Assassina de aluguel: O início de uma vingança. escrita por Garota Neutra


Capítulo 3
Capítulo 3 - De olho na tatuagem


Notas iniciais do capítulo

A garota da foto é Ket com seus 15 quase 16 anos. Quando vi está garota, pensei: É a Ket!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/805059/chapter/3

https://br.pinterest.com/pin/645774034083573890/

 

A delegacia deste lado da cidade era tranquila, o presídio ficava afastado da cidade, um campo altamente vigiado. Ohio poderia ser tranquilo, mas ainda corria o risco de existir alguma organização criminosa que a polícia não tinha controlado. O presídio era de porte médio, mas acolhia todos os prisioneiros da cidade, como das redondezas quando a justiça ordenava ou não havia espaço. Os prisioneiros eram tanto homens, como mulheres. Desde aos crimes leves como um desacato, uma briga, um roubo, até assassinato, estupro e entre outros crimes pesados.

Quando eu digo que é altamente vigiado, é porque nunca escapou e aqueles que tentaram, foram sentenciados a morte ou a pena aumentada várias vezes. Deste lado de cá, as coisas não conseguiam ser resolvidas logo, como a morte dos meus pais e entre outros casos, mas quando se resolviam, que deus tivesse piedade, porque a justiça não tinha.

~~~

Estávamos no corredor central da delegacia bebendo água e café, quando alguém se aproximava.

— Gosto mais quando você está sorrindo, Ket. – Falou o melhor amigo do meu tio, outro policial.

— O dia hoje foi difícil, tio John.

John era meu tio de consideração, tem uma família que mora em outro estado e ele deu umas dicas, uma força e apoio assim que meu tio Paullo assumiu minha guarda. Coisa de pai e amigo, dizia ele, e que sem a ajuda dele meu tio não saberia como cuidar de mim.

— Deixa de coisa! O dia foi ótimo e produtivo. – Disse meu tio me dando um tapa de leve em minhas costas.

— Não me diga, Paullo, que você já arrastou Ket para um covil de meninas de novo? – Perguntou tio John gargalhando.

— Nunca a arrastei para isso, John. – Disse o meu tio rindo.

— Ele fez melhor, tio John, me arrastou para um covil de garotos. – Falei olhando envolta e encontrando outro amigo do tio Paullo e do tio John, que era amigo dos meus pais também, só que ele era mais novo e mais bonito. Confesso que eu tinha uma quedinha por ele.

Maldita puberdade!

— Eu não acredito nisso! – Falou tio John encarando meu tio. – Você não sabe que garotos nessa idade só pensam em namoro?!

Eu cuspi a água que estava bebendo e olhei para ele. Eu achei que ele iria dizer que era uma péssima ideia, não uma má influência para meus hormônios a flor da pele!

— Bem se ver meu caro, que você tem um longo caminho para aprender sobre como cuidar de adolescentes.

Meu tio ainda estava rindo e eu queria não saber a resposta que ele diria.

Droga tio Paullo!

— Bobagem, eles não ousariam tocar na minha querida sobrinha. – E ele gargalhava.

Eu gostaria de perguntar a ele e se eu quisesse tocar neles?

Rir comigo mesmo e joguei o copo descartável na lata de lixo. Eles não eram meu tipo, mas e se fosse!? Claramente meu tio estaria encrencado. Felizmente ou infelizmente, meus olhos estavam fixados em uma pessoa. Em Cleber Fishers de 1,80cm de altura, 24 anos, musculoso, rosto pálido, lábios carnudos, bem delineados e vermelhos, com rostinho de malvado. Havia cicatrizes de brincos em suas orelhas e uma tatuagem em seu pulso que mais parecia riscos sem nenhum interesse e desleixados.

Ele sabia da minha existência, sabia quem eu era e ele gostava de mim. Bem, não do jeito que eu gosto dele, a minha idade era complicada. Apesar da minha beleza, educação, dinheiro e habilidades, existem coisas que tem limites, e uma desses é: Nunca beijarei Cleber Fishers, meu primeiro amor. Nunca contei isso a ninguém e nunca contarei, não confio em meninas e meninos, bem, na verdade, não há a quem contar.

Cleber notou que meus tios estavam rindo e felizes, e veio até nós com aquele ar gracioso que ele tinha.

— Posso saber qual o motivo dessas gargalhadas? – Perguntou ele passando os olhos em todos e parando ao meu. Ele piscou um olho em minha direção sorrindo. – Olá, Ket.

— Conte a ele, Ket, o que seu tio aprontou para sua vida. – Pediu meu tio John.

Olhei para Cleber que olhou para meu tio Paullo e depois para mim sorrindo. Eu fiz ao máximo para não corar.

— Me jogou em um covil de garotos. – Meus tios riram mais ainda e Cleber não entendeu.

— Te colocou em um quarto com garotos?

— Não! – Eu rir, ele pensou no sentido literal da palavra, fofo. – Ele apenas quer que eu faça amizade com eles. – Notei um leve alivio no rosto dele e ele sorriu.

— E você não gostou disso?

— Não – Respondi cruzando os braços. - Prefiro minha própria companhia.

— Logo, logo ira se acostumar, Ket. – Disse meu tio Paullo e eu revirei os olhos. Ele sempre me dizia aquilo e isso me cansava.

— Ket – virei meu rosto em direção a Cleber que caminhava para a sala de treinamento. – Me siga.

Eu o seguir, não pelo fato de que eu ia ficar sozinho com ele, mas sim porque era sempre uma surpresa conversar com ele. Ele também havia perdido os pais, porém foi em um acidente, ou não.

Ele pegou algumas lâminas, me entregou algumas e começou a atirar as deles. Sim, assim como existia uma sala de tiro ao alvo com balas e facas, meus pais quando voltaram para essa cidade grávidos de mim, e foram deslocados para essa delegacia, reformaram toda a delegacia. Sobre essa sala, ela servia como distração com sinuca, uma mesa para jogos de carta, xadrez, dama ou jogar conversas, um ringue para lutas corpo a corpo, e por último algumas esteiras de correr ou de levantar pesos. Além disso, havia uma sala só para tiro ao alvo com armas, e outra só de arquivos e livros. Meus pais haviam revolucionada a delegacia, e só quem tinha acesso eram os policiais, ninguém mais, ninguém menos. O argumento para conseguir realizar aquilo, era que os policiais modernos estavam cada vez mais molengos e que quando eram aprovados, ignoravam os treinamentos, os estudos. E só isso bastou para o dinheiro ser liberado e a reforma ser realizada.

— Sabe – iniciou Cleber - talvez seja legal fazer amizades com pessoas da sua idade, principalmente garotos. Garotas da sua idade só pensam em uma coisa e essa coisa não é a mesma que você está pensando.

Olhei para ele em silencio enquanto ele acertava os alvos.

— Talvez seja hora de você seguir a sua vida e não olhar para trás.

Eu respirei fundo e apertei só de leve as lâminas. Não era o que eu pensava em ouvir.

— E talvez seja hora de você parar de pensar em vingar a morte dos seus pais e aceitar este fato. – Dessa vez ele olhou em minha direção e sem perceber, sangue pingava das minhas mãos. - Ket! Pelos céus. – Disse Cleber correndo em minha direção, abrindo minhas mãos para retirar as lâminas que cortavam as minhas mãos.

Segurei o pulso dele em que havia a tatuagem que parecia sem sentido e sorrir encarando aqueles malditos olhos.

— Fala isso como se também não tivesse feito o que estou pensando em fazer.

Ele me olhou horrorizado e puxou o braço. Algo no rosto dele expressava surpresa e eu havia acertado em cheio.

Na verdade, os pais deles foram assassinados durante uma viagem, mas foi tão bem planejado a morte deles, que fizeram parecer que foi um acidente. O erro dos assassinos foram deixar um fio de cabelo dentro do carro, depois que Cleber recebeu essa notícia, ele mudou. Ele não foi mais o mesmo.

— Vamos na enfermaria desinfeccionar esses cortes.

Ele me levou puxando pelo meu braço para a enfermaria. Ele não disse uma palavra, limpou, desinfecionou e colocou band-aid nos cortes que eram leves, mas que me daria trabalho quando eu molhasse as mãos.

— Como? – Ele perguntou guardando as coisas que havia pego.

— Sua tatuagem.

Ele se virou rapidamente em minha direção.

— Como? –Dessa vez encarava a tatuagem no próprio pulso.

— Alguém perfeccionista como você não tatuaria riscos sem sentidos em sua pele. Se retirar os riscos desnecessários, vira uma caveira com um corvo e uma faca cravada. Na época que eu descobri...eu não entendia o significado, mostrei aos meus pais e isso me colocou em um labirinto de perguntas e quando eles me disseram o que era, entendi que você era um assassino de aluguel. Em outras palavras, um pistoleiro, um profissional, um assassino anônimo, um matador, alguém que matava em terceiro, alguém que é contratado sobre ordens de outro para eliminar alguém a pedido de uma pessoa.

Parecia que ele estava em choque, surpreso, mas em choque. Ele olhou a tatuagem em seu pulso e depois olhou em minha direção.

— A quanto tempo sabe disso?

— A mais ou menos 2 anos.

— Isso é arriscado, não só para mim, minha vida e meu emprego estão em riscos, e você também. Espero que não tenho contado para ninguém.

Revirei os olhos, acho que ele achava que eu era uma criança. Só se for uma criança rebelde. Pois o que eu estava prestes a dizer algo que poderia fazê-lo ficar de queixo caído.

— Eu quero entrar em contato com essas pessoas.

E foi exatamente o que eu pensei, ele estava de queixo caído me encarando. Esfregou os olhos com as pontas dos dedos e caminhou de um lado para o outro.

— Se eu negar?

— Você não tem escolha. Não precisa se preocupar com o resto. Tenho dinheiro e sei que quem tem dinheiro, tem o que quiser.

Ele me olhou de cima a baixo e balançou a cabeça.

— Eu não posso, Ket, maldição! Não é sobre dinheiro que eles querem, é sobre nunca mais sair. É sobre seu tio, é sobre sua vida.

Inclinei de lado a minha cabeça e o olhei estranho sem entender o que ele estava dizendo.

— Tudo tem um preço, e as vezes, esse preço é alto demais ou incalculável. Assim que entrar, não conseguirá mais sair. Seu dinheiro acabará, suas dívidas aumentarão e não só isso, tarefas são passadas para você completar até terminar a dívida. Ou pior, tarefas são dadas para que se possam ter o que busca. Achei que seus pais tivessem contado tudo.

Me contando tudo? Como assim? Eles haviam me dito que não sabiam de mais nada e que eram criminosos.

E deixando isso de lado para pensar em segundo plano, não custava tentar, eu só queria informações, não recrutar eles para fazerem a minha merda. Eu tinha habilidades, eu era boa. Treinando desde que me entendo por gente. À medida que eu crescia, os treinamentos aumentavam os níveis. Tornavam-se difíceis, cruéis e maravilhosos. Pois eu me adaptava bem, exceto na água. Mas eu nunca diria isso a ninguém.

— Eu consigo, Cleber. Me apresente ou me passe o contato deles.

— Você ouviu o que eu disse? - Ele me perguntou furioso.

— Sim, ouvi.

— Maldição, Ket! Você só tem a porra de 15 anos e age como alguém de 20 anos, de 30 anos embebedado pelo ódio e vingança.

Dessa vez quem estava surpresa era eu, eu nunca tinha visto ele falar um palavrão. Gostei, gostei do modo como ele estava se soltando, isso era um sinal bom e eu sorri para ele que ainda me olhava furioso.

— Me encontre daqui a 7 dias e veremos se mudou de ideia, até lá, irei pensar nas duas opções que podem acontecer: a primeira, você mudar de ideia e iremos fingir que essa conversa nunca aconteceu e a segunda, se você continuar com isso.

Suspirei de alívio, até que fim algum progresso, me levantei e ele caminhou comigo até a porta.

— Até lá, fingiremos que nada aconteceu. E sobre esses cortes em minhas mãos, diz que foi jogando lâminas. – Falei para ele que somente acenou com a cabeça.

Meu coração batia como nunca. Parecia estar galopando um cavalo. Eu sentia cada gota do meu sangue percorrer minhas veias, quente e em êxtase. Eu iria descobrir quem matou meus pais e quando chegasse a hora, e quando... que meus pais de onde estivessem, fechassem os olhos. Porque se alguém perguntasse se o oxigênio era o que me deixava viva, eu iria responder que era o ódio. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tenho um aviso IMPORTANTE para vocês, reescrevi mais uma vez o primeiro capítulo, leiam o início, por favor e se puderem me contar o que acharam da nova atualização, agradeço do meu coração!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Assassina de aluguel: O início de uma vingança." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.