Os Seis Garotos de Albus Potter escrita por Morgan


Capítulo 4
Quarto ato: Scorpius Malfoy




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O quarto ato foi para Albus Potter o mais rápido e definitivamente o mais vergonhoso. Depois do fatídico momento com Peter Thomas-Finnigan, Albus resolveu contar para a família, que é claro o apoiou sem pensar duas vezes.

— Sabia – disse James Sirius. – Por isso você chorou quando Huckling e Wiccano ficaram juntos.

— Chorei porque foi bonito, idiota, não porque eu sou gay.

— Claaaro – disse James, saindo da cozinha com sua tigela de cereais.

Albus já havia tido seu primeiro amor platônico, seu primeiro quase-namorado e o primeiro coração partido, mas aos 16 anos, teve seu primeiro engano.

Com o seu melhor amigo.

De repente, absolutamente do nada, Scorpius passou a ficar mais bonito. Albus não sabia dizer se era o cabelo maior, o fato do amigo ter crescido uns bons dez centímetros nas férias ou ele ter entrado para o time de futebol. Só achou, por três semanas inteiras, que estava começando a gostar do melhor amigo e aquilo sim, assustou Albus da cabeça aos pés muito mais do que sequer perceber que gostava de garotos no geral, porque a última coisa que queria na vida era gostar de Scorpius Malfoy.

A amizade entre os dois havia começado logo nos primeiros dias de aula durante o sexto ano e desde então eles não haviam mais se separado. Faziam trabalhos juntos, viajavam juntos, até mesmo o natal Scorpius passava n'A Toca quando as coisas em sua casa ficavam muito sufocantes com seus avos preconceituosos e seu pai submisso. Ele também passava bastante tempo na casa de seu tio Fred, pois sua esposa era prima de Draco Malfoy e embora eles brigassem constantemente, sempre havia tratado o filho do homem como um sobrinho muito amado.

Scorpius havia sido adotado pela família Weasley-Potter e Albus não poderia jamais estragar isso. Principalmente quando o amigo era hetero e todos sabiam.

Foi pensando isso que Albus decidiu se afastar, colocar as coisas em perspectiva até que tudo se ajeitasse e ele parasse de sentir atração pelo melhor amigo. Não gostava de ignorar as mensagens de Scorpius ou recusar seus convites para sair, mas precisava colocar a cabeça no lugar antes que fosse arremessado sem cinto de segurança para o Vale das Amizades Desfeitas.

— Alice contou, mas eu realmente não achei que era verdade.

Albus desviou o olhar do computador apenas para ver Johnny parado na sua porta.

— Você não pode mesmo estar cogitando perder o primeiro jogo de Scorpius como titular. Você sabe que o pai dele não vai, não é?

— Tenho muito dever acumulado...

— Al! – exclamou Longbottom entrando no quarto e encostando a porta. – Ele vai ficar muito magoado se você não for, sabe como ele se finge de durão, mas não passa de uma manteiga derretida. Já estava reclamando essa semana que você mal fala com ele.

Albus suspirou, girando sua cadeira de rodinhas até ficar de frente para John.

— Só ando muito ocupado...

— Somos todos do mesmo ano, Potter – Johnny sorriu. – Me diga o que está acontecendo, talvez eu possa ajudar.

Albus suspirou, mexendo os pés e fazendo a cadeira deslizar até a parede oposta do quarto. Viu James e Alice, irmã de Johnny, entrando no carro. Alice era uma das líderes de torcida e James, o capitão do time. Eles eram como aqueles casais de filme, exceto que não viviam sob os estereótipos dos anos 2000 de líder de torcida burra e atleta babaca.

Se bem Albus achava James Sirius bem babaca sim, mas só porque era seu irmão. 

— Acho que estou gostando do Scar.

— Por que?

— Não sei porque, apenas acho – retrucou Albus provocando uma risada em Johnny.

— Al, por que você sempre precisa gostar de alguém?

O garoto desviou o olhar da rua, piscando confuso em direção ao amigo. Johnny passou os dedos pelos fios claros de seu cabelo, que eram iguaizinhos aos de Alice, antes de abrir um sorriso amigável.

— Você está sempre gostando de alguém ou sempre achando que está gostando de alguém.

— Só tenho 16 anos, tenho os hormônios à flor da pele.

Johnny soltou uma risada, indo até a ponta da cama e puxando a cadeira de Albus para perto dele com o pé.

— Al, você não precisa gostar de alguém o tempo todo. Você pode deixar que alguém goste de você às vezes, sabia? Você pode esperar – disse ele, sua voz calma e suave fez com que Albus se sentisse acolhido mesmo que no fundo parecesse estar levando um sermão. – Tudo bem se sentir atraído pelo Scar, ele é bonito mesmo. Não tem motivo para fingir que não.

— Você acha mesmo?

— Que ele é bonito?

Albus riu.

— Que eu gosto de alguém o tempo todo.

— Acho que você tem muito amor dentro de si, Al e acaba confundindo um pouco as coisas. Não nos apaixonamos porque as pessoas são bonitas ou engraçadas.

— Você podia ter me dito isso antes do Peter!

Johnny riu, ficando de pé e fazendo Albus ficar também.

— Deixe que as pessoas gostem de você e aí tudo vai ser mais fácil. Agora vai trocar de roupa, temos um jogo importante para assistir!

Em menos de meia hora, Albus e Johnny já estavam na arquibancada. Johnny havia sido o primeiro dos amigos a tirar carteira de habilitação e Albus já começava a ver as vantagens disso. Quando as líderes de torcida entraram em campo e música da banda começou a ressoar por todo o campo, Albus se virou para o amigo de infância.

— Johnny, a nossa conversa, que tivemos lá em casa, pode ficar entre nós?

Longbottom abriu um sorriso brilhante antes de passar os dedos nos lábios como se fechasse um zíper.

— Morto e enterrado.

— Obrigado – disse Albus. – De verdade. Por todas as coisas que você disse e por não ter me deixado perder o primeiro jogo do Scar. Ele é meu melhor amigo e eu ando falhando com ele.

— Está tudo bem, Al. Você estava um pouco confuso. Todos nós já estivemos aí.

— Já? – Albus arqueou a sobrancelha para o garoto, que abriu um sorriso tímido assim que os olhos verdes de Albus pousaram nele. – Até você, Johnny boy?

— Até eu, mas isso é história para depois.

Albus apontou o dedo indicador para Johnny. – Vou cobrar.

Eles voltaram a olhar o campo. As garotas estavam saindo para dar lugar aos jogadores e Albus reprimiu uma risada quando seu irmão segurou Alice Longbottom pelo braço e beijou seus lábios rapidamente, fazendo o time e toda a escola que os assistiam gritar enquanto Johnny revirava os olhos ao seu lado. Tinha certeza que em algum lugar a diretora Minerva McGonagall e Neville Longbottom estavam tendo a mesma reação.

Scorpius logo apareceu, consideravelmente mais magro que os outros jogadores, mas também muito mais alto e Albus riu de si mesmo. Amava Scorpius, amava mesmo, daria sua vida pelo amigo se precisasse, mas se apaixonar? Por ele?

Onde estava com a cabeça?!

Até quando teria pensado essas besteiras senão fosse Johnny?

Sentiu o ombro de Johnny batendo no seu e se virou para o amigo que apontou para uma cabeleira ruiva dois degraus abaixo, praticamente se jogando do parapeito para o campo. Rose estava ao lado de Roxanne e mal piscava enquanto assistia Scorpius parar na fila que James estava organizando.

— Está vendo só? Ele é bonito. Todo mundo acha, até sua prima.

Albus soltou uma risadinha, balançando a cabeça de leve e percebendo pela primeira vez algo que estivera na sua frente durante seis longos anos e ele nunca havia se esforçado para entender.

— Acho que ela acha até um pouco mais do que isso. 


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Notas finais do capítulo

porque nem tudo é simples e eu acho que a maioria das pessoas já achou, pelo menos por um momento, que gostava do melhor amigo. pelo menos albus entendeu tudo rápido, não é? amanhã tem o quinto ato e penúltimo capítulo! ele é o maior capítulo até agora com pouco mais de 3k palavras! eu ainda to escrevendo o último, mas espero não ficar tão grande assim hahahah me digam o que acharam! beijo & até amanhã! ♥



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