Destinados escrita por SouumPanda


Capítulo 6
O que fazemos agora?




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Estávamos os quatro sentados em silêncio, Margot nos olhava em questionamento e Christian com um riso safado querendo logo saber como tudo aconteceu. Engoli seco sob o olhar de julgamento deles e meu olhar cruzou com o de Joseph que logo pegou em minha mão e sorriu carinhosamente sabendo como me sentia desconfortável com a situação. 

— Tudo bem, ele então é seu vizinho enxerido. - Margot questionou com uma voz de poucos amigos e eu apenas afirmei pressionando os lábios a conter o riso. 

— E vocês estão saindo, a quanto tempo? - Christian falava curioso e devorando Joseph.

— 3 meses e meio - Joseph respondeu prontamente e Margot franziu a testa. - Ela estava com medo pelo relacionamento que tinha e por você ser uma admiradora ela não quis te magoar. 

— Me magoar? Margot estava um tanto sarcástica. - Eu realmente admiro você, mais do que admirar. - Ela disse rindo. - Mas se você ajudou ela a terminar com o babaca do Zachery óbvio que fico feliz. - Ela então abriu um sorriso e logo franziu a testa. - E a sua noiva? 

— Ela já sabe, já expliquei para ela a situação e ela contará a vocês. - Joseph beijou meu rosto me puxando para ele e sussurrando no meu ouvido. - Você me faz feliz sabia? - Nos olhamos e pressionei os lábios. 

— Preciso que vá a farmácia para mim, enquanto coloco eles a par de tudo. - Eu falei ignorando a presença de Christian e Margot que nos analisava e ele apenas afirmou se levantando e selando nossos lábios ternamente. - Até mais tarde. 

Joseph saiu e me deixou saudosa quando comecei a contar como tudo aconteceu, até o estrupo no meu relacionamento que obtive apoio de Joseph, e o porque de não conseguir contar para eles. Contei sobre o que tinha acabado de acontecer e o noivado, eles ficavam boquiabertos em cada nova que contava e quando terminei eles vieram me abraçar fortemente em apoio. 

— Estou orgulhoso de você. - Christian disse em meio ao abraço fazendo com que nossos olhares se voltasse para ele. - Você está namorando Joseph Abraham e ele quer fazer um filho em você.

— O que não vai acontecer. - Falei rindo, enxugando as lágrimas e suspirando. - Bom, vamos pedir comida? - Falei vendo a porta se abrir e Joseph entrar com sacolas e aquilo nos fez comemorar, ele tinha providenciando a comida, mesmo sendo em caixinhas e sendo chinesa, não poderia pedir outra coisa, estava com o cara que me apaixonei e meus melhores amigos, contar as eles tirou um peso de cima de mim, terminar com Zachery também, agora precisava manter essa boa energia até o feriado que se aproximava passar e finalmente poderia exibir meu relacionamento com Joseph por ai.

— Você vai tomar esse remédio? - Ele falava me entregando uma sacola com comprimido dentro enquanto dividíamos a comida em pratos.

— Óbvio, não é o momento para nós. Imagina o caos que seria uma criança agora e a guerra.na sua família. - Falava abrindo a cartela e colocando o comprimido na boca e logo engolindo e bebendo água. - Não é assim que tem que ser. 

— Você tem razão. - Ele me abraçou beijando minha testa. - Por isso que te amo … - Se fez um silêncio, Margot cuspiu todo seu no vinho em Christian, arregalei os olhos e até Joseph parecia surpreso com o que tinha acabado de dizer na total espontaneidade.

— Você disse que me ama? - Por instantes esqueci que estávamos acompanhados, era só nós, o momento, a troca de olhares, ele sorriu com o canto da boca e logo mostrou seus dentes perfeitamente brancos afirmando com a cabeça e abraçando para cochichar em meu ouvido.

— Eu amo você Katlyn Miller. - Aquilo me fez ter uma leve arritmia, minhas mãos suavam, minha boca secou e meu sorriso em ter ganhado na loteria apareceu. 

— Pois bem Joseph Abraham, eu amo você, estou perdidamente apaixonada por você. - Ele selou nossos lábios iniciando um beijo lento e terno que foi interrompido pela ovacionada de Christian e Margot. Parei o beijo com um riso sem graça lembrando que estávamos acompanhados.  

— Vocês são uns doces. - Margot falou virando a taça e rindo. - Se seus amigos forem como você, me apresente. 

— Se curtirem algo mais exótico, me apresente. - Christian complementou e todos rimos dos comentários e terminamos a noite rindo, comendo e bebendo. E eu não podia pedir mais nada, se a vida tivesse um final feliz esse seria perfeito. 

Joseph dormiu no meu apartamento, acordei me enrolando no lençol e ele me observava acordar, sorri e ele selou nossos lábios. Sorri o vendo ali e suspirei pensando que tinha que fazer as malas e ir para Hamptons. 

— Você podia falar que seu chefe te obrigou a ficar aqui. - Ele falava me abraçando por trás e eu sentindo seu volume e me virando para ele e passando os braços em torno do seu pescoço.. - Não seria nenhuma mentira, sou seu chefe e estou pedindo.

— Nem se o presidente em pessoa viesse me pedir, você não conhece meus pais, ainda mais que eles pensam que o Zachery vai me pedir em casamento. - Fiz uma careta e notei ele revirando os olhos. - Quando souber que terminamos, amanhã mesmo estou aqui, porque eles também vão me deserdar. 

— Então você volta correndo e seremos dois deserdados juntos. – Ele disse rindo e selando nossos lábios e me puxando para ele novamente na cama, senti seu beijo atrás da minha orelha e um leve arrepio por toda minha espinha, escutando ele sussurrar. – Pedi que trouxessem meu carro para você ir dirigindo. 

— SÉRIO? – Nos encaramos e ele riu do meu tom surpreso, ele beijou o topo da minha testa e abriu um riso safado.- Não precisava. – Meu sorriso em excitação era notável, sabendo que dirigiria o Audio R8 Tron dele.

— Faço questão, assim você volta mais cedo. - Ele disse novamente me puxando para ele. -  interesse estritamente profissional e quando voltar, não desfaça as malas, tenho uma surpresa. – Ele carregava a minha pequena mala para fora do elevador.

— Como quiser chefe. - O abracei e ele me acompanhou até o saguão do prédio, me ajudando a colocar a mala no carro e me pressionando contra o mesmo e me abraçando fortemente, como se aquilo fosse um adeus. Com um beijo intenso ele abriu a porta e parti em direção a Hamptons.

O vento cortava o carro pela velocidade que ia, me sentia livre. O volante tremia em minhas mãos, jamais imaginaria eu dirigindo um carro desse porte, não demorou para estar em Hamptons, meu coração se apertou cada vez que se aproximava da pousada, minha boca secou, quando parei o carro e meus pais estavam na porta descarregando as bagagens. Quando me olharam, a cara de desprezo da minha mãe era surreal, meu pai veio ao meu encontro e me abraçou forte me rodando no ar como uma boneca. 

— Nossa, como está linda filha. - Ele falava me analisando e beijando minha testa. - E esse carro? 

— Acha que o carro é dela? Deve ter alugado, espero que não entre em dívidas por esbanjar assim. - Minha mãe falava grosseiramente.

— Oi para você também mãe. - Falei pegando minha pequena mala e entrando na recepção, espreitei o olhar vendo Margot e Christian sentados atrás de revistas como dois detetives e segurei o riso. - Pai, mãe, vão fazendo o Check-in vou logo em seguida. - Disse parando diante deles. - O que fazem aqui? 

— Joseph mandou um esquadrão por você, bancou toda viagem e disse que quando tudo terminar podemos ir para a casa dos pais dele que ele estará lá esperando por nós. - Margot dizia animada e sentia uma explosão de felicidade em meu peito. - Amiga, estamos no círculo da sociedade. 

— Tudo graças a magia que habita no meio de suas pernas. - Christian falava rindo. E logo olhando por cima do meu ombro e mordendo o lábio. - Você pode ter dispensado Zachery, mas que ele também é um pedaço do céu, isso é fato.

— Vocês são terríveis, e agradeço por estarem aqui, isso é muito importante para mim. Vou fingir que tenho um quarto aqui e acabar com isso. - Beijei os dois e fui em direção ao balcão com Zachery que beijou cordialmente meu rosto e sorri educadamente.

— Estamos ansiosos por esse final de semana. - Minha mãe falava apertando a bochecha de Zachery que sorria sem graça para mim, logo Ashley chegou e ela soltou Zachery para abraçar ela. 

— Será um final de semana e tanto. - Ele disse com os dentes cerrados apenas para que eu escutasse. - Não consegui um quarto separado, estamos juntos até o jantar, tudo bem pra você? 

— Claro, sem problemas, vamos subir? - Eu disse cordialmente.- Precisamos conversar mesmo. - Nos despedimos dos meus pais e fomos para o elevador em silêncio, quando chegamos no andar do quarto entramos e fui tirando o sapato e me jogando na cama, mirei o teto por instantes, logo Zachery se juntou a mim, mas sentia seu olhar fixo em mim. 

— Você é tão linda Kat. - Ele disse com a voz melosa fazendo o olhar. 

— Você sabe que nós estar aqui não anula nosso término, estamos aqui para resolver as coisas e não se acertar. - Falei o olhando e vi seu olhar distante. 

— Me desculpe por ser um péssimo namorado, você merecia alguém melhor. - Ele disse sorrindo torto e sem motivação alguma. 

— Não foi tão ruim assim, tivemos bons momentos. - Falei batendo meu ombro com o dele e sentando na cama e ele fez o mesmo, sentando próximo e encostando nossos joelhos o que me fez franzir a testa e o encarar. - Zac … 

— Só mais uma chance. - Ele disse em súplica segurando meu rosto e forçando um beijo, quando o empurrei o fuzilando. - Me desculpe Kat.

— Preciso tomar um ar. - Eu levantei saindo do quarto e descendo para o saguão, vi ao longe tomando bebida no deck Joseph, meu coração saltou do peito, ele se virou com seu sorriso branco e fui quase que correndo em sua direção, selando nossos lábios e rindo, como estava feliz em vê-lo. - O que faz aqui? 

— Jamais que vou deixar você um final de semana todo com o lunático do Zachery. - Ele dizia puxando a cadeira para eu sentar. - Como estão as coisas?

— Tensas, Zachery acha que eu vir para cá pode ser uma chance da gente se reconciliar, mas não quero isso. - Ele levou a mão sobre a minha e apertou suavemente. - Quero você. - Disse inaudível fazendo ele sorrir. Ele apenas se inclinou e beijou cordialmente minha bochecha sentindo todo meu rosto queimar, consegui inalar o máximo do perfume dele e suspirei.

— Katlyn? – A voz grossa de Zachary cortou o saguão, olhei sobre meus ombros o vendo se aproximar, Joseph estava com maxilar marcado como se pressionasse os dentes para conter a raiva. Ele parou atrás de nós e me virei desvinculando minha mão da de Joseph.

— Por favor me deixe em paz até o jantar, não ... – Eu tentei falar baixo vendo que todos do deck nos olhavam.

— Disse que precisava de ar, mas veio ao bar se enroscar com esse cara, aliás quem é você? – Zachery perguntava encarando Joseph que se levantou e vi que ambos era quase da mesma altura, meu coração estava disparado, minha respiração pesada e suspirei.

— E preciso Zachery, esse é Joseph, meu chefe, meu ... – Ambos me encaravam esperando eu falar algo. – Namorado.

— Eu sou seu namorado. – Zachery disse em alto tom.

— Não mais, podemos resolver isso no quarto? – Perguntei colocando a mão sobre o peito de Zachery e o afastando de Joseph. – Vai Zachery, logo estou lá. – Ele apenas me olhou e viu minha suplica e olhou Joseph e concordou, respirei fundo o vendo sair dali, quando notei o olhar de todos em nós, me afundei no abraço de Joseph.  – Desculpe por isso.

— Não é sua culpa, ele que é todo estranho. – Ele disse beijando minha testa e se mantivemos uns minutos abraços ainda.

— Preciso ir, infelizmente, logo isso acaba. – Eu disse sentindo os lábios quentes de Joseph selar os meus e meu coração se aquecer.

— Qualquer coisa me ligue, literalmente estou perto. – Joseph disse e concordei. 

— Se eu passar pela noite de hoje, serei uma mulher livre de tudo e sem família. -  Eu disse em bom humor o deixando rindo e meu olhar pela última vez se cruzou com de Joseph. Quando o elevador parou no andar fui dando passos lentos e desmotivados até o quarto, chegando no mesmo pude escutar a cama batendo na parede e abri a porta rapidamente e vi Ashley em cima de Zachery e arregalei os olhos para cena dos dois nus na cama. - Nossa, mas isso é uau. - Eu disse batendo a porta e eles se cobrindo com o lençol. 

— Kat. - Zachery disse em lamento. - Não é o que pensa. 

— Eu não estou pensando nada, provavelmente estão apenas estudando anatomia, né? Tudo que fazem juntos é estudar, agora vejo que mais que isso. - Eu disse sarcasticamente de bom humor. 

— Claramente. - Ashley falava como se eu fosse burra. - Não conte ao papai e a mamãe. 

— Dois corpos vendo a melhor posição para exames ginecológicos, mas duvido que seja na cavalgada Ash, o médico não ve muito de baixo. - Eu disse andando pelo quarto para o banheiro. - Relaxa, o que você e o Zachery faz não é da minha conta. - Eu disse calmamente e a vi arregalando os olhos. 

Quando desci com Zachery para o jantar em uma sala reservada, tinha flores, balões de corações, pétalas e velas por todo ambiente acho que ele esqueceu também de cancelar a decoração do pedido, sentei ao lado de Zachery, comemos em silêncio, quando escutei uma musica lenta ao fundo e pisquei algumas vezes vendo o olhar de todos da mesa em nós, Ashley estava quase com um choro silencio quando limpei a boca cantarolando a música de Posion - Every Rose Has Its Thorn que cantava ao fundo e o pigarrar de alguém da mesa chamou nossa atenção e era o pai de Zachery.

— Então filho, tem algo a dizer? - Encarei Zachery que mal me olhava nos olhos escutando o pai dele falar.

— Tem alguma coisa ser dita?. - Questionei bebendo água, mas ele não falava nada. - Então eu falo, bem família. Sei que vocês vieram até aqui hoje, pensando. Nossa faz anos que eu e esse moço que é o sonho de genro da minha mãe estamos juntos e o tempo está passando. - Todos prestavam atenção e Ashley revirava os olhos. - Então porque não após anos não noivar não é? - Todos sorriam afirmando, a mãe de Zachery já chorava de emoção. - Mas isso não vai acontecer hoje. - Novamente silêncio e surpresa, vi o rosto da minha mãe ficar vermelho. - A duas semanas para mais. - Olhei Zachery que estava cabisbaixo. - Terminamos. 

— O QUE? - Minha mãe gritou indignada.  - O QUE VOCÊ FEZ GAROTA? QUE VERGONHA. - Ela falava com a voz chorosa. 

— Porque acha que fiz algo? Apenas acabou. Não temos nada em comum e Zachery tem muito mais haver com Ash do que comigo, se quiser ele na família, ofereça a caçula. - Eu disse sorrindo e Zachery me encarava negando para falar sobre a cena vista mais cedo.

— Como pode? Esse relacionamento de vocês era tudo para nós. - Ela falava como se ela tivesse rompendo com ele. - Você estraga tudo Katlyn, tudo que você toca é corrompido. 

— Se o Zachery não fosse um escroto do caralho teríamos chances, mas ele é um cara que me forçou ter relações com ele. - Suspirei. - E acreditem ou não, tanto faz para mim eu estou feliz e queria que ficasse feliz por mim mãe, é melhor para todo mundo esse termino. Não acha Ash? – Minha irmã se afundou na cadeira e não contive o riso.

— Eu não sou mais sua mãe. - Ela disse dando um tapa em meu rosto e pude sentir minha bochecha queimar. - Você acaba com essa família e ainda difama essa jóia de pessoa que Zachery é, ele não merece você mesmo. - Ela dizia com amargor na voz e Ashley ria da cena. - Suma da minha frente, vou esquecer que você existe, sempre tive vergonha de você, mas agora? Eu quero esquecer qualquer parentesco com você, você é uma vadiazinha que teve a chance da vida e está jogando fora. 

— Mari-Ann não fala assim. - Meu pai falava tranquilamente e joguei o guardanapo na mesa me levantando. - Querida. – Meu pai disse em lamento.

— Eu não preciso estar nessa família que só me deprecia, tenho uma ótima carreira, um apartamento e um novo lindo namorado que me trata melhor do que todos vocês, vocês todos se merecem. - Olhei Zachery sem reação. - Esperava mais decência de você, mas não passa de um homem que esqueceu de crescer a mentalidade. -  sai sentindo meu peito se expandir de liberdade,  fui em direção ao quarto pegando minhas coisas e descendo pedindo o carro, mas não precisou Joseph estava no saguão como um príncipe em uma armadura resgatando a princesa, pulei nele e ele me girou no alto selando ternamente nossos lábios e saímos dali em direção a casa dele. 

Quando cheguei parecia que acontecia um luau, um dos amigos de Joseph tocava violão e Christian cantava afinadamente, me surpreendendo, nos juntamos a eles repousei a cabeça no ombro de Joseph que acariciava meu braço me alinhando a ele. Joseph estava preocupado comigo, não estava conseguindo comer, estava realmente abalada com a reação da minha mãe, mas não esperava menos que isso. Quando voltamos para New York lamentei com Joseph por não conseguir ir com ele onde queria me levar tão cedo, fomos trabalhar e sentia os olhares em mim. Margot acabou soltando sobre meu relacionamento com ele e todos me olhavam com olhar esnobe no escritório. Como se tudo que eu fizesse ele ajudasse a me manter na empresae nunca foi assim e nem assessor dele quis ser, sou associada da Bonnie e nada mais. 

— PORQUE FEZ ISSO MARGOT? - Me tremia toda com o nervosismo. 

— Foi um comentário inocente, fui falar sobre nosso final de semana com Julie que foi o máximo e não pude não contar. - Ela retocava o batom no banheiro e se amava no espelho e revirei os olhos. - Desculpe querida, mas deveria estar feliz assim ninguém vai querer o que é seu. 

— Ele é uma pessoa, não um objeto para as pessoas quererem.- Eu retruquei sentindo um soco no estômago e com o tom arrogante da mesma.

— Tanto faz. - Ela disse saindo e me deixando ali sozinha, Margot tem agido diferente desde que contei de Joseph, mas tentei respirar fundo e imaginar que seria apenas uma coisa da minha cabeça. 

Me sentia mal, com a cabeça doendo mais que o normal, respirei fundo tentando me concentrar nas palavras no monitor mas não conseguia. Quando estava pegando água, Joseph me chamou para a sala dele e pude notar o olhar curioso de todos e até mesmo uns risos de deboches. 

— Precisamos conversar. - Ele disse em tom grave e um tanto distante. 

— Pode falar. - Falei encostando sobre a mesa e cruzando o braço em frente ao corpo. 

— Terei que ir para Chicago por um tempo, minha mãe sofreu um acidente e estão me chamando lá. - Seu olhar era distante e ele estava escondendo a emoção de estar preocupado com a mãe. 

— Claro, você tem que estar perto dela, entendo isso. Espero que ela fique bem e você também fique. - Sorri cordialmente e ele afirmou com a cabeça distante. - Vou para casa, minha cabeça parece explodir e acho que um sono vai resolver. Nos vemos mais tarde antes de você ir? - Nos encaramos e ele apenas afirmou e eu passei por ele, pegando minhas coisas e indo para casa. 

Quando cheguei em casa tomei um longo banho e deitei, era de madrugada quando acordei e percebi que Joseph não veio. Apenas uma mensagem escrito "sinto muito" e eu respirei fundo virando para o lado e pegando novamente no sono. 

Duas semanas se passaram e eu não tinha respostas de Joseph e estava me deixando preocupada, mas ele precisava desse espaço para cuidar da mãe. Era domingo a tarde, estava tomando um chá olhando aleatoriamente pelo apartamento quando vi o calendário, pisquei algumas vezes arregalando os olhos se dando conta que tinha se passado mais de um mês que minha última menstruação veio. Pulei assustada quando o celular tocou no balcão desviando meu pensamento disso. 

— Oi pai. - Falei com pesar na voz e Suspirei. 

— Oi querida, pode vir esse final de semana para casa? - Ele disse em súplica e sabia que iria me arrepender. 

— Claro pai, vou. - Suspirei. - Chego no sábado. 

— Obrigada pela compreensão querida. - Ele disse desligando e respirei fundo indo para sala. A campainha se colocou a tocar e engoli seco tendo que atender. 

— Oi Chris. - Dei espaço para Christian entrar e logo fechei a porta. - Margot não veio? 

— Ela tinha coisas a resolver. - Ele disse me abraçando. - Como está? Tem andado tão pra baixo nas últimas semanas. 

— Ando bem cansada nas últimas semanas, e sinto a falta de Joseph seria uma mentirosa se falasse que não. - Dei uma risada e quando me jogava no sofá. - Tem notícias dele?

— Nenhuma querida, sinto muito. - Ele disse forjando um sorriso. - Bonnie disse para vir te avisar que você entrevistará um jovem que quer contratar o escritório para representar a empresa da família aqui na América. 

— Sério? Eu? - Questionei bufando. 

— Ela faz questão e parece que o jovem também. - Ele disse franzindo a testa e se encaramos. - Mais um jovem rico para sua coleção? 

— Queria um minuto de paz, estou com a cabeça tão cheia que não consigo pensar mais em nada. - Desviei o olhar para a porta. - Será que os pais dele o obrigaram a se casar? 

— Você acha? - Ele quase gritou incrédulo.

— Não consigo pensar em mais nada, só essa explicação. - Joguei a cabeça para trás pensativa, Christian continuou o resto do domingo comigo, conversamos e quis contar sobre minha estranha preocupação sobre a menstruação, mas achei melhor não, ele poderia soltar aos quatro ventos e não queria alarmes atrapalhando a vida de Joseph e muito menos que pensassem que sou uma interesseira. 

A semana se arrastava e o sumiço de Joseph me deixava preocupada, aflita, eu precisava falar com ele, mas eu tinha tomado a pílula as vezes isso estaria acontecendo devido a grande carga de estresse, vi ele passar com a cara fechada e olhar duro, mal olhou em minha direção, fechando a porta do seu escritório e logo chamando Christian que me olhou aflito. Quando Christian saiu do escritório fez sinal me chamando e franzi a testa, me preparava para ir a um almoço com o cliente em potencial.

— Ele quer falar com você. - Christian disse aflito. - Ele está diferente. 

— Vou falar brevemente com ele, tenho uma reunião. - Dei uma profunda suspirada e entrei no escritório vendo olhar a vista da cidade, ele estava com ombros tensos e me aproximei parando em pé diante de sua mesa. - Queria falar comigo? 

— Sim, devo desculpas pelo meu sumiço e principalmente. - Ele me encarou com seu maxilar duro e marcado e com olhar frio. - Que devemos terminar nosso relacionamento. 

— Acho que quase três semanas sem notícias suas foi o suficiente para entender o recado. - Falei com pesar na voz. - Fico feliz que esteja bem e sua mãe também, presumo. - Ajeitei minha roupa brevemente. - Tenho um almoço com um cliente, se vemos pelo escritório. 

Quando fui saindo sentia que me olhava, meu coração estava apertado, queria sair correndo dali e chorar, esperando todo esse tempo para falar com ele e receber esse golpe, suspirei fundo vendo a porta do elevador se fechar e logo escorei na parede sentindo as pernas falharem. Tinha que me recompor, precisava quando entrei no restaurante vi o cliente de costas e fui me aproximando junto ao garçom que me guiava, era um rosto conhecido o mesmo moço da boate, quando me viu abriu um sorriso acolhedor se levantando cordialmente para que eu sentasse. 

— Você é o Sr Cornell D' Fiori? - Disse abismada e ele abriu um sorriso. 

— Tomás, lembra. Apenas Tomás. -  Me sentei e conversamos sobre a vida, sobre como Joseph o fuzilou e como acabou a noite naquele dia. - Fico feliz que tenha vindo para fecharmos o contrato, é muito importante para minha família que tenhamos o melhor escritório nos representando aqui.

— Saiba que falo em nome de todo escritório que é um privilégio podermos representar uma empresa do tamanho da sua, melhor. - Sorri.- Da sua família. - Algo em Tomás parecia familiar, não sei se era os olhos, o jeito mas me sentia bem em estar ali conversando com ele, segura. Após o almoço e o contrato assinado, nos despedimos e fui para casa. 

Era tanta coisa em minha cabeça, tanta frieza de Joseph em conversar comigo que olhando, só podia mesmo ter mudado de opinião e resolvido casar, mas tudo bem era assim que tinha que ser e sempre soube que uma hora acabaria. Tentei acalmar meu coração e dormir, a semana estava acabando e tinha que encarar minha família depois do vexame do feriado, queria me acertar com meus pais, seria uma coisa a menos, eu realmente estava feliz com meu término com Zachery mas triste por tudo que envolvia nosso relacionamento. Estava quase pegando no sono quando o celular tocou e ao mesmo tempo a campainha, cocei os olhos vendo o número desconhecido e deixei cair na caixa postal, quando abri a porta sonolenta.

— Precisamos conversar. - Joseph adentrou o apartamento e fechei a porta incrédula e mais sonolenta que o normal.





 

 


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