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Passando por alguns lustres apagados e um pouco cobertos de neve, abraçado a Reira, sem preocupações, passeando por aquele bosque tão conhecido, não podia me sentir mais feliz, minha preciosa Reira estava bem ao meu lado, e eu não deixaria ninguém levá-la de mim por nada nesse mundo.
    Um estralo veio de trás de uma árvore rodeada por pequenos arbustos, Reira deu um pulinho com o barulho alto.
— Ouviu isso? - Reira sussurrou;
Balancei a cabeça dizendo que sim, olhando ao redor, tentando entender o que acontecia.
 - O que será que foi isso? Que estranho... -
— Também acho... Pera... -
    Soltei a mão de Reira, me aproximei da árvore, analisando atentamente cada arbusto, quando achei uma sombra e alguns fios loiros e espetados, virei para Reira, sorri, ela se afastou, sorrindo desconfiada.
— HAAA! - pulei no arbusto afim de assustar o ser que se escondia atrás dele, quando vi um moicano loiro e uma faixa no meio da cara do infeliz;
— AAAAAH! KAMI-SAMA MEU CORAÇÃO! AAAI NÃO FAÇA ISSO PORRA! - ele gritou, caindo no chão, com a mão sobre o peito e olhos arregalados;
    Comecei a rir, seguido de Reira, que ria com as mãos sobre a boca, logo ouvi outras risadas vindo de alguns lugares pelo bosque, e uma risada exageradamente barulhenta vindo de outro arbusto, já sbia quem era só pela voz meio grossa, até que todos apareceram.
— Então são vocês - eu disse, ainda rindo;
— Claro! Chegamos aqui no meio de uns beijinhos - disse Uruha, com um sorrisinho malicioso e irônico pra cacete;
Corei, olhei para Reira, que também ficara corada e rimos.
— Ai decidimos espiar um pouquinho mas o besta do Reita pisou num graveto no meio do arbusto e caguetou todo mundo - ele continuou;
— Vocês são foda mesmo viu - sorri;
— HAHAHAHAHAHAHAHAA Ai ai... - ele olhou para Reita e... - AAAAHAHAHAHAHAHAAA NÃO DÁHAHAA - mas que puta palhaço! Haha!
    Olhei para Aoi, atrás do arbusto, rindo alto feito louco, parecia um maluco, cheguei mais perto, estava caído na grama meio coberta pela neve, com uma mão na barriga e a outra no rosto, rindo muito, me fazendo rir pela situação bizarra dele.
— AH... AHA... Ah... Vo... Vocês dão um belo casalzinho! - disse Aoi, tentando se recuperar do ataque de risos;
    Pela puta que me pariu até isso ele fala no diminutivo?! Que puta sacanagem! Muita sacanagem mesmo!! Um dia eu te mato Shiroyama!!!
— Maldade - disse Uruha;
— Mas então, estão mesmo namorando? - perguntou Kai;
— Sim - eu e Reira falamos ao mesmo tempo, rindo em seguida;
— Nossa, que fofo! - disse Kai, alegre como sempre;
    Reira foi ajudar Reita, que continuava no chão, rindo de Aoi, enquanto Uruha tentava ajudar Aoi, que ainda ria deitado no chão, olhava para Reita e voltava a rir novamente.
— Você tem sorte não é? - disse Kai, parado ao meu lado e sorrindo;
— Como assim? -
— Você tem muita sorte de  conseguir ficar com a Reira-chan -
— Sério? -
— Sim, garotas como ela são difíceis de achar ultimamente -
— Também acho - concordei;
— Mas você também é bem raro, Ruki-san - me surpreendi com o comentário dele;
— Ah é? Por que? - olhei para ele, acabei por levantar uma sobrancelha, isso é curiosidade demais? Hehehe!
— Personalidade, estilo, honestidade, e mais um monte de coisas -
— Wooow - fiquei sem graça depois dessa;
— Mas é verdade, Ruki-san -
— Entendi, valeu covinhas - dei um tapinha em sua testa, fazendo Kai rir;
— Quer parar de rir seu beiçudo! - gritou Reita, rindo de Aoi;
— Impossibru! HAHAHAHAHA! - murmurou Aoi, deitando na grama e o ataque de risos voltando;
Tinha que ser o Aoi! Hahaha!
— Culpa de quem? Do baixinho encapetado! - gritou Reita;
— Hein? - opaaa!
— Ai... - disse Aoi, olhando para Reita, segurando o riso;
— Reita... - disse Reira, colocando a mão no rosto fazendo uma creta engraçada para Reita;
    Acho que eu não ouvi direito! O retardado enfaixado esqueceu!olha que maravilha! Ele sabe que me chamar de baixinho significa PERIGO! Ou pelo menos eu faço com que pareça nee! Hehe!
— Reita! Corre! - gritou Uruha, rindo;
— Iiiiih Fodeu Reitaa! - gritou Aoi, levantando e sentando na grama;
    Ameacei correr até Reita, que levantou, correu e pegou um galho do arbusto atrás dele, rindo e apontando em minha direção, fazendo todos rirem.
    Depois de um tempo conversando, Reira e eu decidimos ir embora, nos despedimos deles e tomamos nosso caminho para casa.
    Abraçado á Reira o caminho todo, tentava ir o mais devagar possível, não queria deixá-la, queria ficar com ela, mas não podia.
    Chegamos á sua casa, ela se virou para mim, me abraçou e me beijou, me pegando de surpresa, nem tinha percebido que fechei os olhos, retribui o beijo e abracei sua cintura, quando paramos, ainda com as testas encostadas, me despedi dela.
— Até amanhã - abri meus olhos;
— Até - ela continuava de olhos fechados;
— Aishiteru Reira-chan - sorri;
— Aishiteru -
    Ela abriu os olhos, sorriu de volta, apertando meu pescoço de leve, não sei como mas senti minha cabeça relaxar depois disso.
    A soltei e ela entrou. Assim que ela entrou, vi minha mão fechar em um punho e comemorar feito louco, socando o ar, sim, isso foi tosco, e sim, eu fiz de propósito. Fui para casa metade do caminho todo sorrindo para o nada e olhando para o céu, eu sou tão bobo assim e não sabia? Não, eu sou idiota mesmo! Ah, não me importo, eu to feliz mesmo!
    Quando cheguei, entrei e fechei a porta, tranquei e fiquei parado em frente á ela, não conseguia acreditar em tudo aquilo, encostei minha testa na porta, sorrindo, me virei e dei de cara com meu pai, aposto que estava se perguntando porque raios o seu filho impertinente estava com a merda da testa colada na porta! Eu sou um besta só pode! sorri para ele e subi para meu quarto, fechei a porta e me joguei na cama, minhas mãos voaram ao rosto, ainda não conseguia acreditar no que acontecera mais cedo.
Ah Reira, será que você se sente assim também?
Ouvi a porta do meu quarto abrir, já imaginava quem era, mas errei.
— E como foi o encontro? - perguntou meu irmão, com cara de malícia;
— Foi legal -
— Huum, quero saber tudo hein! Irmãozinho pegador! - WTF? Pegador? Pegador aonde?
— Tá... - eu disse rindo;
— Taka! Taka! - logo minha mãe entrou, fechou a porta e sentou na cadeira da minha escrivaninha, como sempre;
— O que? -
— Bom agora é com ela - meu irmão sorriu e levantou, saindo do quarto;
— E ai com foi? -
    Fiquei sério, só para ver a reação dela, que também ficou séria, mas não resisti, comecei a rir e me joguei no travesseiro... Eu sou bobo ou o que?
— E ai? Contaaa - ela entendeu, sorrindo;
Minha mãe parece uma colegial animada e empolgada! Tão engraçado! Haha!
— Mãe... Foi... Foi... Ah... - joguei minha cabeça para trás, rindo;
— O que você disse á ela? -
— Simples, um... Aishiteru... - apertei os olhos e subi meus ombros, esperando sua reação;
    Ela abriu a boca em 'O', ela ficou muito esquisita com aquela cara, sem maldade mãe, tá me assustando! Pare!
Olhei para baixo, corado, e ela entendeu novamente.
— Oooooh! Sério?! - de repente sua cara mudou para um sorriso enorme;
— Aaah... Hai... - coloquei a mão no pescoço, sorrindo de leve;
— Ah filho! Que fofo! - ela levantou e sentou na cama ao meu lado me abraçando;
Retribui o abraço, feliz da vida.
— Olha esses olhos! Estão brilhando tanto Taka! -
— Sério?! - fiquei surpreso, é só comigo que isso acontece?
— Não te via feliz assim á um bom tempo! -
— É que agora eu tenho um motivo de verdade - sorri;
— Uooh foi tão bom assim? - ela fechou a boca num biquinho;
— Mãe! -
— Haha, parei, parei - ela disse rindo;
— Mãe, eu estou tão feliz que sou capaz de abraçar até meu pai agora - Será?
— Eu sei - ela riu;
— Então abrace - falando nele, entrou no meu quarto, um meio sorrisinho, não me convenceu nada;
— Bom, conte á ele Taka - disse minha mãe saindo do quarto;
    Eu não queria contar á ele, para que contar? Pra ele me dizer que ela não presta? Que me proibiria de namorá-la? Pra ele estragar a minha felicidade, a única coisa que me deixa feliz agora é ela e a banda, e ele é capaz de querer tirar os dois de mim, mas não vou deixar! Não mesmo!
— Então, quem é a nova namorada? - perguntou, desinformado!
— A Reira, pai - eu sorri, tentando mostrar minha felicidade a ele, quem sabe funciona?
— Huum - ele balançou a cabeça;
Fiquei apenas esperando para ver sua resposta, mas me surpreendi.
— Então cuide muito bem dela, é uma garota linda - ele disse;
    Arregalei os olhos, assustado, pensei que ele diria algo tipo "Quem? Aquela garota imprestável que vive andando com aqueles garotos e tal..."... Mas não disse nada além disso! Até me espantei!
    Quase que eu corri para fora do quarto e gritei "Manhêeeee! Abduziram o papai!! Corre!!!", sem brincadeira, onde  meu pai foi parar? O que aconteceu com o velho rabugento?! Não que eu esteja reclamando é claro, mas... Meu Kami!
    Quando consegui raciocinar direito e processar tudo que ele dissera lentamente, já estava com a boca quase totalmente aberta, sacudi de leve a cabeça e sorri, ele sorriu de volta e saiu do quarto, logo em seguida entrou meu irmão, olhando para meu pai e em seguida para mim, olhos arregalados e boca um pouco aberta, ele entendera e também parecia surpreso com aquela resposta.
— Como que ele... Estranhoooo -
— Eu seeeei - concordei;
— Mas enfim, não é que você achou uma bem bonitinha... Que inveja... Mas tudo bem - ele riu, bagunçando meu cabelo;
— Ah... Para... Bosta, desarrumou tudo - arrumei a zona que ele fizera - E... Obrigada -
— Ha! Como se ela já não tivesse desarrumado tudo né cabeludo! - ele sorriu irônico;
    Olhei para ele, desconfiado de que ele fosse mais um espião entre os quatro palermas que ficaram nos vigiando no bosque... Brincadeira!
— Ela pode! - fiz uma careta e mostrei a língua para ele, que logo riu;
— Bom, cuide bem dela, Taka, ela pode ser única - ele disse saindo do quarto;
— Pode deixar -
    Eu sabia o que tinha que fazer para deixar Reira feliz, porque eu a conheço bem o bastante para saber como lidar com ela, e agora tenho intimidade o bastante para poder conversar com ela sem hesitar, sem problema nenhum, e sei que tenho que agradá-la de vários jeitos possíveis, mas eu me esforço, afinal, quero ver aquele sorriso lindo todos os dias.
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