O Cargo Amaldiçoado escrita por Jace Jane


Capítulo 9
Capítulo 9 - Snape ao Resgate (Final)


Notas iniciais do capítulo

E assim acaba a aventura de Madison, espero que tenham gostado. Obrigada a todos que comentaram e acompanharam essa história.
Um agradecimento especial a lucasale ♥ , graças a ele eu pude finalizar mais uma história.



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Cada dia que se passava pesava em seus ombros, desde que aquele vampiro idiota tinha deixado seus lixos jogados e sua aluna desaparecido, tentaram resgata-la, mas quando se aproximavam ela escapava entre seus dedos com areia do deserto, sua ultima tentativa foi a mais próxima que conseguiram chegar, mas o ambiente era hostil e imprevisível, não admitiria em voz alta, mas se ela não fugisse e fossem obrigados a resgata-la naquele momento alguém iria morrer, ela indiretamente salvou a vida deles, mas agora estava perdida novamente, e pelo que tinha presenciado até então ela era um imã para problemas.

— O ministro foi claro, só temos mais uma chance, se não conseguirmos devemos retornar. – Disse Lois Lestrange, me virei para encara-lo, sua expressão facial era cansada, igual a minha, em pensar que eu ainda tenho que dar aulas para as cabeças de vento quando eu voltar.

— Eu entendo a posição de todo mundo aqui, mas sabemos que o ministro quer fazer essa garota de exemplo para não aceitarem vampiros e lobisomens como professores nas escolas de magia e bruxaria da Grã Bretanha. – Falou Richard Savage, arqueei a sobrancelha pensativo. – Eu sei bem como ele quer apoio das famílias puro-sangues.

— Isso é só uma teoria descabida de sua parte, Savage. – Respirou fundo e encostou-se a arvore mais próxima.

Tínhamos deixado Nova Orleans e feito um acampamento provisório fora da cidade, descansaríamos por alguns minutos antes de saltar para outra realidade.

— Mas tem fundamento! – Insistiu o outro. – Mas eu não vou abandonar essa garota, não chegamos até aqui para voltar atrás, o orgulho do nosso departamento esta em jogo. – Falou convicto.

Que piada.

— É só seu orgulho mesmo. – Falou o Lestrange fechando os olhos.

— Hum.. Eu vou ficar de guarda para vocês descansarem, então senhor Snape pode se acomodar sem problemas. – Segui o exemplo do Lestrange e fechei meus olhos.

***

É incrível quanta informação você consegue tirar de um vampiro usando apenas uma maldição imperdoável, fantástico! Não é a toa que o Lorde das Trevas usava muito para obter mais comensais da morte em suas fileiras.

— E deve ser por isso que o baniram também. – Comentei em alto.

Já tinha feito um pequeno interrogatório e descobertos informações interessantes desses vampiros, embora eu os odeie profundamente eles são criaturas fascinantes, por algum motivo ao sol é revelado sua verdadeira aparência e parece que no processo eles brilham, e quando estão com sede seus olhos escurecem.

— Quando eu voltar para Hogwarts irei analisar as informações que eu obtive, tenho certeza que o departamento de mistérios vai adorar se eu compartilhar com eles também, fico pensando se é possível ser vampiro e bruxo como o Durett com o veneno de vocês. – Encarei o liquido no tubo de ensaio pensativa, eu peguei uma amostra do veneno do Demetri. Descobri que tenho um lado alquimista e estou explorando com a ajuda do vampiro, ele consentindo ou não.

Só espero não ser julgada pelos crimes que estou cometendo aqui.

Tampei o tubo e guardei na bolsa que eu tinha conjurado, nela tinha o básico que deu para pegar do quarto, os livros que estavam nos meus bolsos também foram para a bolsa e o maldito artefato.

Já tinha se passado dois dias desde que brinquei de alquimista, estava começando a ficar preocupada, os olhos do Demetri estavam negros, ele precisava se alimentar, a única coisa que o prendia eram os meus feitiços de aprisionamento, e por conta dos vampiros atrás da porta também fazia dois dias que eu não dormia. A comida havia acabado e cortaram meu acesso a água, eu não podia continuar aqui.

— Madison..? – Chamou Aro atrás da porta. Guardei a mochila e abri a porta com um gesto.

— O que foi vampiro? – Perguntei de expressão neutra.

— Liberte Demetri, você já tirou tudo o que podia dele. – Pediu com uma voz calma. Ele acha que eu nasci ontem?

— Para você atravessar o escudo e quebrar o meu pescoço? Terei que declinar o seu pedido. – Respondi com um meio sorriso.

— Então seu escudo esta relacionado com o Demetri, interessante. – Falou pensativo. – Você sabe que o Demetri pode estar preso com você, mas você também esta presa aos Volturi. Quanto tempo mais você pode suportar, uma hora você vai se cansar.

Era isso que mais me preocupava, eu também estava presa, e como o Snape poderia entrar no covil dos vampiros e me resgatar? A resposta é: Ele não podia, seria morto na mesma hora, ou pior, seria feito de prisioneiro e como ele esta me perseguindo ele também tem um artefato, e isso nunca poderia cair nas mãos dele, causaria uma catástrofe e eu seria a culpada.

— Podemos entrar em um acordo de beneficio mutuo você me devolve o Demetri e eu garanto sua integridade física. – Sugeriu.

Deixei escapar uma pequena risada pelo canto da minha boca, ele realmente acha que vou cair nesse papo? Ele realmente acha que eu sou idiota. Eu não sou da grifinória vampiro idiota, eu sou da casa da astucia!

— Eu tenho uma contra proposta, que tal eu queimar todo o seu clã e escapar no meio da bagunça? – Sorri. Sei conjurar um dragão de fogo que é uma beleza.

— Não acho que tenha tanto poder para isso. – Homens, sempre subestimando a capacidade de uma dama.

— Você não tem ideia do que sou capaz. – Eu tinha que escapar. Peguei minha bolsa e a coloquei nas minhas costas. Libertei Demetri, mas sem retirar os comandos do Imperius, ele me protegeria até eu estar longe desse país.

— O que você vai fazer? – Perguntou Aro preocupado.

— Vou mostrar do que sou capaz – Deixei a cama e me abaixei colocando minhas mãos no chão, Demetri ficou do meu lado como meu protetor. – Você tem razão em uma coisa, eu não tenho poder para matar todos vocês, mas graças aos incríveis inúmeros assassinatos que aconteceram em seu clã, eu posso obter uma grande energia de ressentimento e usar contra você. - Hic omnes qui eas dare infensis animis perditum videam vindictam...— Continuei a repetir em quanto absorvia toda aquela energia de ódio.

Quando me levantei quase cai ao chão, dei um passo para trás, meu corpo todo tremia, era tanto ressentimento, vozes ecoavam pela minha cabeça, me enlouquecendo. Olhei para o Aro e ele parecia assustado com o que via, sorri.

— Com medo vampiro? Não se preocupe eu não mordo. – Abaixei a barreira e lancei uma onda de magia a minha frente, um grito saiu da minha garganta, as vozes pareciam ficar mais calmas quando eu agredia o Aro e seus capangas.

— Demetri, me tire daqui.

O vampiro me pegou no colo e correu o mais rápido que ele conseguia naquele momento, estávamos perto da saída, eu podia sentir.

— Alec e Jane. – Informou Demetri.

O fiz parar e por cima dos seus ombros invoquei enormes chamas, e assim Demetri pode voltar a correr e me dar mais alguns quilômetros de vantagem. Agarrei-me ao vampiro e senti o frio do vento batendo contra mim. Não depois de muito tempo outros vampiros apareceram.

— É hora de enfrenta-los Demetri. – Ele parou de correr e me colocou no chão. Lancei um feixe de luz vermelha no céu, esperando desesperadamente que o Snape tivesse na cidade e visse-me enviando a minha exata localização. Estendi os dois braços para o lado e gritei, uma dupla onda de magia atingiu os vampiros mais fracos, os mais resistentes ficaram por conta do Demetri.

Senti meus joelhos baterem no chão quando fiquei sem fôlego, quando pisquei meus olhos senti uma estranha sensação, eu estava aparatando? Olhei para a pessoa que me segurava e não acreditei no que vi, era o Snape.

— Professor..? – Eu não acredito que esse pesadelo esta acabando. Senti lagrimas escorrendo dos meus olhos, mas não me importei.

— Vamos para casa senhorita Scrimgeour e menos 30 pontos por ser pega usando magia negra. – Não pude deixar de rir. Outros bruxos apareceram atrás do professor Snape, um deles carrega um objeto parecido com o meu artefato.

— Pelas barbas de Merlin o que aconteceu com os olhos dessa menina? – Falou um deles.

— Delicado como um dragão. – Disse o outro.

— Desde quando tira pontos da sua própria casa? E não estamos no castelo. – Aliviada encostei minha cabeça no seu ombro. O senti me pegando no colo.

— Vamos logo da o fora daqui.

Fechei os meus olhos e adormeci.

Despertei ao som de gritos, demorei para perceber que vinham da minha boca, tinha pesadelos terríveis com vampiros mordendo meu pescoço e sugando todo o meu sangue. Varias noites se seguiram assim, até alguém passar a me dar uma poção do sono sem sonhos, foi quando eu consegui descansar, mas ao sol nascer a magia dentro de mim se agitava e eu voltava a gritar, os medibruxos corriam até a mim e seguravam meus braços e pernas, embora eles tivessem amarrados.

***

Quando acordei as luzes estavam apagadas, tentei mover minhas mãos, mas elas estavam amarradas, porque me amarraram? Não é como se eu fosse fugir, eu estava em casa não? Olhei para o lado e vi o Tio Rufus cochilando na cadeira, ele tinha uma aparência péssima.

— Eu te dei um baita susto, não foi? – O observei em quanto dormia, não queria acorda-lo, depois de alguns minutos ele acordou pelo ronco da minha barriga.

— Madison! – Gritou Aliviado.

— Estou com fome. – Informe o obvio.

— Eu vou chamar os medibruxos. – Ele saiu correndo pela porta, dois minutos depois eu estava sendo examinada por vários medibruxos.

— Alguém pode me desamarrar e me trazer uma bandeja de comida? – Perguntei em quanto o Tio Rufus era obrigado a ficar afastado até os medibruxos terminarem. – Depois podem continuar a me examinar.

— Como se sente? – Perguntou um dos medibruxos

— Com fome e presa. – Respondi para ver se ele se tocava que eu ainda estava amarrada a cama.

— Ah, claro! – Seus auxiliares removeram as amarras e pude me sentar, me senti um pouco sonsa com o gesto, um travesseiro foi colocado atrás da minha cabeça para eu ter mais conforto.

— Agora a comida, ou eu paro de colaborar com vocês. – Falei.

Depois de uma semana eu finalmente fui liberada para ir para casa, mas não tinha acabado por aí, faltava eu contar tudo o que me aconteceu para os inomináveis e o departamento de mistérios, além disso eles queriam saber mais sobre os feitiços do grimório e o estranho liquido que eu havia trazido comigo.

Estávamos na sala de estar do tio Rufus, o mesmo tirou uma licença do trabalho para cuidar de mim. Bebíamos um delicioso chá adoçado com mel.

— Responderei o que puder e direi o que aconteceu, mas tenho algumas condições para isso. – Informei ao inominável Lestrange.

— Madison! – Criticou o meu tio.

— Que seriam? – Perguntou o inominável.

— Primeiramente quero saber quanto tempo eu fiquei desaparecida e o que aconteceu com o senhor Durett. – Falei.

— Sem objeções, prossiga!

— Segundo: Quero todos os objetos que eu trouxe da minha mochila, eu sei que o artefato de viagem a mundos paralelos vai ser confiscado e sinceramente quero ficar longe daquela desgraça.

— Isso pode ser um pouco difícil de conseguir. – Informou

— Eu sei muito bem que o feitiço que lancei para lacrar o grimório não pode ser violado, vão precisar de mim para abrir e entender seu conteúdo. – Como eu já mencionei, eu não nasci ontem, longe de casa e em terreno desconhecido é obvio que lancei um feitiço no grimório que as bruxas me ajudaram a fazer, e é um feitiço de sangue, somente eu ou alguém da mesma linhagem que eu poderia abrir, e para entender o que esta escrito teria que pingar meu sangue dado por livre espontânea vontade para desembaralhar o texto.

— Verei o que posso fazer. – Falou Lestrange com um olhar serio.

— E por ultimo e o mais importante, todas as ações que fui forçada a realizar durante meu desaparecimento não poderá ser julgado pelo ministério da magia, quero um documento por escrito e assinado pelo ministro da magia tirando toda a minha responsabilidade dos possíveis crimes e delitos cometidos. Até porque não poderiam me julgar em todo caso, eu estava fora de jurisdição do ministério da magia da Inglaterra, mas vou querer o documento mesmo assim.

— Informarei ao ministro. – Esse cara era mais serio que o Snape, mas parecia cansado, eu devo ter dado um trabalho para o departamento dele. – Sobre sua primeira condição, a senhorita ficou dois anos desaparecida e ficou internada por dois meses.

Dois anos?? EU QUERO MATAR O DURETT!

— E seu ex-professor foi preso e esta em Askaban cumprindo a sua pena. – Informou.

— Ainda bem, graças a ele eu passei pelo inferno! Mais do que merecido ele ficar para apodrecer na prisão. – Essa informação melhorou meu dia. – Quando conseguir cumprir minhas outras exigências eu lhe contarei tudo.

No dia seguinte o Lestrange apareceu com o documento. Fomos para sala e sentamos no mesmo lugar que no dia anterior, em quanto eu examinava o documento o elfo domestico da família servia uma bandeja com chá e aperitivos.

— Para mim parece tudo certo, tio verifica pra mim? – Deixei meu tio lendo em quanto pegava meu chá.

— Sobre sua segunda exigência, a deixaremos com seus itens se eles não representarem uma ameaça publica, com sua total colaboração com o caso. – Informou. Cruzei as pernas e abaixei a xícara.

 - Isso não é negociável, vocês podem ter uma amostra do liquido para estudo, mas eu o quero, foi difícil obter e eu também gostaria de estuda-lo futuramente.

No final acabou que eu consegui tudo o que queria e o ministério também. Eles ficaram bem surpresos quando realizei varias magias sem varinha e como transformei água em fogo, mas o que deixou surpresos foi eu obter veneno de vampiro não catalogado.

Acabei descobrindo que quando me trouxeram de volta eu irradiava magia negra, meus olhos foram cobertos por ela e só se via a escuridão e por causa dela eu tinha tantos pesadelos e acabava usando magia involuntariamente, por isso as amarras e porque eu me debatia muito também.

Tio Rufus também decidiu me tirar de Hogwarts e contratar professores particulares para mim, estudaria o resto do conteúdo do 5°ano e os meus dois últimos anos eu estudaria na escola de magia da França.

— Porque insistiu tanto com essa coisa? – Perguntou o Tio Rufus olhando para o frasco na minha mão. Estávamos em seu escritório, ele tinha uns papeis para analisar e eu estava lhe fazendo companhia antes de retomar meus estudos.

— Essa coisa é veneno de vampiro, se alguém for infectado com ele teremos um vampiro diferente de qualquer outro. – Guardei o frasco delicadamente em uma caixa personalizada com o símbolo de uma serpente.

— E seu ódio pelos vampiros? – Perguntou intrigado.

— Ah, eu ainda os odeio, mas meu lado alquimista fica fascinado só com a ideia de estudar essa espécie. – Falei sorrindo, dava para sentir a minha empolgação.

— Parece que estou criando um alquimista, só tente não causar nenhum estrago e não mate ninguém. – Falou em tom de brincadeira.

Caí na gargalhada.

— Me esforçarei ao máximo.


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Notas finais do capítulo

*Hic omnes qui eas dare infensis animis perditum videam vindictam: Almas perdidas que aqui foram assassinadas me entreguem todos os seus ressentimentos e deixe-me vinga-los (Na teoria é para ser essa a tradução)



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