Destinados escrita por SouumPanda


Capítulo 7
Acontecimentos




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Era difícil de entender os sinais que Joseph me enviava, quando me virei ele estava parado como uma estátua atrás de mim. Franzi a testa e passei por ele o vendo se virar para me acompanhar, fui a cozinha pegando um copo de água e tentando aliviar a tensão desse momento tão estranho, a algumas horas ele me deu um fora e agora está parado diante de mim.

— Então ... – Eu pigarrei suspirando e bebendo a água. – O que quer conversar além do que já conversamos?

— Devo me desculpar pela minha atitude rude, deveria ter dado notícias. – Ele claramente estava sem jeito e tentei forçar o melhor sorriso mas tinha uma tristeza crescendo dentro de mim cada vez que fico perto dele. – Sei que disse que devíamos acabar com o nosso breve relacionamento, mas tenho fundamentos ...

— Joseph, por favor. Somos duas pessoas adultas aqui, não tem fundamentos quando um relacionamento que nem chegou a ser de verdade termina, eu entendi e compreendo, somos de mundos diferentes, você vive em um mundo onde casamentos arranjados ainda existem, e eu não. – Abri meu melhor sorriso e o mais acolhedor possível, sentindo um nó no estomago só de pensar em vê-lo casando com outra.

— Quero que você fique bem. – Ele me encarava com seus olhos azuis, meu coração parecia estar em arritmia e ele tentava me ler, terminei rapidamente o copo de água mesmo sem sede, apenas queria sair dali sem parecer estar desconfortável.

— Eu estou bem, vou ficar ainda melhor conforme você parar de bater em minha porta. – Eu tentei falar em bom humor, quem eu queria enganar? Queria sair correndo dali e chorar em baixo do meu edredom, quando voltei para sala ele me analisou mais uma vez. – Se é apenas isso, tenho que sair. – Falei o direcionando para a porta e ele me acompanhando.

— Onde tem que ir uma hora dessa? – Ele questionou em tom preocupado. – Posso te acompanhar?

— Não acho que seria apropriado, agradeço por ser um bom vizinho. – Peguei minha bolsa e saímos de dentro do apartamento, o vi se direcionar para o apartamento, enquanto entrei no elevador, nossos olhares se cruzaram e então ele sumiu de vista.

Caminhei alguns quarteirões até a farmácia, era assustador pensar no quão louca minha vida estava, mas foi melhor assim. Quando entrei no estabelecimento não tinha ninguém apenas a balconista me encarando, me direcionei a ela e pensei no que dizer enquanto ela me analisava nos encaramos e sorri sem graça.

— Oi, ando muito cansada e com dores de cabeças horríveis tem algo para me ajudar com isso? – Me encolhi e mais uma vez me senti analisada.

— Tem tido diarreia? – Ela questionou e neguei. – Vomito? – Mais uma vez neguei. – Tem tido vermelhidão pelo corpo? – E de novo neguei e a vi me olhar da cabeça aos pés. – Sua menstruação está em dia? – Ela estava curiosa já e me encolhi vendo seu olhar me julgar.

— Não, mas tomei pílula do dia seguinte, ele veio aqui comprar. – Respondi com segurança.

— Nem todo método contraceptivo é seguro, mesmo a pílula. Para receitar qualquer outra coisa preciso que faça o exame de gravidez se descartarmos isso posso te passar qualquer remédio. – Ela disse me levando a um corredor com várias opções de teste e revirei os olhos diante daquilo, meu estomago se revirava em pensar na possibilidade. – Se precisar de banheiro temos um nos fundos. – Ela apontou e peguei a primeira caixinha que vi na frente e fui para os fundos. Era ridícula toda situação me sentei na pequena cabine tirando do pacote aquele palito, urinando no mesmo e colocando sobre a pia, quando meu celular dentro da bolsa começou a tocar desesperadamente e eu atendi o mesmo.

— Christian. – Falei afobada enquanto ajeitava a roupa. – Estou na farmácia a alguns quarteirões do apartamento.

— Você vai demorar? – Ele questionou e olhei para o espelho vendo meu rosto apático.

— Não, espero sair daqui logo. – Falei vendo o teste diante de mim e levantando até a altura dos olhos, vendo dois riscos no mesmo. – Na verdade, estou indo agora para casa, vou pegar umas coisas e já vou.

— Tudo bem, vou te esperar aqui. – Ele disse preocupado e senti meu coração pular fora do peito.

— Aham. – Apenas respondi isso desligando o celular e vendo aquele resultado e saindo do minúsculo banheiro e indo em direção ao corredor de teste e pegando um de cada marca e indo para o caixa. – Me cobre o teste feito e mais esses aqui. – Quando joguei sobre o balcão ela se assustou. – É para ter certeza. – Quando paguei e sai da farmácia, meus passos eram quase uma corrida em direção de casa, quando entrei no hall de entrada Christian conversava com Joseph tentei frear os passos mas acabei trombando com Christian e derrubando tudo pelo chão. – Merda. – No mesmo instante me coloquei a pegar os testes e quando vi Joseph olhando para um em sua mão paralisado.

— Kat. – Christian sussurrou.

— Se você nos der licença. – Eu peguei rapidamente o teste da mão de Joseph e fui empurrando Christian para o elevador, senti sua mão forte e firme me segurar pelo braço me virando para ele e nos encaramos. – Agora não. – Eu disse em suplica e ele apenas largou meu braço me deixando subir com Christian e o deixando no hall.

Entramos apressados no apartamento vendo o outro elevador que subia, tranquei a porta e fui indo em direção ao meu quarto, seguida por Christian e ele apenas ia atrás sem falar nada e eu não queria que aquilo estivesse acontecendo.

— Preciso que vai me abrindo e me dando os testes, vou fazer todos. – Eu peguei dois e sentei no vaso o vendo na porta me olhando naquele momento com riso em seu rosto. – Não me olhe com essa cara idiota.

— Você pode estar gravida de um dos caras mais ricos do mundo, tenho que rir disso sim. – Ele falava me passando mais um teste e eu revirando os olhos. – Quantos pretende fazer?

— O quanto for necessário. – Eu falava sabendo que não teria xixi para isso tudo e após 6 testes não precisava de mais confirmações, respirei fundo olhando para a pia do banheiro junto de Christian. – Eu estou ferrada.

— Se você vê por esse lado. – Ele dizia com voz animada. – Eu serei o padrinho.

— Não quero que ninguém saiba. – Eu disse sentindo meu corpo tremer e entrar em colapso, quando a campainha se colocou a tocar desesperadamente. – Joseph quer saber, bom ele não é idiota, vai achar que é um golpe. – Minha voz chorosa deu espaço para as lagrimas de desespero.

— Ele te conhece e principalmente o seu coração, jamais pensaria isso de você, mas sim, vocês deveriam conversar agora e resolver o que deve ser feito. – Ele dizia com pesar vendo meu desespero. – Eu vou abrir a porta e pedir para ele vir ao seu quarto, se recomponha, vou ir buscar Cappuccino para nós. – Vi Christian sumir da minha vista e escutei a porta se fechar, sentei na cama e logo Joseph me olhava da porta com os olhos preocupados, mas brilhando.

— Katlyn . – Ele dizia com a voz baixa e foi se aproximando. – Você está gravida? – Nos encaramos e lagrima rolaram pelo meu rosto, não conseguia falar nada, apenas chorar, quando senti o corpo dele colar no meu em um abraço terno, seus dedos acariciavam meu cabelo e beijos ternos sentia em minha cabeça. – Hey, calma.

— Me desculpa Joseph, me perdoe. – Eu só conseguia falar isso, e ele negava com a cabeça se afastando para que pudéssemos se olhar. – Eu juro que não é nenhum golpe.

— Acha que estou preocupado com isso? – Ele falava abrindo um sorriso. – Se alguém tem culpa sou eu, fui eu lembra? – Ele falava segurando meu rosto. – Vai ficar tudo bem, vamos ficar bem. – Ele me consolava, mas podia perceber uma satisfação em sua voz.

— Não quero que pense que isso é uma desculpa para você ficar comigo, eu nem quero ficar com você também. – Falei e ele sorriu com minha fala.

— Você me deixa feliz, quando eu disse que te amava era verdade. Mas agora, te amo ainda mais. - Ele selou seus lábios quentes ao meu, que estava molhado pelas lagrimas.

— Não vamos ser um casal. – Eu disse e o vi se afastar e nos encaramos. – Isso não muda nossas conversar de horas atrás, vamos dar um jeito, mas não juntos Joseph, você sumiu e voltou e terminamos, você tem seus compromissos e agora tenho o meu, e isso é o que temos em comum, e só. – Falei seriamente o vendo mudar o semblante.

— Você está dizendo que ... – Ele não concluiu a frase sendo interrompido por Christian que trazia os Cappuccinos e então fomos em silencio para a sala. Foi constrangedor, quando Joseph pensava em falar algo eu não conseguia escutar ele, não queria pensar numa possibilidade para nós e ver isso ir água a baixo. Não demorou para que ele terminasse sua bebida e se levantasse. – Vou para casa, se precisar de mim.

— Sei onde te achar, mas fique tranquilo que te mantenho informado sobre qualquer coisa. – Eu disse sorrindo gentilmente e fechando a porta assim que ele passou, senti meu corpo desmontar escorregando pela mesma.

Christian dormiu comigo na noite amparando minhas lagrimas de desespero, jamais pensaria que meu breve envolvimento com Joseph acabaria assim, sem ele e com um filho dele, o final de semana ainda incluía com uma visita aos meus pais, minha cabeça doía demais, não tinha animo para mais nada além de dormir e querer ficar no quarto escuro, Christian me acompanhou para casa junto de Margot que ainda não sabia de nada e não fiz nem questão que soubesse estava agindo estranho comigo desde Hamptons, quando chegamos meu pai nos recebeu cordialmente e me afundei em seu abraço.

— Está linda querida. – Ele disse logo cumprimentando eles. – Vamos se acomodar, teremos um jantar com a família de Zachery essa noite te incomoda querida? – Meu estomago se afundou e neguei com a cabeça querendo entrar no taxi e voltar para New York. – Subam para seu quarto se arrumarem.

— Claro papai, onde está mamãe? –Perguntei adentrando a casa.

— É uma grande noite, ela e Ashley estão no salão. – O escutei subindo escada acima, seguida por Christian e Margot.

Me joguei na cama assim que adentrei no quarto, Margot colocou as malas no chão e Christian pulou ao meu lado, os três observava o teto que continha adesivos de estrelas neon, suspirei e senti Margot me analisando e logo me sentei na cama olhando para eles deitados.

— Não sei como agradecer por estarem aqui, mais uma vez me apoiando nessa família maluca que nem sei porque me quis aqui. – Suspirei. – Marg, me desculpe por estar tão distante temos muito o que conversar, primeiramente Joseph e eu terminamos. – Falei sorrindo gentilmente e vendo ela se sentar na cama colocando a mão dela sobre a minha. – E segundo ... – A porta se abriu rapidamente com um grande empurrão e Zachery estava ali parado e nos assustamos com a atitude. – Bater faz parte de uma boa educação.

— Desculpe, achei que tivesse vindo sozinha. – Ele disse sem graça vendo Christian e Margot acenar. – Podemos conversar antes do jantar?

— Pode ser, só que mais tarde. A vinda até aqui me deu uma baita dor de cabeça. – Falei gentilmente o vendo sorrir e sair.

— O que ia falar? – Margot disse baixo e eu sorri levando a mão dela sobre minha barriga e vendo os olhos dela se arregalar. – Katlyn ...

— Fala baixo, não quero contar ainda. – Eu disse quase inaudível e ela concordou, logo meu celular começou a tocar na bolsa e era Joseph e revirei os olhos rejeitando a ligação.

— Não vai atender? – Christian perguntou e apenas neguei. – Ele vai mandar o exército atrás de você.  – Ele disse em tom preocupado e o encarei respirando fundo.

— O que for sobre a criança na hora certa ele saberá, por agora. – Engoli seco. – Não temos nada a conversar.

— Joseph sabe e vocês não se prometeram uma vida juntos? – Margot perguntou e neguei.

— Prometi apenas o que diz respeito a criança contar, nós terminamos e continuamos assim, não quero que pense que sou uma golpista. – Me levantei da cama e engoli seco. – Vou tomar um banho e começar se arrumar, vocês deveriam fazer o mesmo.

Quando descemos as escadas, Ashley estava com os braços entrelaçados ao de Zachery, meus pais bebendo cordialmente um ao lado do outro conversando com pais de Zachery que me olharam com cara de poucos amigos, peguei um copo de água para amenizar a garganta seca Christian e Margot já cumprimentavam todos enquanto respirei fundo para ter forças para encarar todos. Zachery cruzou seu olhar com o meu e revirei os olhos no mesmo instante deslizando para a cozinha e vendo o preparo do jantar.

— Melinda. – Beijei no rosto da empregada da casa, acho que a única que sinto falta dessa casa, ela me abraçou fortemente. – Posso me esconder aqui por enquanto?

— Passa os anos e você não muda a mania em se esconder? – Ela me disse carinhosamente me entregando uns canapé. – Deve estar desconfortável com o evento de hoje, com o noivado da sua irmã e Zachery. – O canapé desceu rasgando a garganta e a tosse se instalou pelo meu corpo e logo Zachery apareceu na cozinha com os olhos arregalados.

— Está tudo bem? – Ele se aproximou passando os braços em minha volta e nos olhamos por instantes.

— Vai se casar com minha irmã? – Ele arregalou os olhos e ficamos em silencio, Melinda saiu da cozinha nos deixando ali com o clima mais pesado possível.

— Queria te contar isso, mas não tive chance. – Ele disse com a voz triste e carregada. – Não quero que pense que ...

— Zachery, está tudo bem, se é o que ambos querem fico feliz por vocês. – Eu disse cordialmente me recompondo e vendo o olhar dele penetrado ao meu e me deixando com certo desconforto.

— Kat ... – Ele sussurrou e quando percebi estava com os lábios quentes sobre o meu pisquei rapidamente me recompondo e logo empurrei ele e ouvi um grito.

— VOCÊ NÃO VAI ROUBAR MEU NOIVO SUA VADIA. – Ashley entrou na cozinha empurrando Zachery e logo me dando um tapa, a encarei e não controlei meu acesso de raiva pulando em cima dela. – VOCÊ TEM O PRAZER EM ROUBAR TUDO DE MIM. – Ashley gritava eufórica enquanto puxava meu cabelo, eu sentia a raiva tomando conta de mim enquanto rolavamos pela cozinha, quando cai em cima dela e comecei a bater freneticamente em seu rosto.

— PARA DE SER MALUCA E NEURÓTICA ASHLEY SE QUISESSE ESTAR COM ELE, EU ESTAVA SUA MALUCA. – Ela se debatia embaixo de mim enquanto Zachery tentava tirar eu de cima dela, quando ele conseguiu me segurou olhando para ver se não estava machucada e Ashley se levantou e veio em cima de mim e ele ficou entre nós. Quando todos estavam olhando nós três descabelados, despenteados tanto eu quando Ashley com arranhões e cortes na boca.

— Vocês viraram selvagens? – Minha mãe entrou indo acolher Ashley e não se importando se ela que me atacou primeiro. – O que aconteceu aqui?

— Ela se não bastasse humilhar Zachery em Hampton agora veio aqui tentar tirar ele de mim, estava seduzindo ele, beijando bem na minha frente. – Todos me olharam e logo Margot e Christian se juntaram a mim sabendo que não era essa a história, Zachery franziu a testa para Ashley.

— Você é uma vaca mentirosa Ash, não foi nada disso. – Eu tentava controlar a raiva que crescia em mim, mas era quase impossível.

— Você vem na minha casa, te acolhemos amorosamente e agride meu bebê no dia do seu noivado? – Minha mãe estava se contendo e eu comecei a rir. – PEGUE SUAS COISAS E SUMAM DAQUI.

— Com prazer, só vim mesmo por causa do papai se fosse por vocês nem viriam e se soubesse que era por esse circo todo muito menos. – Subi as escadas recolhendo minhas coisas acompanhada de Christian e Margot. Quando descíamos as escadas tinha um policial no primeiro degrau esperando franzi a testa o vendo me colocar sobre a parede e me algemar. – O que está acontecendo aqui?

— Você tem o direito de permanecer em silêncio qualquer coisa que disser poderá ser usada contra você no tribunal. Você tem direito a um advogado se não puder pagar um advogado, o Estado indicará um. – E assim fui algemada para fora da casa dos meus pais, não estava entendo o que aconteceu mas pude ver o sorriso da minha mãe a Ashley sem querer pensar que elas poderiam mandar me prender, entrei no carro com os oficiais e me encaminharam para a delegacia. Após todo procedimento de apreensão não queria falar, estava exausta emocionalmente, me sentei no que deveria ser minha cama provisória e olhei o teto cinza e depois para as grades, tentando entender como parei aqui, melhor, como minha própria mãe me colocaria nessa situação sem direito de defesa, minha cabeça latejava quando ouvi um pigarro fora da cela.

— Querida me desculpa pela sua mãe e sua irmã, estou tentando retirar a queixa, mas elas não querem. – Ele falava com pesar e eu negava com a cabeça.

— Porque permite isso? Permite que elas fazem isso comigo e sempre vem querendo pedir desculpas por elas como se mudasse o fato de que sempre fizeram isso comigo, eu vou sair daqui pai e não quero mais ver vocês, não consigo mais desculpar nem elas e muito menos você, porque se não concordasse não deixaria elas me tratarem assim. – Falei suspirando e tentando segurar o choro, logo Christian e Margot se juntaram a ele.

— Kat, estamos tentando sua fiança, você é um exemplo de ser humano não tem como te manterem aqui. – Margot disse preocupada e eu sorri torto.

— Obrigada pessoal. – Eu disse com a voz cansada e vi o olhar distante de Christian e o encarei. – Aconteceu alguma coisa?

— Srta você está livre. – Um policial abriu a cela e pisquei olhando eles.

— O que vocês fizeram? – Falei saindo da cela e me virando para eles, logo vi a sombra atrás de mim e paralisei. – Christian. – Disse rangendo os dentes e me virando para ver Joseph com cara de poucos amigos. – Joseph ...

— Vamos, vou levar vocês para casa. – Ele disse não olhando para minha cara diretamente, seguimos ele em silencio, não consegui me despedir do meu pai e na verdade nem queria. Tinha duas SUV pretas esperando nós lá fora, Margot e Christian entraram em uma e Joseph me puxou com ele em outra, fomos metade do caminho para New York em silencio.

— Obrigada por me tirar de lá. – Disse baixo o fazendo olhar para mim. – Eu vou pagar a fiança, eu tinha o dinheiro não tinha necessidade em fazer isso.

— Eu sei disso e quis fazer mesmo assim, na verdade quando não me atendeu eu já estava vindo para cá, e quando cheguei vi toda movimentação, lamento pela sua mãe e sua irmã. – Ele colocou as suas mãos grandes sobre a minha e pisquei não segurando as lagrimas e o vendo me puxar para um abraço nos olhamos e institivamente os lábios quentes dele selaram aos meus, tornamos a se olhar por instantes iniciando um beijo mais intenso, logo me encolhi sentindo dores pelo corpo pela briga e ele sorriu parando o beijo e apenas me aconchegando nele. – Precisamos te levar a um médico ver seus machucados e o bebê.

— Tudo bem, faremos isso. – Eu não quis discordar dele, eu estava feliz de ele estar ali, estava feliz por ele ter ido me tirar da prisão e por se importar tanto, não tinha outra pessoa que eu não queria ali, ele era suficiente, mais que suficiente, estava feliz em dividir esse momento com ele.

Estava deitada com o avental do hospital, Joseph digitava furiosamente no celular, meus olhos percorriam o quarto buscando alguma distração enquanto aguardávamos o médico vir fazer a ultrassonografia. Quando o mesmo entrou me endireitei na cama o vendo puxar o carrinho com o grande aparelho para perto, Joseph se aproximou ficando ao meu lado e institivamente pegando em minha mão para me dar conforto. Após o gel gelado, o aparelho vinha deslizando pela minha barriga procurando algo, melhor dizendo alguém perdido ali naquele vácuo preto. 

— Então? – Joseph franzia a testa olhando a tela e procurando entender o que víamos, mas ali estava e o médico abriu um sorriso ao achar aquele ponto branco na imensidão. 

— Está tudo bem com o bebê, ali está ele. – Ele apontava para a tela e ia digitando sobre a imagem. – Em volta dele temos o saco gestacional, temos liquido, e agora. – Ele aumentou o som e o barulho ecoou pelo quarto. – Temos batimentos        e digo que é forte. – Ele falava animado, olhei brevemente Joseph e seus olhos azuis brilhavam para a tela vendo a tela e ouvindo os batimentos. – Estão na sexta semana e continuar assim, terá uma gravidez saudável e um bebê lindo. – Ele concluiu e tirou o aparelho da minha pelve, limpando com um papel. – Posso fazer algo a mais por vocês? 

— Não doutor, agradeço a disponibilidade em nos atender. – Eu disse pressionando os lábios e o vendo estender uma foto da ultrassonografia para mim. – Posso ir para casa? 

— Se você se sentir bem, claro. – Ele disse sorrindo e saindo do quarto. Me ajeitei na cama e logo joguei as pernas para fora, sorri para Joseph que estava hipnotizado com a foto do ultrassom.

— Vou me trocar, estou exausta. – Disse indo para o banheiro, quando fechei a porta me olhei no espelho que ali continha, meu ombro estava roxo, assim como meu lábio cortado estava inchado, suspirei ajeitando o cabelo e colocando minhas roupas. Sorri vendo meu reflexo e passando a mão na barriga, estava feliz que tudo estava bem, me senti imprudente pela briga, culpada, mas estar vendo que ele estava bem, me sentia melhor e menos uma mãe ruim. Sai do banheiro e Joseph me olhou com um riso torto e fui ao seu encontro. – Podemos ir? 

— Claro, vamos. – Ele abriu a porta e saímos em direção ao prédio, o transito não estava caótico, mas estava tão cansada que repousei minha cabeça nos ombros de Joseph e adormeci, podia sentir o carro parando, mas não conseguia abrir os olhos, parecia que um caminhão passou em cima de mim, Joseph me pegou no colo e me carregou elevador adentro, quando dei por mim estávamos subindo, abri os olhos assustada e o encarei sorrindo ouvindo as portas abrir. 

— Eu posso andar agora. – Falei baixo sorrindo e ele sorriu de volta me colocando no chão e paramos no corredor entre ambas as portas. – Vou deitar, agradeço por tudo, e desculpe pelo trabalho. 

— Não é trabalho algum, sabe disso. Eu quero e vou cuidar de vocês, seus amigos estão aí. – Ele disse engolindo seco. – Se quiser posso te fazer companhia. 

— Eu apenas vou tomar um banho e dormir como se não houvesse amanhã, mas qualquer coisa, mudança e acontecimento, vou te manter informado. – Falei indo em direção a porta. – Obrigada por tudo. – Sorri para ele olhando sobre o ombro e o vendo parado. – Boa noite Joseph. – Entrei e me deparei com Christian e Margot me esperando sentados na sala em silencio, os olhei com um sorriso cansado. – Boa noite pessoal, agradeço por ficarem aqui. 

— Como estão? – Christian perguntou e eu sorri afirmando com a cabeça. 

— Estamos bem, só estou cansada, vou tomar um banho e deitar, se quiserem ficar aqui, são bem-vindos, só serei uma péssima companhia, vou literalmente apagar. – Tentei falar em bom humor, e fui me arrastando para o banho. 

— Vamos indo para que possa descansar Kat, mas amanhã ligamos para você e estaremos aqui se precisar. – Margot me abraçou seguida por Christian e acompanhei os mesmo de volta até a porta e tranquei dessa vez fui para meu breve e banho e logo a cama.

Quando entrei no escritório tentei não chamar atenção, apesar de estar com pouco tempo de gestação, parecia que tinha uma seta na minha barriga pedindo para que todos olhassem para mim, me sentei e me coloquei a trabalhar quando Joseph chegou automaticamente nossos olhares se encontraram, mas me coloquei a trabalhar o ignorando da melhor forma que conseguia. Durante as reuniões que acompanhei Bonnie, Joseph continuava a me encarar como se quisesse falar algo, mas continuei ignorando seus olhares e as mensagens em meu celular. 

— Vamos almoçar? – Christian perguntou animado e senti meu estomago roncar só de pensar em comida, pressionei os lábios e sorri. 

— Após eu terminar meu relatório que pode levar algumas boas horas. – Eu disse digitando e brevemente olhei Christian que o sorriso desaparecerá do rosto. 

— Você sabe que precisa se alimentar para não cair dura no chão. – Ele disse em bom humor e revirei os olhos o encarando e suspirando. 

— Está bem, um lanche rápido e depois eu volto. – Afirmei me levantando e pegando minha bolsa e vi Margot vindo em nossa direção e fomos para o elevador saindo do escritório. Andávamos pela rua quando pude ver Zachery nos encarando, franzi a testa e paramos o olhando. – Vejo ele muito mais agora do que quando namorávamos. – Demos risada enquanto ele se aproximava. 

— Precisava ver como você estava após o final de semana. – Ele falava e sorri gentilmente. 

— Eu estou bem Zach, gentil vir até aqui para isso, achei que já tivesse voltado para a Los Angeles com a Ashley. – Falei engolindo seco e olhando Margot e Christian. – Se forem pegar algo, quero um cachorro quente e um suco encontro vocês depois. – Eles apenas concordaram e foram andando e olhando para Zachery que ficava diante de mim. 

— Vou voltar amanhã para Califórnia, podemos jantar hoje? Como bons amigos claro, como já fomos. – Ele disse com pesar na voz e eu suspirei sentindo um nó se formar em meu estomago afirmando. 

— Claro, desde que seja algo comprado do meu apartamento, não estou querendo sair por enquanto. – Falei sorrindo e ele abriu um riso torto concordando, dei um breve beijo em seu rosto e me afastei. – Então se vemos as 20:00. – Falei atravessando a rua indo em direção a Christian e Margot que me aguardavam, pude ouvir uma buzina alta e senti uma dor imensurável na cabeça pude ouvir alguém gritando meu nome e tudo ficou preto.

 


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