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Acordei logo de manhã, percebi que minha coberta surgiu do nada, mãe, nem me espantei, pensei em agradecê-la, pois quando levantei senti um vento frio do corredor, olhei pela janela no final do corredor, estava nevando, a rua estava com um pouco de neve, o jardim da minha casa estava um pouco branco, enquanto eu olhava a paisagem, um vento passou pela janela meio aberta, fiz uma careta, quase congelei, corri para meu quarto e vesti uma roupa mais quente, além de gostar do inverno, ainda é bem no meu aniversário.
    Desci as escadas, minha mãe estava sentada no sofá sozinha, meu pai trabalhava em alguns domingos, então ficávamos apenas nós três em casa, percebi a falta do meu irmão.
— Ohayo - eu disse, bocejando e colocando a mão sobre a boca;
— Ohayoo - disse minha mãe, rindo;
— Qual a graça logo de manhã? - perguntei, sentando de lado na poltrona e abraçando as pernas, e sim, estava frio!
— É que você fica tão fofo bocejando! - disse rindo;
— Que foi nunca bocejou na vida? - eu disse fazendo um biquinho;
— Claro que já, mas você é muito fofo quando boceja! Seu irmão também fica uma gracinha!  -
— Obrigado por observar o meu excesso de fofura - brinquei, fazendo ela rir;
— Não sei de onde tirou o excesso de fofura, não foi de mim - ela sorriu, e o pior é que ela sorrindo fica fofa!
— Você é uma fofa, mãe, mas enfim, cadê meu irmão? - perguntei;
— Está na casa de um amigo dele, coisa da faculdade -
— Ah, entendi -
— Eu fiz chocolate quente! -
— HEIN?! - me joguei para trás na poltrona, minhas pernas voaram para frente, logo levantei e corri pra cozinha;
— Acabei de fazer! - ela gritou da sala;
    É nessas horas que eu amo ainda mais minha mãe, adoro o chocolate quente! E o pessoal parece gostar do que minha mãe faz, da última vez eles adoraram.
    Apesar do frio, eu ainda queria fazer uma coisa, eu decidi falar com Reira, contar tudo, queria vê-la, agora que eu finalmente entendi aquele sentimento de antes, eu já imaginava que seria assim, só não imaginava que eu ficaria assim, eu mudei, não sei como, mas de uma coisa eu sei, e eu queria contá-la, só não sei se vou ter força pra escutar a responta dela, mas independente de qual for sua resposta, eu sei o que eu quero.
    Sai de casa e tomei o caminho até a casa de Reira, quando cheguei, Reira estava sentada em frente á janela, provavelmente no quarto dela, estava meio triste, quando cheguei mais perto, ela pode me ver, sorriu e logo se afastou da janela, não demorou muito até que ela saísse, usava um casaco lilás com uma touca com pluminhas brancas em volta, o cabelo preso de lado, meio escondido pela touca do casaco, luvas brancas e uma calça jeans azul clara.
— Ohayo -
— Ohayo - disse ela;
Ela estava desanimada, meio preocupada.
— O que foi? - perguntei;
— Nada, não é nada -
— Você não tá muito bem pra não ser nada, o que aconteceu? -
— Sério, Taka, não é nada -
Olhei para ela, sério.
— Reira, o que houve? - perguntei novamente;
Ela ficou em silêncio por alguns segundos.
— Meu pai, de novo -
— O que ele fez? -
— A mesma história de sempre, dizendo que vai me mandar de volta pra minha mãe, isso me irrita, e me deixa triste, não gosto quando ele diz essas coisas - ela explicou;
— Mas você nem fez nada! -
— Eu sei, mas ele adora implicar, deve ser a nova namoradinha dele, aquela... - ela parou e respirou fundo;
— Namoradinha...? - estranhei de primeira;
— ... Hai... -
— Ei, Não se preocupe, ele não vai fazer nada, não vou deixar que te levem - a abracei de lado;
— Okay - ela disse, ficando corada;
    Quando a soltei, estava corada, seu rosto se destacou no pouco de neve que tinha no chão, estava tão linda, mesmo brava ou preocupada.
— Agora esqueça isso - eu disse, tocando seu nariz com a ponta do dedo e sorrindo;
    Ela sorriu de volta, me puxou até um  banco perto do portão de entrada, sentamos e conversamos sobre coisas bobas. Decidi falar de uma vez, mas o nervosismo subiu.
— Nee... Reira... -
— Sim? -
— Eu... tenho que falar com você -
— O que foi? -
— Eh... -
Fui interrompido pelo toque do meu celular.
— Merda... Mochi? - atendi;
— Quem é? - perguntou Reira;
— É o Kai -
— Nee Ruki-san! Encontrei um lugar pra gente tocar! - disse Kai no telefone;
— O que?! Sério?! - gritei no telefone;
— O que foi Taka? - Reira perguntou de novo, preocupada;
— Quando? - perguntei;
— Na próxima sexta, as 18:00 - disse ele;
— Kai marcou um show! - disse á Reira, que logo sorriu;
— Sério?! - ela disse sorrindo;
— Estou com Reita, vamos pro bosque agora tudo bem? - disse ele;
— Tudo bem, estamos indo - desliguei;
— Um Show?! Quando? - ela perguntou;
— Essa sexta as 18:00 -
— Ah! Eu vou! - ela gritou, dando uns pulinhos e rindo;
— Nem acredito! - estava realmente surpreso;
— Nem eu! - ela se aproximou ainda sorrindo;
Por impulso, a abracei, ela pareceu não se importar, logo retribuiu o abraço.
— Etto, eles estão nos esperando no bosque -
— Ah! Então vamos! - disse Reira, me puxando pela manga da blusa;
    Chegando no bosque, sentamos no banco perto de um poste e atrás uma árvore, parecia ser uma cerejeira, uns 5 minutos depois Kai e Reita chegaram, também empolgados, e uns minutos depois, chegaram Uruha e Aoi, conversamos um tempo, pensei em tentar pegar ingressos especiais para Reira, que pelo menos ela ficasse na frente.
    Uns dias depois fomos ao local onde seria o show, era pequeno, mas estava bom para tocar, fiquei feliz em conseguir os ingressos para Reira, peguei 4 ingressos logo á frente do palco, entreguei á Reira, que deu três deles para Hikari, Ayano e Yumi, que aceitaram na hora.
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