Por Prue escrita por Vic


Capítulo 3
O último esforço da bruxa


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde! Sei que demorei para postar o último capítulo, mas o importante é que voltei para terminar essa fic maravilhosa. Espero que gostem, porque eu amei escrever esse final.
OBSERVAÇÃO: Recomendo que leiam os capítulos anteriores, já que tem quase 2 anos de pausa.
Boa leitura e até mais ver!



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— Phoebe, fui eu quem viu você dar seus primeiros passos e falar suas primeiras palavras. Te amei como a mamãe teria te amado, mas isso não me impediu de estar errada. – Prue olhava para a irmã mais nova que ela havia criado. Phoebe tinha seus olhos castanhos marejados, nem sabia colocar em palavras o que estava sentindo ao ver a irmã mais velha novamente. – Eu estava errada, quis colocar minhas frustrações em cima de você, mas estou aqui para me redimir. Me perdoe, visão do futuro melhor que a sua não há. Dizia isso porque tinha medo de você se machucar, não sabia como seria se um dia eu lhe faltasse. – Admitiu, o peso das responsabilidades que carregou durante anos tinha feito ela ser muito dura com suas irmãs, pois sabia que algum dia poderia não estar mais ali para cuidar delas.

— Prue. – Phoebe esticou a mão para tocar o rosto da irmã. Tocar a pele quente de Prue foi uma experiência mais do que agradável, substituía a sensação horrível que sentiu ao tocar a pele fria e morta de sua irmã na noite de sua morte.

— Phoebe, Piper não quero que briguem por minha causa. – Retribuiu o toque da irmã, tocando seu rosto. – Vocês são minhas irmãzinhas e ninguém as amou mais do que eu. – Esticou a mão livre para Piper em sinal de que ela também deveria se aproximar. – Sempre vou amá-las, mas chegou a minha hora, como chegará a de vocês também. Estou muito bem aonde estou, não se preocupem, mas não posso descansar sem que vocês estejam em paz com a minha morte. – Piper segurava a outra mão de Prue, ouvi-la dizer aquilo fez com que a ferida em seu coração crescesse um pouco mais, mas ela estava certa.

— Diga o quê precisa e nós faremos. – Sua voz estava embargada. – Prometemos. – Olhou para Phoebe que assentiu.

— Preciso que amem uma a outra. – Sorriu. – Eu as ensinei a amar, lembrem-se de mim assim. – Acariciou os rostos das duas. – Continuem lutando contra o mal, derrotem todos os demônios que puderem. Estarei sempre com vocês, mesmo que não possam me ver.

— Como iremos fazer isso? Não temos mais o poder das três. – Piper estava confusa, não teriam como lutar contra o mal só com seus poderes e os de Phoebe, seria suicídio.

— O poder das três será restaurado. – Foi a única coisa que Prue disse, deixando suas irmãs ainda mais confusas.

— Como? – Foi Phoebe quem perguntou.

— Na hora certa vocês saberão. – Concluiu. – Sejam felizes, eu amo vocês. – A imagem que as irmãs tinham de Prue foi dissipando-se até que não havia mais nenhuma Prue com elas.

De repente todo aquele cenário havia sumido também, estavam de volta a mansão. Piper reconheceu imediatamente o aperto familiar da mão de Phoebe entorno de seu braço, sorriu ao pensar que a irmã confiava nela daquela maneira.

— Bom... será que estamos livres desse pesadelo? – Perguntou para a irmã que a olhava como se estivesse acordando de um longo sonho.

— Espero que sim, não aguento mais ouvir um demônio cantando. – As duas riram, os demônios eram meio desafinados e se eles realmente cantassem daquela forma, elas indicariam uma boa aula de canto para eles. Música nunca foi o ponto forte de Prue, então as duas decidiram dar um desconto para a irmã mais velha.

— Vamos fazer isso de uma vez. Como um curativo. – Piper segurou a maçaneta da porta. Phoebe mantinha seu aperto entorno do braço da irmã, tinha medo do que poderia acontecer. Piper girou a maçaneta e a porta abriu com um rangido alto, lembraria de pôr um pouco de óleo em suas dobradiças. – Um último teste. – Sorriu para a irmã. – Léo! – Seu marido orbitou em um segundo.

— Finalmente, procurei vocês o dia inteiro. Onde vocês estavam? – Léo estava de cara feia. – Ei, o que foi que eu perdi? – Notou que a esposa e a cunhada estavam sorridentes e de mãos dadas.

— Léozinho, sabia que a raiva faz nascer rugas? – Phoebe soltou a mão da irmã e apertou as bochechas do cunhado.

— Estávamos dando uma voltinha. – Piper riu dos dois.

— E algum passarinho cantou nos ouvidos de vocês para voltarem tão felizinhas? – Desvencilhou-se da cunhada.

— Um passarinho não, uma bruxa. – Phoebe sussurrou e começou a rir.

— Uma bruxa sussurrou algo em nossos ouvidos. – Piper complementou e as duas saíram rindo da expressão confusa no rosto do luz branca.

As semanas passaram e como Prue havia lhes dito o poder das três foi restaurado. Com a chegada de Paige na mansão Halliwell, as irmãs ganharam vida nova e além de formarem novamente um trio, sentiam que suas vidas tinham um propósito, proteger os inocentes. Paige era o completo oposto de Prue e Piper encontrou dificuldade em aceitar seu novo papel no trio. Quando finalmente conseguiu abrir seu coração para sua nova irmã, as coisas tomaram um novo rumo. As Encantadas eram imbatíveis outra vez.

— Essa é a Prue? – Perguntou um certo dia para Phoebe. As mais novas olhavam algumas lembranças que Phoebe havia guardado em seu guarda-roupa. Entre elas estava uma foto que Phoebe tinha tirado com Prue, as duas faziam sinal de “beleza” para a câmera e sorriam alegres. Phoebe sentia falta daqueles momentos.

— Sim. – Segurou a foto muito nostálgica, era tão feliz e nem sabia.

— Ela era linda. – Paige sorriu notando a expressão no rosto de sua irmã mais velha. – O Chris é muito parecido com ela, não sei como vocês não suspeitaram de que ele era parente de vocês. – Riu ao constatar a semelhança que o rapaz tinha com sua falecida tia.

— É verdade. – Riu. – Sinto saudades dela.

— Gostaria de tê-la conhecido. – Confessou.

— E ela enlouqueceria se soubesse que tinha mais uma Halliwell para ela cuidar. – Gargalhou, lembrando-se de o quão protetora Prue era. – Mas ela amaria te conhecer. – Guardou a foto de volta em seu lugar e as duas concluíram a arrumação.

Os anos passaram e as três continuaram fazendo o que faziam de melhor, lutar contra demônios e proteger os inocentes. Em seus corações sabiam que não faziam aquilo apenas por si, ou por aqueles que não podiam se defender, também estavam fazendo aquilo por ela. Era assim que queriam honrar o seu legado.

— Essa era a tia Prue? – Uma das netas de Piper perguntou para a avó. O livro das sombras estava aberto na página que as irmãs escreveram para Prue.

— Sim, essa era ela. – Piper passou a mão sobre a imagem de sua irmã.

— Uau! Ela parece muito forte. – A menina lia o que estava escrito ao lado da foto.

— E ela era mesmo. Ela era uma grande bruxa, muito forte e muito corajosa. Todos os demônios tinham medo dela. – Passou um filme na mente de Piper, sua irmã tinha grandes feitos em seu currículo.

— Que demais! – A menina disse. – Agora tenho que ir, vovó. A mamãe está me chamando. – Deu um beijo no rosto da avó, saiu do sótão e desceu as escadas correndo.

Prue observava tudo ao lado de um dos anciões, nem precisava dizer nada para que ele soubesse que ela estava emocionada em ver toda a evolução de suas amadas irmãs.

— Elas conseguiram. – Ele colocou a mão no ombro da jovem.

— Sim... – Limitou-se a dizer apenas isso.

— Seu último esforço valeu a pena. – O ancião sorriu para ela.

Piper deu uma boa olhada no velho livro das sombras e sorriu. O livro estava empoeirado e suas folhas agora eram ainda mais amareladas, mas ali estava a história de uma vida inteira e ela sentia-se muito feliz em compartilhar aquilo com seus netos. A bruxa passou a mão uma última vez pela foto de sua irmã e fechou o livro lentamente. Era hora de preparar mais uma fornada de biscoito, Léo a esperava para jogarem seus tradicionais jogos de fim de tarde.

Prue sorria com lágrimas em seus olhos, o legado das Halliwell estava mais do que seguro nas mãos dos netos e netas de suas irmãs. O último esforço da bruxa tinha mesmo valido a pena.


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Notas finais do capítulo

É isso, demoramos mas chegamos ao final. Espero que tenham gostado! Obrigada pela paciência.



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