O Cargo Amaldiçoado escrita por Jace Jane


Capítulo 8
Capítulo 8 - Luta Pela Sobrevivência




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/798384/chapter/8

O que eu fiz para merecer isso Merlin? Eu sei que me unir ao Pirraça para conseguir uma aula vaga de transfiguração no meu terceiro ano foi ruim, mas o peso da pegadinha não equivale ao que eu estou passando. É o meu karma das minhas vidas passadas? Só pode, porque viajar entre as realidades por causa de um vampiro, ir para duas realidades diferentes onde me deparei com os vampiros mais perigosos da região é muita coincidência. Será que tem algo haver com o aparelho? Durett deve ter colocado algo que liga a espécie dele como uma espécie de ancora, assim ele sempre estaria em terreno seguro.

— Faz todo o sentido! – Eu sou um gênio! Quem disse que a Corvinal fica somente com os inteligentes? Também tem inteligentes na Sonserina.

— O que faz sentido? – Perguntou Aro chamando minha atenção.

Eu já tinha me alimentado, tomando um banho e até trocado de roupa, assim que deixei o quarto estava a vampira Jane me esperando em frente a porta, ela me levou até uma sala reservada, parecia com a biblioteca particular do Tio Rufus, o meu guardião, só era mais limpa e requintada.

— Essas placas de identificação são pintadas de dourado ou são de ouro mesmo? – Perguntei em quanto gentilmente mudava de assunto.

— São de ouro. – Respondeu Caius com uma expressão fechada, parecendo muito o Snape quando a primeira aula do dia é com a turma da grifinória. Ele estava obviamente fingindo interesse nos livros e prestando atenção na nossa conversa, já o Marcus estava escrevendo alguma coisa na mesa.

— Sobre a cobra que eu invoquei... – Voltei ao tópico da nossa conversa anterior chamando sua atenção, não que ele estivesse desatento, seu foco era tanto que eu não duvidava que ele pudesse ouvir as batidas do meu coração. – Eu não invoquei exatamente, eu tinha uma maldição hereditária, minha família se transformava em cobra até um dia seriamos condenados a ficar transformados até o fim de nossas vidas, graças algumas viagens que eu fiz ao longo... Eu nem sei mais porquanto tempo estou nessa, mas continuando eu descobri uma forma de transferir minha maldição, fiz um boneco de vodoo e fiz a maldição reconhecer o boneco sendo eu, e a transferência foi feita, entretanto eu não sabia que ao fazer isso o boneco ia virar a cobra que um dia eu fora.

— Fascinante! – Os olhos vermelhos do vampiro pareciam brilhar. – Quantos da sua raça existem no mundo?

Pergunta delicada, se eu não tiver cuidado posso revelar demais. Ah, se arrependimento matasse...

— Eu não sei, não é o tipo de informação que uma criança tem. – Ufa! Me livrei bonito da resposta e não entreguei nada.

— Você disse que fez algumas viagens. – Mencionou Caius. Vampiro intrometido, ninguém te chamou na conversa! – Deve ter encontrado seus semelhantes, já que conseguiu descobrir como se livrar da sua maldição.

Que vontade de lançar um Avada nesse vampiro intrometido, se eu não tivesse em desvantagem você seria o primeiro que eu mataria.

— Bem observado – Disse em contragosto – Eram poucas, e algumas eram bem duvidosas, não sei se poderiam chamar realmente de bruxas. Minha vez, também estou curiosa sobre sua raça. – Estiquei minha mão direita e fechei sob seu pulso, fiquei surpresa por ele ter permitido, já vi como são velozes, ele poderia ter me impedido se quisesse.

Sua pele era fria como o inverno da Inglaterra, não dava para sentir seus batimentos cardíacos através de seu pulso, ele era um cadáver ambulante, mas como se mexia? Seu corpo era desprovido de sangue, por isso sua pele era pálida.

— Sua pele é tão fria, no verão deve ser ótimo para um mortal se refrescar sob a pele de um vampiro, antes de virar comida é claro. – Aro sorriu com o meu comentário, ele apreciava o tradicional humor ácido de um sonserino. – Estou curiosa, vampiros não produzem sangue, então como conseguem se mexer? Precisam de fluidos corporais.

— Pergunta interessante a sua. – Falou olhando para baixo, foi quando me dei conta de que ainda o segurava, recolhi minha mão para o meu colo e entrelacei minha perna e me afundei na poltrona. – Vampiros possuem fluídos corporais, veneno de vampiro.

— Entendo, gostaria de uma amostra para analisar, ainda tenho muitas duvidas sobre sua espécie. – Falei pensativa. Como seria dissecar um vampiro como ele? Sua pele era dura como pedra, creio que nem laminas de diamante poderia perfura-lá, um pouco de magia talvez? – O veneno possui oxigênio ou é por isso que bebem sangue, para prover a falta de oxigênio no organismo? Porque nosso cérebro precisa de oxigênio para funcionar corretamente, a falta de oxigênio poderia explicar o porquê vampiros podem perder o controle quando estão com fome.

— Céus! Ainda bem que Aro não entrou na sua cabeça, se perderia em um oceano de pensamentos. – Reclamou Caius desistindo da atuação fajuta e ficando ao lado do Aro.

— Não seja ranzinza irmão, ela é a primeira mortal a me fazer perguntas tão fascinantes. – Rebateu Aro em minha defesa. – Faz parecer que os humanos são inteligentes.

Ele acabou de chamar minha espécie de burra? Eu quero matar esse vampiro.

— Acho que já conversamos bastante por hoje, minha espécie precisa de descanso, adoraria dormir por umas doze horas, matar uma cobra e ter uma longa conversa com os vampiros mais importantes do mundo é cansativo. – Comentei dando um bocejo.

— Mas é claro. – Falou Aro gentilmente. – Jane a levará até seus aposentos.

— Foi ótima essa conversa, até breve. – Levantei da poltrona e calmamente me dirigi até a porta, do lado de fora estava Jane me esperando.

Quando chegamos em frente ao quarto onde estava hospedada lhe pedi mais água e comida, com a desculpa que a longa conversa com Aro abriu meu apetite novamente. Outro vampiro tomou o seu lugar de me vigiar, imagino que ela tenha ido atrás da minha comida ou mandado um terceiro fazer isso. Não importava de qualquer maneira, eu só precisava de um pequeno estoque de comida. Fechei a porta, joguei os sapatos para longe e me sentei no chão com as pernas cruzadas e me concentrei. As bruxas haviam me ensinado a reunir magia em pontos de energia mágica, creio que um ninho de vampiros pode prover o que me falta.

Coloquei minhas mãos nuas no chão, sentindo o frio da pedra de mármore e comecei a entoar um cântico em latim, se o vampiro atrás da minha porta conseguisse entender latim acharia que eu estava apenas fazendo uma prece para a mãe natureza e não reunindo magia.

Alguns minutos depois apareceu um vampiro alto e musculoso com vários sacos de comida e algumas ervas e um conjunto de chá com água quente colocados em um carrinho de alumínio. Ele arrastou até perto da mesa onde eu faria as refeições.

— Agradeço a hospitalidade. – Agradeci gentilmente. Nem parecia que eu estava perto de dar o bote. – Demetri. – Levantei do chão e abri a palma das minhas duas mãos e paralisei o vampiro, em seguida ergui uma barreira mágica onde nenhum ser sobrenatural poderia entrar ou sair.

— Demetri! – Gritou o vampiro do lado de fora, parecia levemente assustado. Ele batia na barreira, mas era inútil.

Peguei os saquinhos de sal da bandeja e multipliquei com um feitiço simples e fiz um circulo no chão, longe da porta, com a magia de controle mental o fiz entrar dentro do circulo em quanto preparava as ervas que usaria para ligar o vampiro ao feitiço, assim o feitiço seria muito mais forte e desde que eu não morresse o escudo não se desfaria se eu dormisse ou ficasse inconsciente por algum outro motivo.

Quando Aro voltou até a porta do quarto ficou aborrecido pelo o que eu tinha feito, parece que o jogo virou, não é mesmo vampiro? Quem é refém agora?

— Pensei que tivéssemos um acordo. – Falou Aro com um olhar que faria o Snape recuar, mas como eu sou uma adolescente inconsequente não me abalei em deboche.

— Um refém fará o que for preciso para se manter vivo, até fazer falsas promessas. – Falei em quanto colocava o chá que tinha acabado de preparar na xícara de porcelana.

— Não poderá ficar aí para sempre. – Lembrou-me Caius ao lado de Aro.

— Uma jogada tão arriscada só seria feita se tivesse uma garantia de resgate. – Comentou Marcus aparecendo em seguida.

— Então tem alguém vindo buscar você – Comentou Caius aborrecido. – Porque não tacamos fogo nela e acabamos logo com isso? – Falou para o Aro.

— Esse escudo não me protege só de vocês fisicamente, é por isso que estou usando o Demetri como minha fonte de energia sobrenatural. – Aro e Caius estavam bem irritados, já Marcus estava fascinado, de todos os vampiros ele era o que mais me intrigava. – E mesmo se tacasse fogo aqui dentro eu poderia usar um feitiço de água, agora se me derem licença, eu gostaria de terminar meu chá.

Estalei os dedos e fechei a porta, ainda dava para ouvir o Caius discutindo com o Aro, mas não me importei. Só preciso aguentar até o Snape me achar de novo, só espero que não demore.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa sabe usar a inteligência corretamente, mas por quanto tempo ela conseguirá manter os vampiros longe? O que acham da estratégia da nossa protagonista?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Cargo Amaldiçoado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.