O Cargo Amaldiçoado escrita por Jace Jane


Capítulo 4
Capítulo 4 - A Noite dos Mortos Vivos




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Acordei com algo esquisito sendo colocado na minha boca, tinha um estranho gosto de ferro, abri meus olhos e vi o Stefan Salvatore, ele me apoiava em seu colo em quanto colocava o pulso cortado em frente a minha boca. Um pouco mais distante estava uma garota loira, não era a mesma da noite passada, e ela era diferente do Stefan, difícil de descrever, parecia viva, mas carregava a aura da morte que a seguia como um espectro fantasmagórico, como os fantasmas de Hogwarts.

— Mas o que pensa que esta fazendo? – Perguntei empurrando sua mão para longe da minha boca, o gosto de ferro era sangue, mas porque ele me faria beber seu sangue?

— Meu sangue vai curar a ferida na sua cabeça. – Respondeu como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Inclinei a cabeça confusa e olhei para os seus olhos. – O que aconteceu no quarto, você foi atacada por alguém?

Legitima preocupação, estranho, tudo aqui é muito estranho.

— Como você e seu irmão não são trouxas como eu pensava de inicio – Falei em quanto deixava seu colo e tirava a sujeira da roupa. – E a loira é uma morta viva que eu nunca tinha visto antes, posso revelar minhas origens sem problemas, até porque aqui não tem um ministério da magia para controlar o que faço ou digo, percebesse pelo estado do quarto. Que eu mesma destruí ao lançar um monte de feitiços em quanto esperava alguma notificação do governo bruxo do seu país, que obviamente não tem.

Procurei minha varinha naquela confusão em quanto continuava meu discurso irresponsável.

— O que é bom por um lado, sou uma bruxa menor de idade, de onde venho não posso fazer magia fora da escola, mas aqui não tem ninguém para me impedir ou seja.. – Falei em quanto pegava a varinha e a erguia pro alto. - .. Sou uma bruxa menor de idade livre para realizar feitiços se desejar, Quarto reparo!

A loira espectral olhava para as coisas quebradas sendo concertadas com fascínio.

— Se você é uma bruxa como foi enfeitiçada por mim? – Perguntou o Salvatore muito confuso.

— Aqui bruxas não podem ser enfeitiçadas por seres como você? – Rebati lhe fazendo outra pergunta, interessante. – Afinal o que você é? E o que a sua amiga é?

Voltamos para sala onde o Stefan me preparava um café da manhã em quanto eu e a loira espectral conversávamos na bancada.

— Meu nome é Lexie, sou a melhor amiga do Stefan, estou morta, mas graças a uma bruxa Bonnie Bennet que ativou um tal de triangulo da expressão os mortos estão aparecendo pela cidade. Já os irmãos Salvatore são vampiros, eu também sou. – Explicou Lexie animada, ela me via com curiosidade genuína. – Onde você encontrou essa garota Stefan?

— Na floresta onde caço, estava perdida. – Respondeu colocando um prato tipicamente americano na minha frente, nem me importei, seria melhor que comer ratos.

— Eu já conheci outras bruxas e elas raramente usam varinhas para feitiços simples. – Falou Stefan interessado. Parei de mastigar no mesmo instante, as bruxas daqui realizavam magia sem varinha?

— Suas bruxas fazem magia sem varinha? Preciso conhecê-las. – Comecei a comer rapidamente.

— De onde você veio? – Perguntou Lexie em quanto se servia com alguma bebida alcoólica e ligava o som em uma musica animada.

— Hogwarts.

— Se ta brincando né? – Perguntou confusa em quanto começava a dançar de uma forma que eu nunca tinha visto antes.

— Não. – Respondi em quanto terminava o suco, já havia comido tudo o que Stefan tinha me servido.

Lexie com sua velocidade de vampira parou na minha frente e me olhou seriamente.

— De onde você é? – Perguntou, suas pupilas estavam dilatadas, igual quando Stefan me hipnotizou.

— Londres, trouxa. – Respondi.

— Qual escola você estuda?

— Hogwarts.

— Ela não esta mentindo. – Falou desistindo de me interrogar, a olhei irritada e bufei. – Mortos voltando a vida, e agora bruxas vindo de outro mundo, fantástico!

— Da para pararem de fazer isso, para vampiros vocês são bem estranhos, o que aprendi de vocês em Hogwarts é diferente e as informações não batem. – Falei frustrada, afinal meu professor era um vampiro, e ele não era capaz de realizar uma compulsão em alguém, só magia negra quebrava a vontade do bruxo e o faria realizar algo fora do seu desejo.

— Aqui vai uma pequena aula de história sobre os vampiros. – Falou Stefan ao meu lado. Fomos conversar no sofá da sala e Lexie curtia a musica com uma garrafa de vidro na mão.

Depois da aula de história para iniciantes e turistas sobrenaturais em Mystic Falls eu voltei para o quarto para estudar a geringonça do meu professor de DCAT, mas era impossível eu me aproximar daquilo, se ativasse novamente nem Merlin saberia para onde eu iria, seja como for eu não poderia envolver as pessoas daqui, eles eram legais, para vampiros, mas tinham seus próprios problemas para resolver e eu precisava encontrar alguma bruxa, se eles são tão diferentes como no meu mundo, será que tem uma cura para minha maldição? Eu poderia enfim viver sem me preocupar em um dia virar uma cobra pra sempre.

Arrumei o pouco que eu tinha comigo, invadi um dos quartos e vesti as roupas trouxas para não chamar atenção e fugi da mansão Salvatore. Carregar aquele artefato em uma bolça tão fina era o que mais me preocupava, ele não podia ativar de jeito nenhum.

Quando cheguei no centro da cidade olhei fascinada, Mystic Falls era uma cidade pequena e ninguém parecia perceber o quanto de gente morta andava entre eles, viviam suas vidas normalmente. Eventualmente cheguei até a escola da cidade, era dia de formatura, sentei em uma cadeira vazia em quanto assistia, ao meu lado tinha um ser parecido com a Lexie e incrivelmente não era só do meu lado, eles estavam espalhados por todo o canto, nunca tinha visto algo assim antes, esse triangulo da expressão era mesmo bizarro.

Todos batiam palmas quando um nome era chamado, mas um em especifico chamou minha atenção.

— Bonnie Bennett.

A bruxa que fez toda essa confusão, e ela estava morta, igual a Lexie, coitada, os seus amigos nem devem saber. Mas eu preciso dela, preciso aprender magia com ela.

Quando a formatura acabou o verdadeiro show começou, os mortos vivos decidiram atacar, eu fiquei de longe observando, havia bruxas no meio, mas eu queria a Bonnie, a mais forte deles, mas a tinha perdido de vista. Atrás das arquibancadas vi um homem de terno decapitar uma das bruxas com um chapéu.

— Um vampiro que esqueceram de mencionar? – Resmunguei pro vento.

— Tem muito mais desses por aqui, quem é o próximo? – Perguntou debochado, se ele fosse um bruxo seria da minha casa, não tenho a menor duvida, ainda teria ótimas conversas com o professor Snape. – Faço isso o dia todo.

E a festa que tinha começado acabou e eu pude sair das sombras e conhecer aqueles que Stefan mencionou.

— Olá. – Cumprimentei chamando a atenção do pequeno grupo. – Sou uma bruxa nova por aqui, a loira deve ser Caroline, a morena a Elena Gilbert e amigos, mas não conheço o britânico.

— Quem é você? – Perguntou Elena confusa com a minha entrada repentina.

— Sou só uma turista que caiu de cabeça nessa confusão, Madison Scrimgeour – Me apresentei olhando para o britânico.

— Niklaus Mikaelson.

— Alguém viu a bruxa Bennett? Soube que ela criou essa confusão, então tem poder para me ajudar com um problema.

— A Bonnie esta meio ocupada hoje. – Falou a Caroline impaciente, ela não gosta de estranhos, eu também não, mas estou me adaptando.

Se ela fechasse o triangulo antes de eu encontra-la poderia perder a chance única de me livrar da maldição.

— Tenho certeza que sim, com tempo limitado inclusive, mas ela é a única bruxa capaz de quebrar a minha maldição. – Falei irritada, deixando escapar o que não deveria.

— Maldição? – Interessou-se Niklaus

— É hereditária, mas estou torcendo que a bruxa consiga o que ninguém que eu conheça foi capaz de realizar. – Falei evasiva. – Sei o que acontece aqui é importante, mas eu também tenho um tempo limite.

— Eu por acaso entendo um pouco de maldições. – Disse Niklaus – Porque não pega uma cadeira, sente-se e espera até a confusão acabar.

— Se conseguir remover minha maldição, o que me cobrará em troca? – Ele não era alguém para se provocar, era forte, tinha poder e autoridade, dava para ver nos olhos das pessoas ao redor, então quão caro esse acordo iria me sair?

— Veremos.

Quando anoiteceu eu já estava impaciente, o Mikaelson conversava com a Caroline, em quanto eu aumentava a minha capa da Sonserina para me cobrir, o tempo tinha esfriado, e os pelos dos meus braços firam arrepiados.

— Ele é o seu primeiro amor e eu pretendo ser o ultimo, demore o tempo que demorar. – Ouvi de longe.

Que coisa mais fofa, esse homem é tão romântico, porque não temos gente assim em Hogwarts?

— Vamos sair daqui antes que doze híbridos venham acertar as contas.

Eu os segui, naturalmente.

***

Klaus como ele prefere ser chamado, decidiu sair da cidade e eu fui junto com ele, fomos em um carro para fora da cidade, nosso destino era Nova Orleans.

 


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Notas finais do capítulo

Sonserinos e suas manias de quererem seguir autoridades de caráter questionáveis.



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