Por Prue escrita por Vic


Capítulo 1
Sem descanso para a bruxa


Notas iniciais do capítulo

Olá, boa noite para vocês!
Então... aqui está a minha primeira fic de Charmed! Eu amo a Prue, então achei que escrever sobre ela seria uma ótima ideia. Capítulo levemente baseado no episódio Simpatia pelo Demônio. Espero que gostem!


*Erros serão corrigidos posteriormente*



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Por Prue.

Foi o que Piper pensou ao abrir a porta, deixando que sua irmã mais nova adentrasse a mansão Halliwell novamente. Phoebe não falou com a irmã, não a abraçou e nem disse nenhuma das palavras de conforto que as pessoas dizem umas às outras quando perdem um ente querido, a caçula apenas entrou correndo, em choque com a notícia que recebera minutos atrás. Procurava avidamente por sua irmã mais velha, seu corpo formigava em um frenesi constante, foi quando ela viu. O corpo. Deuses, era verdade. Sua irmã estava morta por sua causa. Era sua culpa.

— Por que você não a curou? – Ela olhava para o cunhado, mas a resposta para aquela pergunta veio da boca de sua irmã.

— Ela já estava morta...

— Não posso curar os mortos. – Era perceptível a tristeza do luz branca ao falar aquilo para a cunhada.

— Não abrace o corpo dela como se ela fosse alguma coisa para você. – Piper disse em um tom de voz raivoso. Phoebe tentou acalmá-la, mas sua raiva crescia como a poça de sangue no chão da sala da mansão.

— Meu Deus, Piper...

— Se você se importasse conosco, estaria aqui para recitar o maldito feitiço. Mas Cole é a pessoa mais importante do mundo para você. – A mais nova embalava o corpo frio de Prue em seus braços, apesar do olhar indiferente de Piper, a moça estava sofrendo de verdade.

— Você está sendo injusta. Nunca quis que vocês se machucassem. – Deu um último beijo na testa de sua irmã e cobriu seu corpo com um pano que estava por perto.

— Minha irmã está morta, você deixou ela morrer...

— Ela é a minha irmã também...

— Não é mais, nenhuma de nós é. Saia da minha casa, não quero ter que ficar olhando para você todos os dias. – Léo olhou para Phoebe com pena, o luz branca já havia tentado fazer a esposa mudar de ideia, mas de nada adiantava. Com a morte de Prue, o poder das três já não existia mais para libertá-las de todo aquele tormento.

— Você pode ao menos me dar uma carona? – Encarou o luz branca.

— Claro... – Respondeu com um tom vacilante em sua voz, tinha medo de que Piper não aprovasse a ideia. – Estou há uma orbitada de distância. – Acenou para a esposa, antes de segurar as mãos de Phoebe e orbitar com ela para um local onde ela pudesse passar ao menos aquela noite.

É inútil tentar descrever como as Halliwell mais novas se sentiram após a morte de Prue. Só quem perdeu um familiar sabe como é sentir está dor que rasga o peito e destrói a alma a cada dia. É infrutífero dizer que não se passou um dia em que Phoebe não pensasse na irmã morta, e no que ela poderia ter feito de diferente para salvá-la. É vão dizer que Piper queria estar morta no lugar da irmã, se Léo não tivesse escolhido passar mais tempo curando-a e tivesse prestado mais atenção em Prue, sua irmã estaria viva. O dia do funeral chegou, todos os amigos e conhecidos das irmãs assistiram à cerimônia, todos com expressões pesarosas em seus rostos, mas nenhum estava mais despedaçado do que a irmã do meio, agora, a mais velha delas. Piper vestia roupas completamente pretas e estava sentada ao lado do marido, em sua mão direita segurava um cartão fúnebre que possuía os seguintes dizeres:

Prudence Halliwell

Para sempre em nossos corações.

De fato, a mais velha delas estaria para sempre no coração de Piper, mas ela também possuía um lugar especial no coração de Phoebe, por esse motivo a mais nova delas resolveu levantar uma bandeira da paz temporária para sua irmã e compareceu ao funeral para se despedir adequadamente de sua irmã mais velha, já que no dia em que Prue morreu, ela foi simplesmente expulsa da mansão por Piper.

— O que você está fazendo aqui? – Piper se levantou alarmada ao ver que a caçula estava presente.

— Ela era a minha irmã...

— Eu disse para você não vir! – Piper segurou o braço da irmã, antes mesmo que ela pudesse se sentar.

— Desculpe se estou estragando a “vida perfeita” da Piper... – Phoebe puxou o braço, fazendo com que a irmã a soltasse. – Mas a Prue era minha irmã e eu vou me despedir dela, você gostando ou não! Tem que ser uma vadia muito egoísta para pensar que só você está sofrendo aqui, Piper!

— Pelo menos não fui eu quem matou a própria irmã…

— Meninas! Vocês acham que a Prue gostaria de ver vocês brigando desse jeito? – Victor interrompeu a discussão das duas filhas que ainda o restavam.

— Não sei, papai. Bom, ela não está mais aqui para perguntarmos... – Piper lançou um olhar raivoso para a caçula.

Do céu, a primogênita observava todo o conflito que sua morte gerou entre suas irmãs, e quem a visse tão perturbada como estava, poderia dizer com toda a certeza que ela não estava gostando nem um pouco de ver o ódio brotando no coração de suas irmãs.

— Deixe-me ir até elas. – Exigiu pela sexta ou sétima vez ao ancião mais velho que a olhava com reprovação.

— Elas terão que se entender sozinhas, seu lugar é aqui agora. – O ancião não a encarou por tempo suficiente para notar a angústia dando lugar a raiva nos olhos verdes de Prue.

— Eu sou a irmã delas, eu cuidei delas a minha vida toda... e não vou deixar elas se destruírem agora. Não há nada que vocês possam fazer para me manter aqui. – Prue virou as costas para o ancião e saiu a procura de sua mãe, pelo menos ela a entenderia.

— Prue...

— Até você, mamãe? Eu esperava isso deles, não de você... você é a nossa mãe, sabe o que estou sentindo agora. Como posso “descansar em paz” com elas assim? No mínimo vou descansar em preocupação. Ou melhor, sem descanso para a bruxa, porque é impossível eu descansar enquanto as minhas irmãs estão se digladiando como gregos e troianos. Isso não é justo! Nada aqui é justo! Lutamos a vida toda contra demônios, feiticeiros e todos os tipos de males existentes nessa porcaria de terra e agora eles vão simplesmente deixar o mal se apoderar das minhas irmãs. Sabe, não estou pedindo para eles me ressuscitarem nem nada do tipo, só estou pedindo para eles me deixarem falar com as meninas uma última vez... depois de tudo o que eu fiz, não mereço isso? Não é o justo? – Prue andava de um lado para o outro, gesticulando freneticamente, em um desespero quase palpável.

— Prue, você tem todo o direito de estar irritada, mas não é...

— Ela tem razão, Patty. Nós devemos isso a ela... a todas elas. – Pela primeira vez desde que se encontrava ali, Prue sorriu, sorriu de pura felicidade. – O que pretende fazer? – O ancião perguntou enquanto abraçava a moça com um de seus braços. Prue respondeu com um sorriso, sabia muito bem o que ia fazer, sabia o que precisava fazer para acabar com aquele pesadelo horrível, mesmo que isto significasse que não descansaria por mais algum tempo.

As Halliwell mais novas não se viam, nem se falavam desde o desastre no funeral, as duas evitavam ficar no mesmo local o máximo possível. Phoebe queria adiar mais a ida até a mansão para pegar suas coisas, mas seu estoque de roupas limpas se resumia à cinco peças de roupa, e haviam outras coisas na mansão de que a vidente precisava. A caçula saiu do hotel onde era hóspede desde a morte de Prue e se preparou para o inevitável encontro que teria com Piper. Ao chegar a porta da mansão, ficou imóvel por algum tempo, mas logo decidiu entrar, seria rápida, não demoraria mais que o necessário, e se tivesse sorte, não daria de cara com Piper. Enquanto pensava, a porta se abriu de repente e infelizmente o inevitável aconteceu, Piper a encarava com desdém e um certo nojo, sentiu vontade de ir embora, mas não iria se dobrar as vontades de Piper daquela vez.

— O que faz aqui? – Piper cruzou os braços, tinha pensado em congelá-la, mas sua irmã não era um demônio e naquele momento a mais nova sentia mais vontade de possuir aquele poder.

— Você comprou a cidade de São Francisco? – Respondeu sarcasticamente, tentando soar seca como a irmã.

— O que? – Arqueou a sobrancelha, intrigada com tal atitude.

— Você é a dona da porra da cidade? Muda o nome dela para Piper e expulsa todos os habitantes... assim sobra mais espaço para você e o seu ego gigantesco. – Phoebe respirou fundo, empurrando-a para o lado, entrou novamente na mansão, como não fazia há muitos dias.

— Ei! Não pode...

— Fica fria, só vim buscar minhas coisas. – Phoebe não esperou para ouvir, subiu as escadas e foi para seu quarto, pegaria só o mais importante, depois acharia uma forma de pegar o restante das coisas.

Phoebe juntou todas as coisas mais importantes que possuía naquele quarto e as guardou em uma sacola que carregava consigo, entre os objetos, estava uma foto dela com Prue, as duas faziam “beleza” para a câmera, Phoebe sentia falta daqueles momentos com sua irmã mais velha. Com lágrimas nos olhos, a mais nova desceu as escadas até a sala, Piper a esperava, estava ansiosa para colocá-la para fora outra vez.

— Até que enfim. – Suspirou. Segurando a maçaneta da porta, a mais velha tentou abri-la, mas esta continuou fechada, ou melhor, estava trancada agora. – Que diabos... Léo! – Gritou, mas seu marido não orbitou como de costume. – Léo! – Nenhuma resposta. – Que droga! Quem diabos...

Quando alguém querido morre, geralmente temos a sensação de ter nascido ontem. Porque temos que nos adaptar a um mundo sem aquela pessoa, era exatamente assim que as mais novas se sentiam com a morte de Prue. Como recém-nascidas, seres totalmente desamparados nesse mundo cruel. As irmãs Halliwell com certeza não tinham nascido ontem, Piper nasceu há quase vinte e nove anos e Phoebe dois anos depois dela. Mas ao olharem para aquela estranha figura vestida de preto, uma figura conhecida de seu passado. Aquele que era chamado de o demônio do medo, as irmãs desejaram nunca terem nascido.


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Notas finais do capítulo

Agora é que a coisa começa a ficar boa!
Vou deixar vocês na curiosidade haha.
Até o próximo!



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