A Maravilhosa Loja de Argoluli — O Terrível escrita por Félix de Souza


Capítulo 13
Uma conversa trivial


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos novamente á Maravilhosa Loja de Argoluli - O Terrível.
Hoje retomamos ao que vou chamar de núcleo Argoluli. Léia, Argoluli e Altman, e assim vou alternando os núcleos conforma a historia pede.
Sobre a historia não há muito o que dizer além disso.

Sobre o autor, por favor, comentem, me digam o que vocês acharam. É importante para mim. Se estiver gostando recomendem aos amigos. Digam lá.

Sem mais delongas, vamos a mais um capítulo?

Sejam Bem vindos a nossa loja.

A gerencia.



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“Sendo otimista no mínimo semidivino”.

Foi a resposta de Argoluli, o terrível, humano, mago e mercador de itens exóticos de uma loja muito exclusiva do reino de Doomlore, ao membro da Armada Fantasma, Altman, provável sobrenome, talvez humano, de uma organização não oficial de um reino mais distante ainda, o de Grã Hall.

Resposta essa que ele deu sobre o provável nível de ameaça que representava Madal Najima.

O Fantasma aceitou a resposta que nem mesmo Argoluli sabia exatamente o que significava.

“Fascinante” pensou o mago. Por norma, semidivino era uma resposta elegante e muito rebuscada para dizer que não se fazia a menor ideia do poderio mágico da criatura.

As únicas fronteiras que delimitam tamanho poder são duas.

O ser ainda é algo no conhecimento mortal, o suficiente para não ser expurgado da realidade e, por último, mas não menos importante, de uma maneira bem simples de dizer, era ridicularmente poderoso dentro do que fazia, e o que ele fazia era magia.

O que esperar de uma criatura dessas? Teria alcançado o patamar cósmico? Haveria oportunidade de confronto ou somente um massacre caso tivessem que lo enfrenta?

Para todas essas perguntas, Argoluli só conseguia encontrar uma resposta: tragédia.

Enquanto sua mente quase sempre metódica procurava uma resposta mais agradável, lhe ocorreu as palavras de ensinamento do seu mestre.

“Poder sem mente é a porta do fracasso. A magia não vai resolver tudo para você. Bem, quase tudo, mas haverá momentos interessantes, momentos desafiadores que vão exigir mais da sua criatividade. Um mago de verdade se faz criativo".

— É fácil falar velho. _ resmungou Argoluli para si mesmo. Também para os que estavam com ele na carruagem, que o observavam apreensivos.

— Eu falei em voz alta? _ Indagou o mago estudando a expressão deles.

— Sim. _ Responderam à barda e o fantasma.

— Tem se tornado um habito quando fico estressado. _ Respondeu Argoluli olhando pela janela.

— Idade... _ Resmungou de volta, Altman.

Argoluli é claro, ficou indignado.

— Como pode pensar algo assim. Eu e você não parecêssemos ser mais velhos um que o outro.

— A questão é essa, não é mesmo? _ retorquiu Altman — Aparência. Eu sei que até o seu corpo pode ser manter “jovem” _ Disse-lhe fazendo aspas com as mãos. Mas a mente não deixa de envelhecer. Quantos anos você tem, na verdade?

Argoluli ficou mais indignado ainda, por que era verdade, e subitamente, se permitiu rir.

— O bastante para ser seu pai. Quem sabe conheci sua mãe?

Altman não se abalou com isso. Foi treinado para provocar e ser provocado no intuito de arrancar informações que às vezes as pessoas dão sem querer nessas conversas.

— Meu pai, não. _ Devolveu com o mesmo sorriso, um reflexo perfeito do de Argoluli. — Conheci bem meu pai, mas eu consideraria se você disse vovô.

O sorriso de Argoluli desapareceu e ele ficou encarando Altman por algum tempo.

— Se vocês vão se matar agora, por favor, parem a carroça para uma dama descer. _ Interferiu Léia ao lado de Altman.

— Matar? Não. _ Retrucou Argoluli. — Considerei transforma-lo em um sapo até o fim da viagem, mas pensando bem, você merece ser recompensado, fantasma.

— Recompensado? _ Indagou um Altman de fato intrigado.

— Você acaba de tentar me manipular para descobrir mais sobre mim e conseguiu. Agora você sabe que tenho mais idade do que aparento e negar isso seria patético de qualquer forma. Fez parecer ser uma conversa trivial, uma provocação e eu caí. Se fosse mais longe você abriria mais minha defesa e talvez, se eu fosse tolo o bastante, saberia coisas que eu de fato não quero contar, mas diria por mero orgulho ferido.

Barda e fantasma se entreolharam.

— Vocês acreditam que sou orgulhoso, que faço isso por poder. _ Riu com gosto.

Depois de alguns instantes, foi Altman que respondeu.

Afinal, seria fácil explicar suas deduções se ele pudesse ler mentes, e Altman desconfiava que pudesse, mas não a dele.

— De fato. Olhando de perto e após examinar sua maravilhosa loja, tudo dá á entender que você é um mago de porte considerável, poderia estar entre os maiores, mas se relega a ser um mero mercador de sortilégios. Até mesmo essa carruagem extravagante. _ Deixando as palavras pesarem no ar por mais alguns instantes o fantasma arrematou. — Por quê?

— Primeiro não existem muitos mercadores do meu porte, e vocês deveriam levar o poderio deles em maior consideração, mas ver um mercador seja do que for como apenas isso, um mercador, é um erro tão banal.

— Segundo meus motivos particulares são somente meus. Dominar o mundo, ter seitas de acólitos, ser venerado como um deus, que coisa mais clichê. Esses loucos, sempre falham no final. Eu conheço e negocio com um bom número deles, sei que estou falando. Eles se vão e eu permaneço.

— Como a porcaria de uma doença. _ Respondeu Léia. — Você tem razão. Devíamos prestar mais atenção em vocês, mercadores. _ E olhando para Altman. — Vai que eles têm algum sindicato secreto para manipular o mundo?

Argoluli riu com vontade de novo.

— Impossível. A concorrência entre nós é muito grande. Nunca conseguiríamos nos unir em um proposito desses. _ Secretamente adorou a ideia e fez uma nota mental.

Altman mudou o rumo do assunto.

— Quanto tempo faz que você os enviou, mesmo? _ Estava falando dos contratados para buscar o Al-shawkian que ele falou.

Argoluli revirou os olhos, detestava se repetir.

— Faz uma semana. Preste mais atenção.

— Provavelmente já chegaram ou estão quase alcançando as ruínas. _ Retorquiu Léia.

— Você se teletransporta. _ Salientou Altman. Ele viu quando Argoluli usou de ilusão para enganar Léia e de teletransporte para voltar à loja — Você não tem algum círculo de teletransporte ou algo assim.

— Não é tão simples assim. _ Disse Argoluli, cotovelo sobre os joelhos, mãos cruzadas, sentado olhando para Altman como se encarasse uma criança. — Mesmo você, um caçador de magos, falha nos seus conhecimentos arcanos?

— Não se pode teletransportar para um lugar que você não esteja vendo ou não conheça previamente. _ Disse Altman se corrigindo. — Então você nunca esteve lá fisicamente.

Argoluli abriu as mãos desconcertado e sacudiu levemente a cabeça.

— Não me daria ao trabalho de procurar alguém da Casa Gnose, se já soubesse com exatidão onde fica...

Sendo interrompido por Léia. — Perseguir. Não encontrar, perseguir.

Ele ignorou.

— E de contratar uma companhia de mercenários para trazê-lo para mim. _ Concluiu.

Respirou fundo e continuou.

— Agora escutem bem. _ Olhou de um para o outro. — Cometi um erro. _ Léia riu-se. Mas ele continuou. — Estou colocando meus recursos ao seu favor e de longe, eu sou um ótimo aliado para se ter no momento. Não estou dizendo para sermos amigos, mas vamos parar de fingir que não precisamos um dos outros aqui. Pode ser? Essas picuinhas já estão me irritando.

Depois disso, cada um tratou de olhar para seu lado livre da janela, mesmo Argoluli.

Enquanto olhava as nuvens que sua carruagem velozmente cortava do lado de fora e toda a paisagem que se desdobrava lá embaixo no solo, relembrava os ensinamentos do mestre sobre usar a criatividade.

“Momentos desafiadores que vão exigir mais da sua criatividade”.

Dizia o velho mago, seu mentor.

Na mente de Argoluli, um plano começou a se desenrolar.

Um plano terrível.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar, recomendar, e espalhar a noticia.
Essas coisas são as únicas moedas que importam.
A loja está de portas abertas.



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