A Maravilhosa Loja de Argoluli — O Terrível escrita por Félix de Souza


Capítulo 10
Uma máquina de ódio e destruição


Notas iniciais do capítulo

Olá caro cliente.
Mais um capitulo fresquinho do forno infernal da A Maravilhosa Loja de Argoluli - O Terrível.
O melhor pão amassado no inferno de todo o reino.
As coisas vão começar a esquentar mais do que o Deserto de Vidro Camersim nas Terras Escarlates.
Se é que isso é possível.

E se você está lendo e gostando, recomende aos amiguinhos.
Ás vezes você não sabe o que dizer, mas ele sabe.
Muito obrigado á quem acompanha e para quem está chegando, bem vindo a Maravilhosa Loja de Argoluli.

— A Gerencia.

Também já disponível na plataforma, A Fênix e o Dragão, que se passa no mesmo universo de A Maravilhosa Loja de Argoluli - O Terrível.



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Argoluli ouviu a história de Léia sobre A Esperança Fantasma com atenção.

A mesma que ela contou para Altman, da Armada Fantasma.

Quando contou sua versão no interrogatório, pensou estar diante de um inquisidor. Ainda estava abalada e suspeitava que drogada por alguma dessas novas infusões de baixa alquimia.

Na verdade, sua mente confundiu as coisas. Inquisidores são de Glantha e Fantasmas de Grã Hall. Dois reinos vizinhos em Guerra, um erro comum, porém imperdoável para uma Gnose. Guardaria essa vergonha para si até seus últimos dias.

Argoluli, entretanto não tinha os mesmos pudores de Altman no que diz respeito de saber a verdade, não senhor. Se você estiver se questionando, do porque ele saiu do salão da Trupe Luminosa sem ouvir toda a história, podemos afirmar que Léia tem sua razão quando afirma que ele é um tanto arrogante e tinha medo.

Era inútil ter medo, ele via agora. O pior poderia acontecer com ou sem esse sentimento.

— Você não está me contando tudo, mocinha.

— Você não precisa saber de tudo, duende. Se isso não te convenceu, ótimo. Estou mesmo torcendo que você se recuse a limpar sua bagunça.

Argoluli detestava e entendia a ameaça implícita. Dar um sumiço naqueles dois não resolveria nada. Logo teria a Casa Gnose e a Armada Fantasma na sua porta exigindo explicações e assim são as instituições do mundo.

Elas aparecem bem na hora de importunar cidadãos de bem, mas na hora de salvar o mundo desaparecem.

— Contratei uma companhia para cuidar disso para mim. _ Disse receoso.

— Você envolveu terceiros? _ Respondeu uma Léia escandalizada. — Quais?

— O Legado de Safira.

— Desculpe, penso que não entendi. _ Não tinha como Léia ficar mais pálida.

— Julgo que falei em bom som. _ Respondeu o feiticeiro ainda insistindo em procurar o “fantasma”. Quando surpreendendo á todos, ele aterrissou no chão do assoalho diante do balcão com um ruído seco. Era Altman.

— As traves do telhado? _ Indagou Argoluli indignado. — Sério?

— Você sabe. _ Respondeu o homem vestido em couro negro diante dele. — Ninguém nunca olha para o alto.

— Nota mental. Encantar as traves do telhado e o telhado. _ Disse o feiticeiro ajeitando o monóculo.

— Não eram encantados? Não vai adiantar comigo ou com um dos meus colegas, você sabe, certo?

— Irritante... Resmungou o feiticeiro.

— Você falava sobre O Legado de Safira. _ Retomou Altman.

— Já faz uma semana ou eles chegaram, ou estão prestes a encontrar os arredores de Giactutru. Encontrar a ruína de Madal é questão de tempo. Ester é muito eficiente.

— isso fica cada vez pior. _ Salientou o fantasma.

— A própria Ester de Safira envolvida? _ Indagou Léia.

Argoluli deu com os ombros.

— Ela me devia favores. Muitos devem.

— Ela não vai sequer me dar ouvidos. Já estive com ela. Sabe que sou uma Gnose e nos odeia. Vai acreditar ser outra armadilha antes de me dar ouvidos.

— Quer dizer que dá primeira vez foi mesmo uma armadilha? Você deveria ter mais cuidado com quem anda fantasma.

— É Altman. _ Disse ao feiticeiro.

— Ora! Pensei que não ia mesmo se apresentar. _ Respondeu Argoluli rabugento.

— Não tem jeito. _ Interveio uma barda desanimada. — Você tem que vir conosco, ela nunca vai nos ouvir. E respondendo sua pergunta. _ Disse se voltando para Argoluli.

— Não! Não foi armadilha, nem traição, nem nada do tipo. Fomos tão enganados quando o Legado de safira e alguém nos querem uns contra os outros. Nem imagino quem.

Respondeu sarcástica e cansada. Argoluli cofiou o queixo e observou a barda.

— Sempre desconfiei. _ Disse recebendo um olhar de suspeita de Léia. — Ora, vamos. Seria muita idiotice aumentar as forças do Círculo Feérico á troco de nada. Depois daquilo vocês só enfraqueceram, mas Ester está cega de ódio.

— Chegou a dizer isso...

— Para ela? _ Argoluli olhou-a surpreso. — Pareço algum conciliador altruísta? Não, claro que não. Sou um mercador! O que ganharia com isso? Por outro lado, a vossa rivalidade me parecia lucrativa.

— Porco miserável. _ Disse uma Léia prestes a pular o balcão e detida por a Altman.

— Lembre-se! Vamos precisar dele. Acalme-se, mulher.

Em um solavanco, Léia tirou em simultâneo, a perna de cima do balcão e as mãos de Altman dos seus ombros. Respirou fundo três vezes. Olhou duas para Altman.

— Fale com ele. _ E se retirou para o outro lado do salão.

Altman voltou toda sua atenção ao mago a sua frente. Sim, mago. Altman sabia a diferença. Sabia estar diante de um homem de intelecto poderoso e estudara duramente as artes mágicas, diferente de um feiticeiro que já nasce imbuído de poder arcano. Todavia mesmo homens inteligentes são propensos a erros catastróficos.

Os zenitheres que o digam do inferno que estiverem.

— Acredito que entendem a situação.

— Pode acreditar.

— Se Ester conseguir abrir aquela sala...

— Madal Najima estará livre.

— E ele é...

— O Arauto da Última Lástima. Nome pomposo para lo designar como uma máquina de ódio e destruição desenfreados. Ele tem lá seus motivos. Imagina ficar confinado por mais de mil anos por diferi e se revoltar contra uma dinastia que oprimiu sua família.

— Não se precipite. Não sabemos toda historia, nem eu, nem você.

— É mesmo necessário? Quem no mínimo não enlouqueceria numa situação dessas?

— Vai nos ajudar?

Argoluli o olhou com genuíno espanto.

— E eu tenho escolha? Não estou falando de vocês, ou das forças que representam, mas do próprio Madal livre. É a falência dos meus negócios.

Por fora, Argoluli demonstrava conformismo e racionalidade, por dentro fervia um ódio escaldante.

Via todo seu plano ruir por falta de umas poucas informações que agora tinha, sem contar a vergonha por se achar tão esperto. Seu mestre certamente o repreenderia com rigor. “Aluno estúpido”! Diria. Sua mente acelerada procurava um jeito de reverter à situação e sair dessa com o Al-Shawkian ainda assim, mas naquele momento, não fazia ideia de como.

— O quanto julga que Madal Najima possa ser poderoso? _ Indagou Altman o arrancando dolorosamente do seu devaneio.

Um feiticeiro com mais de mil anos, louco, transformado por um artefato divino, virtualmente imortal? _ Indagou Argoluli com um sorriso cansado e irônico na mesma proporção. — O melhor a fazer é impedir que ele escape.

— Quanto? _ Insistiu Altman.

Argoluli olhou nos olhos de um Altman que não sabia que não queria a resposta.

— Sendo otimista, no mínimo semidivino.


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Notas finais do capítulo

º Giactutru: Antigo e extinto reino perdido que deu origem ao Al-Shawkian, O Espinho.

º Madal Najima: Patriarca do Clã de feiticeiros Najima. Portador do Al-Shawkian. Semideus.

º Casa Gnoses: Sociedade Secreta de escolásticos, mestres do conhecimento e bardos. Não tão secreto ultimamente.

º Legado de Safira: Companhia de mercenários que alega ser dissidente dos antigos e nobres cavaleiros do Protetorado de Safira. Atualmente em franca decadência.

º Armada Fantasma: Grupo de espiões e caçadores de magos, patrocinados pelo distante reino de Grã Hall.



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