Os alunos se dirigiam para um dos vários pátios da escola, onde iria acontecer sua primeira aula de Trato de Criaturas Mágicas. Harry e Hermione seguem o grupo de alunos conversando sobre tudo que passaram nas férias. E nessa hora, o assunto Ronald Wesley surgiu.

— Mione, você realmente precisava dessa discussão? Até eu pensei se iria voltar pra escola ou não!

— Sim Harry! Lógico que eu precisava. Entenda uma coisa, eu queria um namorado, um companheiro, mas ele queria uma propriedade! Nem meu pai era assim.

— E, em falar nele, você recebeu alguma notícia dos Aurores? Eles sabem quem foi?

— Ainda não, mas eles não conseguiram pegar todos os comensais, você sabe né!

Chegando no pátio, Hagrid já estava lá, o livro deste ano é um dos mais recentes de Newt Scammander. Os alunos se aproximam dele e pegam seus livros.

— Bom dia turma, espero que vocês tenham tido excelentes férias. Agora, peguem o livro e abram na página 10.

Eles obedecem enquanto Hagrid os leva pelo pátio, onde ele montou um pequeno zoológico mágico, onde as gaiolas eram feitas de algo parecido com água ou vento, ele colocava suas mãos dentro da bolha e tirava algumas criaturas, explicando sobre elas, sobre como elas são mal vistas. Passado 40 minutos disso, ele pega uma cobra com duas cabeças. Sua tonalidade verde se misturava com a grama quando ele a aproximou do chão. Alguns alunos ficaram com nojo, outros riam de como o professor se comportava com o animal.

— Esta é uma situação um pouco tensa, é um pouco perigosa. Caso vocês a encontrem, não adianta correr, o certo é tentar se esconder ou simplesmente usar um Confundus, isso fará com que ela não se sinta ameaçada, confundindo você com qualquer outra coisa.

— E o que ela faria comigo, por exemplo? - Um jovem sonserino, Samuel Gaunt, resolve se manifestar. Ele ocupava o posto de Draco, sendo seguido por dois alunos que mais pareciam trasgos. - Acho que você realmente é um grande idiota como professor, achar que uma cobrinha dessa é uma ameaça.

— Senhor Gaunt, você deveria medir suas palavras quando se referir a um professor. Mas ela não se sente ameaçada por mim, pois eu a criei desde jovem, esta daqui é um bebê ainda, ela pode chegar a mais de 10 metros de comprimento.

— Pois é professor - Harry corta antes que Gaunt possa abrir sua boca novamente. - Mas ela é muito linda.

— Obrigada!

Harry responde em uma língua que ele a muito não falava, a língua das cobras, chamando a atenção de Hermione, Hagrid e alguns alunos da turma, mas por sorte, a maioria que achava a cobra nojenta não estava prestando muita atenção.

— Harry? - Hermione o puxa - Você tá bem?

— Bom, ehh, a aula acabou, estão dispensados! - Hagrid estava nervoso com o que havia acabado de acontecer. Não sabia como iria reagir se esse assunto surgisse novamente. - Até a próxima semana.

Hermione carrega Harry pelo braço para um canto do pátio e o coloca sentado em um banco.

— Harry, o que aconteceu lá?

— Nada Mione, por que?

— Por que? - Hermione sentou ao lado de Harry e virou o rosto do menino para ela - Harry, a Ofidioglossia voltou!

— Você quer dizer que quem me agradeceu foi a cobra?

— Alguém te agradeceu? Eu não falo a língua das cobras Harry.

— Quem diria que o menino que sobreviveu iria servir pra alguma coisa! - Samuel Gaunt e sua equipe se aproximaram dos dois heróis de guerra. - Pelo menos uma coisa você fez direito.

— E quem é você para se meter na nossa vida mesmo? - Hermione responde a altura. - Aliás, quem é você para estar no sétimo ano?

— Sou Samuel Gaunt, vim de Ilvermorny para Hogwarts. Mas não sabia quantos sangue-ruins tinham por aqui!

— A começar pelo seu! Que ainda não aprendeu a hora de calar a boca. Vamos Harry!

A jovem sai puxando o garoto, ainda meio atônito para outro canto, que não fosse incomodada por alguém que não conhecesse. Iriam conversar antes de levar o assunto até Minerva, para que ela desse um norte para ambos, mas, no caminho para o salão comunal, ela encontra Luna e Gina correndo na direção deles.

— Rápido Mione, precisamos da sua ajuda! - Gina gritava e a puxava, assim como ela estava fazendo com seu namorado.

— Calma Gina, o que houve? - Hermione perguntava, puxando seu braço no sentido oposto, para conseguir pelo menos conversar.

— O Draco tá muito machucado, tá desmaiado num canto do jardim, vamos logo.

Os quatro apertam o passo, Hermione chega perto dele e logo puxa sua varinha fazendo o feitiço curativo, fechando seus machucados. Até hoje ela agradece a Severo o livro que ele escreveu e Slugorn usava. Aos poucos os ferimentos fechavam, e quando o último corte fechou, Draco desperta, vendo quem estava a sua volta, levanta e sai correndo na direção das masmorras.

— Pelo menos agradece, doninha loira!

Gina gritava, mas Hermione mesmo não se importou muito com a situação, pois ela sempre foi desprezada por ele. Mesmo ela secretamente sendo apaixonada na verdade, por ele. E sua Amortentia não a deixava mentir.