O Cargo Amaldiçoado escrita por Jace Jane


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Clã Volturi




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Depois de me recompor me misturei na multidão de turista e desapareci no meio deles, descobri posteriormente que estava em uma cidade chamada Volterra. Fiz o mesmo esquema para descobrir se havia um ministério da magia para supervisionar os bruxos, e pude confirmar que este mundo também não o tinha, minha volta para casa ia demorar e não podia ficar pulando de realidade até conseguir voltar para a minha original, agora que sei que tem pessoas de Hogwarts a minha procura, devo ficar parada e esperar.

— Mas não posso viver como uma sem teto. – Sorri com malicia.

Havia um bom motivo para todos acharem que eu era a aluna favorita do professor Snape, eu sou ótima em achar brechas seja o que for, se eu estudar o bastante posso sair por cima até mesmo do bruxo mais habilidoso e isso inclui o fato da minha pessoa se aproveitar de ser uma maledictus e usar isso ao meu favor, digamos que o ponto mais forte da minha personalidade é a minha astucia, o que significa que os professores devem ficar sempre atentos para ver se eu não vou aprontar alguma.

Nos meus primeiros anos em Hogwarts para faltar uma aula de história de magia com aquele fantasma chato que é o nosso professor. Fiz um acordo com o Pirraça, uma criatura que adora pregar peças e realizar uma comoção. Graças ao nosso interesse incomum ele garantiu que não tivéssemos a aula e eu distrai o fantasma que é o único que da medo ao Pirraça, o fantasma da minha própria casa, o Barão Sangrento. Fui bem astuta, não fui? E foi só por causa de uma aula chata, agora estou em um lugar desconhecido sem ninguém para me proteger ou ficar de olho em mim.

Sem supervisão, sem leis que me impeçam de usar todo o meu conhecimento para sobreviver a esse lugar.

Não importa como o professor Snape me achou da ultima vez, o que quer que eu faça nesse lugar não pode ser julgado pelas leis bruxas, não estamos na Inglaterra Bruxa, eu posso fazer o que eu quiser aqui, até mesmo usar magias proibidas.

***

A primeira coisa que fiz foi verificar se este mundo tinha semelhança com a realidade anterior, e tinha, como câmeras, celulares, e o fato de estar a mais de vinte anos no futuro de acordo com o calendário. Já a segunda coisa que fiz foi me introduzir em uma família rica da cidade, mudando suas memórias, fabricando fotografias para acharem que eu sempre fui da família, o que me custou tempo e esforço, quando estava estabilizada pude em fim realizar o ritual que me separaria da maldição.

Esperei que a minha “família” que constituía no casal Alexander Mazetti e Aida Mazetti e sua filha de cinco anos Amara Mazetti, dormir.

Alexander era dono de uma rede de restaurantes, quase não estava em casa, já a Aida administra um dos restaurantes do marido no país em quanto cuida da filha com a ajuda de uma babá, a intrusa que sou eu era a filha mais velha que estuda em casa e tem o pseudônimo de Madison Mazetti, não podia ficar muito longe da minha verdadeira identidade.

Quando as luzes se apagaram e o relógio deu onze horas da noite comecei a preparar o ritual, a boneca de pano estava pronta, ela era feita a mão e tinha minhas caracteristicas, usando o poder da lua para aumentar minha magia, desenhei um pentagrama com sal no chão atrás da casa, que era bem grande, coloquei a boneca no centro e espalhei as velas atrás do circulo e as ascendi.

Meu coração batia acelerado, aquele seria o dia que me livraria da minha sentença, não sofreria por um futuro incerto, eu teria a minha liberdade e não carregaria mais esse fardo.

Quando a lua cheia atingiu o ápice de poder comecei a realizar o encantamento que as bruxas tinham me passado, em quanto recitava as palavras furei o meu dedo com a ponta da minha varinha e deixei cair sobre a boneca algumas gotas do meu sangue. As chamas das velas aumentaram como se tivesse sido alimentadas. A boneca começou a expandir de tamanho até ter o mesmo tamanho que eu, então à espuma que formava seu corpo explodiu em uma cobra com o dobro do meu tamanho saiu de dentro dela.

— Essa parte do ritual as bruxas não me avisaram. – Dei três passos para trás em quanto apertava o cabo da minha varinha, minhas mãos tremiam. Uma coisa era você ser o predador, ser a presa era assustador. – A barreira vai aguentar... Oh merda, esqueci-me de levantar a barreira, o pentagrama não vai aguentar sozinho.

Para o me azar começou a ventar de forma sobrenatural, desfazendo o pentagrama de sal.

— Isso que da ser precipitada! – Corri para longe da cobra, estava apavorada demais para tentar mais alguma coisa, precisava me afastar da casa, posso ser uma pessoa horrível por manipular memórias dos trouxas para ter uma vida confortável, mas não tinha coragem de colocar suas vidas em risco. O erro foi meu, e eu enfrentaria as consequências. – Sabia que ia dar errado se eu fizesse longe de Nova Orleans, mas o Klaus me escutou? Nãaaaooo. Aprenda de uma vez Madison, nunca confie em vampiros!

Corri igual.. Como diz aquela expressão dos trouxas? Como o diabo foge da cruz! Aquela aberração da natureza me seguia por todos os cantos, eu me enfiei em beco atrás de beco, atravessava avenidas e ela continuava atrás de mim.

— Merlin! O que eu fiz para merecer tanta desgraça nessa vida? Eu sou uma boa aluna, tiro boas notas nas provas, faço meus deveres, não arrumo confusão com o primeiro idiota que passa na minha frente. E por causa dos trouxas? Eu juro que se eu escapar com vida dessa cobra prometo que não mexo mais com a cabeça dos trouxas! – Em quando corria uma vez ou outra lançava um feitiço para trás com intenção de atrasar aquela cobra.

Minhas pernas doíam com tamanho esforço, só havia sentido tanta dor assim nas minhas pernas nos meus primeiros meses subindo as escadarias de Hogwarts. Estava começando a ficar sem fôlego, eu estava no meu limite, precisava acabar com essa perseguição em quanto ainda tinha chance de algum sucesso. No horizonte vi a fonte que quase me afoguei no meu primeiro dia em Volterra, sorri ao reconhecer e corri em sua direção, ignorei o grito dos trouxas que ainda estavam andando nas ruas.

Para o meu azar e completa tristeza eu consegui a proeza de tropeçar nas minhas próprias pernas e cair a um metro da fonte, ao me virar a cobra estava se armando para da o bote.

— Eu não vou morrer hoje, eu não serei vitima dessa maldição pela segunda vez! – Ela abriu a boca e vi o veneno escorrendo por suas presas. – Por Salazar... AVADA KEDAVRA! – O raio verde saiu da minha varinha e a atingiu em cheio.

Senti meu corpo ser jogado para trás e uma dor enorme no peito, perdi a consciência por algum tempo, senti que estava sendo carregada por braços duros, abri os olhos e encarei a face do homem que me carregava, a primeira coisa que vi foi um V, era o pingente de um cordão, olhando mais pra cima em quanto minha visão ia se normalizando pude ver algo incomum, seus olhos eram vermelhos como sangue. No que eu me meti dessa vez?

— Quem é você? – Perguntei ainda um pouco tonta, seus braços eram frios, um calafrio subiu minha espinha me fazendo tremer.

— Depende. – Quem responde uma pergunta tão simples com “depende”?

— Tem um nome por acaso?

— Demetri Volturi. – Respondeu o sujeito.

— Para onde esta me levando? – Estávamos dentro de uma caixa de metal, meus “pais” trouxas o chamavam de elevador.

— Para alguém que precisa lhe conhecer, creio que ele a achará fascinante. – Respondeu o Volturi. Fechei os meus olhos e respirei fundo, quando abri meus olhos novamente estava em outro lugar, um homem bem vestido de cabelos longos e negros, com os olhos igual ao do homem que me carregava, segurava a mão de Demetri. Atrás dele tinha outros dois homens, um de cabelos castanhos com um olhar amargurado e o outro era um loiro com uma expressão confusa.

— Demetri e Felix me trouxeram um presente, uma joia interessante. – Disse o Homem de cabelos negros, seu sorriso era bem suspeito, acho que estava encrencada.

— Já fui comparada a muitas coisas na minha vida, mas nunca a uma joia. – Deixei escapar, ser pretensiosa era um habito difícil de corrigir.

— Vamos ver o que você é. – O homem segurou uma das minhas mãos, as dele eram bem geladas.

— Já pensou em usar luvas para esquentar as mãos? – Sugeri ao sentir seu toque. Seus olhos vermelhos pareciam distantes. Senti um incomodo na minha cabeça, Snape tinha me ensinado a perceber quando alguém tentasse invadir minha mente, a pedido do meu guardião, meus pais haviam morrido na luta contra Voldemort, então ele fez questão de me criar para ser uma grande bruxa no futuro, até mesmo gastou seus preciosos galeões para fazer o professor Snape me ensinar Oclumência. O homem de olhos vermelhos invadiu minha mente, mas não ficará por muito tempo, com esforço consegui expulsá-lo, infelizmente ele viu até o dia que cheguei pela fonte.

— Interessante, você é uma bruxa, e consegue manipular a mente de humanos normais apenas com um pedaço de madeira. – Seu olhar era de pura admiração. Falando da minha varinha...

— Cadê ela? Onde esta minha varinha? – Perguntei para Demetri com urgência.

— Pode ficar de pé, bruxa? – Perguntou Demetri ignorando minhas perguntas.

— Sim.

Com os pés no chão arrumei o meu cabelo e tentei me esquentar esfregando os braços um no outro.

Quando olhei para o homem estranho de cabelos negros ele segurava minha varinha, a analisava com uma expressão curiosa.

 - Isso não é um brinquedo, tome cuidado para onde a aponta! – O repreendi, mas ele me ignorou completamente. – Será que poderia devolvê-la?

— Se quiser sua varinha de volta terá que responder minhas perguntas. – Falou em quanto sentava em um trono no meio dos outros dois homens. – Eu teria todas as respostas se não tivesse me expulsado de sua mente.

— Meus pensamentos e lembranças não são publicas e não gosto que entrem onde não são chamados. – Rebati séria. – Se quer respostas, deverá ter uma troca de informações, você não é o único com perguntas.

— Bruxa insolente! – Resmungou o loiro.

— Acho justo – Obviamente o cara de cabelos negros era o líder do trio. – O que deseja saber?

— O que são vocês e quem vocês são? – As perguntas mais importantes, precisava saber onde estava me metendo.

— Em troca das minhas respostas você responderá as minhas perguntas. Meu nome é Aro Volturi, esses ao meu lado são os meus irmãos, a minha direita é o Marcus e a minha esquerda é o Caius, nós somos os Volturi, o clã de vampiros que governa todos os vampiros do mundo.

Mais vampiros??? Mas eu não tenho um minuto de paz!

— Como viu na minha cabeça, sou Madison, uma bruxa que manipula pessoas-não-magicas em troca de abrigo e que matou uma cobra antes de ser carregada pelo Demetri Volturi. – Eu tinha toda a sua atenção, ele não piscava, era bizarro.

— Porque invocou uma criatura que não pode controlar? – Perguntou Aro Volturi genuinamente interessado.

 - É uma longa história, posso contar quando estiver aquecida, limpa e de estomago cheio, matar é cansativo para o corpo humano. – Respondi.

E é claro que o ser fez questão de me dar tudo o que precisava, e ele tinha muita confiança que eu lhe responderia, em quanto seguia uma menina chamada Jane pude perceber o porquê da confiança do Aro, eu estava dentro de um ninho de vampiros, só poderia escapar se eu aprendesse aparatar, o que esta longe de acontecer.

— Vampira Jane, seu mestre ler mentes pelo toque, você também tem alguma habilidade especial? – Perguntei ao chegar ao quarto que me foi designado, tinha uma bandeja de comida me esperando.

— Eu faço as pessoas sentirem dor. – Respondeu com um tom de orgulho na voz.

— Que coincidência, eu também posso. – Por dentro estava tremendo de medo, qual é o meu problema com os vampiros? Porque sou levada até eles? Eu juro que quando eu voltar para Hogwarts eu vou quebrar a cara do Durett!


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Notas finais do capítulo

Aqui vemos que a sorte não esta ao favor da Madison, coitada.



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