Assassina de aluguel: O início de uma vingança. escrita por Garota Neutra


Capítulo 5
Lobo em pele de cordeiro


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, gostaria de falar um pouco sobre o motorista do taxi, já vieram me perguntar porque um taxi e ele era alguém que poderia entregar Kat a polícia ou algo do tipo. Venho dizer que ele é inspirado no taxista e amigo do Deadpool, não sei se vocês lembram, mas ele é um anti-herói puxado para assassino que, as vezes, anda de taxi, achei engraçado isso e resolvi me inspirar nele, já que Ket é menor de idade e rodeada de policiais, não tinha como ter um transporte.



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Eu não estava acreditando no que eu tinha acabado de ouvir. Eu estava indo almoçar com um ser altamente perigoso, letal e bonito. As coisas estavam progredindo mais rápido do que eu havia planejado. Se continuasse assim, logo eu descobriria quem matou os meus pais e o porquê.

Até este momento, meu coração parecia está montado em um cavalo galopando sem parar. A sensação de perigo não me deixou por nenhum instante. Assim como eu não poderia beber o chá, eu não poderia almoçar. Eles poderiam ter colocado drogas, venenos e sabe se lá o que para me matarem. Eles me consideravam indefesa e isto me deixava de certa forma... na verdade, não sei dizer como me sinto, se apavorada por saber que eles me acham uma presa ou feliz por isso, pois assim posso conseguir mais informações, pois como dizia um ditado por aí: “os ingênuos não são perigosos.”

Seguíamos por um corredor pouco iluminado e com quadros de pinturas de florestas nas paredes e muitos quadros velhos. Chegamos na sala de jantar e havia uma mesa grande de 10 cadeiras com dois pratos nos lados opostos da mesa e diversos tipos de comida. Gostaria de perguntar se durante a conversa, aquele mordomo havia colocado a mesa e sabia que o chefe dele ia me chamar para almoçar ou se tudo já estava planejado?

O guarda me indicou a sentar em uma ponta e o chefe sentou na outra, depois ficaram nos cantos da sala de jantar. A comida cheirava muito bem. Raphael começou a se servir e a comer. Ele olhou para mim e sorriu.

— Não está envenenada ou com alguma droga, querida. – Disse sorrindo e aquele sorriso era de certa forma, tentador.

Queria responder "o golpe tá aí, cai quem quer", mas eu tinha a impressão de que ele me acharia infantil mais do que já achava.

Olhei para a comida que me atraia e olhei de volta para ele.

— Sem fome, lanchei quando eu estava fazendo compras.

Ele sorriu notando o meu deboche na última frase.

— Gilbert, vá pegar um prato para você e se sirva da comida dela.

Oh...ele iria colocar o empregado para comer e provar que não tinha drogas ali. Interessante. Se fosse outro, não ligaria. Poucos minutos depois, o homem voltou com um prato e talheres, começou a se servir, puxou uma cadeira e comeu.

Não ligo se ele estava incomodado com o meu olhar sobre ele enquanto ele comia. Ele terminou rapidamente e esperei alguns segundos, minutos, ele bebeu água e depois voltou a posição em que estava.

— Agora sirva-se. - Raphael ordenou e eu odiava a forma como ele era autoritário. Ele não era meu chefe.

— Pode iniciar seu almoço, irei esperar 10 minutos, alguns venenos e drogas só agem depois de 10 minutos em contato com o líquido.

Raphael gargalhou. Uma gargalhada bonita e sexy.

Droga! Se controla, Kat.

— Vejo que sabe muito, mas minha querida, eu não colocaria meu melhor guarda para comer uma comida envenenada ou drogada. Veja - ele apontou para Gilbert- ele está ótimo. Fale para ela, Gilbert, diga o que está sentindo.

Raphael ainda ria e eu revirei os olhos antes que ele virasse em minha direção.

— Estou ótimo, senhorita Katherine, a única coisa que sinto é mais vontade de comer.

A voz daquele homem mal passava de um sussurro, mas não importasse o que ele dissesse, esperarei os 10 minutos e Raphael não me esperou e começou a comer. Lentamente.

Me servi, coloquei pouca comida, na verdade eu não tinha fome. Coloquei o primeiro garfo na boca e sentir a comida derretendo em minha boca. Estava deliciosa, seja qual for a minha expressão, Raphael sorriu para mim.

Terminamos em silêncio. Ele se levantou.

— Agora vamos tratar de negócios na minha sala.

A cada passo que dávamos para o interior da casa, mas eu sabia que seja para onde eu fosse ou o que eu decidisse, era algo errado. E eu tinha certeza de que eles ouviam meu coração acelerado e minha respiração ofegante.

— Não se preocupe, só vamos conversar.

Não disse?!

Entrei na sala e ela era mais moderna, mais elegante. Havia uma mesa de madeira refinada no final e um grande acervo de livros. Muitas e muitas estantes de livros. A sala era preta e branca. E a porta era de aço. O que me causava mais ansiedade. Os guardas ficaram próximo a porta e eu e Raphael caminhamos até a mesa de duas cadeiras.

— Quero saber o quanto está disposta a se envolver e a pagar pelo serviço. - Disse ele sem nem ao menos me deixar sentar direito.

— Quero pagar para ter informações do tipo: quem e porquê.

— E quando descobrir o porquê?

— Aí já não será da sua conta. - Falei e mais uma vez eu gostaria de ter pensado direito na resposta. Pois ele havia me encarado com um ar estranho e suspeito.

— E se for um dos meus?

Congelei.

Congelei completamente.

Eu não esperava ouvir aquilo, não passou pela minha cabeça essa possibilidade. Levei a mão ao pulso, mas não ousei clicar o botão do lado da minha pulseira, que mais parecia ser uma simples pérola.

— Calma. - Acho que ele notou que eu não havia pensado nisso. - Para sua tristeza ou alegria, não é um dos meus.

Soltei um ar de alívio pela boca e eu acho que ele se divertiu com a cena.

— Eu não sei quem é e nem muito menos o porquê, mas posso conseguir algumas informações e para isto, dinheiro deve entrar no jogo. - Ele falou lançando um sorriso em minha direção, o sorriso ganancioso do tipo que quer algo em troca.

— E como eu vou ter certeza de que não vai só pegar o meu dinheiro e passar informações falsas?

Ele gargalhou mais uma vez.

— Tenho que informar, você não é só uma garotinha mimada querendo uma vingança boba, mas é esperta com apenas 16 anos, o que me faz perguntar, como será daqui a 5 anos?

Minha respiração congelou.

Não me segurei e me levantei rapidamente batendo minha mão com força sobre a mesa. Os guardas sacaram as armas e apontaram em minha direção prontos para disparar no momento em que o chefe deles ordenasse. 

Merda! Eu preciso fechar esse acordo e ir embora, antes que eu perca a cabeça e a vida nesse lugar.

— Como ousa me insultar e insultar a morte dos meus pais? Eu venho até aqui em busca de ajuda com dinheiro, arriscando a minha vida e você fala como se não fosse nada? Se não quer a porra do meu dinheiro, avise que eu vou procurar alguém que queira!

Merda! Me exaltei. Merda!

Ele não estava sorrindo e olhou na direção dos guardas.

— Guardem as armas, rapazes. – Em seguida, olhou em minha direção. - Às vezes esqueço que estou tratando de negócios. Seu rosto e fisionomia me passam a ideia de que estou em um...colégio.

Reviro os olhos na frente dele e me sento novamente.

Detesto ele. Detesto. Ele me tira do sério. Parece o diabo encarnado.

— Você é esperta, corajosa, determinada - eu o interrompi, que cara chato. Eu preferia que ele me levasse a sério.

— Eu não vim até aqui ouvir elogios, assim como você, tenho compromissos.

Dane-se o modo como eu falava, dane-se se ele era o chefe ou assassino. Ele estava me irritando por não me levar a sério.

— Imagino que o compromisso seja uma festa de pijama com as amigas.

Pessoazinha irritante, irritante e irritante. 

Revirei os olhos mais uma vez e respirei fundo. Não respondi nada e ele riu. Retirou um papel de uma gaveta e me entregou.

— Terá que ir nessa localização em 7 dias, recomendo usar roupas mais discretas do que estas, nada de maquiagem, salto, coisas femininas ou objetos pessoais que possam entregar quem você é, além de usar um nome falso. Recomendo também - ele apontou na direção da minha pulseira - que não use isto, é arriscado para você.

Não acredito. Ele sabia o que era a minha pulseira.

— Está me mandando tirar a única coisa que pode indicar a minha localização caso eu seja morta?

— Sim e não. Você não será morta, estará com um dos meus homens.

— E eu posso confiar na sua palavra? - Falei com uma expressão de dúvida e ele riu.

— Minha querida, a minha palavra deveria ser a única no mundo que você deveria confiar. Minha palavra é absoluta.

Claro, além de autoritário, era um narcisista. Será que ele era mesmo o chefe?

— E só por causa do ceticismo, irei abrir uma exceção a você.

Se ele achava que eu iria confiar nele, ele estava redondamente enganado.

— Qual e porquê? - Perguntei mesmo sem interesse, pois nada que saísse da boca dele valeria algo para mim.

— Você irá me pagar depois do serviço, geralmente eu cobro antes, pois nunca se sabe o que pode acontecer. - Era disso que eu estava falando, mortes, sequestros e roubos por esses mercenários de uma figa. - E o porquê é muito simples, você é esperta e nova, o que me faz entender que você será uma ótima cliente.

Lá vinha ele falando da minha idade, o que teria acontecido se eu tivesse vindo de máscara?

Máscara. Droga! Porque não pensei nisso antes?!

— Então é isto? - Falei com uma ar de ceticismo. - E eu vou fazer o que indo nessa localização?

— Ira conhecer os meus homens que estavam ativos naquela semana. Irei notificar os que eu puder para estarem lá, mas outros, creio que não serão possíveis. Sabe como é, não são 100% domados ainda.

Domados? Será que eu ouvi direito a palavra domado?

Acho que ele percebeu a minha dúvida na última frase e olhou para o relógio, o que me fez lembrar da festa com o meu tio.

— Que horas são?

E quando ele me disse, eu percebi que estava atrasada, eu teria que trocar de roupa, fazer alguma maquiagem e ir para o restaurante. Eu estava literalmente atrasada.

— Tenho que ir agora. - Levantei e estendi a mão em cumprimento, ele fez o mesmo. - Foi um prazer conversar e almoçar com você. Obrigada.

— Eu que agradeço. Lembre-se das recomendações de como está preparada para daqui a 7 dias, senhorita Katherine e bom encontro com suas amigas.

Ele riu e eu não entendi.

— Que encontro com as amigas? Ah, sim, claro.

Revirei os olhos e quem não entendeu foi ele. Sai quase correndo daquela casa mal iluminada e encontrei o taxista quase dormindo. Bati no vidro e entrei.

— Me leva para minha casa o mais rápido possível, agora e a corrida ainda não terminou.

Ele apenas acenou com a cabeça. Me pergunto se ele comeu, se saiu para ir ao banheiro. O que pensou de mim? Respirei fundo, depois eu conversaria com ele.

                                        ~*~

Cheguei em casa e o taxi ainda estava esperando, não faço a mínima ideia do quanto eu estou devendo a ele, mas vou passar o meu cartão. Vesti um vestido longo comprido, soltei os cabelos que por sorte ainda estavam bonitos e arrumados, mesmo estando naquela casa empoeirada. Calcei um salto e passei uma maquiagem de leve. Sai em direção ao táxi e falei a próxima localização, quando estávamos próximos, perguntei o preço e estava razoável.

— Não acha que sairá perdendo um pouco? - Perguntei enquanto ele dirigia.

— Não, será o suficiente, sem falar que eu não dormia a tanto tempo. Eu nunca tinha feito esse tipo de serviço, tive que ligar para um amigo que faz e perguntar a faixa do preço.

O quanto ele havia falado para esse amigo? Eu tenho que perguntar. Mas não agora.

— Que bom que não foi um incomodo, então posso te ligar de novo quando for necessário?

Ele acenou com a cabeça sorrindo e eu entendi que ele gostaria sim.

Desci do taxi e caminhei para o restaurante que era elegante e ainda bem que vesti uma roupa descente, outro quesito foi que meu tio não reservou o restaurante inteiro, perfeito, não gosto de ser o centro das atenções. Dei meu nome e caminhei junto com um garçom que me levou para uma mesa grande cheia de pessoas.

Droga! Eu estava literalmente atrasada.

Meu tio me avistou, sorriu e caminhou até mim.

— Por um instante, achei que tinha desistido, Kat. - Ele me levou até a minha cadeira e o jantar foi servido. 

Parabenizações vinham e iam, sorrisos e acenos. Eu conhecia todos, os garotos e Cleber estavam lá, olhando para mim. O que era irritante, pois me sinto desconfortável quando tem alguém me olhando comer. Queria me levantar e perguntar o porquê.

O restaurante era lindo, além de elegante. Todos estavam animados, relaxados, o trabalho devia estar sugando-os.

— Querida, os presentes estão lá em casa, você viu?

Tentei me lembrar se vi algo, mas eu estava tão apressada que só corri para o banheiro e meu quarto.

— Não tio, fiquei tão entretida no shopping, cinema, comidas, que quando cheguei em casa, foi só para me arrumar e vim para cá.

— Não se preocupe, Ket, quando chegar em casa você terá tempo de ver. - Disse uma amiga do trabalho do meu tio. Ela estava muito bonita.

— Esse vestido – meu tio apontou - comprou hoje?

Olhei para o meu vestido e fiz que sim com a cabeça. Ele era longo e de cetim do tipo ombro a ombro com um leve decote, uma fenda na perna, além de ser um lilás claro e discreto, porem de perto, era muito bonito. Me senti a própria realeza vestindo aquilo.

— Muito lindo ele. Acredito que deve ter tido trabalho para encontra-lo.

Falou meu tio de consideração e eu quase falei "peguei o que vi pela frente.", mas que bom que deu certo. Hoje era meu dia de sorte. Talvez, um presente de aniversários dos meus pais.

Terminamos o jantar e o próximo era o bolo, mas antes, pedi para ir ao banheiro e assim que sair, avistei ninguém menos e ninguém mais do que Raphael me encarando do outro lado do restaurante sentado em uma mesa, sozinho.

Merda! Ele me seguiu ou era coincidência?

Ele ergueu a taça em minha direção e pude ler pelos seus lábios "Parabéns, Senhorita Katherine." E sorriu.

Gostaria de voltar para o banheiro e ficar lá para sempre. Como ele sabia que era meu aniversário? Ele sabia que todos aqueles em minha mesa era policiais? Ele chegou agora ou já tinha chegado?

Droga!

Estragou a minha noite. Acenei de leve com a cabeça e caminhei o mais normal possível de volta para minha cadeira, mas eu sabia, eu sabia que ele e Cleber me fuzilavam com os olhos e tudo o que eu mais queria era ser invisível.

O bolo chegou e era o meu sabor favorito, morango. Eu não amava nada mais nada menos do que morango. Ignorei os olhares e partimos o bolo. Samuel e Philipe vieram até mim.

— Você está muito bonita. - Disse Samuel e eu corei, parecia que não era só eu que estava bonita. Eles estavam arrumadinhos. Arrumadinhos não, estavam muito bonitos.

— Obrigada, vocês dois também estão.

— Porque não nos convidou para ir ao shopping? - perguntou Philipe.

Eu olhei pra ele e notei o desapontamento.

— Queria passar meu dia em minha própria companhia.

No mesmo instante Cleber se aproximou.

— Posso roubar por um instante a aniversariante de vocês, rapazes?

Eles fizeram que sim e voltaram para os acentos e eu e Cleber fomos ver os aquários.

— Já notou que ele está aqui?

— Notei e preferia estar cega. - Falei por sobre o ombro notando que ele estava nos observando enquanto comia.

— É o restaurante que costuma vim, não fique assustada, ele também deve estar surpreso de te ver aqui.

Cleber olhava para o meu vestido.

— Seu vestido é muito bonito e você combinou nele. 

Ele pegou uma das minhas mechas do cabelo e colocou atrás da minha orelha o que fez eu corar e dar um passo para atrás. Gostaria de dizer que tinha algumas pessoas olhando em nossa direção, inclusive Raphael.

— Eu espero que não te tenha jogado na cova com os leões, Kat. 

Não entendo onde Cleber quer chegar com isso. Recuei um passo e falei.

— É como dizia aquele velho ditado: "lobo em pele de cordeiro.". 

Gargalhamos juntos e ele colocou a mão em minhas costas me levando de volta para a mesa. Olhei de soslaio para Raphael que me encarava de longe, como se tivesse visto um fantasma.


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Notas finais do capítulo

Gente, já perceberam que Kat é meio explosivazinha?! Isso pode ser um problema, na verdade, ela tem vários problemas se forem analisar kkkkkkkk é uma garota problemática com suas razões, mas problemática.

(P.s.: Se ela lesse eu dizendo que ela tem problemas kkkkkkk provavelmente quebraria minha cara)

Raphael viu um fantasma ou o sorriso de Kat o chocou o bastante?



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