Os Seis Garotos de Albus Potter escrita por Morgan


Capítulo 5
Quinto ato: Diego Wood




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Albus poderia falar muita coisa sobre o seu quinto ato. Poderia falar que Diego Wood era o melhor goleiro que ele já havia visto e que poderia até mesmo ter sido capitão do time depois que James Sirius se formou se não fosse por Scorpius, que já namorava aquela vaga há muito mais tempo e por quem o treinador tinha muito mais apreço. Poderia falar que Diego era competitivo, agitado, simpático e popular e que a coisa favorita de Albus por muito tempo fora sentar-se com ele apenas para ouvi-lo falar sobre como era viver no Brasil. Todos conheciam a história de amor famosa do jogador de futebol que se apaixonou por uma brasileira em uma das Copas do Mundo, mas poucos conheciam de verdade o que havia resultado daquela paixão desenfreada que fez Oliver largar a Inglaterra por anos apenas para continuar com Amélia Gutierrez.

Mas Albus conheceu. Conheceu a ponto de poder falar sobre sua pele bronzeada, seus lábios cheios e de como seus olhos verde-escuros fizeram Albus esquecer o rumo de casa na primeira vez que se beijaram depois da aula de Estudos Sociais.

Mas tudo que Albus conseguia pensar era que havia se apaixonado por outro garoto de 17 anos e isso havia sido a pior coisa do mundo. Preferia até sofrer por Thomas, que estava nos Estados Unidos trabalhando em uma empresa multinacional e só aparecia nos natais. Até isso seria mais fácil.

Diego Wood foi o primeiro namorado oficial de Albus, o único que ele trouxera para casa logo depois de apresentar aos amigos. Seus pais, Harry e Ginny, gostaram do garoto. Haviam conhecido seu pai há muito tempo atrás e simplesmente gostavam muito de ver o quanto Albus estava animado e feliz. Lily Luna por outro lado sentiu cheiro podre no primeiro segundo e depois que Diego foi embora, ligou para James Sirius, que logo concordou com ela mesmo estando a quilômetros de casa.

Não que o resto da família tenha ligado. Harry disse que Jay estava sendo apenas superprotetor e Lily, implicante.

Albus desejou mais do que tudo ter ouvido Lily Luna naquele dia, pois teria evitado muita dor de cabeça.

A verdade é que o garoto estava tão encantado com absolutamente tudo sobre Diego e sobre ter o seu primeiro namorado que mascarou muitas coisas que não devia. Quando Diego começou a implicar com o tempo que Albus passava com Scorpius e Johnny, ele não achou tão absurdo assim, pois era seu namorado e às vezes ciúmes não eram tão evitáveis como a internet fazia parecer – mesmo que Albus nunca tivesse implicado com nenhuma das amizades do outro.

Quando Diego disse que achava Rose e Roxanne Weasley "muito exibidas e egocêntricas" só porque elas haviam ganhado a feira de ciências e ele não, Albus pensou que, bem, ele estava irritado, tudo bem falar um pouco demais.

E quando Diego decidiu sozinho que eles não iriam mais à festas, mesmo que fossem as últimas do ensino médio e fosse meio que uma grande coisa, alegando que "não eram locais para pessoas que namoravam", Albus não gostou, mas conseguiu entendê-lo.

Seus amigos tentavam avisar e ele também os entendia, mas sentia vergonha, medo e nenhuma vontade de perder Diego, porque ele era seu primeiro namorado. Ele havia o beijado, havia se declarado, havia o assumido e dito que o amava para quem quisesse ouvir. Albus poderia mesmo abrir mão de tudo isso? Algumas coisas ruins realmente se sobressaiam às boas, como quando eles estavam juntos na cama, assistindo os filmes e Diego fazia carinho em seu cabelo até ele dormir ou quando ele trazia donuts todas as noites apenas porque sabia que eram os favoritos de Albus e sua mãe?

A resposta, obviamente, era sim. E Albus a recebeu depois de um tempo.

Tudo aconteceu na noite do aniversário de Dominique Weasley. Ela estava fazendo 16 anos e apesar de não ser do último ano, todos estariam em sua festa, porque ela era uma das líderes de torcida e tinha um podcast bem famoso na cidade.

Todos, exceto Albus, pois Diego havia pedido explicitamente que deixassem essa festa de lado para ficarem juntos aquela noite. Mesmo que já passasse das 20h e ele ainda não tivesse chegado.

Já eram quase nove horas da noite quando Albus começou a ouvir um barulho no corredor. Estava prestes a ver o que estava acontecendo quando sua porta se escancarou, revelando Scorpius, Rose, Johnny, Roxanne e um James Sirius parecendo muito, muito irritado.

— Você não devia estar na faculdade? Hoje ainda é sexta – disse Albus olhando para o irmão, sem entender. – E vocês não deviam estar...

— Na casa de Domi, sim, devíamos – interrompeu Roxanne.

— Na festa de aniversário da sua prima – disse Johnny.

Os quatro amigos invadiram o quarto, mas não se sentaram, apenas cercaram Albus e o encararam enquanto James continuava parado na frente da porta.

— Mas veja só, recebemos uma ligação muito interessante hoje – disse Rose.

— Lily Luna nos disse algo absurdo. Não poderíamos mesmo acreditar – continuou Scorpius.

— Lily Luna? – balbuciou Albus, sem entender, só agora vendo a cabeleira ruiva da irmã espiando no canto da porta perto do irmão mais velho.

— Não tinha como acreditar que você estava perdendo o aniversário da nossa prima por absolutamente nada – disse James, finalmente.

Albus coçou a cabeça, sem jeito, olhando de um amigo a outro. – Gente... Diego e eu combinamos...

— "Diego e eu isso", "Diego e eu aquilo", Al, pelo amor de Deus! – exclamou Roxanne, jogando as mãos para o ar.

— Nunca tem você e Diego, Albus! É só ele, sempre!

Albus negou veementemente as palavras de Scorpius.

— Ele só queria ficar em casa hoje. Vamos assistir alguma coisa.

— Ah, é? E onde é que ele está? – quis saber James.

— Ahn... ele disse que tinha treino, mas que viria logo depois.

James Sirius apertou a ponta do nariz, sem acreditar nas palavras do irmão mais novo. Albus percebeu que todo mundo tinha mais ou menos a mesma expressão e franziu o cenho.

— O que? – perguntou ele, mas todos pareciam esgotados demais para esclarecer. Todos, exceto Johnny, que deu um passo à frente e com calma, tentou responder.

— Al, não tem treino hoje, sabe, o capitão do time está parado bem no meio do seu quarto.

O garoto olhou para Scorpius e de repente o clima do quarto ficou muito mais pesado do que antes.

— Estamos aqui para fazer uma intervenção – disse Rose. – Uma intervenção que já deveria ter acontecido há muito tempo.

— Eles estão – disse James, chamando a atenção de Albus para si. – Eu estou aqui para te arrancar dessa cadeira e te levar até o aniversário da nossa prima.

Albus começou a falar, ainda tentando digerir o fato de que não havia treino e que Diego havia mentido, mas o irmão o interrompeu.

— Eu saio por dois anos, nem isso direito, e você consegue estragar tudo?

— James!

— Não, Rose, é verdade! Caramba, Al, você não consegue mesmo ver?

Albus empurrou a cadeira onde estava ao se levantar. James o olhava com irritação e pena e aquilo começou a deixar o mais novo mais nervoso do que jamais havia ficado na vida.

— Não sei do que você está falando e não sei porquê você está fingindo que se importa agora depois de anos!

— Fingindo que...? Al, eu sou o seu irmão mais velho!

— E nunca agiu como um!

James deu um passo à frente mesmo que sua expressão fosse de quem havia acabado de levar um tapa.

— Eu fiz o melhor que pude, Al. Sei que discutimos, mas você ainda é o meu irmão caçula e você e Lily Luna vão ser sempre minhas prioridades, não importa onde eu esteja ou o que esteja fazendo. 

— Al, o que ele faz com você não é certo. Você realmente não vê nenhum problema nisso? – tentou Rose mais uma vez empurrando Scorpius para o lado, assim como Johnny fez com Roxanne, porque ambos sabiam que nenhum dos dois tinha o menor tato para conversar com Albus naquele momento. – Regular o tempo que você passa com os seus amigos, com a sua família, para onde você vai ou deixa de ir... não te magoa? Não te sufoca?

Albus sentiu as pernas falharem sob o olhar dos amigos. Sentia-se exposto de todas as formas possíveis e pareceu que poderia cair se James, sendo o único a notar, não segurasse seus ombros e o fizesse se sentar na mesma cadeira de antes.

— Sabemos que é difícil, Al, não estamos aqui para fazer uma espécie de terapia. Só queríamos te dizer que não tem mais como você continuar assim, não vai te fazer bem. Pode parecer que faz agora, que vale a pena, mas não vale. Não no fundo – disse Johnny.

— E eu, como disse, 'tô aqui para te levar para a festa da Domi, se você quiser mesmo. A única pessoa que pode decidir o que você pode ou não fazer é você mesmo. Ninguém mais – James abriu um sorriso pequeno, mas brincalhão. – Bom, talvez a mamãe. Mas definitivamente ninguém além dela e eu vou estar aqui para garantir que você esteja sempre bem. 

Albus lembrava de ter James e Lily escolhendo uma roupa para ele enquanto os quatro amigos esperavam no andar de baixo, lembrava do irmão se separando dele com um abraço apertado e um beijo no rosto, pois precisava buscar Alice, mas dizendo com certa ênfase que eles se veriam daqui a pouco na casa de seus tios.

O garoto se sentiu meio anestesiado. É claro que sabia que algumas coisas que Diego fazia eram erradas e que a maioria delas não fazia Albus se sentir bem ao cumprir, mas ter seus amigos e seu irmão dizendo em voz alta... aquilo fez Albus pensar. Principalmente quando se deu conta de que até mesmo Lily Luna com apenas 14 anos havia percebido e resolvido fazer alguma coisa ao chamar os outros.

Mas ali, ouvindo Rose e Scorpius discutirem no banco da frente, porque é claro que Rose estava dirigindo e é claro que o loiro se sentaria na frente apenas para irritá-la, Albus se sentiu melhor do que se sentia há dias. Principalmente quando Roxy resolveu calar a boca dos dois colocando One Direction para tocar.

— Tudo bem? – sussurrou Johnny perto do ouvido de Albus.

— Acho que sim – respondeu o garoto. – Diego não vai ficar feliz por eu ter vindo sem ele, mas aparentemente ele também é um mentiroso manipulador, então o que eu posso fazer?

Johnny riu, puxando a mão de Albus e a apertando.

— Vai ficar tudo bem, Al. – Ele tentou puxar sua mão de volta, mas Albus a apertou novamente. Não sabia que precisava tanto segurar a mão do amigo até segurar. Johnny deixou.

Os cinco amigos chegaram antes de James e Alice, o que, pensando em retrospecto, Albus só conseguia agradecer.

— Onde será que posso deixar meu casaco?

— Geralmente eles deixam no armário embaixo da escada – disse Albus para Scorpius. – Me dá aqui, eu vou guardar o meu também.

Albus pegou o casaco do amigo e abriu a pequena porta.

Agora vejam, muita coisa melhor poderia ter acontecido naquele momento. O ápice da noite e a história poderiam ter acontecido de maneiras muitos diferentes, mas ainda assim, o que de fato ocorreu era o jeito favorito de contar aquela história, mesmo depois de anos, pelos cinco amigos. Era a única história que Roxanne nunca precisou aumentar para deixar impressionante.

Se antes Albus havia se sentido anestesiado, ele não se lembrava, pois ali, embaixo da escada da casa de Bill e Fleur Weasley, estava Diego Wood beijando algum cara que Albus nunca havia visto na vida.

Os dois pararam assim que a porta se abriu, os lábios vermelhos e os olhos arregalados em surpresa e culpa por terem sido pegos.

— Escute, Al, não vamos fazer disso uma ce...

Foi essa frase. Essa bendita frase.

"Escute, Al, não vamos fazer uma cena na frente das pessoas."

Se ele não tivesse dito isso, Albus provavelmente só teria batido a porta de volta na cara deles, virado as costas e ido embora porque ele era mais como esse tipo de pessoa, mas não. Diego não era o tipo que não falava nada e por isso ele precisou abrir a boca. E por isso, sem pensar duas vezes, Albus se apoiou na parede, enfiou o braço dentro do armário e agarrou a gola da camisa de linho muito bem passada de Diego.

— Com licença, cara – disse ele para o garoto desconhecido, que apenas encarava a cena, assustado.

Albus puxou o garoto de lá com toda força que tinha, o jogando no chão do corredor, bem aos pés dos amigos que, até aquele momento, não haviam notado nada.

— Al...

— Não me chame de Al, seu babaca presunçoso! Meus amigos me chamam assim, minha família me chama de Al, um idiota como você não me chama de Al!

Diego se levantou, olhando em volta e percebendo que a maioria das pessoas haviam parado para olhar o porquê do garoto estar cercado pelos três primos Weasley, Malfoy e Longbottom.

— Olhe, Albus, não vamos fazer isso aq...

— Vamos fazer isso onde eu quiser, porra! – exclamou o garoto. Albus nunca havia se sentido tão bravo na vida e sabia que metade daquela raiva era direcionada muito mais a si mesmo do que ao próprio namorado – claramente ex-namorado naquele momento –, mas não deixaria que isso interferisse em fazer Diego pagar nem que fosse um pouquinho. 

Diego, como um bom filho de celebridade, evitava expor seus erros em público e Albus sabia que era isso que o estava incomodando muito mais do que o namorado de um ano ter o pegado traindo.

Scorpius, para entender totalmente o que estava acontecendo, esgueirou-se para perto do melhor amigo e abriu a porta do armário atrás dele, vendo o garoto com o cabelo bagunçado encolhido lá dentro. Scorpius bateu a porta com tanta força quando tudo se encaixou na sua cabeça que provavelmente até as vigas da casa tremeram.

— Se você queria terminar, por que você só não disse? Por que me fazer pensar... querer que eu ficasse em casa... longe dos meus amigos...!

— Amor, qual é, nós podemos resolver isso.

Albus riu alto, respirando fundo ao tentar controlar as palavras que apenas saíam descoordenadas de dentro de si.

— Não, não acho que podemos resolver o fato de você não passar de um lixo traidor, Wood.

Diego ergueu os braços em rendição.

— Olha, se você quer que seja assim, então tudo bem. Não vou ficar aqui sendo ofendido por você. Te dei tudo de mim, Albus, mas se nem isso foi bom o bastante para você... – ele deu de ombros e Rose ao lado do primo riu em descrença com a audácia que o garoto conseguia ter em se fazer de vítima mesmo depois de ter sido pego em flagrante. – Só te desejo sorte para conseguir arranjar alguém que aceite toda essa sua personalidade infinitamente sem graça e dram... –

Diego nunca conseguiu terminar a frase Albus podia ser muita coisa, mas nunca fora de conflitos. Uma coisa era expor Diego na frente de todos no auge da sua raiva por ter sido traído, outra bem diferente era bater nele. Scorpius até avançou para cima do objeto de ódio de todos naquele corredor, mas Rose segurou seu braço na mesma hora o impedindo.

O problema foi que ninguém segurou o braço de Johnny Longbottom e em um segundo, Diego estava no chão com a mão sob o nariz que sangrava sem parar.

— Meu Deus! É a melhor festa do ano! – exclamou alguém atrás deles.

— Tirem esse imbecil daqui, pelo amor de Deus – disse Dominique que havia acabado de se juntar aos primos.

— Não, não, deixa ele levantar! Deixa ele levantar! – pediu James Sirius na porta. Albus olhou para o irmão surpreso, não sabia que eles haviam chegado, muito menos como ele havia conseguido se manter longe da discussão. – Vamos lá, seu pedaço de merda, levante! Eu quero muito ver você ficar de pé.

James deu um passo à frente, encarando o garoto no chão e Diego, como se já não estivesse sendo humilhado o bastante, rastejou para trás como uma minhoca assustada.

— Não, Jay. Chega – disse Alice segurando o peito do namorado. – Só coloque o lixo para fora. Johnny já fez estrago o suficiente.

James suspirou, meio contrariado, mas pegou Diego pelo braço e o levou para o lado de fora.

— Você está bem, Al? – perguntou Roxy.

O garoto olhou em volta, como se estivesse enxergando tudo pela primeira vez. O olhar preocupado que Alice dividia, ainda na porta, entre Albus e o quintal, provavelmente com medo do que James Sirius era capaz de fazer com alguém que magoasse seu irmãozinho, viu Rose ainda segurando firmemente o braço de Scorpius e a mão vermelha de Johnny que ainda jazia fechada.

Então Albus riu e chorou e então riu mais um pouco enquanto mais lágrimas caíam. Ouviu Dominique gritando para todo mundo circular porque o show havia acabado e sentiu os braços de Rose em si enquanto seus amigos o tiravam de dentro da casa e James o colocava no próprio carro em direção a casa de Johnny e Alice Longbottom, porque Roxanne havia prometido uma enorme festa do pijama como as que eles costumavam fazer quando menores n'A Toca, só que dessa vez no quarto de Johnny.

Albus tentou não chorar, tentou mesmo. Tentou evitar que sua mente fosse tomada por pensamentos do tipo: "é claro que ele estava te traindo, olhe só para você e olhe para ele!", mas o máximo que conseguia era não os repetir em voz alta para os amigos que tentavam animá-lo com tanto empenho.

Eles dividiram a noite e quase a madrugada toda em assistir os filmes de ficção cientifica favoritos de Albus enquanto devoravam o bolo e os biscoitos junto com sorvete que Alice prontamente pediu por aplicativo, mesmo que não estivesse em casa e sim com James Sirius. Ela havia alegado entender de coração partido enquanto trocava um olhar significativo com o namorado.

E quando todos pareceram dormir, Albus se levantou e caminhou até a varanda do quarto de Johnny, não entendendo exatamente por quê, mesmo amando tanto os seus amigos, ainda sentisse como se não conseguisse respirar.

— Tudo bem por aqui? – perguntou Johnny parando ao lado do amigo que ainda tinha os olhos presos no céu escuro. Albus suspirou, deixando que a voz suave e calma do amigo preenchesse o lugar e fizesse a sua mágica. 

Albus sempre se sentiu melhor ao lado de Johnny.

— Fui muito idiota, não fui? Era tão óbvio e eu não consegui ver.

— Não era óbvio, não. Nenhum de nós sabíamos.

— Mas eu devia ter imaginado – insistiu Albus. – Ele não podia mesmo só gostar de mim, eu fui muito ingênuo.

— Ei, Al, espera aí – disse Johnny na mesma hora. – Isso não foi sua culpa. Diego era um babaca tóxico e abusivo, ponto. Essa é a história. Você não fez nada.

Albus suspirou, notando a mão do amigo que ficava cada vez mais vermelha.

— Sinto muito pela sua mão – disse ele.

— Não sinta, eu sempre quis fazer isso.

Albus riu.

— Sinto muito por ter me apaixonado primeiro também – disse depois de um tempo. – Deve ser alguma síndrome de filho do meio. Eu tenho dificuldade em acreditar quando a coisa que eu escolhi também me escolhe de volta e acabo ficando meio deslumbrado – disse ele em um tom de voz divertido, mas Johnny não riu.

— Al, você não precisa se desculpar por nada. Você encontrou uma pessoa ruim no ensino médio. Todos nós já estivemos aí. Eu com Tom no primeiro ano, Rose com Ben, Scorpius com Melanie, Roxy com a porcaria do Peter...

— Peter! – Albus exclamou aos risos. – Nem lembrava dele direito.

— E em breve você não vai mais lembrar desse também. Vamos para faculdade, Al, vai ter muita gente lá para você criar alguns atos – disse Johnny com um sorriso que Albus achou ligeiramente forçado.

— Acho que vou ficar devendo nisso aí – disse Albus. – Diego sempre disse que ninguém nunca ia me amar como ele, ninguém nunca ia entender as coisas que eu gosto como ele... não sei se quero isso de novo.

Johnny revirou os olhos, abandonando o céu estrelado acima deles e mirando o amigo. Seu tom de voz era tão sincero e decidido que fez Albus sentir vontade de chorar.

— Diego não sabe o que é gostar de alguém, Al. Amar você não é um favor, amar você é um privilégio. E se ele não conseguiu ver isso, o azar é só dele. Você é uma das melhores pessoas que eu conheço e tenho certeza... – ele hesitou por um momento, abrindo um sorriso logo em seguida. –... tenho certeza que vai encontrar a melhor pessoa do mundo, exatamente como você merece. O amor não é o problema, nunca vai ser, só o Inominável que era.

Os dois riram e Albus se afastou do parapeito, indo de encontro ao amigo e o abraçando.

— Minha prima Violet uma vez me disse que a vida era mesmo feita de amores. Alguns correspondidos, outros não. Acho que ela esqueceu de adicionar que às vezes nos enganamos também... – disse com um sorriso. – Mas o que importa é que a vida é sempre feita deles no fim das contas.

Os olhos de Johnny estavam brilhando quando os dois se afastaram e Albus sorriu ainda mais, porque Johnny sempre deixava todos sorrindo então era bom fazê-lo sorrir também.

— Eu concordo – disse ele e apontou para dentro onde Rose e Scorpius dormiam perigosamente próximos na cama de solteiro e para Roxanne que roncava baixinho no colchão cheio de almofadas coloridas que ela havia colocado no chão. – E por sorte temos um quarto cheio disso há anos.


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Notas finais do capítulo

oiee! e esse foi o garoto do nosso quinto ato. taylor swift uma vez disse que aos 17 anos não sabemos de muita coisa e eu preciso dizer que diego wood não sabia de absolutamente nada na minha opinião. mas e a de vocês? o que acharam dele, da situação, da reação do al e dos seus amigos? espero muito que tenham gostado e amanhã eu volto com o nosso último ato! ♥



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