New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 26
Difícil Decisão




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Não me surpreendi ao descer as escadas na manhã seguinte e encontrar Edward na cozinha, Charlie olhava o jornal que estava sobre a mesa junto com Bela e Edward.

— Bom dia! Edward sorriu educadamente, eu não olhei para ele, eu sabia que aquelas alturas ele havia feito um grande tour em minha mente, como sempre peguei a caixa de cereais, a tigela, a colher e sentei a mesa — Bom dia a todos! Respondi sem olhar para Charlie.

Charlie bufou. — Será que nós podemos...

— Não! Eu respondi enchendo a boca de cereal — Nós já conversamos sobre isso, e não foi somente uma vez, hoje eu não quero conversar.

Charlie sacudiu a cabeça e arrastou a cadeira se levantado — Quando estiver menos aborrecida.

— E quem sabe! Respondi com a boca cheia, Edward e Bela trocaram olhares.

Charlie suspirou e deu a volta pela mesa, parou atrás da minha cabeça e senti seu beijo — Eu te amo! Disse ele antes de sair.

Franzi as sobrancelhas, Charlie havia feito aquilo na frente de Edward?

Olhei para Bela e ela sorriu, e um abalo forte de inquietude perfurou meu estômago enquanto eu percebia de que lhe restava pouco tempo. Mesmo que nossos pais não ficassem desconfiados por um bom tempo, mesmo que ela pudesse dispensar as visitas com desculpas sobre despesas de viagem, carga de estudos ou doenças, Charlie e Reneé sofreriam.

— Carlie— murmurou Edward, seu rosto se retorcendo quando leu a aflição no meu. — Não há pressa, ela sabe que pode levar o tempo que precisar.

— Eu tenho pressa — Bela sussurrou sorrindo amarelo, tentando fazer piada disso. — Quero ser um monstro também.

Seus dentes trincaram; ele falou através deles. — Não faz ideia do que está dizendo Bela — De repente, ele colocou o jornal úmido na mesa entre nós. Seu dedo apontou a manchete na primeira página: “Mortes aumentam em Seattle.”

— O que isso tem a ver? — Perguntou Bela.

— Os monstros não são uma piada, Bella.

Olhei a manchete e depois sua expressão séria. — Um... um vampiro está fazendo isso? — sussurrei.

— Vocês ficariam surpresas em ver com que frequência minha espécie é a origem dos horrores de seu noticiário humano. É fácil reconhecer, quando você sabe o que procurar. As informações aqui indicam um vampiro recém transformado à solta em Seattle. Sedento de sangue, louco e descontrolado. Como todos nós somos. Deixei meus olhos caírem no jornal de novo, evitando os olhos dele.

— Estamos monitorando a situação há algumas semanas. Todos os sinais estão lá... Os desaparecimentos improváveis, sempre à noite, os corpos mal desovados, a ausência de qualquer prova, é alguém novinho em folha. E ninguém parece estar assumindo a responsabilidade pelo neóto... — Ele respirou fundo. — Bom, não é problema nosso. Não teríamos prestado atenção no caso se não estivesse tão perto de casa. Como eu disse, isso acontece o tempo todo. A existência de monstros resulta em consequências monstruosas.

Tentei não ver os nomes nas páginas, mas eles saltaram do texto impresso como se estivessem em negrito. As cinco pessoas cuja vida terminara, cujas famílias agora estavam de luto. Era diferente de considerar o assassinato em nível abstrato, lendo aqueles nomes. Maureen Gardiner, Geoffrey Campbell, Grace Razi, Michelle O’Connell, Ronald Albrook. Pessoas que tinham pais, filhos, amigos, animais de estimação, empregos, esperanças, planos, lembranças e futuros...

— Você não deixaria que eu fosse assim. Vamos morar na Antártida. — Disse Bela dando um leve sorriso tentando não demonstrar sua tensão.

— Pinguins. Que lindo. Soltei uma risada trêmula e tirei o jornal da mesa para não ter de ver os nomes; ele caiu no linóleo com um baque, em seguida me levantei bruscamente, Bela estava decidida a virar aquilo? — Vou para a escola.

Sai a pressas ignorando a voz de Bela, por mais que eu soubesse que não havia nada que eu pudesse fazer para mudar aquilo uma parte do meu coração não conseguia aceitar, havia percebido que aquele não era o desejo real de Edward, e se Bela amasse outro, e se Alice não tivesse aparecido a alguns meses atrás? Se Bela não tivesse ido com ela, se ela tivesse se apaixonado por Jacob.

Meu coração apertou, Jacob, entrei no carro batendo a porta e encostei a cabeça no volante, e se Bela e Jacob? Inocentemente esse era o desejo de Charlie, mesmo sem saber o que esperava para o futuro, era Jacob quem ele queria com Bela.

Liguei o carro e segui pela estrada, Jacob jamais me perdoaria, pela primeira vez me vi dividida entre o garoto que eu amava e a vida da minha irmã. Fechei os olhos por alguns segundos e respirei, a decisão que eu tomaria me causaria dor, mas não me mataria, eu poderia suportar ver Bela e Jacob juntos, mas não poderia suportar ver minha irmã transformada em um monstro.

Na pressa para me sair de casa, acabei sendo uma das primeiras a chegar à escola. O lado bom disso é que consegui uma vaga muito boa no estacionamento. Sai do carro olhando as mensagens no celular, meus olhos se fixaram na mensagem de Jacob.

“Nos vemos a tarde...amo você!”

Fechei os olhos e suspirei, eu não sabia se conseguiria fazer aquilo.

Rapidamente, antes que eu pudesse começar a pensar nas reações de Jacob saquei meu livro de cálculo. O abri na parte que devíamos começar no dia e tentei ver sentido naquilo. Ler matemática para mim ainda era a pior coisa d vida, mas eu estava melhorando. Nos últimos meses, consumira dez vezes mais tempo em cálculo do que já gastara em matemática na vida. Como consequência, eu estava conseguindo me manter na faixa de A-. Eu sabia que

o Sr. Varner acreditava que minha melhora se devia cem por cento a seus métodos de ensino o deixava feliz, tudo bem para mim.

Me encostei no carro lendo o bendito livro até que o estacionamento estivesse cheio, quando o volto estacionou um pouco mais a frente eu sai correndo tentando evitar que Edward pudesse me ver, entrei na sala e acomodei-me em minha carteira, satisfeita por me distrair com a aula do Sr. Petters.

O tempo passava facilmente quando eu estava na escola. O sinal tocou cedo demais. Comecei a guardar meus pertences no meu armário.

— Nessie? Reconheci a voz de Levi.

 — Oi! Murmurei sem olhar para ele, olhei para cima. Ele estava encostado no corredor com uma expressão estranha — Você já sabe o que aconteceu?

— Não! Respondi fechando meu armário.

— É o assunto da escola! Ligia falou ao se aproximar acompanhada de Megan.

Meus olhos moveram-se de um lado para o outro divididos entre os três — Qual a fofoca? Perguntei sorrindo abraçando o livro de cálculo.

— Os pais de Riley estavam na diretoria, parece que ele foi a uma festa em Seattle no final de semana e desapareceu.

— Por que estão me dizendo isso? Vai ver foi pego pelo pai de alguma adolescente virgem! Conclui começando a caminhar.

Ao invés de rir eles mantiveram-se calados.

— Riley estava com Bart e Jimmy, os corpos de Bart e Jimmy foram encontrados essa noite.

— Os pais acham que eles foram pegos pela gangue.

Meu corpo tremeu, Bart e Jimmy estavam mortos? Provavelmente Riley também estava, eu respirei fundo tentando controlar o nervosismo, por mais que Riley não fosse uma boa pessoa, ele ainda era um ser humano e não merecia um fim tão triste.

Me despedi de Ligia, Megan e Levi, e fui para a aula de cálculo com um sorriso forçado. Com um suspiro, abri a porta da sala. O Sr. Varner me olhou torto — ele já havia começado a aula. Corri para minha carteira. Fiquei feliz por ele não ter olhado para mim, porque isso me daria cinquenta minutos para me preparar psicologicamente para fazer o que eu havia decidido, terminar com Jacob.

A aula voou mais rápido do que a de quimica. Uma pequena parte da velocidade se devia à minha preparação para fazer algo que não queria fazer mais precisava. Fiz uma careta quando o Sr. Varner dispensou a turma cinco minutos mais cedo. Ele sorria como se estivesse sendo um cara legal.

— Ness? — Meu nariz franziu enquanto eu me encolhia, ouvir a voz de Bela significava ouvir a voz de Edward, tentei não pensar na decisão que eu havia tomado.

— Oi Bells. — Virei meu corpo suspirei aliviada ao vê-la sozinha e arregalei os olhos para dar a impressão de inocência.

— Você está bem? Ela perguntou caminhando ao meu lado assim que fechei a porta do armário e segui pelo corredor.

— Sim, estou absolutamente bem! Respondi.

— Quando chegamos a escola, soubemos do ocorrido — Disse ela — Por que correu daquela forma no estacionamento?

— Eu estava atrasada! Respondi.

Bela me olhou por alguns segundos como se estivesse ganhando tempo, ficamos em silencio até chegarmos ao estacionamento.

— Onde vai agora? Perguntou ela com uma expressão curiosa.

— Ver o Jake! — Respondi sem animação.

Bela sorriu timidamente e me abraçou — tudo bem nos vemos a noite, em seguida se afastou.

Fechei os olhos e suspirei — Eu amo você irmãzinha, eu não me importo de sofrer.

Eu tentava juntar forças enquanto ia de carro pela estrada ladeada pela floresta até La Push. Ainda não tinha certeza se estava fazendo o que era certo, mas chegara a um denominador comum comigo mesma. Jacob e Bela haviam feito voltado a ser amigos, se Edward não era a favor que ela se transformasse em uma vampira ele daria a ela a chance de ser feliz com Jacob, mas para que eles se reaproximassem novamente eu não podia ficar entre eles.

Estacionei o carro estranhando o fato de Jacob não ter vindo ao meu encontro, bati na porta chamando por Billy mas ninguém respondeu, girei a maçaneta; estava destrancada — Billy? — murmurei. Apenas o silencio. Segui pelo corredor, o quarto minúsculo de Jacob era a única porta no corredor de um metro. Não me incomodei em bater. Abri a porta lentamente evitando que ela se chocasse contra a parede com um baque.

Jacob ainda com o mesmo moletom preto cortado que usara no dia anterior, estava deitado em diagonal na cama de casal que tomava todo o quarto, a não ser por alguns centímetros a seu redor. Mesmo assim, não era bastante grande, os pés dele pendiam de uma ponta e a cabeça, da outra. Ele dormia profundamente, ressonando de leve com a boca aberta.

Seu rosto estava tranquilo com o sono pesado, todos os traços de raiva suavizados. Havia olheiras que eu não tinha percebido antes. Apesar de seu tamanho descomunal, ele agora parecia muito jovem e muito cansado. A tristeza tomou conta de mim, dei alguns passos na direção da cama e toquei suavemente o seu rosto, eu senti uma imensa vontade de chorar. Recuei um passo e fechei a porta em silêncio atrás de mim.

Eu parei na sala e fechei os olhos controlando meu desejo de chorar.

—Ness...

Meu coração acelerou ao ouvir a voz dele. Novamente eu respirei, profundamente e virei meu corpo na sua direção — Oi Jake! Respondi tentando não olhar em seus olhos, ele tinha em seu rosto o sorriso largo de sempre, imediatamente ele me puxou para seu abraço de urso. Eu fiquei imóvel.

Seus olhos se fixaram nos meus e seus braços folgaram, sua mão grande e quente pousou em meu queixo — Algum problema pequena, aconteceu alguma coisa?

Meu coração batia de uma forma tão rápida que eu não conseguia explicar — Eu preciso conversar...engasguei em minhas palavras.

As sobrancelhas dele se uniram em sua testa — Fiz algo que aborreceu você? Perguntou em um tom doce.

Neguei com a cabeça — Jake, lembra do que me disse, que seria para mim aquilo que eu desejaria que fosse?

Jacob segurou minha mão e me sentou no sofá se sentou a meu lado e pôs o braço enorme ao meu redor para me reconfortar — eu sempre serei aquilo que quiser que eu seja — disse ele.

Tentava falar, falar o que era necessário, mas não conseguia — Jake — Respirei — Quero que seja apenas meu amigo.

Seu rosto ficou sério e preocupado — Isso é o que vai deixá-la feliz? Ele murmurou. — Olhe para mim Ness, é isso que você realmente quer?

A voz dele foi diminuindo, parecia estar vindo de um túnel comprido; eu não conseguia mais distinguir as palavras. Minha testa ficou coberta de gotas de suor e meu estômago se revirava como se estivesse com uma virose. Me levantei do sofá e dei as costas para ele depressa e sai correndo.

As mãos de Jacob seguraram meus ombros enquanto eu abria a porta da picape — Ness por favor me fala o que está acontecendo?

— Eu não posso — disse ofegante.

— Por favor meu anjo, eu a conheço você não é assim, se abre comigo.

— Me deixa ir!

Ele pegou meu rosto, segurando-o firme na mão grande. Olhou-me intensamente nos olhos — Por que está fazendo isso?

— Me deixa ir para casa Jake.

— Eu não estou a fazendo feliz é isso?

— Não Jake não é você, sou eu — Respondi me afastando dele — Eu não amo você!

Minha resposta deixou Jacob quase em convulsões. Ele pressionou com força os punhos contra as têmporas, fechando bem os olhos e curvando-se sobre si mesmo, à medida que tentava controlar os espasmos. Em vez da pele avermelhada, seu rosto tornou-se pálido, em seguida ele deu dois passos para trás saindo da frente da porta do carro, entrei rapidamente e sai cantando pneus.

Eu chorei durante todo o caminho para casa, justo eu que odiada dramas, odiava choros, estava chorando por um garoto. Estacionei atrás da viatura e sai da picape correndo, não queria passar pela sala no estado o qual me encontrava, apesar de cedo Charlie havia chegado.

— Nessie — Charlie chamou por meu nome ao me ver entrar apressada e cortar a sala correndo subindo as escadas e após entrar em meu quarto tranquei a porta. — Carlie o que aconteceu? Você está chorando?

— Não aconteceu nada — gritei para ele através de minhas lágrimas, que agora fluíam sem parar.

Charlie batia na minha porta. — Carlie você está bem? O que aconteceu? — Sua voz estava assustada.

— Já disse que não aconteceu nada — gritei, minha voz falhando no momento perfeito.

— Jacob magoou você? — Seu tom de voz beirava a raiva — Ele terminou com você?

Caminhei até a porta e a abri — Eu terminei com ele, deveria ficar feliz com isso.

Voltei até minha cama, pegando a mochila que estava sobre ela, tirei os meus materiais de dentro, estendi a mão rapidamente entre o colchão e o estrado para pegar a mais velha de tricô que continha minhas economias secretas, olhei para a penteadeira e atirei algumas roupas dentro.

— O que houve? — gritou. Ele estava bem atrás de mim. — Pensei que você gostasse dele. Ele agarrou meu cotovelo e apesar de estar confuso, seu aperto era firme, me girou para que o olhasse e pude ver em seu rosto que ele não pretendia me deixar partir.

— Eu queria acreditar que você se importa comigo Charlie, mas não acredito, eu vou para casa, com a Reneé, e agora o caminho está livre para Jacob ficar com a Bela, sei que esse é seu maior desejo.

Sua mão largou meu braço como se eu o tivesse eletrocutado. Desviei-me de seu rosto chocado e ferido e parti para a porta. — Carlie, não pode ir embora agora. É tarde — sussurrou ele atrás de mim. Eu não me virei.

Eu não podia ficar, eu não conseguiria olhar para Jacob todos os dias sabendo que eu o havia magoado.

Eu era uma covarde.

Eu entrei na picape ignorando os gritos de Charlie, e sai cantando pneus, eu que sempre fui centrada não conseguia compreender por que me sentia tão destruída, como se tivesse arrancado algo de mim, amor era realmente aquilo? Meus pensamentos se perderam na estrada, será que era assim que Bela se sentia quando cheguei a Forks e ela havia sido abandonada por Edward? Vazia? Como se algo tivesse sugado sua vida? Não, eu não queria ficar assim, por mais que doesse ficar sem Jacob eu havia tomado aquela decisão, quando cheguei em Port Angeles o meu carro fez um barulho estranho e parou segundos depois.

— Ah não é sério? — Reclamei batendo no volante.

Apressada sai do carro, já havia anoitecido teria que arrumar algum lugar para passar a noite, travei o carro e caminhei pela calçada em busca de algum hotel, mas parei assim que o volvo conhecido estacionou um pouco mais a frente — Merda! Murmurei parando meus passos.

Bela saiu de dentro e correu ao meu encontro me dando um abraço.

— É lindo o que tentou fazer Nessie, mas eu não vou ficar com o Jacob, porque ele pertence a você! Murmurou ela afagando meus cabelos.


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