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Encontrei Reira na esquina da escola, fomos juntos o resto do caminho, Reira trazia o trabalho que fizemos já pronto, entramos na sala e sentamos, até que a diretora entrou na sala, parecia curiosa por algum motivo.
— Atenção Classe! Tenho algo á dizer para vocês! É importante! - disse ela, entrando na sala;
— O que? - perguntou alguém da sala de aula;
— Bom, é que teremos um baile de início de ano! - disse ela, toda feliz;
Me arrepiei, um baile? Logo um BAILE? Terei que convidar uma garota pra me acompanhar? Ah!
— Vamos pessoal, vocês vão adorar - disse a diretora, sorrindo e saindo da sala;
    Perguntei á Aoi o que ela dissera, e foi exatamente o que eu pensei, teria que ir acompanhado. Engraçado como a primeira pessoa que eu pensei em convidar foi Reira, que já estava rodeada por uns três meninos, ela recusava todos os pedidos que recebia, resolvi esperar um tempo para pedir á ela.
— Uooh, isso foi estranho! - disse ela, depois de dispensar os garotos;
— Bailes! - brinquei, rindo com ela;
— Nem sei se quero mesmo ir - disse ela;
— Eu também não sei -
— Ainda tem um mês e meio, acho que dá pra decidir até lá -
— Também acho - concordei;
    Eu não sou muito de dançar, muito menos músicas lentas e essas coisas, ainda mais do bando de J-pop estranho que com certeza irá tocar, mas se ela for, eu vou, só pra poder curtir, e com certeza o Aoi vai, já o Reita eu não sei, decidi perguntar.
— Nee, Reita, você vai? - perguntei;
— Não sei não -
— E você Uru? -
— Eu vou, agora com quem eu não sei, que tal... - ignorei quem ele tentaria convidar;
— Você vai Taka? - ela ainda não se acostumou com Ruki, pelo visto, mas tudo bem;
— Não sei, talvez -
— E com quem? -
— Esse é o detalhe - respondi, ela riu de leve;
Mais tarde, ao chegar em casa, já fui recebido aos gritos.
— Taka! Você vai ter um baile?! - gritou minha mãe;
— Sim, mas... Como você...? - como é que ela descobriu? Só pode ser telepatia de mãe;
— Seu pai foi olhar no site da sua escola, claro ver suas notas... - ela fez uma cara de irônica - E me disse que você ia ter um baile! - terminou;
    Pelo menos ele não vem me encher pergunando minhas notas, ele acha que eu to mentindo quando falo do meu boletim mais de mil vezes, mas como a gente tinha combinado, eu mesmo que falei pra ele olhar no site da minha escola, mais prático, e minha mãe estava feliz então ela viu as notas, além da notícia do baile.
— Pois é - respondi;
— Ah você já convidou alguém? -
— Não, calma mãe! -
— Ah ta desculpe -
— Nhéé - fiz uma cara de bobo e toquei seu nariz com a ponta do dedo, a fazendo rir;
— Ei... Ah, então convide logo uma garota! Quero comprar uma roupa linda pra você! Um terno em você acho que ficaria muito fofo, e... - ela continuou falando e entrou na cozinha;
    Fiquei me imaginando em um terno enquanto subia para meu quarto, e olha, até que eu ficaria bem, depende do terno! Até que a ideia do baile era legal, apesar das músicas, mas mesmo assim, só pra poder ter algo pra fazer, ou até para ver Reira... Ah, pensei nela de novo, isso é esquisito, muito esquisito.
    Um tempo passou depois da notícia do baile, faltavam três semanas para o baile, decidi convidar Reira, afinal, não parei de pensar nela o tempo todo desde que soub do baile, imaginando ela em um vestido ou algo assim, realmente não faço ideia de como ela ficaria. Na escola, acabara de dar a hora da saída, decidi perguntar agora, me subiu um nervosismo, uma coisa estranha dentro de mim, tipo quando fico sozinho com ela, é algo muito estranho, mas já esta lá, e era a minha melhor chance, pois não tinha ninguém na sala, somos sempre os últimos a sair.
— Nee... Reira-chan... -
— Hai? -
— Eh... -
— O que? -
—|Fala logo retardado! Agora já era! Fala de uma vez Takanori!|-
— Etto... Você... Quer ir ao baile comigo? -
—|Consegui! Ah nem creio! Ah e se ela não aceitar?! Eu não pensei nisso! Ah Kami-sama por favor me ajuda!|-
Ela parou, arregalouum pouco os olhos, corou as boxechas, adoro quando ela cora, fica muito fofa!
—|Pelo amor de Kami, Reira, aceita! Aiih|-
— Claro que sim! - ela sorriu;
Gelei, senti meu rosto ficar feito pimenta, achei que fosse explodir!
— Ah, que bom! Então, quer que meu pai te pegue, ou... - ofereci;
— Não precisa, eu te encontro na entrada -
— Okay - respondi;
— Bom eu vou indo - disse ela, olhando o relógio no celular;
— Você não vem comigo? - perguntei;
— Não, vou á casa da minha avó que mora aqui -
— Ah entendi -
— Então até mais tarde - ela disse, se aproximando e me beijando no rosto;
Senti meu rosto ficar ainda mais corado.
— Até... -
    Ela saiu e entrou em um carro preto, acenou da janela, sorrindo, acenei de volta, depois que o carro se foi, coloquei minha mão no rosto, voei para o banheiro mais perto, lembrei que Reira costuma usar batom, e deixou uma marquinha em minha boxecha, me joguei na parede, além da marca, ainda estava corado, parecia realmente uma pimenta, pois eu sou muito branco, mas não vejo mal nisso, o pior deve ter sido ela ver a minha cara visívelmente corada! Seria estranho sair por ai com uma marca de batom no rosto, apesar de não querer tirá-la dali, limpei o rosto e tomei o caminho até minha casa. Quando cheguei, minha mãe perguntou porque eu estava tão vermelho, nem respondi e ela logo entendeu, assim como meu irmão.
— Que garota te beijou pra você ficar feito pimentão? - disse meu irmão, sentado no sofá com o controle da tv na mão, fazendo cara de irônico;
— Ah! Err... -
— Há! Peguei! - ele gritou, apontando o controle para mim e rindo em seguida;
— Ah você convidou alguém?! Quem?! QUEM?! - ela quase me agarrou pela gola da camisa;
— Ah... -
— A Reira-san não é? - disse ela, com um sorriso torto;
— Ah... Hai -
— SABIA! HAHAHA! - meu irmão gritou de novo, derrubando o controle no sofá e rindo como um louco;
— Ah, vamos agora á uma loja comprar sua roupa! Vamos! - disse ela, me puxando pelo braço até meu quarto;
    No caminho, peguei minha mochila e bati na cabeça do meu irmão, mostrei a lingua, ele fez o mesmo e riu. Já em meu quarto, minha mãe começou a revirar meu armário.
— Você precisa de sapatos novos! -
— Só agora que você viu?! -
— Você não me disse nada! -
— Mintira! Disse sim! - eu disse rindo;
— Precisa de um terno, de uma gravata porque você não tem nenhuma! -
— Não mesmo -
    Ela entrou no banheiro do meu quarto, não faço ideia do que ela procurava no meu banheiro, mas tudo bem.
— Vamos, se troque e vamos á uma loja - ela disse saindo do quarto;
— Aonde vão? - perguntou meu pai, entrando no quarto antes quela saísse;
— Á uma loja de roupas, Taka vai a um baile, lembra?! - disse ela, alegre;
— E você tem par? -
— Sim... -
— Quem? - ele fez uma cara de meio surpreso;
    Será que nem ele acha que consigo convidar uma garota para um baile? vai ver é porque não tenho muitas namoradas.
— Espera, deixa eu adivinhar... -
— Eh... -
— Reira? -
Eu devo ser mesmo muito previsível, ou então eles já sabiam.
— Sim - respondi;
— Já imaginava - disse ele;
— Como? - perguntei;
— Pelo que eu saiba é a única garota da sua sala que você conversa, e além dela ser bonita, você anda meio avoado utimamente, acho que alguém está... - ele parou para fazer uma cara de irônico;
    Fiz uma cara de despreso, só pode ser brincadeira, ou tá muito na cara... Na verdade nem sei se estou, vamos dizer, "apaixonado" por ela, mas se não estivesse, não pensaria nela toda hora, ou ficaria tão nervoso perto dela, ainda mais quando estamos sozinhos, será que é isso? Uma boa maneira de descobrir isso é indo ao baile com ela.
    Ele saiu do quarto e desceu para a sala, me arrumei e esperei minha mãe na porta de casa, ela desceu e entramos no carro, chegamos á uma loja, grande, começei a imaginar o tempo que iria passar ali.
— Olha esse Taka! - ela mostrou um terno, que eu particularmente não gostei;
— Não, não gostei desse -
— Então vamos ver outro -
    Olhamos um por um, até que ela finalmente achou um que eu gostei, um preto, sem enfeites, mas era bonito, até ela gostou, pediu que eu segurasse enquanto ela procurava por sapatos, aproveitei para olhar o terno.
— Taka qual o seu número? - perguntou ela;
— É mais fácil eu procurar -
— Então vem aqui -
achei vários bonitos, mas não ficavam bem no terno, até que achei um branco.
— Olha mãe, até que fica bom! - mostrei á ela;
— Acho que não, branco? -
— Sim, até que fica legal -
— Não acha chamativo? -
— Um pouco -
— Que tal esse? - ela sabia do que eu gostava, pelo menos as vezes ela acertava na hora de escolher uma roupa pra mim;
    Ela mostrou um preto, exatamente do meu tamanho, era bonito, fui experimentar, achei que ficou bom, muito bom! Já minha mãe só faltou pular de alegria.
— Ah Taka! Que lindo! Você tá muito fofo! -
— Fofo? - perguntei;
    Por que "fofo"? Era pra ficar bonito, não "fofo", vai ver é coisa de mãe, apesar de ela ter dito que eu estava lindo, eu pelo menos achei muito bom!
— Claro! Meu filho já é um fofo, ainda mais de terno! -
Obrigado! Pelo menos eu sou fofo por naturalidade! Ou pelo menos pra minha mãe eu sou!
— Valeu - sorri pra ela, ela riu e pediu que eu desse uma volta;
    Depois de experimentar, compramos o terno e os sapatos e fomos á outra loja olhar mais algumas coisas.
— Que tal passar alguma coisa nesse cabelo? -
— Nem pensar! Meu cabelo deixa que eu arrumo - eu disse, colocando a mão nas pontas, as puxando para baixo;
— Tudo bem, só não os deixe muito comuns! - ela disse, apontando para meu cabelo bagunçado;
— Eu sei né mãe, por favor! - eu disse, a fazendo rir;
    Claro que eu vou mudar meu cabelo! Meu pai não me deixa tingir ele todo de loiro, ficaria ainda mais legal! Mas quando eu fizer 18 eu vou tingir tudo! Até imagino! Vai ficar tão legal! Mas por enquanto vai assim castanho mesmo, fazer o que!
— Nem vai por um chapéu, nada? - ela insistiu;
— Mãe! -
— Tá bom, parei! - ela riu;
    Voltamos para casa, quando chegamos, meu pai pediu para ver o terno, mas minha mãe não deixou, disse que ele e meu irmão iriam ver só no dia do baile, dei graças por não ter que me trocar de novo.
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