Presos Por Um Olhar escrita por Carol McGarrett


Capítulo 119
Perseguição


Notas iniciais do capítulo

Nem tudo são flores, mesmo quando Alex e Kat estão com a vida tranquila, mas sempre é bom saber que existe cães de guarda.
Boa leitura!



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 Com nossas agendas sincronizadas e tudo correndo às mil maravilhas, voltamos a correr na praia todos os dias pela manhã.

Se há sete meses ninguém fazia questão de olhar na nossa direção enquanto passávamos voando pelo calçadão, agora não era raro que algumas pessoas virassem a cabeça e depois exclamassem o nome de quem estava passando.

Isso tudo porque algumas das campanhas começaram a ser veiculadas, seja em revista, mídias eletrônicas, TV ou até mesmo no outdoor.

Confesso que quando vi pela primeira vez fiquei orgulhosa, agora já estava achando demais. Não que eu tivesse algo contra a carreira de Alex, mas acabei por perceber que eram fotos demais, o tempo inteiro.

Ou talvez as fotos que eu visse era porque o algoritmo do celular, que já sabia quem era a grande estrela da minha galeria de fotos, ficasse colocando o rosto de Alex a cada página que eu visitava e até mesmo no feed das poucas redes sociais que onde tinha conta, contudo, aos poucos comecei a me cansar de ver meu noivo praticamente em cada esquina, em cada lugar. Ainda me era estranho.

E com essa massiva exposição duas coisas aconteceram: a série foi confirmada para estrear na próxima fall season e o assédio dos paparazzi triplicou.

A primeira notícia foi devidamente comemorada, Alex a recebeu em uma sexta-feira e ele mal colocou o pé em casa e já foi me gritando para que arrumasse uma bolsa porque íamos para a fazenda passar o final de semana. Eu, que tinha acabado de chegar do pilates e estava começando a separar a roupa para lavar, só o olhei em dúvida.

— Eu te juro que te explico quando chegarmos lá, Loira! – Disse todo empolgado e me deu um beijo que me deixou com as pernas bambas.

— É uma notícia tão boa assim? – Perguntei.

— Pode apostar! – Ele respondeu e me deu outro beijo. – Já falei com meus pais e com Will, vamos todos para lá.

— Precisamos levar algo? Tem algumas semanas que não vamos...

— Kat, só vamos.

Olhei para o cesto de roupa e depois para a porta que levava à cozinha. Quase preocupada demais com o fato de que meus planos de faxina foram para água abaixo.

Voltei com tudo para o cesto e fui atrás de Alex que já chamava por Thor, Loki e Stark. Os dois últimos passaram por mim como dois foguetes, já Thor, sempre ele, conseguiu bater na ilha da cozinha e depois ainda me atropelou, saindo meio que ganindo, meio que rosnando pelo caminho.

— Cada vez pior! – Murmurei diante das reações de meu cachorro mais estabanado.

Depois de arrumar uma bolsa com algumas roupas para o final de semana, desci e Alex me esperava ansioso na garagem, já tendo prendido o trio parada dura no porta malas e arrumado uma bolsa para ele.

— Por que toda essa pressa? – Reclamei quando ele faltou pouco afivelar o meu cinto.

— Você vai gostar do que vai ouvir...

— Uma pista, por favor. – Pedi.

O sorriso dele me disse que não.

— Só na frente de todos.

— Tudo bem.

Alex conseguiu dirigir mais loucamente do que de costume e eu percebi que ele estava maluco para ter todos por perto e contar a grande notícia.

— Espero que não chegue nenhuma multa no meu nome... – Comentei casualmente e olhei para o velocímetro.

— Não vai chegar. – Ele me garantiu.

— E como você sabe disso? Tem um detector embutido de radar na sua cabeça?

— Não, não tenho. Mas tenho uma boa noção de onde os policiais gostam de ficar nessa estrada. Como aqui. – Ele reduziu o carro e logo depois da curva, vimos um carro de patrulha. Não precisava enxergar longe para saber que eles tinham um radar móvel nas mãos.

— Exibido. - Murmurei quando ele me olhou sorrindo. – Agora, por favor, pode olhar para onde está indo?

Pouco depois viramos para a estrada de terra e nem ali Alex reduziu muito a velocidade.

— Vou ter que te pedir para ir mais devagar? O Trio está no porta-malas e você os está chacoalhando como se os batesse em um liquidificador.

— Kat...

— Eu?

Alex apagou os faróis, abriu a minha janela e apontou para o céu.

— Vai olhar as estrelas, tem muito tempo que você não faz isso.

Fiz uma careta na sua direção, mas acabei prestando mais atenção nas estrelas do que no que ele fazia.

Depois que atravessamos o portão, comecei a ficar novamente nervosa sobre o grande anúncio. Mil e uma possibilidades passavam pela minha cabeça, e mesmo assim, eu não fazia ideia do que Alex iria anunciar.

Ele me deixou na porta da casa, junto com os cachorros e foi guardar o carro. Como fomos os primeiros a chegar, tudo estava escuro e trancado. Então acabei sendo a responsável por iluminar não só a casa, como o gramado da frente.

 Alex não demorou a voltar, e foi logo me dizendo que seria o responsável pelo jantar.

— Isso é sério?

— Sim. Hoje você não vai fazer nada. – Garantiu-me e foi em direção à cozinha.

Fiquei alguns segundos parada igual a uma planta no meio da sala, ainda tentando entender o comportamento do meu noivo. Depois, sacudi a cabeça e rumei para o quarto com o intuito de desfazer as nossas bolsas de viagem.

Tentei ir para a cozinha, para ajudá-lo, contudo, fui expulsa de lá, assim, acabei na sala de estar, lendo um dos livros sobre fundações que eu tinha comprado. Fiquei tão absorta aprendendo sobre o tema, que acabei não percebendo quando meus sogros chegaram.

— Bem, essa é uma visão incomum, a Katerina na sala e meu filho na cozinha. – Escutei a voz de meu sogro já bem perto de mim.

Fechei o livro, marcando a página onde estava e me levantei para saudá-lo.

— Boa noite, Senhor Pierce! Só tenho que concordar com o que falou, Alex está agindo um tanto diferente esta noite. – Confirmei e retribui o abraço que ele me dava.

— Diferente ao ponto de expulsá-la da cozinha, minha querida? – Dona Amélia olhava preocupada para a cozinha.

— Para a senhora ver. Chegou e foi direto para lá, tentei ir ajudar e acabei aqui.

Meus sogros olharam para a porta fechada e depois se olharam, algo me disse que este comportamento de Alex não era novidade e que talvez a notícia não fosse muito boa.

— Devo ficar preocupada? – Perguntei diante dos olhares trocados.

— Depende... como estava o comportamento do meu filho na viagem até aqui? – Quis saber meu sogro.

— Ele estava feliz. Animado. Tentei descobrir que notícia ele tinha para contar, porém ele fez mistério.

— Não, então não precisamos nos preocupar. – Ele garantiu e olhou em direção a Dona Amélia, que agora tinha o meu livro em mãos.

— Concordo com Jonathan, quanto à notícia, não temos que temer, só tenho que me preocupar com o estado em que vou encontrar a minha cozinha.

— Bem, se serve de conselho para a senhora, ele anda fazendo o café da manhã em casa e a nossa cozinha sai intacta todos os dias! – Tentei animá-la.

— Essa é outra novidade. Você transformou o meu primogênito, Katerina. Bem do jeito que falei que você faria quando te conheci.

Senti meu rosto pegar fogo e logo minha mente me transportou para o jantar de aniversário de Dona Amélia e nossa conversa. Parecia que fora vidas atrás e não somente há poucos meses.

— Também não é assim. – Respondi encabulada e apenas ganhei sorrisos compreensivos e olhares de que eu não sabia o que falava.

Meu sogro pediu licença pois iria colocar as bolsas no quarto e Dona Amelia, ainda com meu livro em mãos, o balançou e só disse:

— Temos novidade nesse quesito, não temos? Você não falou muito mais desde que voltou de Londres.

— Temos sim. Umas boas, outras nem tanto, outras excelentes.

— Pode começar a falar. Quero saber de tudo e, se puder, tentar ajudar alguns dos problemas.

Foi quando eu comecei a falar das novidades. De minha mãe assumindo a Fundação, da forma como eu não queria que esse trabalho fosse vinculado à empresa e, também, de como as coisas já estavam mais do que encaminhadas para que finalmente a burocracia jurídica e cartorária terminasse. Deixei a melhor parte para o final.

— E a senhora não faz ideia de quem será a presidente! – Falei mais animada do que deveria.

Dona Amelia estudou as minhas feições e depois balançou negativamente a cabeça.

— Não faço ideia, minha filha. Mas se você já conseguiu até uma presidente, imagino que tudo está mais do que adiantado no quesito de pessoal e seus ajudantes.

— Essa parte poderia estar um pouco mais adiantada, mas já tem um começo muito bom também... – Garanti, pensando nas últimas notícias que minha mãe tinha me passado sobre como as pessoas com quem ela já havia conversado tinham aceitado sem nem pestanejar a oferta de se juntarem a nossa causa.

— E quem será a presidente? – Dona Amelia perguntou, agora ansiosa.

Nesse momento, Will e Pepper chegaram, parando ao nosso lado para tentarem entender o teor da conversa.

— Minha mãe! Ela veio toda cheia de ideais também e acabei por convencê-la a presidir a Broken Pieces Shine.

— Mas já tem até nome? – Minha sogra se espantou.

— Pedindo licença desde já, mas o que é a Broken Pieces Shine? – Pepper perguntou.

— Uma fundação que estou criando.

— Em conjunto com a NT&S?

— Não. Uma ideia minha... – Deixei o assunto bem vago.

— Quero ajudar! – Ela se propôs de primeira. – Nem sei o campo de ajuda, mas quero ajudar. Sempre quis me filiar a algo assim, mas até hoje não encontrei alguém que fosse realmente sério... Claro que os “Médicos Sem Fronteiras” e a Cruz Vermelha são sérios, mas não me aceitaram em seus quadros de voluntários...

— Você quer mesmo ajudar?

— Mas é claro. A menos que não queira...

— É claro que quero!! Aliás, preciso. Posso estar entendendo de muita coisa relacionada à burocracia e à administração, mas não sei como ajudar, não com a minha formação acadêmica...

— Então pode soltar a língua e me contar de onde saiu a ideia e a sua inspiração para o nome e campo...

Mordi o lábio, eu ainda não estava muito confortável para falar sobre tudo o que eu passei na frente de muitas pessoas, ainda mais de meu cunhado e sogro...

— Podemos marcar um outro dia... a noite é de Alex e os holofotes têm que estar na direção da estrela. - Consegui sair pela tangente.

Pepper notou que tinha algo que eu não queria compartilhar naquele momento com mais ninguém e, assim, concordou com a cabeça, já trocando o tema da conversa.

— Tudo bem, sua agenda é mais louca que a minha, depois marcamos um dia... e, para mudar de assunto, o que Alex está aprontando?

— Ninguém sabe. – Dona Amelia respondeu por mim.

— Alguém tem uma ideia? – Will falou depois de muito tempo.

— Também não. – Foi a minha vez de responder.

E o casal trocou um olhar estranho, até mesmo preocupado. E, mesmo tendo a garantia de minha sogra de que tudo estava bem, meu estômago se contorceu de nervoso.

Acabamos todos sentados na sala, com meu sogro comentando a quantas ia sua série e Dona Amelia e Will dando os devidos pitacos. Dignei-me a ficar calada, até porque não entendia nada e não queria dar opinião errada sobre nada. Pepper também mal falou.

Demorou, mas a porta da cozinha foi aberta e pudemos sentir o cheiro de churrasco que vinha da área externa dos fundos.

— Ele realmente cozinhou... – Will comentou preocupado.

Todos balançaram a cabeça e seguiram Alex para dentro do cômodo. Porém, não foi ali que ficamos, mas sim na enorme mesa de madeira maciça feita por meu sogro.

— E então... qual é a notícia que você tanto queria nos dar? – Dona Amelia não se aguentou e foi perguntando assim que Alex se sentou do meu lado.

Meu noivo respirou fundo e com um enorme sorriso apenas disse:

— Lembram-se da série cujo episódio piloto foi cancelado logo depois de toda confusão de quase quatro anos atrás?

Os Pierce menearam a cabeça de forma positiva, já eu levei um tempo para assimilar o que ele falava, até que meu cérebro fez a associação.

— Então... tive algumas conversas com o diretor de entretenimento da emissora e também com os executivos e produtores da série... – Aqui ele parou e nos encarou, um sorriso de puro contentamento ameaça desmanchar suas feições tão compostas.

— Claro que sim. – Pepper falou por todos. – Agora desembucha que eu não gosto de suspense!

—  Pois bem, a série vai sair do papel e eu serei o protagonista. – O sorriso que ele tentava esconder, tomou conta de suas feições e agora ele olhava para nós cinco, felicidade incontida sendo mostrada nos lábios e refletida nos olhos.

— Você... – Dona Amelia começou a chorar.

Pepper deu um grito, meu sogro abriu um sorriso de puro orgulho para o filho, Will preferiu fazer um pouco de piada com a notícia e eu... Bem, eu era a pessoa mais próxima a Alex e assim que assimilei a notícia que ele dava, simplesmente o abracei apertado e, me esquecendo da plateia temporariamente, o beijei de forma apaixonada.

Essa notícia era a mais bela de todas. E a mais esperada também.

O restante da noite foi de festa e comemoração e eu nunca imaginei que seis pessoas pudessem fazer tanto barulho e falarem tanto quanto nós fizemos madrugada a fora.

Fomos dormir com o dia raiando, felizes demais com o que tínhamos ouvido e ainda sem termos brindado a notícia de forma adequada.

Essa, com certeza, seria a mais importante das festas que faríamos, pois Alex estava de volta, tinha retomado a carreira, do exato lugar de onde havia parado. E isso só provava que Suzannah sempre esteve errada e a decisão de Alex de afastar de tudo foi acertada, pois, assim, a sua reputação não ficou manchada devido a todas as fofocas que sua ex inventou à época. 

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 Claro que com uma notícia dessas, as capas de revistas vieram junto, a grande maioria, de fofoca, pois as grandes e famosas, ligavam insistentemente para que Alex lhes desse o direito ao grande furo que era a sua primeira entrevista depois de anos.

Todas foram educadamente recusadas. Alex estava certo de que ainda não era o momento para esse alarde, coisa que Lee não concordava, mas eu sim.

Acontece que não são todos os que aceitam um não e recuam na perseguição, pois sempre tem aqueles mais enxeridos que sempre estarão de prontidão para que o primeiro deslize da celebridade, ou até mesmo seus mais profundos segredos fossem revelados sem autorização.

E foi isso que quase aconteceu conosco em uma manhã quente no final de maio.

Era uma manhã de domingo e eu, desacostumada com o calor da Califórnia, estava estranhando a temperatura. Alex me jurou que era normal e que eu ainda não tinha visto nada (o que me apavorou por completo!), que em julho e agosto ficava muito pior.

Saímos ainda mais cedo para correr e dessa vez levamos os cachorros, eles estavam precisando gastar ainda mais energia, só as caminhadas pelo bairro não estavam adiantando muito, ainda mais para Stark.

Assim, depois que o pitbull resolveu fazer de nosso closet um playground (comendo dois sapatos de Alex, um meu, além de ter furado uma jaqueta de couro minha), decidimos que era mais do que essencial levá-lo para correr, nem que fosse uma vez por semana.

Ficou combinado que os domingos seriam o dia da malhação pesada dos cachorros, pois esse era, com quase absoluta certeza, o único dia da semana em que teríamos folga de verdade.

Então, arrumamos tudo o que iríamos precisar, inclusive garrafas de água para eles e saímos em direção à Venice Beach para correr e, a nossa outra ideia, era tomar café no restaurante da Dottie, pois fazia um tempo que não parávamos por lá e ela já estava reclamando do nosso sumiço, por mensagens, quase todos os dias.

Chagamos ao Calçadão deserto, paramos na vaga de sempre, alongamos e começamos a correr, o sol ainda não estava forte, tinha acabado de nascer nas montanhas, mas já deixava o Oceano Pacífico num tom mais azulado.

— Faz muito tempo que não chegamos tão cedo por aqui.... – Alex comentou vendo que a praia e o calçadão ainda estavam quase vazios.

— Querendo ver seus fãs, é? – Brinquei e dei um cotovelada de leve em suas costelas.

— Na verdade, não. Só pensando que tem muito tempo que eu não encaro o mar antes do sol nascer por completo.

Olhei para o Oceano e fiz uma careta. Se com o sol a pino, a água ainda era fria, imagina sem sol.

— Não gosta da ideia?

— Não. Se for para encarar água gelada, que seja para esquiar ou patinar, não para nadar.

Ele riu da minha fala e continuamos a correr em silêncio, imprimindo um ritmo mais forte. Por alguns segundos foi como nos nossos primeiros dias juntos. Ele, eu, nossos cachorros e nossos pés ganhando o calçadão.

Contudo, essa calma não durou muito e, logo alguém nos reconheceu, ou melhor, reconheceu a Alex, e chamaram o nome dele. Era um grupo eclético, não dava para distinguir a idade, só sei que em resposta, Alex acenou, desejou bom dia e, voltou a se concentrar na corrida.

O pequeno grupo não se aquietou, e eu pude escutar o burburinho de vozes, alguém não estava satisfeito com um simples aceno e um bom dia dito às pressas, queria algo mais, uma foto ou um autógrafo, talvez? E, quando notamos, alguém começou a correr do nosso lado, falando sem parar que a namorada era fã de Alex e que queria tirar uma foto com ele.

Olhei em volta procurando pela garota que queria tanto a foto que mandou o namorado ir até nós e logo a vi, correndo um tanto desengonçada, com o celular em punho, como se filmasse tudo.

O rapaz continuou a insistir até que Alex cedeu e parou. A menina chegou pouco depois de nossa parada, ofegante e vermelha, perguntando aos arquejos se ele tinha parado por ela.

Alex confirmou, ela deu um gritinho de satisfação e já foi se posicionando para a bendita da selfie, sem notar que Alex levava consigo Stark, que não tinha gostado nada da parada abrupta e nem do casal. Então, para evitar o pior, meu noivo, com um sinal de mão, me chamou para mais perto e me entregou a guia do pitbull. Aproveitei o ensejo e me afastei do grupo também, pois os demais convergiam na direção onde ele tinha parado.

A cena começou a chamar a atenção de quem passava e logo estavam cercando Alex de todos os lados, clamando em conjunto que também queriam uma foto.

 Um tanto sem graça, ele foi atendendo a todos, respondendo algumas perguntas, a grande maioria sobre a série que ainda nem tinha começado a ser gravada.

Aos poucos, enquanto a atenção era focada nele, fui me afastando e tentando ser parte da paisagem. Funcionou para a grande maioria das pessoas que nem ligaram para a minha presença, afinal eu poderia ser só mais uma corredora da orla, como uma fã esperando minha chance de chegar perto de uma celebridade. Acontece que algumas garotas me reconheceram e chegaram um tanto perto.

— Você é a Katerina, namorada do Alex, não é? – Perguntou a garota de cabelos cor de areia e sardas no rosto.

— Sim. – Respondi simplesmente.

— Caramba... – A outra, de cabelos castanhos escuros e olhos verdes parecia embasbacada.

— Você tem um estilo tão clássico! Adoro as suas roupas. – Continuou falando a primeira.

— Obrigada. – Estava ficando sem graça e querendo saber onde essa conversa estranha iria parar.

— É sério. – Confirmou uma terceira, essa loira com grandes olhos amendoados. – Todas as fotos que saíram de vocês, as suas roupas estavam impecáveis. Até mesmo para correr, você sabe o que usar. Quisera eu saber usar as roupas e as cores ao meu favor.

Isso era algo que eu nunca pensei em escutar.

— Você tem um estilista pessoal? – A de cabelos cor de areia perguntou, como se isso explicasse as minhas roupas.

— Não, não tenho.

— Você escolhe as suas próprias roupas, então?!

— Exatamente.

As três me olharam com um misto de espanto e admiração em seus olhos.

— Eu quero ser assim quando crescer! Simplesmente assim! – Disse a morena.

— Tenho que admitir que aquele seu vestido da Versace que você usou no lançamento da campanha da Porsche foi perfeito. A combinação de vestido, sapato, bolsa, maquiagem e joias foi demais! – Falou a loira.

Novamente só me restou a agradecer.

— Não sei exatamente o que você faz da vida, mas deveria ser estilista. Você leva jeito para a moda! – Disse a primeira garota.

— Garanto a vocês que não levo jeito para moda e prefiro continuar no meu trabalho.

— Uma pena... seria interessante te ver na frente de uma grife famosa e saber o que você lançaria para o mundo. Mas já está de bom tamanho se você já vestir o Alex. É você quem faz isso, não? Porque até onde sabemos, ele não tem uma personal stylist.

Dei de ombros e abri um sorriso sem graça.

— Sabia que aquele terno era escolha dela! Ele jamais usou algo tão lindo! – A morena falou animada. – Agora podem me pagar! – Olhou para as amigas e estendeu a mão direita.

— Por favor, pode continuar a escolher as roupas dele! E nós já vamos, não queremos tomar o seu tempo! – Elas se despediram ainda comentando algumas das roupas que eu usei em dias específicos que nem eu lembrava.

Balancei a cabeça e tentei voltar ao presente, contudo, uma vozinha no fundo da minha mente não conseguiu se calar e me peguei pensando: enquanto tinham fãs que me odiavam pelo simples fato de que eu namorava Alex, outras pareciam bem simpáticas. Definitivamente as pessoas são estranhas quando se trata de seus ídolos, será que poderia chamar assim? – Perguntei-me mentalmente ao ver que a roda de pessoas diminuía gradativamente perto de Alex e logo ele se despediu dos últimos e veio caminhando para perto de mim.

— Nunca mais fale nada sobre encontrar fãs... – Falou bem baixinho e pegou a guia de Stark.

— Pode deixar. – Confirmei e recomeçamos a correr.

Voltamos sem interrupção até o carro, Alex olhando saudoso em direção ao mar, mas murmurando algo que, devido ao barulho que já estava alto, não consegui entender. Dei um cutucão em seu braço para chamar a sua atenção, querendo saber se ele queria ir para casa ou ainda tinha planos de tomar café na Dottie, quando meu estômago gelou ao olhar na direção de nosso carro.

Uma horda, porque não tem adjetivo melhor que defina o que são, de fotógrafos estava parada ali perto, já com as câmeras em mãos, batendo uma sequência rápida de nossos passos.

—  Merda! – Alex exclamou entre dentes e só ajeitou o boné na cabeça para que não tirassem fotos de mais perto.

Eu não tinha um boné, então apenas abaixei um pouco a cabeça e torci para que nem Thor, nem Loki, cismassem de avançar em alguém. Uma polêmica envolvendo meus cachorros e o comportamento selvagem deles era tudo o que não precisávamos agora.

Apressamos o passo, o café da manhã na Dottie sendo esquecido à medida em que as perguntas iam ficando mais altas e os paparazzi mais invasivos.

Era uma gritaria sem fim, todas as perguntas direcionadas à Alex e eu não estava entendendo nem a metade delas, afinal, eles gritavam juntos e suas vozes se misturavam ao som das câmeras.

Alex abriu o porta-malas para que o trio fosse acomodado, acontece que na pressa de fazer isso, acabou por abrir as janelas do carro também. Nem ligamos, iriamos entrar logo, porém, um dos fotógrafos se achou no direito de tirar uma foto de dentro do carro e, não satisfeito, pegou a minha bolsa. Não sei qual era a intenção dele ao fazer isso, porém o fez.

Assim que reconheci o que estava na mão dele, mandei-o devolver. Isso era considerado um crime.

Não obtive resposta e o ladrão, porque ele tinha se transformado nisso no exato momento em que pegou a bolsa de dentro do meu carro, apenas sorria cinicamente para mim e começou abrir o zíper da bolsa e se afastar de onde estávamos.

A grupo de fotógrafos se fechou ao nosso entorno e o outro agora tinha chances de sumir com a bolsa, minha carteira, celular e documentos. Fiquei tão possessa que ameacei sair correndo atrás dele. Não precisei.

Como se lessem o meu pensamento, Loki e Stark começaram a rosnar e logo se libertaram das guias e correram atrás do ladrão, latindo alto. Corri atrás, não para segurá-los, mas para garantir que não fossem maltratados.

Quando o fotógrafo viu a fúria que eram meus cachorros, tentou correr mais rápido, só que fora de forma, não conseguiu e parou perto da murada do píer. Stark o cercou pelo lado direito e Loki pelo esquerdo, rosnando alto, mas sem pretensão de atacar.

— Devolva minha bolsa e eu não vou dar queixa na delegacia. – Falei friamente ao parar na sua frente.

O homem olhava para mim e para meus cachorros.

— Tem medo de cachorro? Deveria ter pensado nisso quando furtou a minha bolsa. Eles não são só para compor uma foto, são cães de guarda também. Principalmente esse. – Apontei para Loki que rosnava mostrando os dentes.

— Não ordene que me mordam. – Pediu gaguejando.

— A bolsa. – Tornei a mandar. – E se algo estiver faltando, eu vou dar queixa, provas fotográficas eu tenho!

Ele me jogou a bolsa, garantindo que não tinha tirado nada dali. Conferi o conteúdo e tudo estava mesmo dentro de onde deveria estar.

— Stark. Loki. Recuar. Comigo. – Dei as ordens e virei-me costas para o filho da mãe intrometido e voltei para o carro. Só me dando conta de que a cena era observada por várias pessoas quando levantei os olhos na direção do carro. Não peguei nenhum dos cachorros pela guia, eles me acompanharam, cada um de um lado de meu corpo, sem rosnar, sem atacar.

A cada passo que eu dava, os fotógrafos recuavam um, agora temerosos de que a qualquer momento, um dos cachorros pudesse correr atrás deles.

Alex ainda estava parado perto do carro e sorria presunçosamente para a horda, que agora não tirava fotos, apenas acompanhava meus passos até onde meu noivo estava.

Já na frente do porta-malas, ordenei que Stark subisse no carro, deixando Loki de vigia. Meu husky se sentou ao lado de minha perna, encarando os paparazzi, como se desafiasse algum deles a chegar perto de mim. Com o pitbull preso, só assobiei e Loki pulou graciosamente para dentro do porta-malas e me permitiu prendê-lo no cinto.

— Obrigada, Lokinho! Salvou a minha vida, de novo. E você também, Stark! – Acariciei as orelhas dos dois antes de fechar a tampa.

Thor tinha se deitado no canto, exausto da corrida, Stark o acompanhou, já Loki permaneceu sentado, com as orelhas atentas e uma postura que demonstrava que, bastasse um motivo, ele sairia correndo novamente atrás de quem quer que fosse.

Com a tampa do porta-malas fechada, Alex me guiou, em silêncio até a porta do carona, que abriu para mim e depois assumiu o seu lugar atrás do volante. Por todo esse tempo, não escutamos nem um som de fotos sendo tiradas, mas alguns curiosos filmavam toda a cena.

Com os vidros totalmente fechados e já seguros de qualquer foto devido a película extremamente escura das janelas, Alex deu a partida e saímos do píer, ainda sem trocar uma palavra.

Só quando já estávamos bem distantes de toda a confusão, que Alex se permitiu rir. Levantei uma sobrancelha para ele e mesmo assim ainda tive que esperar por uma resposta.

— Você, sem falar uma palavra, sem nem olhar na cara deles, só acompanhada por dois cachorros foi capaz de calá-los como eu nunca vi ninguém fazendo. – Ele me explicou quando seu ataque de riso passou.

— E é motivo para rir? Um deles roubou a minha bolsa! – Argumentei. – E eu não fiz nada demais, Loki e Stark que saíram correndo atrás dele sem que eu mandasse.

— Você nem precisou mandar. A sua postura dizia tudo. E seus cachorros – Ele destacou o pronome possessivo. – te conhecem muito bem ao ponto de seguir uma ordem silenciosa sua! Nunca vi dois cachorros desse tamanho pararem uma corrida e só encararem o alvo como eles fizeram. Na verdade, Loki não me impressiona, mas Stark? Stark fazer isso? Para mim é novidade!

Dei de ombros.

— Você, Rainha do Gelo, mostrou para todos eles quem é que manda. Sem fazer escândalo, sem comprar a lealdade de nenhum deles. Simplesmente colocou medo da forma mais inusitada possível. Sendo você e sendo a tutora de dois cachorros imensos. Poderia ter sido três, porém, nós sabemos qual é a praia de Thor, não é mesmo? – Ele olhou pelo retrovisor e eu me virei para ver o que o trio fazia.

Loki permanecia atento ao trânsito e aos arredores, era possível ver suas orelhas atrás do banco. Stark, assim como Thor, estava escondido atrás do banco, mas era possível escutar um som bem peculiar vindo da parte de trás do carro.

Um ronco.

Definitivamente de Thor.

— Thor sempre será Thor. – Disse por fim, escondendo a gargalhada.

— É, com certeza. O mundo pode acabar, que eu acho que ele não acorda. Ainda mais depois de ter corrido tanto. – Alex concordou. Todavia, voltou a conversar comigo.

— Você está bem?

Vire-me na sua direção.

— Sim. Não fizeram nada demais. Bom, eu recuperei a minha bolsa, então tudo está bem.

— Não esperava que tivesse alguém por lá.

— Mas deveríamos ter esperado. Depois de todas aquelas fotos e vídeos, era de se esperar que alguém tivesse gravado ou feito uma live em alguma rede social e denunciado o seu paradeiro... assim, só bastou que eles vissem isso. E como eles sempre parecem ver tudo... foram atrás de você. – Falei conformada.

— Isso também não foi legal. Um ou outro tudo bem..., mas hoje correram atrás de nós.

— Não tem como você prever a reação de uma pessoa, Alex. Eles ainda foram educados ao ponto de não começarem um empurra-empurra. Para a quantidade de gente, até que foi bem tranquilo.

Meu noivo fechou a expressão e se concentrou no trânsito. Sentei-me direito no banco e observei os arredores. Não era a nossa vizinhança, como já deveria ser, tendo em vista o tempo já estávamos no carro. Alex continuava dirigindo à beira mar e na direção contrária à nossa casa.

— E aonde vamos? – Perguntei por fim, quando a curiosidade me venceu. Eu não conhecia aquele trajeto e parecia que íamos para o sul, pois saíamos do centro e as placas indicando que chegávamos perto do Aeroporto Internacional ficavam mais frequentes.

— Não podemos continuar a correr em Venice Beach. – Ele disse finalista. – Já devíamos ter parado há algum tempo, mas somos teimosos e sempre voltamos.

Não gostei do que ele falou. Eu tinha um carinho enorme pela orla e pela praia, afinal, foi lá que nos conhecemos, onde tudo começou.

— E não venha defender a nossa continuidade lá, só porque foi onde nos conhecemos. – Ele me leu direitinho, mesmo que eu não tivesse falado nada. – Hoje foi a prova de que as coisas podem sair do controle muito rápido. Loki e Stark foram rápidos em te defender, mas e se eles não estivessem lá? E se aquele cara conseguisse fugir com a sua bolsa, seu celular. Sua vida, nossa vida, a vida de nossas famílias estariam sendo expostas para o mundo nesse momento, mesmo que seu celular tenha senha... esses caras sempre conhecem alguém que sabe desbloquear tudo.

Não tinha parado para pensar nesse ponto. Foi realmente por um triz que as fotos, os vídeos pessoais, as informações de meu trabalho, não pararam em mãos erradas.

— E o que pretende fazer nos levando para o sul?

— Te mostrar uma outra praia. Não tem a estrutura que tem Venice Beach, mas creio que poderemos correr lá de vez em quando. E depois mudar para uma no Norte...

— Quer que viremos nômades? Sem um lugar certo para correr? – Perguntei descrente. Eu não gostava disso. Gostava da familiaridade do lugar para poder correr sem ter que ficar preocupada com meus arredores, com onde pisava...

Alex respirou fundo e depois manobrou o carro, parando em um estacionamento quase vazio demais.

Olhei a praia. Tinha alguns banhistas, alguns surfistas se arriscando na água, mas nada comparado com o que era Santa Mônica e Venice Beach.

— Kat... – Alex falou depois de algum tempo, se virando para mim. – Sei que não gosta de mudanças e que você realmente gosta de correr no trajeto que fizemos hoje, porém, tenho que te alertar de uma coisa.

Desviei meus olhos do Oceano e o olhei.

— Eu prometi, tanto para você, quanto para seus pais, que iria te proteger, que iria cuidar de você. E é o que eu estou fazendo. Parar de correr no coração de Los Angeles é a única saída para que nada te aconteça. Sei que nada aconteceu, ainda. Mas a tendência é que aconteça. É que os fotógrafos fiquem ainda mais em cima de mim. De nós. Com o início das gravações da série se aproximando, com os detalhes de elenco e roteiro sendo veiculados nas redes sociais e sites especializados, a curiosidade dos paparazzi aumenta. Não só a curiosidade, como a intromissão também. Vai ficar pior, Loira. Muito pior. E eu não quero que aconteça com você, o que aconteceu com minha ex. Não quero fotos invasivas tiradas de você. Não quero que fiquem te seguindo, que fiquem te perturbando na porta do seu trabalho. Eu não quero que você seja uma vítima da indústria da fofoca!

— Alex... – interrompi a sua fala e ele me olhou. – Agradeço por isso, mas não tem como você evitar a todos eles. Sei que podemos tentar, como mudar de local de corrida, evitar ir a alguns lugares, mas também não podemos nos prender em casa por conta do que podem falar. Quando nos conhecemos, quando corremos juntos pela primeira vez e você me falou o que fazia, eu poderia ter encerrado qualquer contato com você naquele momento, porque, por mais que eu não pertença a esse mundo de celebridades, eu não sou tola em acreditar que não viriam atrás de nós... Eles virão, pois faz parte do que você faz. E, querendo ou não, você, a sua imagem pública, precisa disso. Não em excesso. – Apontei para outdoor que estava atrás de nós e era justamente da Calvin Klein. – Mas precisa. Podemos tentar sermos ainda mais discretos e mudar locais de corrida, de passeio, mas não se esqueça de uma coisa...

Ele levantou uma sobrancelha.

— Você precisa viver também. Seus amigos surfam naquelas praias, você foi criado por ali. Não precisa abrir mão de tudo só para me proteger. E eu te peço, não faça isso. Pois você precisa do mar e da praia tanto quanto eu preciso da neve e do frio. Faz parte de quem você é.

— Mas, Kat, você não está entendendo...

— Alex, eu entendi o seu ponto. Sei do que está falando. Nunca aconteceu comigo, mas sei todas as consequências que a intromissão de fotógrafos pode causar. Apesar de não me lembrar muito bem, eu já era bem grandinha quando a Princesa Diana morreu. E, como passei muito da minha vida em Londres, era inevitável que eu não soubesse o que a matou, claro, tirando as teorias conspiratórias de lado... Por isso, agradeço o que está fazendo. Concordo com você que temos que dar um tempo de lá, mas só te peço para não ficar recluso em nossa casa. Porque isso também não vai te fazer bem.

— Temos a Fazenda...

— E sei que Dona Amelia iria adorar te ter lá todos os finais de semana. Mas não é no meio do mato, que você recupera as energias. É no mar. Pense nisso. Você correu hoje mais focado na orla e nos surfistas do que na corrida em si. Você sente falta de flutuar sobre as ondas... até de tomar caldo com água gelada e o dia raiando... assim, ache o meio termo para você e se permita fazer isso, por favor.

— E qual seria o seu meio-termo?

Abri um sorriso para ele.

— Ah... uma viagem por ano, por uns quinze dias, para o um lugar bem frio já está de bom tamanho para mim.

— Só isso?

— Os demais te conto depois. – Falei e dei um beijo na sua bochecha.

— Preciso me preocupar?

— Não. – Fiz cara de santa.

— É, eu preciso sim. – Ele riu. – E então... se eu achar o meu meio-termo... você volta a surfar comigo?

— Na água fria?

— A Rainha do Gelo com medo de água fria?

— Não é medo... é respeito.

— Medrosa.

 - Eu não gosto de água gelada. Se é para estar gelada que esteja congelada e passível de se patinar sobre. – Argumentei.

— Você está fugindo do assunto.

— Não estou!

— Vai ou não surfar comigo?

Fiz uma careta.

— Não diria surfar, porque isso ainda não faço...

— Mas vai fazer. – Alex garantiu com um sorriso.

— Por que todo esse interesse em retomar as minhas aulas de surfe?

— Pietra levou o meu melhor amigo embora, preciso de companhia para surfar.

— Não, isso não é desculpa. Você não tinha só o Benny de companheiro. Você precisa de alguém para você zoar... – Encarei os olhos azuis furiosa.

— Isso também. E, por enquanto, você serve.

— Sabe que vai pagar essas suas palavras, não sabe?

— Eu imagino que sim.

— Imagine o que pode ser a minha vingança, pois é isso que vou fazer.

— Até lá, Loira, eu vou rir um pouco de você.

— E depois vem com o papinho de que quer tomar conta de mim. Sei... seu interesse é bem outro... – Comentei indignada.

Alex me deu cutucou nas costelas e depois mostrou a praia.

— Pronta para conhecer um de nossos pontos de corrida e surf?

— Não mude de assunto. – Falei enquanto descia do carro.

— Não estou mudando, só te dando uma vista geral do que será o seu futuro.

E ao olhar o tamanho das ondas eu tive a certeza, era ali que a minha curta experiência no surf seria enterrada de vez. Porque era sem condições de eu conseguir ficar de pé em uma prancha em um lugar com ondas desse tamanho!


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso!
Espero que tenham gostado! Como o próximo capítulo já está pronto, pretendo não demorar para postar! Sai antes da Páscoa!
Muito obrigada a você que leu!
Nos vemos no próximo!
Até lá!
xoxo



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