Presos Por Um Olhar escrita por Carol McGarrett


Capítulo 83
Preparativos para o Natal


Notas iniciais do capítulo

Um pouquinho atrasada, mas aqui vai o próximo capítulo.
Boa leitura"



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Minha mãe passou para me conferir religiosamente todos os dias, nos mesmos horários. E, na sexta-feira, aproveitei que ela estava de folga da faculdade para conversar com ela sobre as festas de final de ano.

— Algum plano que precisará ser cancelado, KitKat?

— Por incrível que possa parecer, não tem.

— Você e Alex não iam viajar?

— Não conversamos sobre as festas e, bem, agora que eu estou proibida de voar, comentei com Alex que talvez seria uma boa perguntar para Dona Amelia e para o Sr. Pierce se eles não querem vir para cá... porém, antes, quero saber o que a senhora acha de reunir as duas famílias. Só para ter certeza de que está tudo bem para todos.

Minha mãe que trocava o meu curativo (porque a molenga aqui pode trocar o curativo de todos, menos o meu próprio senão desmaia de nervoso.), parou o que estava fazendo e me olhou.

— Não me encare assim, mamãe. É só uma saída que eu tive para que Alex não fique tanto tempo sem ver os pais. Afinal, ele não volta para LA comigo, em janeiro, já fica direto aqui na Europa...

— Não acho a ideia ruim. E vai ser bom para que as famílias possam efetivamente se conhecerem, já que três dias foi muito pouco tempo.

— Então a senhora acha que vai dar certo?

— Certo vai...

— Não gostei dessa sua cara.

— Não é nada demais, só estou me lembrando de quando reuni as duas famílias pela primeira vez. – Ela comentou saudosa, ou nem tanto.

— Foi ruim assim?

— Ruim, ruim, não. Mas foi um desastre, que hoje é engraçado.

— Acho que eu não quero saber.

— Melhor não. Ou você vai achar que a sua mãe tem algum problema muito sério de coordenação. Contudo, voltando ao seu questionamento, se Amelia e Jonathan estiverem dispostos a encararem uma viagem de avião até a Finlândia, não vejo mal algum.

— E o papai? Será que ele terá alguma objeção?

— Seu pai vai fazer qualquer coisa que te deixe feliz, Katerina. E ele e Jonathan se deram bem, vai ser interessante ver o dois conversando por mais do que poucas horas. Mas a pergunta que fica é, o que Alexander acha disso?

— Disse que Will não deve vir, ele gosta de viajar no Ano Novo, mas concordou.

— Então, pode ligar para a sua sogra. – Mamãe me entregou me telefone.

— Já terminou de trocar o curativo? – Perguntei assim que peguei o aparelho.

— Sim, foi uma boa forma de te distrair. Nunca vi, pode suturar a testa do irmão, estancar sangramento do pé do sobrinho, mas não pode ver um pontinho em si.

— Deve ter sido por isso que eu não fiz medicina, mãe. – Constatei quando me sentei na cama, ajeitando a blusa.

— Minha paixão foi você não ter seguido essa profissão.

— A senhora bem sabe, se eu tivesse feito medicina, não iria atuar em um hospital, eu ia ser médica itinerante dos Médicos Sem Fronteiras, aí a senhora iria me ver muito menos do que vê agora.

— Sei disso, Kat. Sei disso. – Ela me respondeu de dentro do banheiro enquanto lavava as mãos.

— Aqui, só para saber mesmo... mais quanto tempo com estes pontos? – Deliberadamente troquei de assunto.

— Uns dois ou três dias. Já está bem cicatrizado, mas como é uma área um tanto complicadinha e você, mesmo com as costelas imobilizadas não para quieta, quero que tudo esteja bem fechadinho para retirá-los.

— Tudo bem. E eu vou precisar fazer mais algum exame, por conta do problema com a costela?

— Está sentindo alguma dor? Está inchado na região?

— Nada. Absolutamente nada.

— Por ora, não vejo motivos. Se alguma coisa anormal acontecer, se você começar a sentir dores ou desconforto depois das refeições, ter febre ou o local começar a ficar inchado, me avise na hora. Fora isso, é só manter o repouso.

— Nem uma caminhada no quarteirão?

— Depende da velocidade dos seus passos. É uma caminhada de gente velha, Katerina, não é hora de sair correndo.

— Caminhada, mamãe. Sei que não posso correr. Nem aguento. As costelas ainda doem.

— Caminhada pode. E vai ser bom para você tomar um pouco de ar antes de irmos para a Finlândia.

Fiz uma careta. Eu iria para a Finlândia praticamente de repouso.

— E sim, nada de inventar de andar de snowmobile, jogar hockey, snowboard ou esqui cross-country nessa temporada.

Ia ser o melhor inverno de todos, não?

Minha resposta para minha mãe foi um suspiro. Não iria prometer nada, porque sabia que iria dar um jeito de, pelo menos, patinar no gelo, afinal, passei muito tempo debaixo do sol nesse ano para perder a melhor estação do ano.

Acompanhei minha mãe até a porta, quando passamos em frente ao meu escritório, escutamos Alex murmurando.

— O que é isso? – Ela me perguntou um tanto assustada.

— Ele estudando o texto. Está apreendendo as falas. Aí, fica assim, murmurando alto. – Comentei rindo.

— E você ri? É o trabalho dele.

— Eu sei, mãe. É só que uma vez ele reclamou que eu fico falando sozinha enquanto leio os relatórios e documentos das empresas. Ele é ainda pior, além de falar, fica andando de um lado para o outro, gesticulando... é engraçado de se ver.

— Você deveria ajudá-lo, não ficar rindo.

— Mas eu ajudo. Juro para a senhora que eu já li o script e ainda tive que ensaiar com ele. E olha que as filmagens começam em janeiro... até lá, é bem capaz de eu ter aulas de atuação também.

Minha mãe entrou no carro fazendo uma cara de desgosto, como se as minhas reações fossem completamente erradas.

Fechei a porta e como meu noivo continuava a falar sozinho no meu escritório, – nem nos casamos e eu já perdi esse cômodo da casa! – resolvi ir fazer o jantar e ligar para a minha sogra.

Já com as panelas no fogo, procurei o número de Dona Amelia nos contatos e iniciei a chamada.

Chamou uma, duas, na terceira, ela me atendeu e falar com minha sogra pelo telefone era quase como conversar com ela pessoalmente, seu tom de voz expressava exatamente o que ela estava sentindo.

— Kat, minha querida! Como você está? Como estão todos?

— Boa tarde, Dona Amelia! Estamos todos bem! E vocês? Como vão as coisas do outro lado o mundo?

— Com meus dois filhos longe de casa, as coisas estão mais paradas do que nunca, ainda bem que deixaram meus netos peludos para que eu tomasse conta!

— Espero que o Trio não esteja dando todo esse trabalho...

— Stark e Thor estão seguindo ou Jonathan ou a mim por todo o tempo, Loki que anda meio quietinho demais. E eu acho que esse cachorro tem uma ligação muito forte com você, Kat, pois no dia em que aconteceu você sabe o que, ele ficou agitado, corria para a garagem, voltava, chegou a pegar a chave do carro e colocar no colo de Jonathan e quando não fizemos o que ele queria, correu para dentro do quarto de vocês e começou a ganir olhando para o lado onde você dorme.

Quase comecei a chorar de saudades dos meus cachorros.

— É... – Falei por fim, depois de respirar fundo. – Alex sempre brinca que Lokinho é o meu protetor em forma de cachorro, meu anjo da guarda.

— E deve ser mesmo, filha. Porque eu só posso traduzir a atitude dele como se ele estivesse desesperado. Nunca tinha visto algo assim.

— Loki é especial. – Murmurei. – Mas não foi para conversar sobre nossos animais de estimação que liguei para a senhora.

— E foi para?

— Fazer uma oferta. Uma oferta um tantinho complicada, mas aceito qualquer resposta que a senhora me der. Sem pressão alguma.

— Katerina, está até parecendo que você está pensando em fugir com Alex para Las Vegas e se casarem escondido em uma das muitas capelas de lá.

Tive que rir da ideia de minha sogra.

— Nada disso, Dona Amelia. É outra coisa.

— Sou toda ouvidos. – Ela me respondeu, e eu pude notar só pelo seu tom de voz que ela estava curiosa sobre a oferta.

— Seria possível, a senhora e o Sr. Pierce, junto com o Will e a Pepper virem passar as festas de final de ano com a gente na Finlândia?

Minha sogra ficou calada por um tempo e eu comecei a pensar que, talvez, só talvez, as duas famílias não tenham se dado tão bem quanto eu tinha imaginado. Até que ouvi.

— Jonathan, nós vamos para a Europa!

— Creio que isso é um sim?

— Mas é claro, Kat! Tinha conversado isso com Alex, enquanto você descansava. Ele não soube dizer quanto tempo você ficaria no hospital, então não quis planejar nada... porém, agora, eu não vejo objeção nenhuma em ir. E ouso dizer que Will e Pepper vão querer ir também. Temos só que olhar as passagens.

— Quanto a isto, não se preocupe. O jato vai pegar vocês aí.

— Não precisa fazer isso, Katerina. Nós podemos...

— Dona Amelia, por favor, deixe-me fazer isso! A senhora estar longe de Alex por todo esse tempo é culpa minha, ao menos, permita que a viagem, que é bem longa, estou avisando, seja um pouco mais confortável.

— Kat, não é a sua culpa o que aconteceu e ninguém está chateado por conta desta separação. Sei que Alex está bem, sei que ele está ao lado de quem é importante para ele. E, também sei que, na primeira oportunidade, vocês vão voltar para Los Angeles, mas a prioridade agora é que você fique bem, que se recupere totalmente.

— Muito obrigada por entender.

— Minha querida, não tem o que entender aqui... é a verdade! E que espécie de sogra eu seria se quisesse que meu filho viesse para casa enquanto a noiva dele se recupera de uma tentativa de assassinato? Para ser bem sincera com você, eu quis ir para Londres quando Alex me contou o que tinha acontecido, porém decidi esperar até que as notícias fossem certas.

— A senhora seria muito bem-vinda, independentemente da situação.

— Sei disso. Mas também sei que ser mais uma atrás de respostas dentro de um hospital não é nada fácil, então fiz Alex me prometer que me ligaria todos os dias com as notícias.

— Não foi uma semana fácil para ninguém. – Comentei.

— Não, não foi. Mas é passado e não vamos ficar revivendo momentos difíceis. A vida é muito curta para ficar sofrendo pelo que já passou. Vamos fazer planos para o futuro.

E nós duas passamos a discutir o que precisaríamos para o Natal e o Ano Novo. Além de que eu tive que convencer tanto Dona Amelia quanto o Sr. Pierce de que não precisavam gastar dinheiro com presentes, contudo, esse foi um pedido que eles decidiram ignorar.

A certa altura da conversa, o jantar ficou pronto e eu fui chamar Alex para comer.

— O que ele está fazendo que não está te ajudando? Ele deveria estar do seu lado! Você deveria estar de repouso, Katerina!— Minha sogra disse assim que notou o que eu fazia. – Se eu soubesse disso, já teria ligado para ele tomar vergonha e fazer as coisas por você! Você fez por ele, por que Alexander não pode retribuir?

— Calma, Dona Amelia. Alex está sim, me ajudando. Acontece que o script do filme já foi enviado para ele. E Alex aproveitou que minha mãe passou aqui mais cedo, para continuar a estudar o roteiro. Normalmente ele faz uma pausa para fazer o jantar, porém hoje ele deve ter se esquecido, não precisa ficar brava. – Tentei contornar a situação.

— Mesmo assim, é a obrigação dele, como seu noivo, tomar conta de você, ele terá outros dias para estudar esse roteiro e aprender as falas. Você é mais importante agora. – Minha sogra continuava brava ao telefone e, quando me levantei, depois de ter tirado a massa gratinada do forno, Alex estava parado na porta da cozinha, e olhava para o meu telefone que estava apoiado na bancada e no viva-voz.

— Eu estou aqui, mãe. – Ele falou. – E concordo com a senhora. Perdi a noção da hora hoje e tudo caiu nas costas da Kat.

— Sua noiva tem que descansar, Alexander. Faça com que isso aconteça. – Dona Amelia disse em um tom que eu até hoje não a tinha ouvido usar.

— Sim, senhora.

E eu tenho certeza de que, se ela estivesse nessa cozinha, teria lançado um olhar mortal na direção do filho.

— Vou deixá-los jantar agora, até porque tenho que ir ver os novos cavalos que chegaram. E eu espero, Alexander, que você, pelo menos, arrume a cozinha. Não criei meus filhos para explorarem as esposas. Criei vocês para ajudarem, para dividirem o fardo que é tomar conta de uma casa. Não me faça ter que falar tudo o que eu já te falei novamente.

— Não vai precisar, mãe.

— Assim espero, vejo vocês em dez dias. Uma boa refeição para vocês e boa noite, me liguem amanhã.

— Boa noite, Dona Amelia! – Despedi dela.

— Boa noite, mãe.

— Não me decepcione, Alexander. – Foi a última coisa que ela disse antes de desligar.

Olhei para Alex e ele só me disse o seguinte:

— Perdão. Acabei ficando muito concentrado que me esqueci de olhar as horas, mesmo sabendo que você tem horário para tomar seus remédios.

— Não tem problema, Alex. Não fiz nada demais aqui. Pode ficar tranquilo. Agora venha comer, porque sei que você não comeu nada desde o almoço e como já está treinando para ganhar condicionamento físico, não pode ficar muito tempo sem se alimentar.

— É você quem tem que ser mimada e está preocupada comigo? Kat, você tem que ficar o mais calma e tranquila quanto for possível.

— Eu já estou cansada de ficar à toa, Alex. Preciso fazer algo. Ficar igual a uma madame não é para mim. – Falei. – E antes que você reclame, amanhã começo a fazer uma caminhada pelo bairro, tudo com aval médico. – Expliquei.

— Quer que eu vá com você?

— Estava contando com isso. – Falei e ia começar a servir os pratos, mas ele me impediu.

— Deixa que isso eu faço.

O restante de nossa noite passou tranquilo, Alex voltou a estudar o script e dessa vez me levou junto. E a sensação que eu tinha, quando começava a ler uma fala e parava para que ele completasse a cena, era a de que eu era a professora aplicando uma prova oral.

Era um papel que eu nunca me imaginei na vida. Não só sendo a futura esposa de um ator, mas o de ajudá-lo a estudar o texto, a ensaiar as falas. Tudo era novo e ainda completamente surreal para mim.

Porém, a grande surpresa é a de que eu estava gostando de fazer isso. Eu realmente adorava passar o texto com Alex e vê-lo se transformar no personagem bem na minha frente e permanecer no personagem até que ele mesmo dissesse que já estava bom para o dia.

Como eu havia dito para Alex há muitas semanas, meu trabalho era sempre o mesmo, pois eu era a mesma pessoa e fazia praticamente as mesmas coisas, todos os dias, mas o dele? O dele é uma novidade atrás da outra. Enquanto o meu tem a segurança de uma rotina, o dele é excitante pelo simples fato de que não havia uma rotina estabelecida.

Nós dois definitivamente éramos dois polos opostos que se atraíram e se completavam de formas extraordinária!

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Os dias passaram, alguns de forma quase imperceptível, já outros se arrastaram. Finalmente fiquei livre dos pontos no meio da semana, e ao que parecia, minhas costelas estavam cicatrizando muito bem, tão bem que agora eu estava de volta ao trabalho de forma oficial, ao menos em casa, passava meio dia em conferências com o pessoal do escritório e já estava resolvendo todos os problemas que apareciam, como se estivesse presente no prédio.

Milena, um dia, brincou comigo que, quando eu entrei, todos tinham medo de começarem a trabalhar no horário de Londres e, agora, era eu quem trabalhava no horário deles, mesmo estando em Londres.

— O mundo dá voltas, Milena. Mas em janeiro eu estou de volta no horário normal. – Garanti.

Aproveitando um dia de pouco serviço – todos já mais no clima de final de ano do que com vontade de trabalhar mesmo. – resolvi sair para fazer as compras, faltavam dez dias para o Natal e dois para que meus sogros e meu cunhado chegassem dos EUA.

Alex, que tinha escapado de ir às compras comigo por duas vezes, dessa vez foi arrastado, contra a sua vontade, por várias ruas e lojas de Londres. A certa altura, ele atravessou uma rua e se jogou, sem cerimônia alguma em um banco, dizendo:

— Como você, com cinco costelas quebradas e um ferimento em processo de cicatrização, consegue andar tanto, por tanto tempo e de bota de salto?

— Anos e anos de treinamento intensivo. – Respondi ao parar na frente dele. – Quer ficar aqui? Agora só falta o presente da Elena mesmo.

— E onde você vai comprar esse?

Com um sorrisinho apontei para a loja do outro lado do parque. Alex virou a cabeça na direção e deu um gemido de desespero.

Logo essa?

— Bem, Hamleys é a maior loja de brinquedos de Londres... o presente de Elena está lá em um daqueles sete andares.

— Sete andares?

— Pare de reclamar! Aposto que você já se perdeu dentro da Toys R Us em Nova York ou na de Los Angeles.

— Muito tempo atrás... diria uns 27, 28 anos atrás. – Alex me respondeu.

— Meu Deus! Você realmente se perdeu dos seus pais na maior loja de brinquedos de NY?

— Era muita coisa para ver. – Foi a desculpa que ele deu.

— Sim, claro. E nós temos muita coisa para ver também. Anda logo que eu ainda tenho que chegar em casa e esconder estes presentes, ou é bem capaz que Elena os encontre, de novo.

Com muito custo, meu noivo se levantou e caminhou ao meu lado, murmurando qualquer coisa cada vez que o prédio da Hamleys ficava visível.

— Nós vamos passar a eternidade aqui dentro. – Ele falou quando entramos.

— O sonho de qualquer criança. A sua criança interior não está feliz com essa ideia, não?

Alex deu aquela conferida em volta, e vi que uma certa sessão atraiu o olhar dele.

— Elena não gosta de figuras de ação, mas se você quiser ir para lá, eu vou para a área destinada à Barbie.

Barbie?! – Ele perguntou com um sorriso de canto.

— Sim, Barbie. E você deveria saber disso, afinal, se vestiu de Taffy e até brincou dentro da cabana. – Falei ironicamente e sem abaixar o tom de voz, para que quem estivesse perto pudesse escutar também.

— É, eu me lembro, nossa sobrinha pediu que eu fizesse isso e eu não poderia dizer não a ela. – Alex falou calmamente, como se ele se explicasse para o casal mais velho que estava perto de nós.

— Então, boa caçada nas figuras de ação, eu estou na sessão de bonecas. – Falei e procurei pelo andar que era praticamente todo cor de rosa.

Estava distraída entre tantos itens que levava a marca Barbie, não sabia se levava uma boneca, o trailer, a casa ou se eu ia mais além e comprava a bicicleta, ou os patins, ou o patinete. Estava com a caixa do trailer na mão quando uma coisinha chamou a minha atenção.

— Eu não acredito no que estou vendo! – Comentei sozinha e tirei uma foto da caixa da boneca, enviando logo em seguida para o “Bando de Loucas”

Até aqui, Pietra? Vocês não têm vergonha dessa lavagem cerebral?

Como sempre, a Italiana Louca não demorava para responder.

É desde cedo que ensinamos o que é bom. Além do mais, essa Barbie é exemplar de colecionador, onde conseguiu?

A Barbie em questão era em parceria com a Ferrari, toda vestida em um longo vestido vermelho, com cristais Swarovski, um penteado pra lá de intricado, finalizado com uma presilha que era o escudo da marca.

Deveriam ter vergonha disso. Nem toda garota gosta da Ferrari!

Só aquelas que são doutrinadas por tias desnaturadas a torcerem para a McLata. E eu aposto, se você comprar.... mas afinal, o que você está fazendo em uma loja de brinquedos?

Antes que você viaje na maionese, estou atrás de um presente para Elena e me deparei com esse vexame em forma de boneca.

Vexame em forma de boneca! Você está com inveja da Barbie. Queria ter o que ela tem!

Uma Ferrari e um vestido chique? Não obrigada.

Sei... vou fingir que acredito em você. Isso é inveja da boneca e da minha amada empresa que pode fazer isso. Mas, e aí, vai levar essa para a Pequena Furacão?

Nem pensar! Como você disse, essa aqui é item de colecionador, colocar na mão de uma criança de cinco anos é desperdiçar dinheiro.

Leva, então, a Ferrari da Barbie para ela.

Lena tem a McLaren P1 da Barbie.

Isso não existe! Não tem para vender esse modelo no mercado.

Não disse que foi comprada! — Respondi.

­Então, quem fez?

Meu pai. E ficou bem bonitinha.

Bem, a doutrinação dessa família começa bem cedo também... pobre Elena, pôde nem escolher para qual equipe quer torcer... E nunca vai poder sentir o gosto do que é ser....

Sofredora. Vocês não ganham um campeonato de pilotos desde 2007 e de Construtores desde 2008...

Isto é temporário. — Sibilou Pietra.

Mas que temporário mais longo, já se vão 14 anos de seca completa.

Eu não vou discutir isto com você. E obrigada pela foto da boneca... tinha me esquecido dessa aí... Sabe como é, para colocar no “Mural do Sucesso” que tem na minha sala. E eu não gosto de conversar com invejosas, então, arrivederci. — E minha amiga não respondeu mais nenhuma das minhas perguntas.

— Com medinho da bronca, Dona Pietra? – Falei alto ao colocar a boneca no lugar dela.

Não me demorei muito lá dentro, acabei saindo com a bicicleta mesmo. Já estava passando da hora de Elena começar a se equilibrar em cima de uma. Encontrei com Alex na área dos caixas e ele também tinha lá seus embrulhos.

— Também comprou presentes?

— Sim, comprei. E você só vai saber o que é e para quem é, no dia de Natal. – Ele brincava com a minha cara enquanto estávamos na fila para pagamento, ou melhor, eu estava, as compras de meu noivo já estavam na sacola e devidamente embrulhadas para presente.

— Eu nem estava curiosa mesmo. – Dei de ombros fingindo desinteresse, mas por dentro eu estava curiosíssima.

— Agora acabou?

— Sim, Alex, todos os presentes que eu precisava já foram comprados, não vou mais ter que sair te arrastando como meu carregador de bolsas especial e pessoal.

— Ainda bem. E será que a gente pode parar para comer alguma coisa? Você se esqueceu que temos que almoçar ainda!

— Mas já são quase três da tarde, Alex. Não tem restaurante aberto a essa hora, o almoço já foi servido.

E, claro, ele fez aquela carranca, afinal, meu noivo era uma pessoa que vivia para comer e não o contrário.

— Vai ficar emburrado só porque não almoçou hoje? – Perguntei enquanto atravessávamos o parque em direção ao estacionamento.

— Não estou emburrado, estou com fome. É diferente.

Revirei os olhos. Não tinha nada de diferente na frase de Alex. O motivo da cara feia era fome, pois esse era o único motivo que o fazia ficar taciturno de uma hora para outra.

— Tudo bem, você venceu. Estamos sem almoço, o que você quer que eu faça para compensar isso?

— Está disposta a fazer qualquer coisa? – Ele me perguntou de pronto.

— Qualquer coisa para você comer, não generalize.

— Então, de comida? Qualquer coisa?

— Sim.

— Lembra daquele carbonara que você fez quando foi na nossa casa pela primeira vez?

— Sim.

Ele só olhou sorrindo na minha direção.

— Tudo bem, mas vamos ter que passar no supermercado para que eu compre os ingredientes frescos...

— Sem problema, Kat. Quem andou meio dia atrás de presente, pode andar quinze minutos dentro do supermercado atrás de comida! Não é problema nenhum! – Replicou já com um humor muito melhor...

— Depois o motivo do mau-humor não é comida, ou falta dela... – Murmurei ao assumir o volante.

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Na sexta-feira, com tudo já quase pronto tanto no quesito presentes, quanto no trabalho, – afinal a empresa sempre fechava uma semana antes do Natal. - era hora de esperar meus sogros no aeroporto. E esse era um pequeno problema a ser resolvido, já que Kim e Vic também chegariam no mesmo dia, apenas uma hora mais tarde, e minha mãe precisava de um motorista para levá-la às compras. E isso reuniu a família de forma inesperada.

— Não se esqueçam de que tem o trio parada dura para ser pego na escola, Liv tem terapia e Tuomas vai fazer o último exame para ver como está a recuperação da cirurgia no nariz. – Minha mãe avisou ao telefone, já que estava em um raro momento de folga entre as consultas.

Éramos quatro motoristas, na verdade, três, já que Alex mal saia do lugar quando se tratava de dirigir na mão inglesa, mas hoje ele teria que aprender!

— Tem que ir dois carros para o Aeroporto. – Falei ao me sentar ao lado de meu pai, com uma caneca de chá na mão.

— É, quem?

— Você e o Alex, Ian! Simples assim. E eu vou pegar o trio, enquanto papai leva a mamãe para as compras.

Três pares de olhos me encararam como se eu fosse maluca e logo começaram a protestar.

— Chega!! – Tive que falar. – Então tá, Ian, pegue os seus filhos na escola, leve Liv na terapia e acalme Elena dentro de um consultório médico, enquanto Tuomas é avaliado, papai continua levando a mãe às compras e eu vou com Alex para o Aeroporto.

— Eu não vou levar a sua mãe...

— Quer receber os meus sogros no meu lugar, pai?

Papai só me levantou uma sobrancelha.

— Foi o que eu pensei.

— Não tem como você pegar a Elena na escola? Só a Elena? – Ian me perguntou.

— Não cabe no carro, Ian! Entenda. Serão seis pessoas desembarcando, com os dois motoristas, oito.

— Cada carro cabe cinco, apertado, mas cinco! Você pega Elena!

— Thor, Loki e Stark vêm também.

— Cachorros no porta-malas, Kat. E você sabe como a Elena é dentro de um hospital... para a minha filha simplesmente abrir um berreiro porque ela pensa que alguém está sentindo dor com aquele curativo, ela não troca de roupa! Não posso simplesmente levar e controlar a Loirinha dentro do consultório. Ela não vai conseguir ficar quieta.

— Imponha limites. – Foi o que meu pai falou.

Alex olhou para mim e fez uma careta e eu segurei a risada, era divertido ver meu irmão com quarenta anos de idade, levando uma bronca do meu pai.

— Se fosse qualquer outro compromisso eu levava, pai. Mas é um hospital e não precisamos voltar muito no tempo para lembrarmos o que a Leninha fez... além de entrar escondido e ir até onde a Kat estava, arrancou a intravenosa que ela tinha no braço, agora a Kat tem mais uma cicatriz para contar a história.

Escondi meu braço debaixo da mesa, ninguém precisava ficar vendo esse curativo em particular, já foi ruim o bastante que Tanya deixou a minha sobrinha mais nova de castigo por uma semana por conta dessa fuga dela, não precisavam ficar culpando Elena por algo que ela não fez por mal... a baixinha só tem cinco anos!

— Eu a levo comigo, Alex. Dona Amelia bem que vai gostar desse comitê de recepção.

Meu pai me olhou atravessado dessa vez, ele definitivamente não gostava de pensar em dividir a neta com os “avós americanos”, eu já tinha pegado ele reclamando que quando eu tivesse meus filhos, ele já teria que dividi-los com os Pierce, não precisava dividir nem Olivia e muito menos Elena.

Com pouco, cada um pegou um carro e seguimos para nossos destinos. Claro que Elena fez aquela festa quando me viu parar o carro na porta da escola e foi logo perguntando onde estava Alex, já que nas últimas semanas ele tem sido praticamente a minha sombra.

— Naquele carro ali. – Apontei para o veículo que estava parado mais à frente.

— Por que dois carros? E onde estão meus irmãos?

— Seu pai foi levar Liv para a terapia e Tuomas para avaliação. E estamos em dois carros porque vamos para o aeroporto.

— E o que vamos fazer no aeroporto? Comprar passagens para viajar?

— Não vamos buscar Kim e Vic e os Pierces.

— Vovó Amelia está chegando? Vem mais gente?

— Todos estão vindo, Elena. Até meus cachorros.

Ela ficou tão empolgada com a notícia que não parou de balançar os pezinhos no banco de trás. E na hora em que chegamos na área de desembarque, disparou a falar ainda mais.

Täti, eles sabem que eu tô aqui? – Ela me perguntava, a cada segundo mais ansiosa, enquanto ia me rebocando no meio do aeroporto.

— Não, Elena. Eles não sabem. E, por favor, não fique me puxando, eu ainda não posso fazer muita força.

— Ah! Desculpa! – Finalmente ela parou de me puxar e passou a andar do meu lado.

Alex que andava do meu outro lado, só ia rindo da situação.

— Ria mais que eu a coloco sentada nos seus ombros e do jeito que está elétrica hoje, é bem capaz que ela vá te deixar todo roxo no peito de tanto que vai te bater com os calcanhares. – Sibilei na direção de meu noivo.

Passamos por muitas pessoas que sempre sorriam ao ver e escutar a falação de Elena. Assim que paramos para ver os horários dos jatos, Alex resolveu ir comprar algo para distrair a Pequena, e uma senhora, que tinha acabado de parar do meu lado, só falou:

— Família muito bonita, a sua.

Ela não se referia à Elena como minha sobrinha, mas como filha. Porém, sobrinha também é família e eu dei a conotação que bem entendi à fala dela.

— Muito obrigada.

— Quantos anos? – Apontou com a cabeça para Elena.

— Cinco.

A senhora riu e comentou antes de sair:

— Que vocês tenham muita energia para acompanhar essa pimentinha.

E de fato ela estava certa... só com muita ajuda para acompanhar Elena e sua animação infinita.

Alex voltou pouco tempo depois, tomando um copo de café e me entregou dois chocolates quente.

— Não sei se é uma boa ideia para ela, mas Lena deve estar com fome. – Falei com ele e chamei por Elena. – Olha o que o seu tio te trouxe! Como se fala?

Minha sobrinha, curiosa como sempre, primeiro cheirou o conteúdo do copo, quando notou que era chocolate, abriu um sorriso enorme e, depois me pediu para segurar o copo e deu um abraço apertado em Alex.

Kiitos, setä[1]!

— De nada, Pequena. Mas cuidado para não se sujar ou se queimar. Tome devagar.

Entreguei o copo para Elena que o segurou com as duas mãozinhas e depois saiu andando entre nós dois, dando pequenas goladas na bebida.

— Pelo menos assim ela fica mais calma. – Alex comentou muito satisfeito com a sua ideia.

— Claro, por enquanto. Deixa o chocolate acabar e o açúcar entrar no sangue dela. – Falei sorrindo. - Dentro de muito pouco, uma Elena, com uma dose cavalar de açúcar, estará ainda mais agitada do nosso lado.

— E como nós vamos segurar essa menina? – Ele me perguntou preocupado.

— Reze para que já tenhamos deixado a Furacãozinho em casa... caso contrário, a gente coloca o Will e o Kim para tomar conta dela e finge que não sabe como isso aconteceu.

Caminhamos devagar até o hangar e paramos na área de espera, Elena se esticava na janela para ver os aviões e ficava toda eufórica quando conseguia acompanhar uma decolagem de forma completa.

Täti, o que é mais rápido. Um carro de F1 ou um avião?

— Um avião, Elena.

— Mas por que parece que é um carro de F1?

— Porque você não consegue sentir a velocidade de um jato quando está dentro dele. Só na hora da decolagem e da aterrissagem. Um carro de F1 já chegou a 378 km/h, já um avião pode passar dos 1000 km/h.

Elena arregalou os olhos.

— O que não quer dizer que viaje o tempo inteiro nessa velocidade. – Frisei para que ela não saísse espalhando informação errada por aí.

— Nossa... não parece. – Foi tudo o que ela falou ao olhar para o céu. – 1000 km/h. É muita coisa, né?

— Sim. É por isso que a viagem entre Los Angeles e Londres demora entre 10 horas e meia a 12 horas. São mais de 8.500 km entre as duas cidades, de carro, se fosse possível vir em linha reta, seriam mais de seis dias de viagem. – Alex explicou para uma Elena muito atenta que arregalava os olhos à medida em que ia ouvindo os números altos.

— Parabéns para quem inventou o avião. Sem ele, acho que não daria para a vovó Amelia e o vovô Jonathan virem para o Natal!

— Não, não daria. E quem inventou o avião, sem beneficiar ninguém e deixando de lado as brigas que sempre vão existir, foram três pessoas, dois irmãos americanos, os irmãos Wright, que foram os primeiros a voar, mas o avião deles foi lançado ao ar com uma catapulta, em 1903 e o brasileiro Santos Dumont, que voou de verdade, no campo próximo à Paris, em 1906. Esse é o primeiro voo documentado da história.

Elena prestava atenção na aula de história da aviação que Alex ia contando e quando ele terminou, ela só disse isso:

— Então obrigada a todo mundo que foi inteligente o suficiente para fazer a gente voar como os pássaros!

— É assim que se fala! – Alex deu um beijo na testa dela e apontou para a janela de observação. – Seus avós americanos estão chegando. – Avisou e tirou o copo de chocolate da mão dela, mesmo que ela já tivesse terminado a bebida, ninguém queria um estrago quando uma muito eufórica Elena corresse para os braços do primeiro que atravessasse a portão.

Na mesma hora Elena correu para a janela e ficou esperando abrirem a porta, isso demorou um pouco, e quando finalmente a família de meu noivo saiu da aeronave, ela começou a pular freneticamente.

— Eles ainda não podem te ver, Lena. Espere que eles vão passar por aquela porta ali. – Indiquei a direção e minha sobrinha correu até lá para esperar por eles, quicando de ansiedade por conta da demora.

Pude ver minha sogra descer do avião e logo depois meu sogro com as guias de Thor e Stark, Loki desceu com a própria guia na boca, como se soubesse o que estava fazendo o que arrancava risadas de Will e Pepper.

As malas foram descarregadas e logo pudemos ouvir a voz de minha sogra comentando que estava frio demais.

— Vovó Amélia, por aqui! Aqui tá quentinho! E seja bem-vinda!! - Elena gritou assim que a escutou.

— Vejo que tem comitê de recepção! – Dona Amelia disse e mal passou pela porta e já foi dando um abraço e recebendo outro. – Meu Deus, Elena! Você cresceu!

— Cresci? – Minha sobrinha perguntou toda desconsertada. – Não notei!

É claro que ela iria ter uma resposta dessas na ponta da língua.

O restante dos Pierce foi chegando e a primeira coisa que Will fez foi nos entregar os cachorros.

— Já banquei a babá dos meus sobrinhos demais. Estou entregando os três para os pais. – Ele falou ao entregar as guias de Thor e Stark para Alex.

Nossos cachorros estavam tão felizes de nos verem que praticamente jogaram Alex no chão. Lokinho veio para perto de mim e me farejou, depois se sentou na minha frente e esperou que eu o acariciasse na cabeça.

Cumprimentei meu sogro, que já tinha Elena nos braços e prestava atenção na falação dela, como se fosse a coisa mais importante do mundo e depois que eu fui obrigada a escutar piadinhas de Will e de Pepper quanto a ter sido preterida pela Anãzinha, Dona Amelia veio para perto de mim:

— Já pode ficar zanzando por aí ou isso aqui foi uma fuga?

— Já posso, sim senhora!

Minha sogra me analisou da cabeça aos pés e depois de me deu um abraço apertado.

— Passamos por um grande susto, hein? Como você está depois de tudo isso?

— Por incrível que pareça, bem. Muito bem. Sei que uma hora algo ainda vai vir para puxar o meu pé e me fazer mal, mas, por enquanto, nada me assusta. Estou feliz por estar viva.

— Não preciso repetir o discurso que fiz naquela tarde nos estábulos, preciso?

— Não senhora. Lembro-me bem.

— Então já sabe. Ainda mais quando voltarmos e Alex ficar por aqui. Se não quiser ficar sozinha, sabe muito bem que é mais do que bem-vinda para passar um tempo lá em casa.

— Sei disso, Dona Amelia, muito obrigada.

— De nada, minha filha. E só para perguntar... onde estão meus outros dois netos emprestados?

— Com Ian. Tinham compromisso hoje. O último do ano e assim poderemos ir para a Finlândia sem nenhuma pendência.

— Isso é muito bom. – Disse com um sorriso. – Estou com saudades deles e sentido falta de Liv para me fazer companhia lá na Fazenda.

— Pode ter certeza de que Liv não vê a hora de poder ir lá também. Ela vai conversar com a senhora. – Garanti.

Ficamos conversando até o horário em que Kim e Vic desembarcaram.

— Mas até os cachorros? Achei que esses dois já tinham desistido de você há muito tempo, Kat! – Meu irmão falou.

— Na verdade, eles estão aqui com um propósito bem específico, Joakim, exterminar a sua vida.

— Nem começa! Você sabe que Loki é bem capaz disso.

— Porque o Thor.... – Vic apontou para o husky branco que estava deitado igual a uma pamonha no chão enquanto Elena acariciava a barriga dele.

— Ainda bem que você é fofo, Thor, porque não serve para mais nada. – Alex falou quando foi puxar a guia do lesado, mais rebocando do que guiando o cachorro até o estacionamento.

— E como vamos dividir essa turma aqui? Qual dos cachorros vai surfando no teto? – Kim perguntou e Elena se desesperou ao pensar que iriam amarrar um dos cachorros que ela considerava dela, no teto.

— É brincadeira do seu tio! – Vic teve que acalmar a menina que tinha aberto um berreiro.

— Tem certeza, tia? Porque se for assim, eu vou ficar com eles até que vocês tragam um carro maior.

Todo mundo olhou feio para Kim, que teve que se explicar para a sobrinha.

— É brincadeira, Lena. Prometo para você.

— Tá bom. Mas eu vou com o senhor só para te certeza de que os meus cachorros vão estar em segurança.

Seus cachorros?

Elena só abraçou os três de uma única vez.

— Isso porque ela nunca tinha visto o Stark... imagina se tivesse. – Alex comentou.

Dividimos a família (e as malas) entre os dois carros e partimos para o trânsito pesado de uma Londres nevoenta e chuvosa para dar início às festas de final de ano.

 

[1] Obrigada, tio!


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Notas finais do capítulo

E é isso, espero que tenham gostado!
Fim de semana que vem tem mais!
Obrigada a todos vocês que estão lendo e acompanhando a história!
xoxo



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