Naruto encontrou o suposto vampiro antes do que esperava. Enquanto seguia para o endereço que Sakura lhe entregou, passou por um bar onde o viu jogando sinuca. Adentrou o local e o viu amarrar a cara assim que o avistou.

— O que você quer agora, caçador de vampiros? — ele perguntou.

— Meu nome é Uzumaki Naruto — apresentou-se — Podemos conversar um pouco?

— Claro — respondeu de má vontade. Abandonou o jogo e o seguiu até o bar. Naruto pediu um copo de uísque, mas Sasuke ficou em silêncio.

— Não vai querer nada?

— Eu não bebo — ele esclareceu.

— Então o que fazia em um bar?

— Gosto de jogar — Sasuke deu de ombros — Então, o que quer comigo?

— Saber porque exatamente sua ex-esposa suspeita que você é um vampiro — foi direto ao ponto — Parece que seu comportamento mudou quando você pediu transferência para o turno da noite, certo Sasuke…

— Uchiha Sasuke — ele falou — Fiz isso para passar mais tempo longe, mas percebi que não tinha mais jeito então pedi o divórcio poucos dias depois — explicou — Até cheguei a pensar que ela enfim estava seguindo em frente quando te vi lá, mas parece que me enganei.

— Foi só isso mesmo? Você poderia ter voltado para o turno do dia depois que se separaram.

— Você é advogado, não é? Está usando essa história de caçador de vampiros como fachada — Sasuke acusou — Por que eu deveria contar a minha vida pessoal para um estranho?

— Já disse que não sou advogado. Mas você tem razão, isso não parece uma conversa sobre vampiros — Naruto ingeriu um gole da bebida. Em seguida tirou um dado do bolso — Você disse que gosta de jogar, certo? Então vamos fazer uma pequena aposta: Você escolhe um número e eu escolho outro. Se sair o número que eu escolhi, eu faço uma pergunta e você terá que responder. Se sair o número que você escolheu, você me faz uma pergunta. Se sair qualquer outro número, jogaremos o dado de novo até sair o número escolhido. Que tal?

— Parece interessante — Sasuke sorriu — Por mim tudo bem. Escolho quatro.

— O número da morte* — Naruto falou para si mesmo — Escolho seis — jogou o dado para o alto. Deu cinco. Jogou de novo, e então deu seis — Parece que ganhei essa rodada — Naruto terminou sua bebida e o garçom encheu o copo dele novamente — Você pode me contar o que sabe sobre o folclore dos vampiros?

— O que todo mundo sabe… que tudo começou com o Conde Drácula a vários séculos atrás. Ele é imortal, se alimenta de sangue humano e fica se mudando de tempos em tempos para que ninguém suspeite da verdadeira identidade dele, já que ele não envelhece…  e que está escondido em algum lugar da Inglaterra agora.

— Como você pode saber que ele está na Inglaterra? Quem te contou isso? — Naruto perguntou. Nem mesmo ele tinha confirmado essa informação. Ninguém sabia onde o Conde Drácula se encontrava realmente, a menos que se encontrasse com ele. Mas não viveria para contar a história — Não me diga que o encontrou e sobreviveu a um ataque dele?

— Você disse que era uma pergunta por rodada. Já gastou a sua — Sasuke lembrou, jogando o dado em seguida. Deu quatro — Minha vez. Acredita mesmo que sou um vampiro ou só está me investigando porque a Sakura pediu?

— As duas coisas — Naruto respondeu, bebericando o uísque — Quando te conheci na casa dela você não parecia um vampiro, mas agora estou na dúvida — terminou sua bebida e jogou o dado. Deu três. Jogou de novo e deu seis — Você sabe como se mata um vampiro?

Sasuke crispou os lábios e o encarou em silêncio por um instante.

— Não — respondeu por fim — É trabalho seu saber dessas coisas.

— Está mentindo — Naruto acusou — Você demorou muito para responder.

— Não estou mentindo. Apenas estava tentando me lembrar de alguma forma de matá-los, mas não sei nenhuma — ele jogou o dado antes que Naruto pudesse rebater. Deu um e ele jogou novamente. Deu quatro — Minha vez. Me deixe em paz.

Não era uma pergunta, mas a mensagem foi bem clara. Sasuke retirou-se às pressas e desapareceu quando deixou o bar. Talvez Sakura tivesse razão afinal. Talvez ele fosse um vampiro disfarçado, escondido entre os humanos. Naruto teria que investigá-lo um pouco mais para ter certeza. Terminou sua bebida enquanto pensava como colocaria seu plano em ação.