O Caminho das Estações escrita por Sallen


Capítulo 25
∾ Está fácil ler na cara que eu não canso de te procurar.


Notas iniciais do capítulo

Olá, novamente.

Bem, mais uma vez encontramos Nirav lutando com os conflitos e a hesitação em relação a Juno, mas esse é o primeiro passo para que ele possa, de fato, ir até ela. O que é normal, depois de sete anos longe, sem nenhuma notícia ou explicação de sua fuga. Para ele, ela ainda é a mulher que o abandonou depois de usá-lo, mesmo que, no fundo, desconfie que o buraco seja mais profundo.



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Pensou ser capaz de negar os conflitos para que não afetassem sua realidade. Acreditou que seria possível conter toda a confusão de sentimentos em seu interior, impedindo que surgissem de volta à superfície. Tentou ignorar a bagunça no fundo de sua cabeça, obrigando que seu turbilhão de pensamentos permanecesse em silêncio. Agora, no entanto, já não tinha tanta certeza.  

Não conseguia dormir. Com todo o tumulto em seu ser, ficar parado de olhos fechados parecia uma tarefa impossível. Não conseguia permanecer em uma mesma posição por mais de alguns poucos minutos, então continuava a se remexer, até desistir de se agarrar a qualquer fio de sono, por fim. Seu corpo ansiava por alguma ação motivada pelas dezenas de dúvidas que brotavam de sua cabeça e embolavam-se com a bagunça de seus sentimentos. Nirav não conseguia dormir, apenas encarava o teto enquanto pensava em Juno.  

O silêncio sepulcral engolia o quarto, também embebido na escuridão da madrugada. Não era a sua casa, na verdade, estava bem longe de ser. Ao seu lado, submergida em um profundo sono, Alice ressonava baixinho, inerte aos seus solavancos inquietos. Seus longos cabelos espalhavam-se pelo travesseiro e rodeavam seu magro corpo enrolado na coberta. Ele a admirou, por um momento, brincando com uma de suas mechas entre os dedos. Ela não pareceu reagir. Talvez estivesse perdida em algum sonho que jamais seria capaz de adivinhar. O que importava era estar alheia ao caos que Nirav até tentou, mas não conseguiu manter longe por tanto tempo e começava a arruinar o seu redor.  

Tinha dito a ela que não deixaria que seu passado interferisse no seu presente. Tanto tempo havia se passado, não deveria ser difícil continuar agindo como se nada tivesse mudado. Havia escolhido fazer nada a respeito, pois acreditava que não tinha mais o que ser feito. Só não sabia o quão estava errado sobre tudo.  

Em seu celular, encontrava os equívocos de sua falta de coragem. Junto com as teimosas ligações perdidas de seu pai, estavam as mensagens que havia endereçado à Helena, horas mais cedo, quando a distância de Juno se tornou pesada demais para ser suportada.  

“Como ela está?”, perguntava em sua mensagem. Uma pergunta tão simples e objetiva e, ainda assim, tão difícil de ser proferida pessoal e presencialmente.  

A resposta pareceu levar uma eternidade e, apesar de ser o que esperava receber, continuava a ferir como uma lâmina afiada. “Por que não pergunta a ela?” Helena retrucara o óbvio, expondo para si mesmo a sua própria fraqueza. “Você sabe onde encontrá-la”.  

Sim, sabia onde encontrá-la. Depois de anos, sabia onde ela estava. Entretanto, continua a se questionar: onde estava Juno, além de ali, dentro de seus pensamentos?  

Com o corpo dolorido da inércia da cama, ele se levantou. Diferente da mulher que dormia ao seu lado, encolhida em roupas quentes por baixo da grossa coberta, ele estava com o tronco nu, vestindo apenas uma calça de moletom. Espreguiçou-se devagar, embora não restasse um resquício de sono sequer em seu corpo. Assim, foi até a janela entreaberta, deixando seu lugar vazio para o cachorro ocupar.  

O vento frio persistia, soprando pela abertura, empurrando as cortinas. Assim que encostava em sua pele, a arrepiava de uma ponta a outra. E ele não parecia se afetar, na verdade, era revigorante sentir o toque gelado do ar noturno.  

Já era bem cedo, mas ainda era madrugada. O céu estava bem escuro, apenas nos cantos mais distantes era possível encontrar os primeiros raios de sol, surgindo pouco a pouco. Quando olhava para a rua, encontrava as vielas vazias, com as luzes amareladas dos postes iluminando as calçadas desocupadas. E o mesmo silêncio que invadia o quarto, também parecia dominar o lado de fora. Porém, ao longe, conseguia escutar os pássaros começando seu coro. E, de quando em quando, um carro ou outro, uma pessoa ou outra, atravessava de lá para cá.  

Mais uma vez, encontrava os seus pensamentos perdidos perto de alguém que não estava tão próximo assim. Alguém que parecia tão difícil de alcançar, como se ainda estivesse milhas e anos tão distantes. Ao mesmo tempo que estava tão perto, parecia tão longe.  

Nesse instante, lembrou-se de seu olhar. Não o que desejou, por tanto tempo, reencontrar. O olhar que distorcia e manchava os belos olhos que tinha. Um rastro ferido, quase imperceptível para outras pessoas, não para ele. Para Nirav, parecia uma sombra, que cobria o seu tom colorido, ofuscando seu brilho. Havia muito mais coisas por trás daquele olhar do que ele podia imaginar. E o que será que escondia?  

Então, o anseio de ir até ela retornava, quase impossível de ser controlado. Sentia seu coração acelerado, quase como se estivesse implorando por isso em cada batida. Quase como se, dentro de si, soubesse que havia algo a mais, escondido no silêncio dela, abafado por todos em que estiveram separados. E, por muito pouco, desconfiava da verdade. Portanto, ansiava. Queria tanto, quase descontroladamente, e não conseguia.  

Só precisou olhar para trás, para saber a resposta. O que significava revisitar seu próprio passado. Nele estava escancarado o motivo da sua resistência em se aproximar. Entretanto, também significava olhar por cima de seu ombro, em direção a mulher que se remexia nos lençóis. Alice, sua namorada. E junto com ela, a culpa o torturando por dentro.  

Estava falhando com Alice. E a pior parte era tê-la responsabilizando a si própria. Não era culpa dela, mas conseguia notar em seus olhos tal questionamento. Cada vez que parecia mais distante, quanto mais silencioso se tornava, sabia que ela se sentia, de certa forma, reclusa de sua vida.  

Sem saber mais o que fazer, torturando-se o suficiente, ele desistiu. Seus olhos estavam cansados de encarar o horizonte, esperando algum evento que nunca iria acontecer só pela sua simples força de vontade. Agora, seu corpo também começava a reclamar pela noite insone, entretanto, tampouco seria capaz de tentar dormir de novo. Estava para amanhecer e ele decidiu que era hora de partir.  

Com cuidado para não atrapalhar o sono de Alice, ele alcançou as restantes partes de sua roupa enquanto era observado pelo cachorro, estirado sobre a cama. Vestiu a blusa larga e cinza, colocando a jaqueta azul por cima e, depois, finalizou com o par de tênis. Não se importou em trocar a calça de moletom, ninguém notaria que estava de pijama. Por fim, recolheu as chaves do carro estacionado na rua, apertando-as contra a palma de sua mão, junto do celular, para evitar que tilintassem.  

Com um suspiro, deu uma pequena espiada no quarto, tendo um último vislumbre de Alice. Ela se mexia com delicadeza, escorregando através das cobertas, sem notar o outro lado da cama vazia. No entanto, seu sono parecia mais leve agora, considerando os suspiros que escapavam de sua boca. Sem mais delongas, ele se afastou, olhando para o cão, que abanava o rabo ao perceber o mínimo traço de sua atenção.  

Quando estava destrancando a porta, um barulho de patas correndo sobre o assoalho do apartamento chamou sua atenção. Assim que se virou, encontrou o cachorro circulando as pernas da mulher sonolenta, em pé como um fantasma abraçado pela escuridão. Alice havia despertado.  

— Aonde está indo? — cochichou, esfregando os olhos para afugentar o sono. Seus cabelos estavam tão bagunçados quanto suas roupas. E ela não conseguia manter o equilíbrio muito bem, o que o fazia questionar o quão de supetão havia acordado.  

Sem escapatória, ele soltou a porta, já aberta, voltando-se até ela.  

— Desculpe te acordar. — murmurou, passando a mão esquerda sobre os cabelos, um tanto desconcertado. — Eu só estou indo embora.  

— Sem se despedir? — aos poucos, o sono abandonava seu corpo, deixando-a mais alerta.  

— Você estava dormindo, só não quis acordar você. — ele deu de ombros.  

Ela pareceu impaciente ao cruzar os braços e andar pela casa até uma janela. Então, apontou para fora com o dedo indicador. Em seu rosto, a expressão não parecia satisfeita.  

— Nirav, ainda sequer amanheceu! — sua voz tomou um tom mais alto e sério. — Por que não volta para cama e dorme mais um pouco?  

— Não consigo dormir. — bufou, esfregando a nuca com os dedos, fatigado daquela conversa. — Estou cansado de ficar deitado, rolando de um lado para o outro, sem fazer nada.  

— E o que acha que vai fazer em plena madrugada? — sua voz alta o incomodou. Ele não estava falando alto e, pior, não era um horário para ter uma discussão em tons exagerados. Apesar da voz alta, seu semblante entregava apenas preocupação. — O que está acontecendo com você?  

Nirav desviou o olhar, sem coragem de encará-la. Entendia a necessidade que tinha de tentar ajudar, admirava isso nela. Na verdade, amava-a ainda mais por isso, mesmo que ela não fosse capaz de perceber. Só não conseguia, simplesmente não conseguia. Tudo o que tinha para dar a ela, era silêncio.  

— Fale comigo, Nirav. — Alice insistiu, quase implorou. Foi até ele, tentando impedir que saísse pela porta. —  Estou aqui por você, sabe disso.  

— Eu só não quero te incomodar com nada disso. — respondeu em um fio de voz, sem erguer os olhos. — Mais do que já estou incomodando.  

Ela pareceu recuar, um instante. Reconheceu a verdade em sua fala, talvez relembrando como seus encontros estavam sendo preenchidos por um terrível silêncio que parecia se firmar como uma parede que os distanciava.  

— É sobre seu pai? — ela retomou, persistindo. Agora, era apenas a sua teimosia procurando por respostas que ele não conseguiria dar. — Ou é sobre...  

Nirav a interrompeu, impedindo que terminasse qualquer coisa que tivesse para insinuar. Não teria aquela conversa. Não agora, de madrugada diante de uma disputa com uma porta. Não desse jeito, quando ele mesmo não estava pronto.  

— Você não entenderia.  

Então, ela se irritou. Conseguiu ver em seus olhos, sua boca, sua testa, a ruga da irritação se formando.  

— Você não pode deduzir isso! — a voz alta retornou, entregando o ressentimento que sentia. — Sequer me deixa tentar! Como sabe que eu não entenderia?  

— Porque nem eu estou conseguindo entender! — retrucou com firmeza, excedendo-se mais do que gostaria.  

Alice pareceu ceder. Não por entender seu ponto, sabia que ela não entenderia. Não havia o que entender quando ele só escondia todas as nuances de seus conflitos. Sabia que estava sendo injusto com ela. E isso doía, mesmo não parecendo.  

Enfim, ele saiu pela porta entreaberta, sendo recebido pelo silêncio do prédio adormecido. Por um instante, retornou brevemente.  

— Nos vemos depois, Alice. — tentou sorrir, mas a escuridão manchava seu rosto, escondendo sua expressão.  

Ao contrário dele, ela não havia desistido. Quando estava indo em direção das escadas, ela saiu porta afora, tão ressentida quanto antes.  

— Pra que? Pra você ficar me evitando? — interrogou com a boca curvada com seriedade. Sua teimosia continuava a falar mais alto do que o bom senso. — Ficar quieto e isolado como se não estivesse presente? Para sentarmos cada um em um canto da casa sem conseguir se olhar?  

Nirav sentiu o peso da precisão de suas palavras. E, agora, a culpa o arrebatava por dentro, fazendo-o se sentir uma péssima pessoa. Não queria ter de fazer Alice passar por isso.  

— Eu sinto muito, sei que não estou no meu melhor momento. — disse, fazendo um esforço tão grande para fazê-lo. Sua voz era rouca, fraca e trêmula. — Eu vou entender se não quiser me ver. É só me falar.  

Alice recusou aquela ideia, avidamente. Veio em sua direção, tentando mais uma vez impedir que a situação progredisse. E ele não podia negar que admirava sua garra, mesmo sendo última coisa que gostaria ter de lidar nesse momento.  

— Se deixasse me aproximar... Se pudesse se abrir para mim, eu juro que entenderia, eu...  

No fundo, queria ser capaz de ser sincero, procurar a sua ajuda e fazê-la entender. Alice merecia a sua verdade ou, pelo menos, a chance de tentar compreendê-la. No entanto, sentia-se impossibilitado. Como se houvesse um nó em sua garganta, era incapaz de se abrir, apesar de saber que era o seu silêncio que desgastava aquele relacionamento.  

Em seu semblante a necessidade era como uma estampa. E seus olhos brilhavam, implorando quase em desespero para que ficasse. Um olhar que o lembrava de outro. No entanto, esse conseguia entender, o outro parecia impossível de decifrar. E ele estava, mais uma vez, perdido diante de tantos olhares que o cercavam.  

Sem mais o que dizer, apenas se aproximou de sua namorada. Depositou um pequeno beijo em sua testa, antes de se afastar. Já não tinha mais nada para oferecê-la. Esperava que isso pudesse ser o suficiente, por enquanto.  

Quando desceu as escadas, sabia que Alice ainda insistiria. Por isso, quando ela se aproximou do corrimão, não se surpreendeu. Entretanto, estava irritada como poucas vezes a viu estar.  

— Não é justo o que está fazendo, você não deixa ninguém se aproximar! — ela bradou, sem se importar com o horário. — Pare de se esconder!  

Nirav a fitou, uma última vez. De novo, ela estava certa. Era tudo o que sabia fazer. Escondia-se de seu passado, de seu presente e até do seu futuro. E, talvez fosse a hora de parar de se esconder. Contudo, em sua própria boca não havia mais palavra alguma para ser dita. E, assim, em silêncio, ele a deixou.  

O vento matinal o recebeu com certa agressividade, bagunçando seus cabelos, quase o obrigando a se encolher. Ao lado da calçada, seu carro popular o esperava, coberto por uma fina camada úmida pelo sereno noturno. Quando entrou naquele pequeno espaço, sentiu-se mais confortável, mais acolhido. A quietude do ambiente abafado com o aconchego do local apertado. Pequenos detalhes, mas o suficiente para afugentar seus problemas, por um instante.  

Agora, o céu começava a clarear, raiando o longo dia que a cidade teria pela frente. E, pouco a pouco, as ruas começavam a renascer, despertando da noite anterior. Enquanto dirigia pelas ruas, observava os estabelecimentos abrindo as portas, outros carros somando ao trânsito que começava a encher, pessoas bocejando caminhando rumo a seus trabalhos e objetivos. O dia amanhecia à frente de seus olhos e, por mais que pudesse ser algo comum, era gostoso de ser admirado.  

Ele seguiu o fluxo crescente de carros e, dirigindo devagar, traçou um rumo diferente, que o levaria por um caminho oposto, em direção a um bairro um pouco afastado, diante de um lar que não era o de Alice. E também não era o seu.  

Havia anos desde a última vez que esteve diante daquela casa. Havia muito mais outros anos, desde que entrou por aquela porta e esteve entre suas paredes. E estava igual a antes, como se o tempo nunca tivesse passado, quase como se estivesse estagnado, aguardando pelo seu retorno. E, bem, ali estava Nirav, diante do que, um dia, tinha sido a casa de Abigail.  

Era o mesmo que trazer à vida memórias que jurava ter enterrado. E quantas memórias tinha daquela pequena casa. Ainda se lembrava de um rapaz que morou ali. Um rapaz cujo rosto lhe fugia, apesar de seu nome continuar existindo em sua cabeça. Leo.   

E soava irônico como antes aquela casa representava uma face apagada e agora só trazia um único rosto vívido a sua memória. O que se aplicava àquela cidade como um todo. Cada parte, um dia, significou as lembranças que tinha de seu melhor amigo. E tudo o que antes simbolizava Leo, agora estava marcado apenas por Juno.  

Observando por trás do vidro escuro do carro, admirava a casa de longe, ainda tentando entender o que estava fazendo ali. Talvez, estivesse contemplando os fantasmas de dois jovens correndo pela rua, dançando e se abraçando. O rastro de um beijo quase equivocado. Um pedido feito pela metade, perdido no tempo e no espaço, como um sonho qualquer. “Por que não deixa tudo para trás...”  

De repente, apagando as silhuetas fantasmagóricas, a porta se abriu revelando uma figura real. Trazia um saco de lixo nas mãos, vestida com uma camisola simples. Os cabelos estavam presos para cima, um tanto bagunçados. A mulher que se adiantou pela rua, alcançando o outro lado, até parecia-se com Juno, mas era, na verdade, Octavia.  

Talvez, ela estivesse acordada, sim. Talvez, estivesse fazendo o café para sua tia, que retirava o lixo. Em breve, estaria se arrumando para um dia de serviço, penteando os cabelos, escovando os dentes e trocando as roupas. E será que estaria pensando nele? Por um breve momento, torceu para que sim.  

Sentindo-se um completo idiota, e ainda mais um derrotado, ele tornou a dar partida no carro. Entretanto, antes de partir, resgatou o celular em mãos. Checou a matutina hora do dia que acabava de amanhecer e encontrou as costumeiras ligações perdidas. Porém, além disso, também encontrou uma nova mensagem.   

Helena, ao perceber sua ausência de respostas, insistiu em um outro recado. Havia mandado agora cedo, não muito tempo. E era sobre o mesmo assunto de antes:  

“Talvez ela só precise que você pergunte.” 


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Notas finais do capítulo

Eu gosto como os capítulos do Nirav, agora, são um tanto paralelos aos capítulos antigos da Juno. Agora é ele quem sente culpa por querer ir até ela, quando antes era ela que sentia esse remorso. Agora é ele que esconde no silêncio os conflitos, quando ela era que se calava. Até mesmo isso os dois compartilham, então só resta perceberem para, quem sabe, se entenderem.



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