volta. Não havia nada de anormal ali, nada, nem muito menos câmeras.

Faltando 5 minutos para 40 minutos, sentei de volta e esperei o tal chefe chegar por uma daquelas 5 portas.

A porta do meio se abriu e entrou um homem de terno preto, depois outro homem na faixa etária de Cleber vestido um terno azul e outro homem de terno preto. Julgando pela aparência, pareciam uma máfia.

Os dois homens de ternos pretos ficaram em pé nos cantos da sala e o de terno azul sentou em minha frente.

Ele retirou os óculos e guardou no bolso, puxou as mangas do terno até a altura do cotovelo, em seguida me olhou. Ele era bonito, muito bonito, mais do que Cleber, a tatuagem estava no pulso, além de um relógio e uma pulseira de ouro, além disso tinha um colar com uma cruz. Tinha uma tatuagem com uma cruz também próxima da orelha, no pescoço, e fora algumas nos dedos da mão, como estrela, cruz, coroa. Seus cabelos e olhos eram castanhos e curtos, era moreno, me segurei para não corar diante da beleza dele e do poder, a áurea dele emitia intimidação. Eu não sei como eu estava me sentindo, mas eu estava de frente para alguém perigoso.

— Você não é nova demais para esta aqui e sozinha?

Rir para mim mesma. Já era a terceira vez que me perguntavam aquilo. Era irritante. Eu tinha que resolver isso. Se mais alguém fizesse essa pergunta, não sei o que eu poderia fazer.

— Parece que as aparências são bem importantes por aqui. - Falei sem me importar.

— O que busca?

Fui direto ao ponto e falei tudo, ou quase tudo.

Ele cerrou os olhos em minha direção e franziu a testa. O que aquilo poderia significar? Por um tempo, ele não disse nada.

— Eu lembro disso e peço minhas condolências por sua perda, mas não acha que garotas na sua idade deveriam estar dormindo uma hora dessa ou na casa das amigas ou fazendo compras?

Affs, machista. Usei uma roupa e um penteado que me deixavam mais velha e mesmo assim, não foi o suficiente? E que história é essa que garotas na minha idade não poderia obter informações sobre um assassinato e mais ainda sobre o assassinato dos seus pais?

Ok. Não deveriam, mas alguém tinha que ser diferente.

Respirei fundo.

— Eu já fiz quase tudo isso e posso estar aqui mesmo assim. - Falei sem segurar a minha revirada de olhos.

Odeio esta irritada.

Ele ergueu uma sobrancelha e os guarda costas olharam para mim.

— Creio que Joseph já informou que para tudo há um preço, principalmente obter informações de um assassinato de policiais.

Acenei em confirmação.

— Você tem certeza de que quer mesmo se envolver com isso?

Acenei em confirmação mais uma vez para aquela pergunta e quase revirei os olhos de novo.

— Quantos anos você tem?

— 16. - Falei sem informar que eu estava fazendo 16 anos hoje. Ele balançou a cabeça com uma cara de "era o que eu imaginava".

Ele se levantou e estendeu a mão, fiz o mesmo.

— Para que possamos trabalhar juntos, preciso saber seu nome.

— Meu nome verdadeiro ou um falso?

Ele riu.

— O verdadeiro, usará o falso quando for a hora.

— Katherine.

— Meu nome verdadeiro é Raphael, espero que não se arrependa do que está prestes a se envolver, senhorita Katherine. - Ele se virou para a mesma porta em que havia entrado. - Me siga.

— Para onde vamos? - Eu tinha que perguntar, eu tinha. Era necessário.

— Vamos almoçar e depois tratar de negócios.

Ele sorriu e um dos guardas costas seguiu na frente, logo em seguida ele, depois eu e o outro guarda costas.


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