Por Prue escrita por Vic


Capítulo 2
Quem canta demônios espanta


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoas do meu Brasil. Como estão vocês? Prontos para mais um capítulo? Espero que sim!! Esse capítulo é um musical, porque eu definitivamente amo musicais, sempre achei que faltava um episódio musical nessa série, então eu fiz o meu. Inspirado em todos os musicais que já tive o prazer de assistir...

*Erros serão corrigidos*



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— Ora, nenhuma simpatia pelo demônio? Depois de tudo o que vivemos juntos? – Barbas deu um sorriso desdenhoso para as duas irmãs. – Vejo que não podem mais se esconder atrás da sua irmã... será que conseguirão sair vivas sem ela? – Instintivamente, Phoebe segurou o braço esquerdo de Piper, como fazia com Prue, quando estava com medo demais para falar. Confiava e sempre confiou na proteção de sua irmã mais velha, mas não aquela irmã mais velha, ela não era Prue.

— Como veio parar aqui? – Piper perguntou, não se importou com a proximidade repentina de Phoebe, apesar de culpá-la, não queria vê-la morta também.

— Você está no ramo da bruxaria há três anos, deve saber que demônios têm o poder de se teletransportar. – Disse sarcasticamente, como se fosse uma coisa óbvia demais para uma encantada. – Mas vamos direto ao ponto... vocês querem vingança por sua irmã e não há ninguém melhor do que eu para ajudar. – Sorriu. Piper estendeu os braços na direção do demônio, na intenção de congelá-lo, mas ele continuou andando na direção delas. Ambas fecharam os olhos, esperando que ele as atacasse, o aperto de Phoebe em torno do braço da irmã ficou mais forte... de repente o inacreditável aconteceu, não estavam mortas, não ouviam mais seus próprios medos zunindo em seus ouvidos, aquilo era... música?! Era música... o mais estranho... aquela melodia vinha da boca do próprio Barbas. O aperto de Phoebe ficou mais fraco, não existia mais nenhum aperto em torno do braço de Piper, foi quando ela abriu os olhos e percebeu que a caçula não estava mais ali. Na verdade, ela não sabia se ela mesma estava ali, quando se olhou num estranho espelho e viu alguém que ela não reconheceu como sendo ela mesma.

— O q-que você fez com a minha irmã? O que fez com a Phoebe? – Perguntou, tentando se livrar das estranhas roupas que vestia. Eram trajes como os que ela usava da vez em que viajou para o futuro com suas irmãs. O medo dentro dela crescia, apesar de suas tentativas de se manter forte.

— Sua irmã? O que eu fiz? – Ele ria enquanto cantava aquela pequena estrofe. – A pergunta certa é o que você quer fazer com a sua irmãzinha? Pegue o livro das sombras e faça um feitiço, sangue se paga com sangue. Mate, destrua, se vingue. Com a morte dela toda a sua dor se estingue, faça com que o sangue dela pingue. Suje suas mãos com o sangue dela agora e nunca mais precisará sujar com o de ninguém, se quer mesmo uma vida de amor e paz com a morte dela isso aqui tudo se desfaz... você nunca quis participar de uma luta entre bruxas e demônios, sempre quis sua paz..., mas aquele livro ela tinha que ler, nem mesmo lhe deu a chance de escolher. Mate a sua irmã para libertar a sua outra irmã. Foi culpa dela. Se ela estivesse morta, Prue estaria viva.

— Depois de três anos você finalmente voltou para nós, aqui ninguém a fará usar magia. Não terá que morrer lutando contra ninguém, saiba que aqui você poderá morrer de uma simples hemorragia. – Agora pessoas comuns entraram em cena e começaram a cantar, aquilo a assustou, como Barbas estava fazendo tudo aquilo?

— Tudo bem. O que está armando? Desde quando os demônios entraram para o ramo dos grandes musicais? – A encantada mais velha questionou o demônio, estava com as mãos em posição ofensiva, caso precisasse congelá-lo, apesar do receio de que não fosse funcionar, como da primeira vez.

— Isso não vai funcionar, não estou armando nada. Estou apenas a ajudando a expressar todo o ódio que sente por sua querida irmãzinha. – Sorriu com deboche.

— Não a odeio, só...

— Só queria que ela não existisse mais. – Sorriu de um modo debochado, antes de voltar a cantar novamente. – Não se vire contra mim, eu nunca lhe traí. Quem fez isso foi a...

— Phoebe... onde ela está? – Piper baixou a guarda, se convencendo de que seus poderes não funcionariam naquela ocasião.

Piper se sentia enganada, fatalmente enganada. Ela sempre acreditara em Phoebe, mesmo quando Prue achava que a caçula não tinha nenhuma visão do futuro. Mas agora ela própria tinha sido traída por Phoebe, e por conta disso Prue estava morta. Nada no mundo poderia machucá-la mais que aquilo, nem mesmo os demônios ou as regras dos anciões. Nada. Nada a machucaria mais do que a traição de sua própria irmã. Sangue do seu sangue.

Foi como se estivesse flutuando, mas a sensação era diferente... era mais incômoda. Num estante estava agarrada ao braço de Piper, com sua irmã mais velha a protegendo, como Prue fazia quando estava viva, e no outro... não existia mais proteção, nenhuma irmã mais velha a protegia mais... ela estava com seus olhos fechados, com uma estranha sensação de estar sendo erguida no ar, como se alguém estivesse usando telecinese para fazer aquilo.

— Seu maior medo sempre foi ser má, mas sendo boa você descobriu que a maldade é sempre o melhor caminho. Se odeia tanto a sua irmã, faça um feitiço e se livre dela, assim você provará para si mesma que é igual a nós. A sombra já tomou conta de você, o mal já venceu. Não tenha medo, vá e vingue sua irmã... quem é mau não tem medo de matar, ou de escolher entre viver e morrer. – A vidente não entendia o porquê de estar no submundo, ainda mais vestida em trajes tão estranhos para ela. Tinha muitas perguntas em sua mente naquele exato momento, mas as mais importantes eram onde estava sua irmã e por que todos os demônios estavam cantando uma música sobre ela?

— Você é uma vidente tão poderosa, já deve ter visto que ser má é uma coisa prazerosa. Você pode usar a maldade para fazer o que tiver vontade, vá até lá e mostre para a sua irmã que é uma rainha de verdade. – Parecia que todos os demônios do submundo cantavam em uma só voz, aquilo era assustadoramente excitante para ela.

As duas irmãs que anteriormente estavam muito assustadas com aquelas recepções inesperadas, agora se mostravam para seus anfitriões de forma desinibida, como se gostassem da atenção particular que estavam recebendo.

— Pessoas como você e eu amamos a paz, mate só mais uma vez para se livrar de tudo isso. Depois todos nós podemos ficar em paz para vegetar até morrer. – Um coro de pessoas comuns cantava para Piper, ela não podia ver as intenções por trás de toda aquela cantoria e aparente paz, mas com certeza não era nada bom. – Derrame o sangue dela e vingue sua irmã morta, o que já foi escrito não irá mais se desfazer, pegue o livro das sombras e escreva um feitiço, amanhã nem se lembrará de nada disso. – Barbas apareceu novamente para ela, dessa vez ele segurava uma espada em sua mão, o objeto foi logo passado para as mãos da irmã do meio. – Lembre-se que a perda dela pode ser um presente. – Ele sorriu, como se soubesse o que estava por vir.

O cenário mudou novamente e as duas irmãs estavam frente a frente, cada uma com as suas próprias armas em punho. Piper tinha uma espada e Phoebe tinha um punhal em suas mãos, as duas possuíam olhares completamente insanos em seus rostos, tudo indicava que uma delas não iria sair dali com vida. Piper foi a primeira a atacar, mas Phoebe não ficou para trás e se defendia e atacava com muita vontade de sair vitoriosa, o que realmente aconteceu depois de um embate muito curto. Piper estava caída no chão com um ferimento na barriga, Phoebe estava acima dela segurando um punhal com sangue, com o sangue de sua irmã, com seu próprio sangue. De repente, a culpa pesou em seus ombros novamente, era como se ela própria tivesse morrido também.

— Agora que suas irmãs estão mortas, você pode se juntar a mim, nós reinaremos lado a lado. Se junte a mim e mostre a todos que você não é a sombra das suas irmãs. Imagine como poderemos ser incríveis juntos, vamos matar todos que encontrarmos e você nunca mais ouvirá que não tem visão do futuro, você é o futuro agora. Seu coração mortal nunca mais terá que sentir nenhuma vergonha... – A mais nova sentia as mãos de Cole abraçando sua cintura de uma maneira muito sedutora, ele cantava em seu ouvido, em um tom de voz quase rouco, estava tão seduzida pela proximidade com o corpo dele que nem percebeu que ele estava tentando transformá-la em sua rainha do submundo. Quando a música cessou, Phoebe abriu os olhos e tornou a olhar para o corpo de sua irmã no chão, de repente retornou à noite em que descobriu sobre a morte de Prue, podia vê-la no lugar de Piper agora, lágrimas começaram a surgir em seus olhos, ela matou sua própria irmã. Outra vez. Matou uma irmã... outra vez.

— Agora que matou a sua irmã, aliviou seu sofrimento, ou o pôs fim? – Era a voz de Léo que cantava aquela parte da música. – O ódio e a vingança envenenaram sua alma, solte-a, aceite que ela se foi, deixe-a ir. – Phoebe não teve ao menos tempo de segurar o corpo de sua irmã, a irmã que ela mesma matou em seus braços, as duas estavam juntas em um novo cenário.

 – Você me matou e deixou a nossa irmã morrer. – Piper falava em um tom de voz calmo demais para quem acabara de ser “assassinada” pela própria irmã.

— Se eu soubesse que Shax pretendia assassiná-la, eu estaria lá...

— Essa é a questão Phoebe. Nós nunca te pedimos nada. Você trouxe esses poderes para nós... a única coisa que pedimos foi para você recitar um feitiço, nada mais. – Colocou a mão no ombro da mais nova e a olhou com um sorriso cansado.

— Cole precisava da minha ajuda. – Engoliu em seco, olhando para a expressão endurecida que geralmente ela via em Prue, não em Piper.

— Cole não é a sua família, nós somos. Você só precisava estar lá... conosco.

— Se eu soubesse que o meu tempo com a Prue seria tão pouco, eu estaria. Infelizmente essa visão eu não tive, sinto muito. – Piper parecia sentir pena da mais nova, finalmente estava entendendo que ela também sofria com tudo o que tinha acontecido, principalmente porque carregava muita culpa dentro de si.

— Como se sente com tudo... isso?

— Nesses últimos dias parece que a minha alma tem morrido pouco a pouco... só estarei em paz quando todo esse pesadelo tiver fim, parece que todo mundo pode ver a minha dor, meu sofrimento está exposto ao mundo... – Phoebe cantou e Piper segurou as mãos da irmã. As duas sentindo a mesma dor, ao mesmo tempo. Estavam finalmente passando por todo aquele tormento lado a lado, como deveria ser, como Prue gostaria que fosse.

— Você a culpa pela morte da sua irmã, mas está também foi a morte da irmã dela. – A voz de Barbas cantou aquela estrofe da canção, e as irmãs compreenderam que sentiram a mesma dor.

— Nossos corações sentiram a mesma dor, nos culpamos, mas ainda podemos consertar, o que não foi escrito podemos esquecer para que possamos voltar a lutar lado a lado como tem que ser. – As duas irmãs cantaram em uníssono, estavam envoltas em um abraço forte, como se tivessem passado muito tempo sem se verem.

— Eu estava errada. – O som da voz da irmã mais velha era inconfundível para qualquer uma delas. Aquela era sem dúvida a voz de Prue, as mais novas olharam para o outro lado da sala e viram sua irmã parada, olhando para elas com um sorriso orgulho, era ela quem cantava dessa vez, Phoebe sabia que aquela música era para ela. – Mascarei meu sofrimento e minha decepção, achei que você não podia encarar a vida sem mim. Me desculpe, eu não sabia que você podia ser tão forte, escolha o bem, substitua a dor e o mal por tudo o que você tiver de bom. Perdoe minha dúvida, como eu sei que você pode e você descobrirá que... pode se perdoar também. – Prue ainda sorria para as mais novas.

— Prue? – Piper foi a primeira a falar.

— Prue? O que está fazendo aqui? – Phoebe também estava bastante surpresa em ver sua irmã.

— Foi você quem fez tudo isso? – Piper deu um passo em direção a mais velha.

— Quem canta demônios espanta. – Prue respondeu de modo singelo.

Piper e Phoebe não sabiam porque estavam imersas em tanto tormento, mas ao verem Prue cantando e sorrindo para elas, tiveram a sensação de que o poder das três ainda poderia libertá-las uma última vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, porque eu ameii escrever, até o próximo!



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