James Sirius Potter

Assim que nos encontramos eu o instruí a falar sobre alguma aula deles, porque os estudos sempre despertam interesse em Albus, também dei dicas de quais livros ele gostava e poderia querer debater. Me deitei no gramado para pensar um pouco sozinho mas logo vi Scorpius voltar bufando e se jogou ao meu lado no gramado.

— Não funcionou? — perguntei, ficando de lado.

— Não! Ele simplesmente disse que queria um pouco de descanso, falou que ficou até de madrugada terminando os deveres e estava com dor de cabeça e pediu para descansar um pouco. — Ele falou frustrado, virando de frente para mim.

— Bem, loirinho. Ele gosta da sua companhia pelo o que venho observando, mas ele realmente fica mal-humorado quando não dorme direito. — expliquei. — Que tal darmos uma volta em Hogsmead? Podemos ver outra estratégia e ainda por cima comer.

— Você só pensa em comer, James. — Ele falou, rolando os olhos.

— Comer é a melhor coisa da vida! — exclamei indignado.

— Não sei como ainda não virou uma bola. — Ele falou, divertido.

— Porque eu jogo quadribol, e tenho uma ótima forma, se quer saber. — falei, levantando minha camisa e mostrando o que falei.

— Ew, não preciso ver uma lagartixa a essa hora da manhã. Vamos logo. — Ele falou, levantando-se rapidamente.

— Hey! Eu não pareço uma lagartixa. — falei, indignado, seguindo ele pelo caminho.

— Devem ser os meus olhos então. — Ele debochou.

— Que seja, qualquer um mataria para me ver sem camisa.

— Eu não sou qualquer um, sou Scorpius Malfoy. — Ele falou, dando de ombros.

Bufei e cruzei os braços. Mas isso é natural, ele gosta do Albus, não iria ficar feliz em me ver sem camisa. Não que eu queira isso...

— Você está bem? Está com uma cara engraçada. — Ele falou, me avaliando.

— Só pensando.

— Isso pode te fazer mal. — Ele provocou, empurrei ele de brincadeira.

— Que engraçado você é, Malfoy.

Aproveitei que o horário do almoço estava se aproximando e nos levei logo para almoçar antes que ele sequer pensasse direito, mas eu estava com fome.

Ficamos conversando sobre coisas aleatórias como cor favorita, música favorita e coisas do tipo. Talvez possa ter rolado uma fofoca aqui ou ali, mas ninguém pode provar.

Estávamos caminhando pela vila com várias sacolas repletas de doces da Dedos Mel, mas a maioria era de Scorpius que se mostrou ser uma verdadeira formiguinha, eu me concentrei apenas em chocolate, vários tipos diferentes de chocolate.

— Não acredito que você não goste de doces. — Ele falou, parecendo indignado. — Doce é a melhor coisa do mundo!

— Não gosto mesmo, a única coisa que eu abuso é o chocolate, mas tem dias que eu só quero o meio amargo. — falei, dando de ombros.

— Sua vida deve ser tão triste. — Ele falou, fingindo tristeza.

— Ela é muito divertida, muito obrigado. — respondi, comendo um sapo de chocolate.

— Sabe, eu estava pensando aqui. E se algum plano nosso der certo, o que eu faço? — Ele perguntou, me olhando confuso.

— Você beija ele, pede em namoro, casal feliz. — respondi.

— Mas e se ele não gostar do beijo? — perguntou, me olhando atentamente.

— Use o seu conhecimento, pequeno gafanhoto. Faça como fez das outras vezes e siga seu instinto. — falei, dando de ombros.

— Então, é que eu não tenho nenhum conhecimento.

— Nenhum? — perguntei assombrado.

— Nenhum.

— Por que? — perguntei ainda sem acreditar.

— Eu tinha mais coisas pra fazer do que procurar namorados e tudo o mais. Eu preferia estudar a ficar atrás de pessoas que teria um breve relacionamento e um fim que alguém ia sofrer. — Ele disse, dando de ombros.

— E o que Albus tem de diferente?

— Eu só estava pensando muito nele nos últimos dias, acho que todo mundo do meu ano já deve ter namorado alguém a essa altura, decidi que tentaria pelo menos uma vez, eu queria viver um pouco da escola sem estar enfiado dentro de um livro, entende? — Ele explicou, dando um breve sorriso.

— Mais ou menos, eu não gosto de estudar. — resmunguei, fazendo ele rir. — Mas se você quiser, posso te ajudar. — ofereci.

— Como assim? — Ele perguntou, arqueando a sobrancelha.

— Eu posso te ensinar a beijar. — expliquei.

— Está brincando? O Potter todo hétero quer me ajudar a beijar?

— Hey, eu não sabia que tinha esse título. — falei, pensativo. — Mas enfim, é apenas uma ajuda, não vejo mal algum.

— Tem certeza? — Ele perguntou.

— Claro que sim, então, o que me diz? — perguntei.

Ele suspirou, pensativo. Vi em seus olhos azuis a confusão que sua mente deve estar.

— Não tenho nada a perder, que seja. — falou por fim.

— Quanta disposição. — zombei, fazendo ele rir.

Algo na sua aura risonha me deixou fascinado, então me aproximei e o beijei. Corte o que eu disse sobre não gostar de doces, eu acabei de descobrir um muito bom: doces e Scorpius.

A princípio ele estava perdido, vi que realmente nunca tinha beijado ninguém, mas o guiei e ele estava aprendendo rápido, facilmente era o melhor beijo que eu já tinha tido. Seus lábios macios se moviam contra o meu lentamente como um reconhecimento até que o ar faltou e tivemos que nos separar.

— Uau. — Ele sussurrou.

— Uau. — repeti, tentando normalizar minha respiração.

— Eu negligenciei isso esse tempo todo? Se eu soubesse que era tão bom não teria deixado de lado! — Ele falou energeticamente, me fazendo rir.

— Bem, precisamos aperfeiçoar um pouco mais. — falei, o puxando para mais perto, iniciando um novo beijo.

Doce e Scorpius, a melhor combinação existente.