Amor Perfeito XV escrita por Lola


Capítulo 13
Recuperação


Notas iniciais do capítulo

Cumpri com o prometido e viiim (: que emoção.
O capítulo tá menorzinho, mas o próximo vai ser normal.
Boa Leitura ♥



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Murilo Narrando

Fui visitar Gardan no hotel e na saída trombei com quem eu menos queria. Sorri amigavelmente e continuei meu caminho.

— Murilo. – parei ao ouvir meu nome. Eu me virei e encarei os olhos de Eliot.

— Sim. – esperei o que fosse que ele quisesse me dizer.

— Como você está? – coçou a nuca em sinal de nervosismo.

— Bem. Preciso ir. – tentei continuar, mas ele me segurou.

— Quero te pedir desculpas de novo. Aquele cara... Terminei com ele. Bom... Ele era meio... Exagerado. – suspirei longamente.

— Sim, ele era. E eu sei bem como é isso. – relaxei os músculos.

— Você tem um tempo? Queria sair contigo, acho que você merece que eu lhe pague algumas bebidas após ter sido chamado de narcisista por minha causa por alguém nem te conhece.

— Mais uma vez Eliot? – quase ri. – Você sabe... Não pode acontecer nada entre a gente.

— Sem segundas intenções, eu juro. Eu me sinto culpado.

— Quando se trata de culpa e recriminação a fila começa atrás de mim. – demos uma risada juntos

— Por que se sente culpado Murilo? – olhei em seus olhos por um tempo longo demais.

— O básico. Fazer com que os meus pais sintam a minha falta, não ajudar minha irmã, não estar presente para aqueles que precisam de mim... Ser egoísta o suficiente para pensar só no que eu quero. – desviei o olhar rapidamente.

— Isso não é ruim. É corajoso. – ele olhou para dentro do hotel. – Tenho que entrar.... Acontece que está quase na hora do meu intervalo e eu posso estendê-lo. Posso pelo menos ir até sua casa?

— Tudo bem. – concordei e ele me acompanhou. No caminho falamos sobre como estava sendo nossos dias e quando cheguei ao apartamento perguntei se ele queria entrar.

Essa situação era nova pra mim. Ali sentados naquele sofá realmente eram apenas dois amigos conversando. Ao mesmo tempo que eu me sentia a vontade, algo me deixava sem jeito.

— Como se sente em relação a isso? – franzi a testa. – Você disse que ele já está com um ano e nove meses de namoro, bom... Você sabe até o tempo. – riu. – É uma pergunta boba. Você se sente péssimo.

— Não é bem assim. – encarei o chão. – De alguma forma sinto que os dois vão se machucar. É questão de tempo.

— Isso é a sua vontade sendo maior que sua inteligência. Não pense tanto em seu ex namorado Murilo. Quantas vezes vou ter que te dar esse conselho? Sei que deixar de ama-lo é impossível, mas o seu pensamento é controlável.

— Tudo bem. – soltei um suspiro denso e alongado. – E você, além daquele cara... Nenhuma novidade?

— A novidade está em minha frente. – sorriu docemente. – Consegui finalmente te superar. – fiquei sem graça. – Eu não estaria aqui, sabe disso, não é?

— Não iria correr o risco de mexer nessa ferida. Eu acho que te conheço. – o analisei.

— E quem era aquele... Hum... – proferiu uma palavra que significava apetitoso em francês e eu fiquei momentaneamente chocado. – Que esteve com você no bar do hotel?

— Nicolas. Irmão do Kevin. – contei desanimado. Seus olhos continuaram brilhando.

— Não existe nada entre vocês, existe?

— Está interessado nele? Sem chance! Ele é problemático demais.

— Acho que o irmãozinho dele também é e nem por isso você recuou. – fiquei sem argumentos. Defender Kevin deveria ser fácil pra mim, já que eu conhecia várias de suas virtudes, mas... Eu também conhecia seu lado sombrio.

— Quer o que, o telefone dele? Ele já deve ter voltado pra casa.

— Você é tão direto! Havia me esquecido disso. – me olhou sorrindo.

— Foi sendo direto assim que você parou em minha cama. – segurei o riso e ele me repreendeu com o olhar.

Assim que ele foi embora Alice me ligou contando sobre Caleb e o tiro que ele levou. Não consegui reagir a isso. Era para eu ficar feliz? Mas como comemorar a desgraça de alguém ainda que esse alguém seja Caleb Montez?! Não sou um santo, só... Sinto demais.

Aquela ligação foi difícil. A primeira pessoa que eu pensei foi ele. Ninguém precisa me contar para saber como ele estava reagindo. Por fora dando uma de quem queria que o pai morresse logo e por dentro... Não dava para apagar que os dois sempre foram apegados desde que ele nasceu. Ele podia odiá-lo por momentos, mas não queria que ele morresse de verdade.

Peguei meu caderno para fazer a minha escrita terapêutica e tirar de mim todo o pensamento focado nele e em Torres. Mal me sentei e não consegui cumprir o meu objetivo. O motivo era surreal: o assunto das minhas escritas estava ligando em meu celular. Fiquei estremecido na dúvida entre atender ou não.

Alice Narrando

Os dias iam passando e o estado de Caleb não melhorava. Ele continuava em coma e sempre que tentavam tira-lo ele não reagia bem. Até hoje.

— O inferno não vai ganhar o seu principal membro de volta. – Kevin resmungou insatisfeito.

— Isso é bom. – tentei sorrir. – Agora você vai poder focar sua energia em seu namoro.

— Que namoro? – nos olhamos. – Estamos entrando em outubro, não comemorei mais um mês de namoro mês passado e esse mês vai ser a mesma coisa. Um ano e dez meses jogados no lixo.

— Você tá drogado. – sentei em cima da mesa em que ele estudava. – Só pode.

— Alice. – me olhou profundamente. – Ele está agindo diferente, entende?

— E você não?! – arredei meu corpo para dar ênfase a pergunta. Voltou a estudar como se eu não tivesse dito nada. – É... Eu quero falar de outra coisa... – ficou me olhando. – Obrigada por ter ligado para o meu irmão e checado se estava tudo bem com ele. E por não contar que foi por mim.

— Sempre farei tudo por você, sabe disso. Só não entendo... Por que achou que ele estava tão mal com o lance do meu pai?

— Não é com o lance de Caleb. – abaixei a cabeça. – É com a possibilidade de você perder o seu pai.

— Eu já disse que isso seria um alívio. Ele melhor que ninguém deveria saber disso.

— Entre ele saber ou não era melhor ter esse cuidado da ligação.

— Estou sempre às ordens. – apertei suas bochechas rosadas. ­– PARA.  – comecei a rir e deixei que ele estudasse em paz.

Depois que Caleb saiu do hospital começou a ser investigado. Estavam em cima dele firmemente e era bem provável que dessa vez ele não conseguisse escapar de forma alguma.

— Oi amor, que saudade. – falei ao abraçar Arthur e sumir em seu corpo muito maior que o meu. Assim que o beijei vi que ele não estava bem e sua tensão me preocupou. – O que foi?

— As investigações contra o meu pai. Já descobriram fraude e extorsão. Vão chegar na lavagem de dinheiro e participação no... – nem conseguiu dizer a palavra.

— Isso te preocupa? – tentei entender a situação. Aquele crápula iria pagar pelo que devia.

— É o nome Montez que está em jogo. Foda-se o Caleb Alice. Ele pode apodrecer na cadeia, mas... – respirou fundo. – O hotel vai cair cada andar. Cada unidade. E são muitas.

— Tá. Calma. Só não me faça a loucura de largar o Ravi e sair correndo achando que você e o Kevin são... – ele me beijou antes que eu continuasse a minha bronca.

— Nunca faria isso. Voltei para o trabalho tem tão pouco tempo. – ele ficou sério.

— O que foi agora Arthur? – quase bufei. – Não estou gostando desse seu humor.

— Nicolas apareceu hoje. Com a desculpa que queria visitar o pai. Sei que tá querendo ver se Murilo está por aqui e de quebra provocar Kevin.

— Acho melhor distanciar os dois. Seu irmão tá tão irritado com Rafael que pode explodir sem nem precisar de provocação.

— Arrebento a fuça do Nicolas se ele ir atrás dele. – sorri mesmo preocupada.

— Sua defesa com Kevin é admirável, sabia? – me olhou nos olhos.

— Só não mais que meu amor por você. – retribui a fala e acabamos nos beijando até meu pai chegar e irmos juntos para a casa da vó Isa.

Assim que chegamos vi que todos estavam lá, os adultos e nossos amigos e primos. Só uma pessoa faltava e isso me causou estranhamento.

— Cadê o Rafael? – perguntei a Kevin que parecia alheio a tudo.

— Dormindo. – a falta de alguma gracinha ou comentário era ainda mais estranho.

— E o seu pai? – olhei em volta. – Como ele está?

— De cama. Mas eu aposto um dinheiro alto que ele aparece aí.  – vi Mark chamar os adultos para dentro e olhei para Kevin. – Se não for ele eu namoro uma garota. Ah... Isso eu já fiz. Eu caso.

— Como você sabe? – perguntei enquanto Arthur chegava e me abraçava por trás. Amava quando ele fazia isso.

— Estão discutindo desde cedo como conter toda a situação, só pode ser ele agora.

— Vocês não estão curiosos? – Soph chegou perguntando junto do resto.

— Vamos só chegar da porta. – alguém sugeriu e todos aceitaram.

— Não tem como resolver sua situação Caleb. – Mark dizia em um tom sério.

— Se pelo menos eu tivesse um filho homem de verdade eu não teria chegado nisso. – Kevin saiu de trás da gente e deu um soco no rosto fraco e pálido do pai.

— O que achou disso? – perguntou de forma seca. – Foi homem o bastante?

— Calma. Não é assim que resolve as coisas. – tio Gu disse o segurando.

— Assume suas merdas e não coloca a culpa em mim. – ele saiu pela porta da frente.

— Não é melhor ir atrás dele? – questionei a Arthur.

— Não. Ele só quer ficar sozinho agora.

— Meninos e meninas vão para a área de lazer. Anda. – vó Isa ordenou e obedecemos. Giovana apareceu depois com Nicolas.

— Já? – Otávia perguntou quase gritando. – O que ela fez? Seduziu você e disse que o amava? Usou encantos dela. Ela é mesmo boa nisso.

— Eu sou gay garota, se ainda não deu pra entender. Encontrei ela ao entrar e ela impediu de eu ser atropelado pelo calhorda do meu meio-irmão.

— Kevin descontrolado é tão engraçado.

— Não é. – corrigi na hora. – É ameaçador, perigoso e triste. Ei, você não vai sumir mais não?

— Nunca. E acredito que ainda vamos ser cunhados.

— Acho que meu irmão não está de acordo. – mudei de assunto. E então Arthur me chamou em um canto e falou sobre as ações que ele e Kevin passaram para o meu nome. Ainda isso. Caleb descobriu e agora ele tentaria arrancar tudo para poder fugir. Teríamos que ser mais espertos que ele. E isso não seria nada fácil.


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Notas finais do capítulo

Amanhã talvez eu poste (: ou até o próximo fim de semana. ♥



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