The Tales of Republic City escrita por isa


Capítulo 7
Amuleto da Sorte (San)


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha pensado que a minha primeira one de hoje seria sobre o Kai, mas quando vi, já tinha sido atropelada pela ideia de contar uma história de origem para o cachecol do Mako, a única herança que ele tem do pai, então aqui está.

Essa história se passa muito antes do nascimento da Korra e dos outros personagens do Time Avatar, mas num espaço de tempo em que a Cidade da República já despontava como um grande chamariz.

Eu imagino o pai do Mako e do Bolin bem o estereótipo do Sonhador, então acho que no fundo da minha mente tava tocando a trilha sonora de 'La La Land' além das muitas músicas atemporais sobre Nova York como uma espécie de referência.

Boa leitura!



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Quando San chegou à Cidade da República pela primeira vez, ele tinha uma muda de roupas na bolsa, alguns trocados na carteira e muitos sonhos na cabeça. A metrópole se estendia até onde a vista podia alcançar e prédios bonitos, modernos e com cores que ele jamais tinha visto antes se erguiam por todos os lados.

Mesmo vindo de uma cidade natal grande, San trazia no rosto a mesma expressão embasbacada de todos os outros imigrantes recém-chegados de outras regiões. Isto porque para ele, a cidade que o tinha visto nascer e crescer, Ba Sing Se, nunca fora grande de verdade, ao menos, não para sua família.

Tendo nascido na parte baixa citadina, sua vida se restringira aos poucos bairros locais miseráveis aos quais tinha acesso. Para San, Ba Sing Se se tornara desde muito cedo sinônimo de impotência e nenhuma possibilidade de mobilidade social. A Cidade da República, por outro lado, era uma promessa para os sonhadores.

Era por isso que mesmo triste de saudades de casa (e algum remorso pela briga com o pai na qual ele gritara que não seria só mais um vendedor de frutas), seu coração cantou quando ele desceu da embarcação. E como todas as pessoas daquela segunda onda migratória, San sentiu que sua vida parecia prestes a começar.

A cidade o chamava e permitia que ele andasse indiscriminadamente por ela. San perambulou a pé pelas ruas, descobriu as largas avenidas e os altos trilhos de trem. Ele passou por barraquinhas de todos os tipos de comida e variados sabores, e embora seu estômago estivesse começando a protestar de fome, ele o ignorou e continuou sua jornada inicial.

Queria que a primeira coisa que comprasse na Cidade da República fosse significativa, algo que perdurasse no tempo, uma espécie de amuleto da sorte. A medida que o dia foi passando, a abstração foi ganhando contornos: tinha que ser algo que ele pudesse usar sempre, algo em cor vibrante, de preferência vermelho, porque San achava que essa era a cor da Cidade da República.

Por alguma razão - e talvez fosse a fome começando a falar mais alto - em algum momento ele simplesmente começou a associar toda a cidade a uma grande e suculenta maçã. E ele estava se deliciando com cada pedacinho dela, mas em breve teria que dar o dia de exploração por finalizado.

O sol logo mais se despediria, e embora ele fosse um tipo ingênuo, tinha lá seu instinto de preservação. Estava justamente considerando que era melhor começar a procurar um lugar seguro para passar a noite quando passou pela lojinha, espremida entre muitas outras tanto pela direita quanto pela esquerda.

Não havia nada de especial na fachada nem nos tapetes expostos do lado de fora, mas ele parou e decidiu entrar mesmo assim. Anos depois, San diria que era o seu destino, mas independente da razão atribuída, o fato é que essa decisão fez com que ele conhecesse a garota mais bonita do mundo aos seus olhos: Naoki.

Naquele momento, é claro, ele não sabia seu nome, nem que eles se casariam ou que teriam dois filhos juntos, mas no instante em que olhou para a garota de traços inegáveis da Nação do Fogo atrás do balcão pequeno, San percebeu que todo o seu desejo de viajar pelo mundo tinha sumido. Ele tinha encontrado o que queria.

Pegando de maneira aleatória um cachecol vermelho que estava à venda, ele se dirigiu timidamente até ela. O tecido não era caro, mas custava mais da metade das finanças que San tinha. Ele não se importou e pagou mesmo assim, sentindo que o sorriso pequeno e amistoso que ela abriu valia cada moeda perdida.

Uma vez concluída a compra, ele vestiu o cachecol no pescoço e se despediu, sabendo que voltaria. No fim das contas, a Cidade da República já estava realizando seus sonhos mais sinceros e era só o seu primeiro dia.


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