Amor Perfeito XV escrita por Lola


Capítulo 16
Ajuda arriscada


Notas iniciais do capítulo

Voltei (:
boa leitura ♥



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Murilo Narrando

Talvez eu não devesse estar fazendo aquilo, de qualquer forma eu precisava. Ir atrás de Kevin agora era uma decisão que eu não conseguia controlar. Eu o encontrei em sua casa com Danilo, o tal Luiz e mais um amigo, eles ouviam música e bebiam. Eu tinha que intervir.

— O que você quer aqui? Aceita? – me apontou a garrafa, que bati em seu peito.

— Podem ir para casa de vocês? – ele estranhou a forma atrevida com que me dirigi aos seus amigos.

— O cara tá na pior, deixa ele se divertir. – Danilo reclamou, tentando em vão me fazer ir embora.

— Não é disso que ele precisa agora. – afirmei com convicção.

— Ah, qual é Murilo? – desliguei o som.

— É sério. Saiam. – Danilo foi o primeiro a desistir e os outros dois foram depois dele.

—  Kev... Desabafa... – me sentei ao seu lado no sofá. – Diz tudo que tá pensando em relação a Rafael.

— O que você quer saber? – me olhou por meio segundo e desviou o olhar. – Não há nada a dizer.

— Diz tudo o que pensa e sente. Tira isso de dentro de você. – não sei se era efeito da bebida, mas senti que ele cogitou fazer o que pedi.

— Seu papinho não vai dar certo dessa vez. – ficou sombrio como uma noite em uma floresta, sem lua nem qualquer estrela. – Ele é um filho de uma puta e é isso que tenho para dizer.

— Está com ódio. Não precisa nem me contar. – respirei fundo. – Kevin...

— Não. Nem pede. Destruir ele é tudo que me resta. – fiquei analisando sua postura quieta por um tempo.

— Não é assim que você vai melhorar.

— Eu tinha que aceitar situações que não concordava. Eu sempre me rebaixava. Talvez eu tenha me perdido nessa submissão. – deixei que ele se abrisse. – Achava que estava melhorando, aprendendo, me tornando uma pessoa que tinha muito jeito para lidar com os erros dele. Achava que estava tudo bem. – senti vontade de pegar em sua mão, mas achei melhor me manter afastado. – Afinal ele passou tanta coisa para gente ficar junto! Eu tinha certeza que ele era o homem da minha vida, que íamos nos casar. – passou a mão no dedo que antes carregava a aliança. – E ele já estava com outra. – me olhou. – O que quer que eu diga ou faça Murilo?

— Mas ele já te ajudou muito também. Nem tudo foi ruim.

— Justifica me fazer ficar uma semana péssimo, sem comer e sozinho? Fora que foi desumano ele aceitar o pedido de casamento e deixar esse tempo todo passar... Não tente defendê-lo.

— Não estou tentando. Também odeio traição. – de algum jeito o clima ficou estranho. – Estão chamando. – apontei para a parede.

— É ele. Todos os dias ele vem. – contou com descaso.

— Não vai atender? – desviei o olhar.

— Eu não acredito em mais nada que ele diz. Tem zero chance de voltar. Ele já tentou fazer de tudo, mas eu não vou. Ele escondeu a traição por muito tempo e eu vivi a minha vida para ele. – me olhou e do nada sorriu.

— O que foi? – dei uma risadinha baixa.

— Ainda vou entender o mistério que ronda você e a sua irmã, que eu não consigo dizer não aos dois.

— Kevin – o olhei sério. – Não quero você ofendendo Alice.

— É a única coisa que eu faço que tira o Arthur do sério. Ela não se importa.

— EU me importo. Promete? – o analisei.

— Vou tentar. Não prometo nada. Não gosto de promessas Murilo. – senti meu corpo inteiro se arrepiar com a forma como ele falou. Ficamos um tempo em silêncio, porém esse silêncio não me incomodava em nada.

— De novo. – ele se levantou e foi olhar quem chamava, era todo mundo.

— Anda logo, vai embora e leva esses idiotas daqui. – ordenou de forma fria. – Anda Murilo.

— Você é um escroto, sabia? – concordou parecendo não se abalar. – Tchau Kevin. Se cuida. Pare de beber tanto. E saiba que eu me preocupo.

Apesar da insistência de Arthur para tentarem entrar, eu os convenci a irmos embora. Era melhor não ficar forçando. A evolução com ele tinha que ser bem aos poucos.

— Então quer dizer que ele se abriu? – meu primo questionou na biblioteca após eu contar sobre a tarde com Kevin.

— Ele está sofrendo muito. Tem que superar a traição. Isso para ele não passa de choradeira, dramalhão e vontade de morrer. Ele é prático demais para lidar com o que está sentindo. – ouvimos barulho de palmas. Já sabia quem era antes de me virar.

— Pra quem fala tanto do Caleb... Tá bem parecido com ele hein Murilo?

— Só estou tentando te ajudar.

— Contanto para todos o que conversamos hoje? Sério mesmo?

— Por isso sou comparado a ele?

— Vai insultar o meu pai?

— Eu não vou, mas todos aqui nessa casa sabem que você merece. Todos nessa cidade. A cidade que ele só usou para enriquecer. E se quer saber, não é por mim que você vire o demônio. – sai nervoso. Ele usou a única pessoa que não podia. Aquela que eu tinha ódio mesmo após morto.

— Ei espera. – ouvi a voz de Fabiana que já estava conosco graças a intriga de Kevin. Ela me parou na porta. – Por que vocês sempre dão o que ele quer?

— Fica impossível quando ele se esforça tanto.

— Não pode ser assim Murilo. – ela tentou me convencer que eu estava agindo errado e acabamos mudando de assunto, rindo do quanto ela já sofreu por mim e passou vergonha. Aquilo aconteceria todas as vezes em nossos encontros.

— Por que tá me olhando assim? – perguntei desconfiado. 

— Quero te dar um conselho. – mudou o tom de voz anterior para suave e meigo. – Não desiste. E quando digo isso não é de ajuda-lo e sim a lutar por um amor que você não consegue tirar de dentro do seu peito.

— Vamos voltar para lá, ele deve estar dizendo horrores para todos. – ela felizmente não discutiu.

— O meu verdadeiro eu, é obscuro. Murilo não me mudou, só me manteve longe de quem eu realmente sou. – o ouvi dizer ao entrar.

— Como? Egoísta, manipulador, inconsequente? – Arthur pelo visto discutia com ele.

— Muito mais que isso. – resolvi entrar no meio.

— É mesmo. Mas é essa pessoa que o pediu perdão e disse que o amava um dia, e é dessa pessoa que eu nunca vou me afastar. – todos se espantaram com a minha fala e mudança de postura, acho que até ele.

— Ele vai acabar se afundando. Não queira um homem assim. – meu primo me aconselhou em um tom de voz baixo o suficiente que o irmão não pudesse ouvir.

— Tarde demais. – admiti envergonhado.

Agora ele sabia que para me tirar do eixo era só citar o pai dele. Eu teria que manter a calma, ter muita paciência e perseverança se quisesse ajudar Kevin. Mas eu estava certo de que era isso que eu queria, então metade do caminho estava percorrido.

Ele tentou me rebaixar mais uma vez e foi embora. E eu? Fui atrás dele. Porque era isso que eu fazia. Eu não desistia.

— Sai daqui. – ouvi sua voz sem ele me ver.

— Como você sabia que era eu?

— Senti o cheiro de desespero. – balancei a cabeça negativamente.

— Vai continuar com isso de tentar me insultar? Não está funcionando.

— Eu discordo. – continuou concentrado no que fazia.

— Isso não vai te deixar melhor. – vi o que ele estava prestes a fazer. – E aposto que não tem licença.

— É um corvo. Não é como se eu fosse matar um animalzinho indefeso.

— Só porque ele pode simbolizar a escuridão, a morte, a solidão, o azar e o mau presságio devido a sua coloração preta e hábitos necrófagos? Sabia que ele pode ser visto como cura, fertilidade e esperança também? Tudo tem dois lados.

— Você só vê o segundo. Exploração de ingenuidade. – dei uma risada. – O engraçadinho aqui sempre foi você e não eu. – resmungou com péssimo humor. – Como me achou hein Murilo?

— Admito que não foi o primeiro lugar que procurei.

— E qual foi? – nos olhamos.

— O hotel, claro.

— Estou de licença forçada. – virou os olhos. – Gustavo acha que preciso de uns dias para me recuperar.

— Inteligente. – olhei a mata.

— Ele vai mudar de ideia quando aquele lugar começar a entrar em desordem. – se virou para mim. – Por que fica atrás de mim?

— Você sabe. Quero só te ajudar.

— Não tem motivo para querer isso.

— Kevin... Nos afastamos, mas eu ainda te conheço. Você não quer ser assim. Isso é o meu maior motivador.

— Você venceu. – estreitou os olhos mirando o pássaro. – Eu quero ser muito... – virei o rosto, mas ouvi o pequeno animal cair. – Legal.

— Ele não tinha culpa da sua dor. Ninguém tem. Sua guerra chegou a esse ponto? Matar alguém?

— Eu gosto da ideia. – deu aquele sorriso que eu detestava. O que o deixava parecido com o pai. – Vou para Alela e não te quero me seguindo, ou eu arrebento o carro do seu pai e você terá problemas sérios com ele.

— Meu pai não é apegado a bens materiais como o seu era Kevin.

— Mas eu posso acabar te atingindo. – fiquei olhando pra ele. – Não teria coragem de testar minha disposição né?

— Pode só me responder uma coisa antes de eu ir embora?

— Não. – tentou ir, mas eu o segurei.

— Por que os dois anos que passei fora te afetaram tanto se você estava feliz com ele? - estreitou os olhos.

— Está tentando trazer um pouco de sentimento para minha vida?

— Estou tentando te entender.

— Foi assim que acabamos juntos, então é melhor ficar confuso.

— Kevin. – o segurei mais forte. – Sobre o que me disse... – me interrompeu.

— Esquece aquilo. Você estava certo. Eu estava confuso, sofrendo e vi em você uma opção fácil e rápida. – me olhou de cima a baixo. – E bem mais ou menos.

— Dói ser insultado por você o tempo todo, sabia?

— Ainda nem comecei. Deixe-me ir Murilo.

— Não quer saber o que eu tenho a dizer?

— Não. – soltei seu braço e deixei ele ir. Foi então que percebi que eu iria me machucar tremendamente estando ao lado de Kevin e tentando tira-lo do buraco que ele se enfiou.

Cheguei em casa e ninguém mais ninguém menos me esperava que Rafael. Ansiava que não fosse para brigar. Nos sentamos do lado de fora de casa e ele começou a falar, aparentando nervosismo.

— Vi que estava na casa dele mais cedo. – o interrompi.

— Não é nada do que está pensando. Ele tá sem controle e estou tentando manter a cabeça dele no lugar. – seu olhar não encontrava o meu.

— Como ele está?

— Péssimo. Depois da palhaçada que você fez.

— Vim pra te dizer umas coisas que você não sabe sobre ele. E pode ajudar muito agora. No porão da casa dele, o convença a estar lá. É muito especial pra ele e ele vai se sentir bem.

— Sinto muito. Ele já quebrou o seu vaso e tudo o que tinha lá. – vi seu olhar entristecer.

— Religião. Ele se apegou a isso quando te perdeu. Pode ser um bom caminho agora, você só precisa...

— Não. – o parei. – Ele cometeria atrocidades na presença de pessoas religiosas. Rafael... Esquece. O Kevin que você conheceu não existe mais. Estou tentando resgatar um Kevin que conheci um dia que talvez parte dele esteja ainda lá perdido.

— Nem Alice tá conseguindo tira-lo dessa?

— Ele tá atacando minha irmã o tempo todo. Se veio querendo que eu o ajude, relaxa... Eu estou fazendo tudo o que posso.

— Tudo bem. – suspirou e se levantou. – Nunca pensei que diria isso, mas obrigado por estar com ele. Só uma pergunta... Ele nunca vai me perdoar né?

— Você sabe a resposta. E não fica atrás dele... É triste dizer, mas é perigoso.

— E o Arthur? Você acha que algum dia ele pode voltar a falar comigo?

— Sinceramente eu não sei. Deixa o tempo passar. – ele concordou, me agradeceu novamente e se foi. Minha irmã me encheu de perguntas e eu respondi minimamente, estava cansado de ficar o dia todo na missão de resgatar a alma do Kevin.

Alice Narrando

Até quando meu irmão iria agir daquela forma? Costurando os erros do Kevin? Sabia que ele seria respondido com extrema maldade.

— É incrível você ainda não ter me esquecido. Devo ser muito bom mesmo. – eu imaginei. Arthur segurou minha mão. Sabia que eu queria estapeá-lo.

— Não é sobre isso. Mas se te faz se sentir melhor...

— Se fosse tão bom assim não tinha sido traído. Para de humilhar o Murilo, ele só quer te ajudar. – Ryan se intrometeu.

— Vou ter que defender o diabo, porque não tem nada a ver a falta de caráter do Rafael com ele ser ou não bom.

— Você quer ser ruim Kevin? Vamos começar pelo fato de quem não esqueceu quem. – o desafiei.

— Arthur a Alice já te contou o que rolou na capital? – sorriu. – Deve ter contado. Ela me prometeu que não contaria a ninguém, mas claro que vocês sendo um casal modelo... Ou... Parece que nem tanto.

— Não estou entendendo.

— Deixa pra lá. Você também não ia gostar se soubesse.

E então ele saiu, como um fantasma. Certamente satisfeito. Arthur mesmo sabendo que era uma intriga, caiu na dele e ficou estranho comigo.

— Tentem entende-lo. A dor, o vazio... É quase infinito para ele. Kevin foi apunhalado pelas costas pela pessoa que mais amava na vida, alguém que o salvou logo depois de perder quem ele tanto amou. Ele está vivendo um inferno. – meu irmão falou e infelizmente eu tinha que concordar com ele.

— Vejo um quase homem inocente. Que foi muito machucado, desde a sua infância e isso não mudou na adolescência, mesmo que ele tenha mudado. Essa combinação foi decisiva para ele se transformar no monstro que ele se transformou. – opinei. – Ele tem sombra e luz dentro dele, como todos. Mas ele deixa a sombra sobressair quando tudo sai do controle.

— Como ele agia antes da traição? – Fabiana perguntou, já que mal passava as temporadas aqui. E principalmente ficava longe dele.

— Ele brincava. Na maioria das vezes. – suspirei. 

— Hoje carrega uma longa lista de maldades. – Soph disse e cruzou os braços. – É horrível ver esse garoto atacando todo mundo.

— Ele está disposto a destruir todos nós. – Lari concordou com a irmã.

— O que devemos fazer é não cair nas intrigas dele.

— Você acha que ele vai fazer apenas isso? Deixa de ser inocente Alice!

— Isso é uma guerra. E ele aprendeu a atacar quando o inimigo tá fraco. Sabe como nos fortalecemos? – olhamos todos para Arthur. – Ficando juntos. E não brigando.

— Você está certo. – Muh concordou. – Bom... Eu vou ir atrás dele... Tenho que fazê-lo se cansar de mim até ele sentir minha falta. Vejo vocês mais tarde.

Assim que o meu irmão saiu lógico que o assunto começou a ser ele. Algumas opiniões eram diversas e outras iguais. Eu nunca deixaria de achar que era errado ele arriscar o coração dele nisso.

— Murilo é a pessoa que por mais que tenha todo seu lado devasso e um adicional libertino incomum, ele é puro no sentido de alma. E Kevin é o que ele poderia encontrar de pior, é escuridão total. Só que de alguma forma, invés de se contaminar, ele conseguiu iluminar o mundo dele. É incrível. Talvez ele consiga fazer isso de novo. – Larissa soltou todo o seu romantismo.

— Ele o ama. Sempre vai amar. – Fabiana entrou no meio.

— E o que ele está fazendo por ele... Choca. Ele tá tentando colar o coração dele, sem pensar nos próprios sentimentos. – a outra respondeu de volta.

 - Realmente Murilo é puro. Eu não teria a mesma compaixão. – Fabiana opinou.

— Ouviu isso Aline? – perguntei a minha amiga que riu em resposta. – Não julgo. Também não teria. E não queria que Murilo tivesse. Agora chega de Kevin.

Arthur me questionou o que era que o irmão deixou a entender. Não acreditava naquilo. Nossa segunda briga após voltarmos. Porém, diferente da outra vez, dessa eu fiquei bem triste. Ele sabia o quanto o irmão era cruel e venenoso e foi ele mesmo que disse para todos que devíamos nos manter unidos. Estava sendo hipócrita agindo daquele jeito comigo.

— Alice! – entrou nervoso em minha casa e trombou com quem menos queria.

— O que eu já disse sobre tratar minha filha dessa forma Arthur? – meu pai o questionou de um jeito tão sério que até eu fiquei com medo.

— Perdão. É que ela não quer falar comigo.

— Então respeite o tempo dela e espere. Vá para a sua casa, é melhor. – ele me olhou por alguns segundos, mas decidiu obedecer o sogro. – O que está acontecendo? Quer conversar? – me abordou após ele ter ido.

— Kevin pai. Ele está impossível.

— Desde a morte do pai ele não é o mesmo. Mas esse moleque ganhou um par de chifres e aproveitou pra se transformar completamente.

— Não fala assim tá? Ele tá detestável, mas ainda é o Kevin.

— Eu não quero seu irmão envolvido nisso. Ele vai se ferir profundamente.

— E eu não sei disso? – quase gritei. – E ele também sabe pai. Ele só não consegue agir diferente.

— Vocês ainda vão me deixar loucos. Alice não deixe Arthur levantar a voz contigo. Nada que fizer será justificativa para isso. As coisas se resolvem conversando.

— É difícil conversar com ele às vezes... Parece fazer as coisas só para me irritar. – esbravejei. – Tá bom pai, fica tranquilo.

O resto daquele dia ignorei meu namorado e sua insistência em falar comigo pelo celular. Quando amanheceu eu enrolei um pouco na cama. Estar ali em casa de novo era diferente, mas era bom. Não iria ter mais capital, nem viagens, fins de semana... Nada disso. Agora era apenas Torres e essa vidinha pacata.

Estava descendo as escadas e me deparei com alguém esperando na sala, aliás, eram vários alguéns. Não esperava ver nenhum deles ali.

— O que estão fazendo aqui? – questionei interessada.

— Aconteceu alguma coisa. – Arthur foi quem contou. – Não sei o que é. Mas é algo muito sério. Kevin piorou em noventa por cento, e o que ele fez agora vai te deixar chocada.

— Nada que venha dele me choca mais. Diz logo.

— Colocou fogo na casa dele, só que dessa vez com a mãe dentro e agora com sucesso.

— ELA TÁ BEM? – questionei com toda euforia. Concordou gestualmente. – Ele não sabia que ela estava lá dentro? 

— Não sabemos.

— Se for o caso, a culpa vai dominá-lo. – olhei meu irmão após sua fala. – Ele ama a mãe gente, acreditem se quiserem.

— E tentou queima-la viva?

— Vou tomar um banho e ir procura-lo para entender o que ele estava pensando e ver se ele sabia que ela estava em casa ou não.

— O cara tá no alto nível de psicopatia e você vai procura-lo?

— Se ele me machucar sabe que meu pai vai atrás dele até no inferno. Fora isso, já me acostumei com as ofensas.

— A casa queimou mesmo? – Giovana questionou enquanto meu irmão subia para seu quarto lá em casa.

— Uma casa daquelas não queima assim. Parece que foi mais no porão, eu não sei. Foi contido rápido.

— Ele vai matar alguém ainda, sabia? – uma das meninas perguntou e eu me arrepiei.

— Vamos prendê-lo sem comida até ele mudar. – Soph sugeriu.

— Você não é Murilo, mas tá distribuindo receita, nesse caso que causa a morte. – Ryan disse me fazendo rir.

— Vai que resolve.

— Estou indo. – Muh apareceu e eu o puxei cheirando seu pescoço e bagunçando seu cabelo ainda um pouco molhado. – PAI ESTOU SAINDO NO CARRO.

— Você tá tão cheiroso. – elogiei antes que ele fosse.

— O seu pai vai ir trabalhar como? – meu namorado veio puxando assunto.

— No carro da minha mãe. Sabe como a agenda dela é bagunçada. – respondi com má vontade.

— Tá assim comigo ainda?

— Ainda? Só passou uma única noite.

— Tá. Eu tenho que ir trabalhar. Quando quiser conversar me liga.

— Vem aqui agora. – chamei após ele se virar e sair andando. Assim que ele chegou perto não consegui segurar um meio sorriso. – Só quero um beijo.

Suas mãos foram para a minha cintura e ele me puxou com avidez impressionante, me dando um beijo longo e saudoso. Fomos interrompidos por meu pai.

— Um dia você a trata inadequadamente e no outro estão se pegando desse jeito no meio da sala. Tá difícil Arthur. – me olhou. – E Alice também.

— É assim que as pazes acontecem sogrinho. – bateu no braço de mármore do meu pai e riu. Eu me despedi dele e fiquei com o pessoal enquanto tomava café. Fizemos teorias sobre o Kevin e aquela cabeça insana dele. Mal sabíamos que sua próxima maldade estava prestes a ser feita.


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Notas finais do capítulo

Se der volto no meio da semana :)



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